sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O IMPÉRIO CONTRA-ATACA

Dizem os especialistas que uma das pancadas mais violentas do mundo é a patada de um leão. Pois a mão pesada do Palácio dos Leões está jogando por terra os arroubos de independência e liberdade que deixaram alguns deputados falando grosso logo após o episódio da derrota de Roseana Sarney na eleição da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa.

Só para acalmar os heróis que no dia seguinte à eleição arrepiavam os cabelos dos incautos com declarações de resistência e independência, Roseana vetou R$ 20 milhões que seriam acrescidos ao sofrível orçamento da Assembleia Legislativa. Em seguida, partidos da base governista passaram a ameaçar deputados de pedir os mandatos de volta caso eles não deixassem o “Bloquinho” que virou “Blocão”, (Bloco da União Parlamentar) e se alinhassem a uma nova ordem, o Bloco Parlamentar pelo Maranhão, liderado pelo deputado Stênio Rezende e construído da noite para o dia para aplacar a sede sangue de Roseana Sarney.

Os discursos mudaram. O tom de desafio foi substituído por afagos diplomáticos e aos poucos os gladiadores rebeldes retornam ao Palácio hasteando a bandeira branca do arrependimento obtido sob coação. Os heróis sumiram, guardaram as armas e as palavras mudaram. Os discursos da tribuna da Assembleia soam como pedidos de perdão e expressões que ficaram confinadas junto com os parlamentares como unidade governista, reunificação da base voltam surradas ao dicionário da Assembleia Legislativa do Maranhão.

Todo mundo está querendo proteger sua própria bastilha particular e até o líder Eduardo Braide, que na terça-feira arrotou bravatas de todos os tamanhos, reassume a posição de “Cordeiro de Deus que Guarda os Pecados do Mundo”. Ainda não será desta vez que teremos um Poder Legislativo consciente de suas prerrogativas, independente e imune às saias do Poder Executivo. Resta saber se esta movimentação contemplativa das madres teresas será capaz de amainar a fúria da reitora no Convento ameaçado pela invasão de bárbaros hereges e quanto mais ela ainda vai exigir em humilhação dos que a envergonharam publicamente.

É evidente que confrontos entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo redundam sempre em prejuízo para a população. Mas daí a se esperar uma rendição incondicional dos parlamentares, há uma longa distância. A patada dos leões atingiu o parlamento, os partidos políticos, as prefeituras e não sobrou um único sinal de resistência. Nem mesmo um Dom Quixote a enfrentar moinhos de vento brande ainda uma lança quebrada na Assembleia. Essa é uma guerra em que todos preferem ser mosqueteiros do rei ou como disse apropriadamente o cineasta “O Império contra-ataca” e os rebeldes sem causa, se ajoelham e pedem perdão.

JP

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