quarta-feira, 31 de agosto de 2011

GOVERNO CONFIRMA MÍNIMO DE R$ 619,21 NO ANO QUE VEM

BRASÍLIA - A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, entregou nesta manhã ao Congresso Nacional a proposta de Orçamento para o ano de 2012. Segundo a ministra, o salário mínimo proposto pelo governo para o próximo ano é de R$ 619,21, um aumento de 13,6%. Miriam concederá coletiva durante a tarde para falar sobre a proposta do Executivo.

O projeto foi entregue ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Ele fará o pronto encaminhamento da proposta à Comissão Mista de Orçamento para a tramitação do projeto. O relator será o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

O valor do salário mínimo revelado hoje pela ministra Miriam Belchior é maior do que projetado pelo governo quando do envio da lei de diretrizes orçamentárias (LDO) para 2012 ao Congresso, em abril deste ano. Nos parâmetros utilizados pelo governo para elaboração da LDO, o mínimo previsto era de R$ 616,34.

Eduardo Breciani e Renata Veríssimo, da Agência Estado

terça-feira, 30 de agosto de 2011

COMEÇA MOVIMENTO EM PROL DA MEMÓRIA DE JACKSON LAGO

Representantes de diversas entidades da sociedade civil, ex-secretários e ex-auxiliares do governo Jackson Lago reuniram-se, na noite desta segunda-feira (29), no Palácio Cristo Rei, localizado na Praça Gonçalves Dias, para traçar as estratégias de articulação de um movimento em prol da preservação do legado e da memória do ex-governador, que faleceu no começo do mês de abril passado.
 (Foto: Arquivo/Reprodução)
A reunião contou com a presença do ex-vice-governador do Estado, Pastor Luis Porto, da viúva Clay Lago, dos filhos Ludmila e Igor Lago, além de diversas pessoas que integraram a administração do ex-governador.

Na abertura do encontro, Clay Lago explicou que se trata de uma idéia embrionária, que nesta segunda-feira teve sua primeira reunião ampliada, com o principal objetivo de lançar as bases para a criação de uma instituição voltada para preservar a memória e o legado de Jackson Lago.

A ideia de criar um Instituto nasce focada em quatro vertentes principais, porém aberta para abrigar outras contribuições sintonizadas com o espírito destas: a) um memorial da vida pública de Jackson Lago; b) um espaço para estudos, pesquisas e debates, contemplando as bandeiras políticas concretas e atualizadas do povo maranhense e brasileiro; c) a relação com a sociedade (movimentos sociais, grupos organizados, instituições, etc.); e d) a articulação internacional (cooperação desenvolvida durante o governo e a participação do político Jackson Lago em atividades relevantes da história recente do País e do mundo).

O caráter suprapartidário do Instituto deve ser a sua principal marca, a fim de que seja assegurada a pluralidade de idéias e a amplitude dos seus horizontes, além de proporcionar a abertura para as diferentes contribuições no plano da produção intelectual do Estado.

Central de Notícias por Manoel Santos 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

MULHER GOSTA DE ‘CARINHO’

Essa aqui já está ‘rodando’ o mundo e foi repercutida no Colunaço do Pêta deste domingo no JP. “Mulher gosta é de carinho: vestido carinho, sapato carinho, restaurante carinho, carro carinho, perfume carinho, tudo carinho…!!! E tem horror de barata: loja barata, bolsa barata, sandália barata, fazenda barata, decoração barata, roupa barata, comida barata, cortina barata, colônia barata…”!!! Hahahahahaha…. Muito boa!!!

Do Blog do John Cutrim

DILMA QUER QUE CRÉDITO ALAVANQUE OS NEGÓCIOS

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (29) que a concessão de crédito para pequenos empreendedores não pode ser um peso, mas uma alavanca que impulsione os negócios. Ao falar sobre o lançamento do Programa Nacional de Microcrédito (Crescer), ela lembrou que 3,4 milhões de pessoas devem ser beneficiadas até 2013.

"A partir de agora, o pequeno empreendedor que pegar dinheiro emprestado vai pagar uma taxa de juros bem mais baixa, de apenas 8% ao ano. Antes, a taxa de juros chegava a 60% ao ano", explicou, no programa semanal Café com a Presidente.

Segundo Dilma, o Crescer foi criado para profissionais como costureiras, pipoqueiros e artesãos. Cada um pode ter acesso a até R$ 15 mil. "É um crédito para quem precisa de um empurrãozinho", disse.

Além de juros mais baixos, o governo anunciou uma tarifa de abertura de crédito menor - de 3% para 1% do valor emprestado. O valor é válido para qualquer profissional com faturamento de até R$ 120 mil ao ano.

Outra novidade é que os quatro bancos públicos federais - o Banco do Nordeste, o Banco do Brasil, a CaixaEconômica Federal e o Banco da Amazônia - terão de emprestar, até o final do ano, R$ 654 milhões nas linhas de financiamento do Crescer e atender 734 mil clientes. Para 2012, as metas sobem para R$ 1,73 bilhão e 2,24 milhões de pessoas atendidas e, em 2013, para R$ 3 bilhões e 3,46 milhões de beneficiários.

"O microcrédito vai criar empregos e oportunidades para milhões de brasileiros. Com o Crescer, os pequenos empreendedores brasileiros terão a oportunidade de realizar o sonho de ter seu próprio negócio e de conquistar uma vida melhor, com liberdade e autonomia", concluiu Dilma.

Com informações do IMPARCIAL

sábado, 27 de agosto de 2011

OS PAIS DO ATRASO. CAI, SARNEY! DESENCARNA, LULA!

A idade avançada talvez cobre um preço alto a sua memória recente. Como o presidente do Senado, José Sarney, pôde endossar os supersalários, apenas dois meses depois de ser obrigado a limitá-los ao teto do funcionalismo público? A decisão é inconstitucional, ilegal, imoral. Beneficia uns 700 servidores, que poderão voltar a ganhar acima de R$ 26.723,15, mais que os ministros do STF. Vamos todos doar para a campanha “servidor-esperança”.
RUTH DE AQUINO DA REVISTA ÉPOCA
Entendi. Sarney escutou Dilma dizer que o foco de seu governo não é a ética, mas “a faxina contra a pobreza”. E resolveu seguir o conselho da presidente à risca. Seus servidores no Senado ameaçavam greve. Não conseguiriam viver dignamente com menos de R$ 26 mil por mês. Estavam com medo de não poder voar mais de primeira classe. Com a caça às bruxas até no ar, não são todos os que têm o direito de usar helicópteros da PM e jatinhos de empresários para lazer pessoal.

“É como na música do Caetano: é o avesso do avesso do avesso”, disse Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo. Ferraço é relator da reforma administrativa do Senado. Mas que reforma é esta que não resiste à influência do padrinho maranhense sobre um tribunal de Brasília? “É inacreditável”, disse ele. “O teto está na Constituição.” O assombro de Ferraço é o mesmo de todos nós. Essa limitação salarial existe desde 1998. Com todo o respeito, alguém precisa chamar o presidente do Senado à razão.

Sarney consegue, no ocaso de sua vida política, personificar todo o atraso de um país. Lula um dia o chamou de ladrão e depois beijou sua mão. A rima é inofensiva. Mas a blindagem de Sarney é nociva. Ele é o líder de um clã que enriqueceu à custa do povo sofrido do Maranhão, um dos Estados mais miseráveis do Brasil. Imagino que, na faxina contra a pobreza da diarista Dilma, o Estado do sinhozinho Sarney seja uma das prioridades.

O episódio do helicóptero da PM, cedido por Roseana para levar o pai a sua ilha particular de Curupu, é até menor. Ministros do STF desaprovaram como “um desvio de finalidade” o uso pessoal de uma aeronave destinada à segurança e à saúde do povo. Mas a maior contribuição de Sarney para o atraso do Brasil é agir como se fosse o ditador líbio de uma capitania hereditária. É como se estivesse descolado do atual processo nacional. Vive num outro tempo.

“Tenho direito a transporte de representação, e não somente a serviço. É chefe de Poder.” E assim o intocável Sarney ignora a lei de improbidade. Políticos que usam bens públicos em “obra ou serviço particular” podem ser punidos com a perda da função e suspensão de direitos políticos. Sabemos, porém, que nada vai acontecer com o oligarca. Como disse Lula, ele “não é um homem comum”.

Os descaminhos levam ao padrinho-mor, Lula, que não consegue desencarnar do poder. Deveria ser inconstitucional um ex-presidente da República despachar com ministros para tratar assuntos de governo. É escandaloso que Lula crie um governo paralelo, com base em São Paulo, para cobrar ações de ministros de Dilma. Não satisfeito em montar um ministério bichado por escândalos, Lula aponta o candidato do PT à prefeitura de SP. E freia o combate presidencial à corrupção.

Coincidência? Na semana em que Lula volta ao palco como eminência nada parda, os ministros Negromonte, das Cidades, e Novais, do Turismo, ganham uma sobrevida. Esses dois estão por um peteleco. Exonerar Paulo Bernardo das Comunicações é mais complicado, por ser casado com Gleisi. E ele “só” pegou carona na farra aérea.

Com a guerra deflagrada entre congressistas que se chamam de “débil mental” e “safado”, a folha corrida de políticos continuará a vazar. A do PP está às claras: 18 deputados respondem por irregularidades. Os dois Cunha, Eduardo (PMDB) e João Paulo (PT), não vão mais comandar a reforma da Justiça, por serem réus. A OAB acaba de lançar o site Observatório da Corrupção.

Está difícil comprar briga com a sociedade. Vai ser difícil segurar. As baratas vão voar. Se aposenta, Sarney! Desencarna, Lula!

RUTH DE AQUINO. É colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

FLÁVIO DINO SUSPENDE LICITAÇÃO DE R$ 10 MI

BRASÍLIA - As suspeitas de fraudes com verbas do Turismo, que já resultaram na prisão de 36 pessoas há duas semanas , não se limitam ao jogo de cartas marcadas entre integrantes da cúpula do ministério e organizações não governamentais fajutas. Diante do risco de um novo escândalo, o presidente da Embratur, Flávio Dino, decidiu na última terça-feira cancelar, por suspeita de irregularidades, a licitação de R$ 10 milhões para escolher a empresa que se encarregaria da administração dos Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs) no exterior.

EX-SERVIDORA: Sai no Diário Oficial exoneração de diretora do Ministério do Turismo

SUSPENSO: TCU bloqueia pagamentos a ONG beneficiada por deputado do Paraná
A disputa teria sido direcionada para favorecer a Interamerican Viagens e Turismo e a Promo Brasil Representação, as duas primeiras colocadas na concorrência. A Interamerican tem entre os sócios a mulher e o sogro de José Zuquim, ideólogo petista para assuntos de turismo. A Promo pertence a Gisele Antunes Lima, também próxima de Eduardo Sanovikz, presidente do Anhembi Parque na administração da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. A gestão dos EBTs no exterior é um dos contratos mais cobiçados da Embratur. Os dirigentes dos escritórios se tornam uma espécie de "diplomatas do turismo" brasileiro em vários países.

Flávio Dino cancelou a concorrência por recomendação da Comissão de Licitação. Oficialmente, a Embratur alega que decidiu refazer o processo porque a vencedora da disputa, a Interamerican, abriu mão de um dos dois contratos. Isso prejudicaria o resultado final do programa. Mas dirigentes da própria instituição confidenciaram ao GLOBO que o certame foi cancelado por suspeita de irregularidades. Ao abrir mão de um dos contratos, a Intermarican favoreceria a Promo. A concorrência teve início no fim do ano passado, ainda durante a gestão do ex-secretário-executivo do ministério Mário Moysés, um dos investigados na Operação Voucher.

A Embratur dividiu a concorrência em dois blocos. Na disputa pelo lote A, as empresas deveriam apresentar propostas sobre a administração dos EBTs na América do Norte e na do Sul. No lote B, estava em jogo o mercado da Europa. Nos dois casos, as empresas deveriam apresentar projetos para divulgar pontos turísticos do Brasil no exterior e atrair visitantes ao país. A Interamerican ficou em primeiro lugar nas duas disputas. Mas, de forma surpreendente, desistiu do mercado europeu.

O pedido de renúncia ao segundo lote foi enviado à Comissão de Licitação no fim de julho, quando o processo já estava quase concluído. Com isso, a Embratur teria que entregar o contrato para a segunda colocada, a Promo. Mas integrantes da comissão desconfiaram da manobra e recomendaram a revogação de todo o processo, o que foi aceito por Flávio Dino.

Danielle Clouzet de Roman, uma das donas da Interamerican, disse não ver problema em abrir mão de um contrato.

- A gente escolheu o objeto que mais nos interessava: a América do Norte e a do Sul.
José Zuquim confirmou ligação com integrantes da cúpula do PT de São Paulo, mas disse que não teve qualquer ingerência nos negócios de Danielle. Gisele Lima também negou qualquer irregularidade. Segundo ela, a Promo ficou em segundo lugar e estava habilitada para tocar o programa do segundo lote porque tem profissionais competentes.

Jailton de Carvalho (jailtonc@bsb.oglobo.com.br) e Chico de Gois (chico.gois@bsb.oglobo.com.br)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

‘NÃO TEM NADA DE MAIS…’

Nossa série “Não tem nada de mais” recebeu colaboração notável do senador José Sarney. Flagrado em um helicóptero da PM do Maranhão – aparelho comprado para transporte de doentes e feridos -, e na companhia de um empreiteiro que tem negócios com o governo maranhense, fazendo um voo de São Luís para sua ilha particular, em fim de semana, Sarney reagiu conforme o figurino da série: por ser chefe de poder, tem direito “a segurança e transporte de representação em todo o território nacional”, em qualquer circunstância, mesmo a lazer.
Ou seja: não tem nada de mais.
Mas considerando que Sarney representa um poder federal e que o helicóptero é estadual e não destinado a “transporte de representação”, ou seja, não é para dar carona a autoridades, não haveria aí algo errado ou ao menos estranho? Não, argumenta o senador, pois viajou a “convite” de autoridade estadual máxima, a governadora do Maranhão. A circunstância de a governadora ser sua filha, Roseana, tudo bem?
Resposta: qual o problema?
Pois vamos imaginar um problema. Suponha, caro leitor, que um presidente do Senado – não o Sarney, claro, que não é disso – resolva patrocinar, digamos, uma festinha com amigos e amigas numa mansão de praia e peça “transporte de representação” ao governador local, que coloca à disposição um avião da PM.
Pode?
O simples bom-senso e o mínimo de ética dizem que não, não pode. Este caso imaginado está no limite, mas é exatamente a mesma situação da viagem real de Sarney. Ele não ia à farra, mas a descanso. Ok, mas continua sendo lazer absolutamente pessoal e privado. Estava levando não uma turma, mas só um convidado, certo. Ocorre que o cidadão, o empreiteiro, não tem direito legal a “transporte de representação” e, pela ética, nem devia receber a hospitalidade do senador, por haver um claro conflito de interesses.
Alguém da turma do “Não tem nada de mais” poderia argumentar que o empreiteiro tem negócios com o governo estadual, não com o Senado. Mas o helicóptero era estadual. Além disso, como disse o senador, os dois estavam ali a “convite” da governadora que, aliás, é herdeira da tal ilha.
Poderiam também argumentar que o presidente do Senado precisa de segurança. Mas ali? Ele? Um segurança do Senado para carregar as malas já dava conta do serviço, não é mesmo? Quem precisa de segurança é juíza que condena bandidos perigosos, não chefe de poder que distribui benesses como os supersalários no Senado.
Em resumo, não existe a menor possibilidade de se justificar com um mínimo de lógica e decência a viagem do senador e seu amigo.
Só cabe mesmo a resposta do vice-líder do governo Roseana Sarney na Assembleia Legislativa do Maranhão, o deputado estadual Magno Bacelar (PV): “Queria que o presidente do Senado fosse andar de jumento? Enfrentar um engarrafamento? Esse helicóptero, é claro, tem que servir aos doentes. Mas tem que servir às autoridades, esta é a realidade.”
Perfeito. O deputado leva, até aqui, o título de campeão nacional do “Não tem nada de mais”. O ex-presidente Lula concorre por fora, com a justificativa, digamos teórica. Ele disse, – lembram-se? – que Sarney, pela sua biografia, “não pode ser tratado como uma pessoa comum”.
Para registrar parte da biografia: a família Sarney, que controla o Maranhão há décadas, vai muito bem, obrigado. Quantos brasileiros têm ilha particular? Quanto ao Maranhão, disputa o título de mais miserável do país.
“Para o bem do povo”
O presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Brasília), Olindo Menezes, inaugurou uma versão paralela do “Não tem nada de mais”.
O caso é simples. A lei determina que nenhum funcionário público pode ganhar mais que o salário de um juiz da Suprema Corte, uns 26 mil reais.
Cerca de 700 funcionários passavam do teto e tiveram seus vencimentos reduzidos, por ordem judicial. A mesa diretora do Senado, presidida por Sarney, recorreu ao juiz Menezes, que mandou a Casa voltar a pagar os chamados supersalários.
Entre outros motivos, disse que o corte dos salários “atenta contra a ordem pública”, pois coloca “de joelhos o normal funcionamento” do Senado.
O que quer dizer isso? Que os funcionários não trabalhariam mais caso a decisão judicial não os favorecesse? Eles não podem fazer isso. E mesmo que fizessem, de onde o juiz tirou que o Senado pararia?
Os funcionários envolvidos certamente têm o direito de discutir o caso na Justiça. Mas a mesa do Senado não deveria ir à Justiça contra uma lei aprovada ali mesmo.
Tudo, porém, fica mais fácil de entender quando se sabe que muitos senadores passam do teto salarial, inclusive Sarney, possivelmente com mais de R$60 mil mensais.
Quanto ganha exatamente o presidente do Senado? O site Congresso em Foco perguntou diretamente a ele. Sarney respondeu que não diria, “resguardado pelo direito constitucional à privacidade sobre os meus vencimentos, que tenho como qualquer cidadão brasileiro”.
Repararam? Para voar no helicóptero da PM, é autoridade, uma pessoa não comum. Para esconder quanto ganha dos cofres públicos, é cidadão qualquer.

Carlos Alberto Sardenberg do blog do John Cutrim

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DONOS DO MUNDO SÃO DO MA

Estou de férias, passando uns dias na Bahia, e queria entender direitinho essa história do Sarney fazendo turismo no helicóptero do Maranhão. Vamos lá:

Então, o governo do Estado mais pobre, com o pior IDH e os piores índices de português e matemática comprou o helicóptero mais caro do país?

A desculpa, ops!, o motivo foi cuidar da segurança de todos os cidadãos maranhenses?

E o tal helicóptero serve mesmo para transportar os pais da governadora nos fins de semana, com todo o conforto, para a ilha particular da família?

Mas os índices de criminalidade não são piores justamente nos fins de semana, quando o tal helicóptero seria mais útil para a população?

E o que estavam fazendo no voo o um empresário que tem os maiores contratos com o Estado e a sua mulher? Tratando do interesse público?

O que é mais urgente e importante: o ferido com traumatismo encéfalocraniano que chegou no primeiro helicóptero e ficou esperando o desembarque da família imperial e seu séquito ou os veranistas Sarney e seus amigos empresários?

Se o Sarney ganha R$ 62 mil por mês, do Senado, da aposentadoria do governo do Maranhão e de uma tal aposentadoria do Tribunal de Justiça do Estado (que é uma verdadeira mãe, pelo visto), por que ele não pode pagar os próprios passeios?

Desisto. Não dá mesmo pra entender nada. Só os verdadeiros motivos de o Maranhão e os maranhenses estarem como estão. É de chorar.

Eliane Cantanhêde, na Folha de S.Paulo

terça-feira, 23 de agosto de 2011

OAB: SARNEY DEVE DEVOLVER O DINHEIRO GASTO EM VIAGENS

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quer que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e sua filha, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), devolvam ao erário o que foi gasto com o uso de helicóptero da Polícia Militar estadual a serviço da família. Em dois fins de semana, o aparelho foi flagrado levando Sarney, sua mulher, Marly, e amigos para a ilha do Curupu, pertencente à família do senador, segundo denúncia do jornal Folha de S. Paulo. O presidente do Senado teria usado a aeronave de R$ 16,5 milhões duas vezes neste ano.
 Ophir Cavalcante
 “É um caso típico de confusão entre o público e o privado”, afirmou o presidente da OAB, Ophir Cavalcante. “Espero que o bom senso prevaleça e que o Estado seja ressarcido pelo dano sofrido”, acrescentou. Para ele, pai e filha têm responsabilidade no episódio, mas a maior carga de cobrança recai sobre a governadora, porque o helicóptero pertence ao patrimônio estadual. “É inerente ao cargo que o dirigente público tenha compromisso moral e ético no trato da coisa pública”, explicou.

Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo, em uma das idas, o peemedebista foi acompanhado de um empresário que tem contratos milionários no Estado governado por sua filha. Ao final da viagem, o desembarque das bagagens de Sarney teria atrasado o atendimento, pela Polícia Militar, de um homem com traumatismo craniano e clavícula quebrada.

Por meio de sua assessoria, Sarney disse ter “direito a transporte de representação e segurança em todo o território nacional, seja no âmbito federal ou estadual, sem restrição às viagens de serviço”. Disse ainda que o Legislativo, a exemplo do Executivo e do Judiciário, “são poderes da União independentes e harmônicos entre si” e que estava no Maranhão a convite da governadora do Estado, por acaso sua filha. Vídeos feitos por um cinegrafista amador mostram que houve pelo menos duas viagens no mesmo helicóptero para a ilha.

Na última, realizada no dia 26 de junho, Sarney teria levado como seus convidados um empresário que tem negócios com o governo maranhense e a mulher dele. Na primeira viagem, em 10 de junho, o presidente do Senado se fez acompanhar da mulher, Marly, e familiares. “É lamentável ainda ver o público sendo uma extensão do privado”, criticou Ophir. “Isso é cultural no País”.

John Cutrim com informação das Agências de Notícias

CONTA DE ENERGIA MAIS CARA NO MA A PARTIR DE DOMINGO

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou nesta terça-feira (23), em reunião pública, o reajuste tarifário da concessionária Companhia Energética do Maranhão (CEMAR). As novas tarifas entrarão em vigor no domingo, 28 de agosto, para 1,7 milhão de unidades consumidoras em 217 municípios no Maranhão. O aumento será de 7,25%.

Ao calcular os índices de reajuste, a Agência considera a variação de custos que a empresa teve no decorrer do período de referência. A fórmula de cálculo inclui custos típicos da atividade de distribuição, sobre os quais incide o IGP-M e o Fator X*, e outros custos que não acompanham necessariamente o índice inflacionário, como energia comprada de geradoras, encargos de transmissão e encargos setoriais. Os índices aprovados são o máximo que as empresas podem praticar.

O pleito da empresa está disponível na página da Agência. Mais informações sobre os processos de reajustes tarifários podem ser consultadas no endereço eletrônico da ANEEL (www.aneel.gov.br), perfil espaço do consumidor, na cartilha "perguntas e respostas sobre tarifas de distribuidoras de energia elétrica". (FA/GL)

Fator X é um índice fixado pela ANEEL na época da revisão tarifária. Sua função é repassar ao consumidor os ganhos de produtividade estimados da concessionária decorrentes do crescimento do mercado e do aumento do consumo dos clientes existentes. Assim, o mecanismo contribui para a modicidade tarifária.

Resolução Normativa ANEEL n. 234, de 31 de outubro de 2006 (Diário Oficial, de 8 nov. 2006, seção 1, p. 111)

O imparcial

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

SARNEY USA HELICÓPTERO DO MA EM VIAGEM PARTICULAR

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), usou um helicóptero da Polícia Militar do Maranhão para passear em sua ilha particular duas vezes neste ano. A aeronave foi adquirida no ano passado para combater o crime e socorrer emergências médicas. Foi paga com recursos do governo estadual e do Ministério da Justiça e custou R$ 16,5 milhões.
A informação está na reportagem de Felipe Seligman e João Carlos Magalhães publicada na Folha desta segunda-feira (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Numa das viagens até a ilha de Curupu, onde tem uma casa, o senador foi acompanhado de um empresário que tem contratos milionários no Maranhão, que é governado por sua filha Roseana Sarney (PMDB).
No fim do passeio, o desembarque das bagagens de Sarney atrasou o atendimento de um homem com traumatismo craniano e clavícula quebrada que fora socorrido pela PM e chegara em outro helicóptero antes de Sarney.
Um cinegrafista amador registrou imagens que mostram Sarney e seus amigos desembarcando no heliponto da Polícia Militar em São Luís em dois domingos, 26 de junho e 10 de julho. A Folha obteve cópias dos vídeos:
Outro lado
Sarney, afirmou, por meio de sua assessoria, que o uso pessoal do helicóptero da Polícia Militar do Maranhão se justifica porque ele tem “direito a transporte de representação e segurança em todo o território nacional, seja no âmbito federal ou estadual, sem restrição às viagens de serviço”.
A assessoria afirma que os voos particulares do senador estão em consonância com a Constituição, mas não se pronunciou sobre a presença do empresário no voo e a demora no atendimento do pedreiro ferido.
Políticos que usam bens públicos em “obra ou serviço particular” podem ser punidos com a perda da função e suspensão de direitos políticos, conforme a Lei de Improbidade Administrativa. Uma lei estadual de 1993 proíbe “a utilização de veículos oficiais em caráter pessoal” no Maranhão, mas não deixa claro se a restrição pode ser aplicada aos helicópteros da polícia.
Ao discursar na entrega da aeronave em 2010, a governadora Roseana disse que a aquisição era “uma demonstração [de] que estamos investindo em uma polícia moderna, [...] afastando de vez a bandidagem” do Maranhão.
A gravação feita no dia 10 de julho mostra Sarney e sua mulher, Marly, saindo da aeronave. O senador usa roupas claras e uma boina.
Os primeiros a desembarcar foram o empresário Henry Duailibe Filho e sua mulher, Cláudia. Primo do marido de Roseana, Jorge Murad, Duailibe é dono de uma construtora e de concessionárias de automóveis que têm contratos de pelo menos R$ 70 milhões com o Estado.
Os vídeos obtidos pela Folha não têm cortes, mas as imagens são pouco nítidas em alguns momentos, porque foram captadas por uma câmera amadora a mais de 500 metros de distância.
Mesmo assim, é possível ver com clareza a saída dos passageiros e os funcionários da base da PM descarregando a bagagem depois.
Acidente
Dez minutos após a chegada de Sarney e seus amigos, os funcionários retiraram numa maca o paciente que esperava no outro helicóptero.
O homem socorrido é o pedreiro Aderson Ferreira Pereira, 40, que sofrera um acidente e estava sendo transportado para um hospital em São Luís. Ele vive em Alcântara, a 53 km de São Luís, e viajou acompanhado pela irmã, Rosângela Pereira, 45.
Localizado pela Folha na semana passada, o pedreiro disse que teve de esperar algum tempo até ser retirado do helicóptero. “Me disseram que a ambulância não tinha chegado”, afirmou Pereira, que já se recuperou do acidente e voltou ao trabalho. Sua irmã disse ter visto “o pai e a mãe da governadora” enquanto aguardava na base aérea da PM. Ela contou que a ambulância que levaria seu irmão ao hospital já estava à espera quando o helicóptero que o socorreu aterrissou.
Rosângela acertava detalhes do transporte do irmão quando uma funcionária alertou-a para a chegada de Sarney. “Ela disse: “Querem olhar os pais da governadora?” Aí eu disse: “Quero”. E nós olhamos rapidinho.”
Leia mais na Folha desta segunda-feira, que já está nas bancas.
Empresário nega conflito de interesses em viagem de helicóptero
O empresário Henry Duailibe Filho afirmou que não vê problemas em pegar carona no helicóptero da Polícia Militar do Maranhão, nem conflito de interesses por causa de sua proximidade com a família Sarney.
Folha – O presidente do Senado fez viagens num helicóptero da PM do Maranhão. Numa delas, o sr. estava junto.
Henry Duailibe Filho – Olha, sou amigo da família há 40 anos. E devo ter pego alguma carona, como ele vinha só, posso estar dentro. A viagem não é minha, tá?
As empresas da sua família mantêm contratos de pelo menos R$ 70 milhões…
As empresas da família têm oito revendas Ford, e não tem um carro Ford vendido para o Estado. [As empresas] trabalham aqui para a Vale, a Alumar, a Petrobras, a Odebrecht, a Camargo Corrêa…
E para o governo do Estado.
Eu me sinto no direito de participar das concorrências e nunca fui privilegiado.
O sr. é primo do marido da governadora, Jorge Murad?
Sou primo. Em todos os governos que tem, consegui trabalhar. Porque empresa não tem partido político.
Essa proximidade com a família Sarney não pode gerar conflito de interesses?
Não. Porque eu sou amigo não posso participar? Me vê a lógica disso. Porque sou amigo de A, B ou C, tenho de ficar fora? Tenho uma empresa, que está aberta, pago meus impostos devidos. Não tenho nada a esconder, nada. Esses assuntos que vocês [jornalistas] se metem às vezes me atrapalham. Não me atrapalham em negociatas, porque não faço, nem sei se tem. Por que não posso pegar obra?
O sr. acha correto um senador e um empresário usarem um helicóptero destinado a combater o crime para ir passear?
Não posso te afirmar. Isso aí é uma ideia que você está fazendo. Não posso analisar se é correto ou incorreto. Se peguei uma carona… Eu estando lá e ver [o helicóptero] vazio, não posso ir?
O que o sr. acha?
Eu acho que posso.

John Cutrim com informaões da Folha de São Paulo

sábado, 20 de agosto de 2011

CIENTISTA MIRIM DE 13 ANOS REVOLUCIONA A FORMA PARA CAPTAR ENERGIA SOLAR, VEJA


A invenção de um menino de 13 anos pode modificar a forma como coletamos energia solar nos dias de hoje. Aidan Dwyer, um rapazinho americano, bolou uma maneira de organizar os painéis solares que garante um melhor aproveitamento da luz e, assim, uma maior produção de energia. Semelhante a uma pequena planta, o invento do menino aumenta a eficiência do mecanismo entre 20% a 50%.

Instigado pelo mecanismo utilizado pelas árvores para absorver luz solar, Dwyer teve uma ideia que lhe rendeu o prêmio de Jovem Naturalista, concedido pelo Museu Americano de História Natural. A atual maneira de gerar energia através da luz do sol consiste em arranjar os painés solares horizontalmente, ao contrário do sistema bolado pela própria natureza. Após estudar durante algum tempo, o menino decidiu montar em um suporte vertical pequenos painéis, de forma que estes ficassem organizados como folhas em galhos. E funcionou.
Os testes realizados com o experimento mostram que, comparado ao mecanismo original, a árvore-solar de Dwyer é muito mais eficiente. Inclusive em épocas de menor incidência solar, tais como o inverno, a novidade leva a melhor. Além disso, o sistema, justamente por ser vertical, não é "enterrado" pela neve e também é menos prejudicado pela chuva.

O menino, ao explicar o funcionamento do seu modelo, ainda ressaltou outra vantagem: para ambientes urbanos, que carecem de espaço, ele é ideal. Além do que, acrescentou, a semelhança com uma árvore torna tudo ainda mais bacana.

Resta saber se existirão empresas interessadas em replicar a ideia em escala maior. Por enquanto, os modelos do menino têm se saído muitíssimo bem. O mais interessante é que o projeto de Aidan Dwyer não foi feito para uma grande feira internacional, mas sim para a feira de ciências da escola. Aos 13 anos, esse pequeno inventor já conta com diversos entusiastas e alguma notoriedade ao redor do mundo.

Fonte: techtudo.com.br

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

FLÁVIO SE PREPARA PARA 2014

A direção municipal do PCdoB São Luís realizará neste sábado, às 9 horas, no auditório Che Guevara(Sindicato dos Bancários) um ato político de recepção aos novos filiados. O ato contará com a presença de membros da direção nacional do partido, do deputado estadual Rubens Júnior e do presidente da Embratur, Flávio Dino. “É mais um ato de boas vindas aos que ingressam no PCdoB para reforçar a luta democrática e popular em São Luís e no Maranhão”, anunciou o presidente do partido, Márcio Jerry.

Vários dos novos filiados ao partido pretendem integrar a chapa de candidatos a vereador. É o caso do prof. Lisboa, atual suplente de vereador; advogado Ericeira Filho; Cel Santos; sargento Jean Marry; professor Oduvaldo Cruz; empresário Leonardo Santos; e a assessora da Pastoral de Juventude, Zeny Pinheiro. “Nossa meta é pelo menos duplicar a representação do PCdoB na Câmara Municipal hoje composta pelos vereadores Fernando Lima e Rose Sales”, informa Jerry.

O ato marcará também a refiliação do ex-deputado estadual Luiz Pedro aos quadros do PCdoB depois de 24 anos de afastamento. Em 1982 ele foi eleito para o primeiro mandato de estadual pelo Bloco Popular do PMDB, na época espaço de atuação partidária do PCdoB, que estava na clandestinidade imposta pela ditadura militar.

Candidatura de Flávio em 2012
O ato de filiação é parte da programação dos comunistas em preparação à 13ª Conferência Municipal, marcada para os dias 17 e 18 de setembro. Na Conferência será definida a tática eleitoral do partido, inclusive a posição sobre ter ou não candidato próprio para disputar a prefeitura municipal no próximo ano.

O ex-deputado Flávio Dino, considerado um dos nomes para a disputa, não descarta nem a candidatura nem o apoio a um outro candidato. Para Jerry o “momento é de construir a unidade de vários partidos em torno de uma proposta renovadora e mudancista para São Luís e para o Maranhão”. Sobre a candidatura de Flávio Dino, o dirigente comunista se limita a dizer que a decisão “será tomada na hora certa e coletivamente, com a participação de todos os aliados de 2012 e 2014”.

Do Blog John Cutrim

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O MARANHÃO ESTÁ DOENTE

Um discurso da deputada Gardênia Castelo, ontem, no grande expediente da Assembleia, serviu para mostrar como esse país, e em particular o Maranhão, foi desatento no decorrer dos tempos com a saúde de seu povo. Alguns dados inferidos da Pesquisa Nacional Por Amostragem, do IBGE sobre o saneamento básico, “um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil”, são verdadeiramente assustadores ao expor a falta de controle dos fatores físicos que podem exercer efeitos nocivos ao homem, prejudicando seu bem- estar físico, mental e social, conforme a mais que autorizada definição da Organização Mundial de Saúde.

O discurso é, sinteticamente, um estudo detalhado do caos no setor, divulgado pelo IBGE no ano de 2008, quando a maioria dos domicílios brasileiros não tinha acesso a rede geral de esgoto e havia uma enorme discrepância entre as regiões brasileiras.

No país inteiro, 32 milhões de residências não possuíam ligação com rede de esgoto. Basta ver que a Organização Mundial de Saúde, conforme o discurso de Gardênia, difundiu que para cada unidade monetária investida em saneamento básico, tem-se uma economia de quatro unidades com assistência médico-hospitalar.

É praticamente impossível calcular o número de doenças que poderiam ser erradicadas ou evitadas com o simples acesso a água potável, esgotamento sanitário e condições mínimas de higiene, dispensando-se o tratamento médico, sempre oneroso e de difícil acesso às classes sociais menos favorecidas.

E o Maranhão, como sempre, “na rabeira de qualquer vapor”, pois em 2008 a cobertura sanitária alcançava apenas 50% dos domicílios contra 68,8% do restante das unidades federadas do Nordeste. E a capital, São Luís, mais atrás ainda, com apenas 47% de cobertura sanitária dos domicílios.

Há coisas mais graves ainda. Apenas 28,5% dos municípios brasileiros faziam tratamento do esgoto coletado, com um monumental destaque negativo para as regiões Norte e Nordeste: apenas 7,6%.

E para que se tenha uma ideia do quanto os 50 anos de sarneisismo contribuíram para adoecer os maranhenses, quando esse enfoque (tratamento de esgoto) foi feito em cima dos Estados, o Maranhão apresentou um estarrecedor resultado: incríveis 1,4%.

O discurso é uma obra de pesquisa aprofundada, em linguagem limpa, a denunciar que na distribuição de água por rede geral, no Maranhão, a cobertura chegava a tão-somente 57% das moradias contra 68,8% do Nordeste em geral.

Na visão da deputada, a maior parte da culpa recai sobre a Caema que, “se deixasse de existir, ninguém notaria sua falta”. E, para repetir suas palavras, o governo do Estado sequer pode alegar falta de recursos, posto que o saneamento básico consta do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC.

São dados concretos. O Maranhão está também entre os Estados que concentram os maiores percentuais de municípios brasileiros que não tratam a água distribuída para o consumo humano. Trata apenas 21,8% da água que distribui à população.
Cria-se, assim, um verdadeiro manancial de doenças nas classes pobres. E ainda há quem tenha a coragem de embargar a construção de hospital em São Luís.

 Editorial do Jornal Pequeno, com informações do John Cutrim  

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

CONTRA A VONTADE DE SARNEY CAPIBERIBE IRÁ PARA O SENADO

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), acolheu ontem recurso do ex-governador do Amapá, João Capiberibe (PSB), que havia sido considerado inelegível pela lei da Ficha Limpa. No ano passado, o ex-governador havia recebido votos suficientes para ocupar uma vaga no Senado, mas teve o registro da candidatura indeferido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Capiberibe havia sido cassado em 2004 por suspeita de compra de votos. Por causa disso, segundo a Ficha Limpa, ele não poderia ter o novo mandato. A decisão foi dada antes do pronunciamento do Supremo, em março, que considerou que a lei da Ficha Limpa só será aplicável a partir de 2012.

Em sua decisão, o ministro Fux afirma que o entendimento do TSE ofende a regra da "anterioridade eleitoral" -que determina que uma lei que altere o processo eleitoral só pode ser aplicada às eleições que ocorrem ao menos um ano depois da sua edição.

Com informações do JP

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

DE TRAIDOR A TRAÍDO: TADEU É EXCLUÍDO DO PLEITO DE 2012

Se o ex-prefeito Tadeu Palácio (PMDB), hoje secretário estadual de Turismo, ainda alimentava alguma esperança de se candidatar a prefeito de São Luís na eleição do ano que vem, o mesmo teve suas pretensões dissipadas de vez com o anúncio extra-oficial Roseana Sarney de que o candidato do grupo para enfrentar o prefeito João Castelo é o secretário de Infraestrutura, Max Barros.

Desde que decidiu abandonar o barco da oposição e ingressar no grupo Sarney, o butolínico Tadeu Palácio tinha, entre uma das condicionantes, o sonho de voltar a ser prefeito de São Luís, apesar da administração fracassada e ineficiente a frente do Palácio La Ravardière, uma das piores que já passaram pela capital.
Achava o ex-pedetista-jackista que ingressando na nau sarneysista e aceitando, comportado e sem estrebuchar, uma secretária inexpressiva poderia conquistar nesse meio intervalo o apoio dos Leões, dada a ausência de nomes com chances viáveis de concorrer no grupo.

Palácio chegou até a recusar o convite do amigo, deputado Jota Pinto, para ser o candidato do PR a prefeito. Imaginava ainda que poderia ser ungido do clã no PMDB. Quando já articulava apoio de lideranças, mobilizava antigos aliados seus, plantava notas na imprensa e mandava seus cabos eleitorais disseminarem que estava bem colocada nas pesquisas eis que veio a rasteira com o anúncio de Roseana de que Barros é seu favorito para a sucessão municipal.

Um golpe duro nos planos de Tadeu, que já começavam a ser alinhavados na tentativa de retornar ao comando da capital. Com a declaração de Roseana pró Max Barros, Palácio viu sua candidatura ser sepultada. Foi alijado pelos “aliados” de agora do processo eleitoral de 2012.

Bem, diante de tamanha humilhação, resta ao ex-prefeito agora somente recolher à insignificância do cargo que ganhou por ter traído aqueles que lhe colocaram na política, ou seja, o mesmo destino que terão muitos outros traidores que optaram ou ainda vão optar por fazer parte da turma que representa o que há de mais atrasado, retrógrado e arcaico na política brasileira.

Blog do John Cutrim 

domingo, 14 de agosto de 2011

INVESTIGAÇÕES DA FEDERAL ENVOLVEM PEDRO NOVAIS

O MINISTRO ENTROU NA FESTA
Corrupção no Ministério do Turismo inclui obra que recebeu milhões liberados pelo atual ministro

Há algum tempo não se via coisa parecida. Na semana passada, a Polícia Federal (PF) prendeu 36 pessoas na Operação Voucher, suspeitas de participar de desvio de recursos no Ministério do Turismo. Entre os presos está o secretário executivo do ministério, Frederico Silva da Costa. A investigação se concentra em um convênio que liberou R$ 4 milhões para o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). No papel, o Ibrasi deveria treinar pessoas no Amapá para trabalhar no setor turístico. Na realidade, segundo a PF, o dinheiro foi desviado para empresas de fachada, montadas por servidores, políticos e empresários.
Nas investigações, surgiu outro grande negócio com ingredientes para um novo escândalo. É comum que conversas gravadas com autorização captem diversos assuntos tratados pelos investigados. Foi assim que os policiais esbarraram no nome da empresa Warre Engenharia, de Goiânia.
Os desdobramentos podem criar problemas para o atual ministro, Pedro Novais, do PMDB. A Warre foi contratada pela prefeitura de Goiânia para revitalizar o Parque Mutirama, a principal área de lazer na área central da capital de Goiás. O dinheiro para a obra – R$ 45 milhões – é do Programa Nacional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), que tem recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e é administrado pelo Ministério do Turismo.
Na época em que foi firmado o convênio entre prefeitura e ministério, Frederico Silva da Costa era o responsável pelo Prodetur. A escolha da empresa Warre não foi uma surpresa para o setor da construção civil em Goiás, segundo ÉPOCA ouviu de empresários de Goiânia. Antes mesmo da realização da concorrência pública no 001/2010, executivos do mercado comentaram que a obra estava destinada à Warre. Essas versões eram alimentadas por causa da relação de amizade entre as famílias de Frederico Costa, o responsável pela liberação dos recursos, e dos empresários Paulo Daher e Paulo Daher Filho, os donos da Warre.
Nove empresas se inscreveram para participar da licitação para a reforma do Parque Mutirama. Seis foram desclassificadas pela prefeitura. Das três que continuaram na disputa, duas desistiram às vésperas da abertura de propostas. Sobrou apenas a Warre. Denúncias feitas na Câmara Municipal de Goiânia pelo vereador Elias Vaz (PSOL) fizeram com que o prefeito Paulo Garcia (PT) anunciasse o cancelamento da concorrência e a abertura de uma nova licitação. Garcia sondou então o Ministério do Turismo e soube que, se revogasse a licitação vencida pela Warre, os recursos federais seriam suspensos.
“A prefeitura recebeu um ofício do Ministério do Turismo em novembro de 2010. O documento dizia que o recurso estava liberado para a execução da obra e que, se ela não fosse iniciada até 31 de dezembro, o município perderia o dinheiro. Os recursos voltariam para o Orçamento Geral da União”, diz Andrey Azeredo, secretário de Licitações da prefeitura de Goiânia. “O ato de revogação da licitação do Mutirama foi até confeccionado. Mas, por problemas internos, o ato não foi publicado e ficou sem validade.”
O prefeito de Goiânia iria revogar a licitação, mas desistiu depois de aviso do Ministério do Turismo Como a revogação não foi publicada, o contrato com a Warre Engenharia foi firmado.
O Ministério Público Federal entrou no caso. Para os procuradores, tudo leva a crer que a licitação foi um jogo de cartas marcadas. Em janeiro, o procurador da República Marcello Santiago Wolff considerou ter indícios suficientes para abrir um inquérito para apurar fraude na concorrência. Mesmo depois de o Ministério Público ter oficialmente informado o Ministério do Turismo sobre a investigação, o ministro Pedro Novais foi a Goiânia no final de abril. Novais participou de uma solenidade festiva em que anunciou a liberação dos “primeiros R$ 10 milhões” para as obras. Novais sabia das irregularidades. “Houve realmente alguns questionamentos, mas que já foram solucionados”, afirmou Novais, em discurso.
Segundo o Ministério Público, não há nada solucionado no caso. Na semana passada, a pedido dos procuradores, a Polícia Federal também abriu inquérito para investigar irregularidades na licitação para as obras no Mutirama. O empresário Paulo Daher, dono da Warre, afirmou que são “infundadas” as alegações do Ministério Público Federal. Daher enviou uma nota técnica da prefeitura de Goiânia, na qual se baseia para alegar que a licitação foi legal.
Daher não quis comentar sua relação pessoal com Frederico Silva da Costa. Em resposta a ÉPOCA, o ministro Novais disse que, por causa das investigações do Ministério Público, passará a ser mais “cauteloso” nos repasses de dinheiro para a obra do Parque Mutirama. Ele disse também que se confundiu na hora de anunciar os recursos liberados em Goiânia. Novais diz que ele mesmo só autorizou a liberação de R$ 4 milhões.
Em janeiro, ÉPOCA já mostrara que Costa era uma fonte potencial de grandes problemas para o governo Dilma. Um dos motivos era sua gestão à frente do Prodetur. Com Frederico no comando, o governo de Goiás teve acesso a R$ 13 milhões do programa e construiu uma rodovia que favoreceu o acesso ao Rio Quente Resorts, na região de Rio Quente, um dos principais pontos turísticos de Goiás. Outro programa do ministério, o Fundo Geral de Turismo, também concedeu um financiamento ao Rio Quente Resorts. Seria uma operação legítima, se o resort não pertencesse à família de Costa. Além da suspeita de dar uma força aos negócios da família com dinheiro de todos os brasileiros, Costa também é alvo de outra investigação. Ele, o pai e o irmão são acusados de desvio de recursos públicos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) nos anos 1990. Seus bens estão bloqueados pela Justiça por causa da investigação. Apesar dos fatos desabonadores para sua nomeação para o segundo cargo no Ministério do Turismo, Costa foi mantido no governo por pressão do PMDB, acolhida pelo então chefe da Casa Civil, Antonio Palocci.
Na semana passada, as investigações da PF mostraram que Frederico Silva da Costa não atuou apenas em Goiás. Segundo a PF, Costa, na prática o verdadeiro ministro da pasta, foi fundamental para a liberação de verbas para o Ibrasi. Tudo começou com uma emenda ao Orçamento proposta pela deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), que destinou R$ 4 milhões para o treinamento de trabalhadores no setor turístico no Amapá.
A PF afirma que Costa atuou não só para liberar a emenda de Fátima, como garantiu o escoamento do dinheiro dos cofres públicos para entidades fajutas. Em uma das gravações captadas pela Polícia Federal, Costa ensina o empresário Fábio Mello a montar uma entidade de fachada para receber o dinheiro liberado pelo ministério – e que seria desviado depois.
“O importante é a fachada e tem de ser uma coisa moderna, que inspira confiança em relação ao tamanho das coisas que vocês estão fazendo”, diz Costa. “Pega um negócio aí para chamar a atenção, assim, de porte, por três meses. Mas é para ontem! Que, se alguém aparecer para tirar uma foto lá nos próximos dias, as chances são altas!”
Dono da Conectur, que recebeu dinheiro público pelo Ibrasi e deveria treinar trabalhadores, o petista Errolflynn Paixão disse, em depoimento à PF, que seu sócio na empresa “chegou a dizer que o dinheiro seria devolvido à deputada (Fátima Pelaes)”.
Secretário nacional de Desenvolvimento do Turismo até a semana passada, o ex-deputado federal Colbert Martins (PMDB-BA) foi preso porque assinou a liberação da verba com base em um documento falso.
Em um diálogo com sua chefe de gabinete, captado pela polícia, Colbert demonstra preocupação com a emenda de Fátima Pelaes, pois ela seria de interesse do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). “E tem de ver aquela obra lá do Amapá, aquela lá da Fátima Pelaes, daquela confusão do mundo todo, que é de interesse do Sarney. Tá certo?”, diz Colbert.
“Que se cancelar aquilo, aquilo tá na bica de cancelamento, enfim algumas que eu sei de cabeça, assim. Cancela aquela, pega Sarney pela proa, vai ser mais confusão ainda, o.k.?” A deputada Fátima Pelaes nega as acusações.
Colbert e Frederico Silva da Costa têm algo em comum – além de ambos trabalharem no mesmo ministério, terem tratado da emenda de Fátima Pelaes e terem sido presos na semana passada. Eles chegaram a seus cargos indicados por Francisco Bruzzi, assessor da liderança do PMDB na Câmara dos Deputados. Bruzzi trabalha em uma sala minúscula, com espaço apenas para sua mesa e de sua secretária.
Economista de 62 anos, com longa carreira em cargos públicos no Executivo e no Legislativo, Bruzzi é chefe de gabinete do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). Ele é especialista nos trâmites do Orçamento Geral da União. Pelas mãos de Bruzzi, passam as sugestões de gastos do PMDB que ultrapassam R$ 1 bilhão por ano. Sugestões de Bruzzi para os ministérios do Turismo e da Agricultura foram acolhidas pelo PMDB e transformadas em atos publicados no Diário Oficial.
A aproximação de Bruzzi com Frederico Silva da Costa foi motivada pelo interesse comum pelas emendas parlamentares. Ao receber os repórteres de ÉPOCA em sua sala, na semana passada, Bruzzi disse que, de tanto tratar de emendas com o então secretário de Infraestrutura do Ministério do Turismo, o partido achou que promover Costa a secretário executivo seria uma boa opção para atender aos anseios do PMDB na gestão do ministro Pedro Novais. “Ele (Frederico) sempre atendeu com eficiência às demandas do PMDB e às solicitações da liderança do PMDB”, afirma Bruzzi.
Ele convenceu o então líder Henrique Eduardo Alves a bancar a indicação de Costa para a função. Costa prestava contas a Bruzzi do que se passava no ministério. Apesar de ser o número dois da pasta, Costa se deslocava até a pequena sala de Bruzzi na Câmara. “O líder chama sempre os secretários executivos aqui. ‘Vem cá, que tem um deputado aqui querendo resolver um problema.’ E (o secretário executivo) vem. O ministério não é do partido? Então, vem”, afirma Bruzzi.
A operação da Polícia Federal da semana passada causou problemas entre o PT e o PMDB. Os líderes do PMDB se revoltaram não só com a prisão de Colbert Martins, mas com o fato de ele ter sido algemado. Eles reclamaram à presidente Dilma Rousseff. De acordo com assessores próximos, Dilma teria sido surpreendida pela operação, deflagrada na última terça-feira. Pouco depois das 8 horas da manhã, Dilma mandou chamar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e perguntou o que era a Operação Voucher. Desde 2008, a Polícia Federal estava comedida não só no número, como na maneira de conduzir suas operações.
Àquela altura do dia, Cardozo sabia pouco e Colbert Martins já havia sido preso em São Paulo, enquanto esperava pelo ministro Pedro Novais. O carro com Novais passaria para pegá-lo e os dois iriam ao aeroporto de Congonhas e voariam para Brasília. Ao ser avisado da prisão, Novais voltou para o hotel.
Por volta das 11 horas, Dilma soube que o ex-ministro do Turismo Luiz Barreto estava no Palácio para uma solenidade. Barreto era o ministro em 2009, quando o convênio com o Ibrasi foi celebrado e um de seus principais colaboradores era Frederico Silva da Costa. Dilma mandou chamar Barreto e o interrogou. Como tinha de ir à solenidade, Dilma repassou então a tarefa de interrogar Barreto ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
Ao meio-dia, o deputado Henrique Eduardo Alves convocou a bancada de deputados do PMDB na Câmara para receber o vice-presidente, Michel Temer. Na versão que chegou ao Palácio do Planalto, Alves defendeu a saída do ministro do Turismo, Pedro Novais, e o afastamento de políticos indicados pelo PMDB. O risco de um racha no governo foi contornado porque Dilma ligou para Temer e avisou que a operação nada tinha a ver com o ministro Pedro Novais.
A pedido de Dilma, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, também telefonou para Novais. Mantido no cargo, Novais poderá agora explicar a liberação do dinheiro público para a reforma do Parque Mutirama, em Goiânia, cercada de suspeitas.

ÉPOCA (Andrei Meireles, Marcelo Rocha, Murilo Ramos e Leandro Loyola)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

TURISMO RECEBE R$ 3 MI PARA PROJETO DE SARNEY, CONFIRA

MACAPÁ (AP) - Um projeto do Ministério do Turismo que, segundo a Polícia Federal, seria de interesse do senador José Sarney (PMDB-AP) recebeu R$ 3 milhões do governo e nunca saiu do papel. No inquérito, o convênio é apelidado de "Amapá 2". A polícia trata o contrato, ainda em vigência, como "fraudes em andamento"."Em diversas interceptações telefônicas feitas com autorização judicial, é possível perceber a preocupação dos investigados com este convênio que chamam de Amapá 2", diz relatório da PF obtido pelo Estado.

Veja também:
Secretário manda segurar projeto de Sarney para não dar 'mais confusão'
ÁUDIO: Ouça a gravação da PF em que Sarney é citado

Foto: Wilson Pedrosa/AE
Sede do Ibrasi em Macapá: ONG foi contemplada por dois convênios do Turismo
Trata-se, segundo o inquérito, do contrato firmado pelo Ministério do Turismo com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), entidade de fachada que é pivô do esquema investigado. O convênio, no valor total de R$ 5 milhões, foi assinado para "Implantação de processos participativos para Fortalecimento da Cadeia Produtiva de Turismo do Estado do Amapá", mas nunca existiu de fato. A ONG tem sede em uma sala num pequeno centro comercial de Macapá.

Esse contrato foi assinado por Frederico Silva da Costa, atual secretário executivo do ministério, preso pela PF sob acusação de envolvimento no esquema. Segundo o inquérito, o Tribunal de Contas da União (TCU) também investiga esse contrato.

Na quinta-feira, 11, o Estado revelou uma gravação feita pela PF com autorização da Justiça em que o secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins, preso na terça-feira, manifesta preocupação com um eventual cancelamento do contrato que, segundo ele, seria de "interesse" de Sarney.

Na conversa com sua chefe de gabinete, Colbert diz que o projeto é ligado à deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP). No diálogo, ocorrida na tarde de 28 de julho, Colbert afirma: "E tem que ver aquela obra lá do Amapá, aquela lá da Fátima Pelaes, daquela confusão do mundo todo que é interesse do Sarney. Tá certo? Que se cancelar aquilo, aquilo tá na bica de cancelamento, enfim, algumas que eu sei de cabeça, assim. Cancela aquela, pega Sarney pela proa, já vai ser mais confusão ainda, ok?".

Emendas. Fátima é autora das duas emendas para o Ibrasi, que, por indicação da deputada, assinou dois convênios com o Turismo. O primeiro, de R$ 4 milhões, deu origem ao inquérito que levou à Operação Voucher. O segundo, de R$ 5 milhões e apelidado de Amapá 2, foi incluído na investigação pelo Ministério Público Federal após se identificar que o projeto nunca existiu.

Ao analisar num relatório sigiloso o teor da conversa entre Colbert e a assessoria, a PF afirma: "Abadia, assessora de Colbert, fala sobre o cancelamento de convênios de 2007, 2008 e 2009 que ainda não iniciaram. Colbert afirma que precisa analisar os de 2009 para decidir quais serão realmente cancelados, citando alguns exemplos, entre eles o Amapá 2, dizendo que seria problemático cancelar, pois seria do interesse de Sarney". E continua: "Conclui-se, assim, que o período analisado ajudou a desvelar os motivos pelos quais os funcionários do Ministério do Turismo não acompanharam devidamente a execução do convênio sob investigação, deixando ocorrer várias irregularidades em sua execução."

Uma gravação telefônica mostra os diretores do Ibrasi, Luiz Gustavo Machado e Maria Helena Necchi, preocupados com um possível cancelamento deste segundo convênio com o Turismo. Os dois foram presos pela polícia. "Eles querem cancelar o dois mesmo", diz Luiz Gustavo, relatando o teor de uma reunião com Antônio dos Santos Júnior, assessor de Frederico Costa. "O advogado que sugeriu que a gente continuasse, porque é até um atestado de culpa parar", respondeu Maria Helena. "Bom, mas eles que vão parar porque eles vão cancelar, então é problema deles", disse Luiz Gustavo.
(Estadão)

Leandro Colon, enviado especial de O Estado de S.Paulo

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

STF DECIDE SOBRE NOMEAÇÃO EM CONCURSO, CNFIRA AQUI

Advogados dizem que jurisprudência valerá para instâncias inferiores. Supremo decidiu que aprovado no nº de vagas tem direito a nomeação.

 O entendimento inédito do Supremo Tribunal Federal (STF) de que o aprovado em concurso público dentro do número de vagas tem direito a nomeação foi comemorada por advogados do setor ouvidos pelo G1. Para os especialistas, a decisão traz mais segurança para os candidatos e diminuirá o número de ações para garantia da posse.

O STF julgou um recurso extraordinário na última quarta-feira (10) em relação a um processo em que o estado de Mato Grosso do Sul questionava a obrigação da administração pública de nomear candidatos aprovados para o cargo de agente auxiliar de perícia da Polícia Civil. A decisão causou repercussão geral, portanto, a interpretação terá de ser seguida em todos os processos que envolvem essa questão.

O advogado especializado em concursos Sergio Camargo diz que essa percepção do STF é inédita. "O Superior Tribunal de Justiça já vinha tendo decisões nesse sentido. Os tribunais vão questionando até chegar ao STJ, que entende que existe direito a nomeação, mas até agora o STF não tinha se manifestado. No caso do Mato Grosso do Sul, o recurso caiu no STJ e depois chegou ao STF, que deu razão ao primeiro", explica.

De acordo com Camargo, a decisão vira precedente para outras decisões porque tem efeito vinculante vertical, ou seja, a jurisprudência do tribunal superior passa a valer para as outras instâncias.

"Aí a tendência é diminuir os questionamentos [referentes a direito de nomeação] porque é sabido que se bater no STF, o direito à vaga é garantido. Isso facilita a vida do candidato. Além disso, o tempo de julgamento vai diminuir bastante, os juízes vão observar o que o STF já decidiu e vão decidir como o Supremo", diz.

Para Alexandre Lopes, especialista em direito do Estado e administrativo, a decisão do STF era esperada há muito tempo. "O STJ vem tendo esse entendimento desde 2002 de que candidato aprovado dentro do número de vagas tem direito à posse, mas o STF entendia que os aprovados tinham mera expectativa de direito, e não direito líquido e certo de serem nomeados", diz.

Lopes também considera que as demandas judiciais deverão diminuir e as instâncias inferiores deverão respeitar o entendimento do Supremo. "As instâncias inferiores já devem seguir o entendimento do STF e isso acelera um eventual processo contra a administração pública", diz Lopes.

"Apesar de já haver um entendimento do STJ nesse sentido, às vezes a administração ganhava em instâncias inferiores e o candidato tinha que levar sua ação até o STJ. Há anos que o STF não enfrentava essa ação e foi ótimo que foi julgado lá".

Para Lopes, os órgãos vão passar a respeitar mais a nomeação dos aprovados porque não vão querer assumir o risco de perder as ações judiciais. "Dá estabilidade e mais tranquilidade para o candidato porque cai o mito de que a administração pode fazer concurso e não chamar os aprovados", diz.

De acordo com Lopes, o candidato que se sentir prejudicado deve continuar entrando com mandado de segurança preventivo até 120 dias antes do término da validade do concurso para obter liminar que garanta sua nomeação. Cabe ainda mandado de segurança no prazo de 120 após a validade da seleção.

Número menor de vagas
Sylvio Motta, especialista em direito administrativo e constitucional, considera que a administração pública ficará mais conservadora em relação à abertura de vagas. "Se antes os cálculos de vagas eram feitos por estimativa, agora será fruto de um estudo mais detalhado, com isso teremos alteração no número de oportunidades, pois o estudo vai demandar um critério mais preciso do número de vagas que são necessárias para aquele cargo", diz.

Do ponto de vista do candidato, Motta considera que a decisão traz segurança. "Esse entendimento vai resolver uma série de pendências judiciais e traz segurança política e jurídica de acesso à vaga", diz.

Para ele, haverá diminuição no número de vagas. "Mas em compensação elas serão preenchidas", afirma.

Motta considera que o recurso extraordinário julgado pelo STF produz o mesmo efeito que o de uma lei sobre o assunto aprovada pelo Senado.

G1

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

BOM JARDIM FAZ CONCURSO COM SALÁRIOS DE R$ 4 MIL

Com 420 vagas, a Prefeitura de Bom Jardim, no Maranhão, anuncia prazo final para realizar inscrições para o concurso público que deverá contratar profissionais de níveis Fundamental, Médio e Superior. Ossalários variam entre R$ 545 e R$ 4 mil.

As inscrições poderão ser efetuadas até esta sexta-feira, dia 12 de agosto, no prédio da Escola Municipal "Professora Dinare Feitosa", localizada na Travessa das Flores s/nº, no bairro Alto dos Praxedes, em Bom Jardim, das 8h às 12h e das 14h às 18h. Haverá a cobrança da taxa no valor de R$ 30 para concorrer aos cargos de nível Fundamental, R$ 40 para Médio e R$ 50 para Superior.

O concurso será composto de Provas Objetivas para todos os cargos, Prova de Títulos para Professor e Supervisor Escolar e Prova de Aptidão Física para Guarda Municipal.

Conheça o conteúdo previsto para as provas e atribuições dos cargos lendo o edital completo disponível aqui em nosso site. www.bomjardim.ma.gov.br

Confira agora os cargos disponíveis:
Superior - Administrador com especialização em Gestão Pública, Advogado, Analista de Sistema Computacional, Assistente Social, Contador, Enfermeiro do PSF, Enfermeiro Plantonista, Engenheiro Agrônomo, Engenheiro Civil, Engenheiro Florestal, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Medico Cirurgião Geral/Plantonista, Medico do PSF, Médico Pediatra, Médico Psiquiatra, Médico Veterinário, Odontólogo do PSB, Psicólogo, Químico Industrial, Nutricionista, Terapeuta Ocupacional, Supervisor Escolar e Professor Educação Básica do Ensino Fundamental de 5ª a 8ª Série (Português, Matemática, Inglês, Ciências, Geografia, História e Educação Física).

Superior ou Magistério - Professor Educação Básica do Ensino Fundamental de 1 º ao 5º Ano e Professor Educação Básica de Educação Infantil.

Médio - Agente Administrativo, Agente de Endemias, Agente de Trânsito, Agente de Vigilância Sanitária, Auxiliar de Consultório Dentário do PSB, Agente Comunitário de Saúde, Fiscal de Postura, Fiscal de Tributos, Guarda Municipal, Técnico Agrícola, Técnico de Contabilidade, Técnico de Enfermagem Plantonista, Técnico de Enfermagem do PSF, Técnico em Radiologia, Técnico de Laboratório, Técnico em Imobilização Gessada, Técnico em Meio Ambiente e Técnico de Informática.

Fundamental - Motorista Carteira "D", Auxiliar Operacional de Serviços Gerais, Carpinteiro, Eletricista, Eletricista de Auto, Encanador, Mecânico de Auto, Pedreiro, Pintor e Vigia.

O Imparcial

terça-feira, 9 de agosto de 2011

DEP. DE ROSEANA DIZ QUE A SAÚDE DO MA NÃO PRESTA

Ao tentar criticar visita de deputados a hospitais, Roberto Costa é envergonhado por Marcos Caldas: “a saúde do Estado não funciona, é um caso de polícia”

O deputado Roberto Costa (PMDB) na função que lhe foi atribuída de menino de recados da governadora Roseana Sarney, que faz a pior gestão de toda a vida dos maranhenses, e no afã transloucado de criticar a todo custo, sem nenhum embasamento e fundamentação sólida, diga-se de passagem, a administração do prefeito João Castelo, acabou passando por uma saia justa na sessão desta terça-feira (09) quando tentava criticar a visita que deputados de oposição realizavam nos hospitais estaduais de São Luís.

De acordo com Costa, os parlamentares oposicionistas também deviam fazer uma vistoria nos hospitais municipais, como o Socorrão I e II, que segundo ele, “a população está sofrendo” com o atendimento oferecido. Foi aí quando o deputado Marcos Caldas (PRB), que é da base do governo Roseana na Casa, interveio, afirmando que “a saúde do Estado não funciona” e que era “um caso de polícia”.

- Eu não sou advogado de ninguém e nem estou aqui para defender o indefensável, mas já fui ao Socorrão e realmente lá a coisa é feia. Mas o problema, deputado, é que a saúde do Estado também não funciona. E aí fica muito difícil só o Socorrão resolver todos os casos do município e do Estado. Na região do Baixo Parnaíba, que é a região que onde são atendidos pelo Piauí, foi cortado o convênio com o Piauí e o povo do Baixo Parnaíba está morrendo dentro dos carros, querendo ser atendido no Piauí e não é mais atendido. E quando mandamos para cá o único hospital que recebe é o Socorrão e assim mesmo às vezes pessoas com acidentados e com fraturas expostas, passam de 30 dias para serem atendidos porque a fila é muito grande. Já teve casos de pessoas que vieram da região e eu acompanhei, que perdeu perna, que perdeu dedo e que perdeu muitas e muitas coisas. Então, nós temos que reaver essa situação, porque a saúde no Maranhão hoje é um caso de polícia. Só queria complementar. Muito obrigado – disparou Marcos Caldas.

Constrangido ao ver que um próprio colega de bancada governista estava criticando a péssima gestão da governadora Roseana Sarney na área de Saúde, Roberto Costa, sem argumentos e totalmente envergonhado coma saia justa que o colega que lhe meteu, tentou colocar a culpa nos prefeitos a fim de justificar o caos pelo que passa o sistema de saúde do Estado. – Agora, antes de nós também, deputado, vamos ver nos nossos municípios o que os nossos prefeitos, que recebem recursos também no município, do SUS, o que eles estão fazendo com os nossos recursos? – disse Costa.

Marcos Caldas não deixou por menos e emendou dizendo que os hospitais do Estado estão fechados e que, portanto, todos recorriam aos Socorrões. – Deputado Roberto V.Exª. falou o meu nome, só para complementar, eu sempre que peço é em beneficio da população, não é em meu beneficio, eu tenho plano de saúde não é, essa Casa paga para todos nós e eu peço sempre em beneficio de alguém, quem socorre e tem sempre me socorrido é a Deputada Gardênia. Agora se não fosse essa situação eu não teria pedido para ela, porque o cidadão teria de chegar e ser atendido de imediato em todos os hospitais, como a maioria esta fechada e não funciona, o único que funciona é esse ruim, mas funciona é que quebra o galho do povo – criticou Caldas.

Veja a que ponto chegamos. Até um deputado que faz parte da base de sustentação roseanista reconhece que a saúde do Estado está na UTI, menos o deputado Roberto Costa, que movido pela paixão e o puxa-saquismo em alto grau, acha que o reinado da patroa anda as mil maravilhas. Só ele e uma turma de subservientes que se locupletam das benesses do poder.

Blog do John Cutrim

CELULAR INDIANO CHEGA AO BR COM BATERIA DE 12 DIAS

Além do X225, chegam mais dois aparelhos e o primeiro smartphone com Android deve chegar às lojas brasileiras em outubro

A Micromax, maior fabricante de celulares da Índia, anunciou hoje sua chegada ao Brasil e os primeiros três celulares da marca chegarão às lojas do Nordeste em 15 de agosto. As demais regiões do País receberão os celulares em outubro. Nesta data, a empresa também planeja lançar o A70, smartphone com sistema operacional Android 2.2 ou Froyo, lançado na Índia em julho de 2011.

Entre os modelos que chegam ao Brasil está o X225, aparelho com bateria que, segundo a fabricante, dura 12 dias em modo de espera. O X225 conta com câmera VGA, rádio FM com gravador, tocador de mp3, Bluetooth e gravador de voz. Assim como os demais lançamentos, ele permite usar dois chips de operadoras diferentes. O preço do aparelho é R$ 160.
 Foto: DivulgaçãoAmpliar
Q55 vem com teclado Qwerty e imitações de cristais no lugar dos botões

Um dos destaques é o Q55, também conhecido com Bling, um aparelho desenvolvido para as mulheres, já que possui botões decorados com imitações de cristais Swarovski. O produto oferece aplicativos pré-instalados para acessar o Facebook, o MSN Messenger e o Nimbuzz, além do navegador Opera Mini.

Um teclado Qwerty, que aparece ao girar a tela do aparelho para cima, permite interagir com as funções do aparelho, que vem com câmera de 2 megapixels e entrada para cartão microSD de até 8 GB. O preço do Q55 é R$ 450.

Por fim, a empresa anunciou o X114, um celular “basicão”, que tem lanterna de LED, mp3 player, rádio FM com gravador, gravador de voz e bateria com duração de oito dias (em modo de espera). O aparelho custará R$ 120 no Brasil.

Novos smartphones com Android
Segundo Mauro Federici, gerente-geral da Micromax para o Brasil, a parceria com o Google para utilizar o sistema operacional Android “está dando muito certo” e a empresa pretende lançar novos aparelhos em breve. Atualmente, a Micromax vende três aparelhos com Android em países do Sudeste Asiático e na Índia.

Além do A70, smartphone com Android 2.2 que chegará ao Brasil em outubro, Federici afirmou ao iGque a empresa pretende lançar um novo smartphone em outubro, simultaneamente na Índia e no Brasil. O aparelho rodará o Android 2.3, a versão mais recente em uso do sistema do Google para smartphones. Contudo, Federici não adiantou detalhes sobre outras configurações nem sobre o preço do aparelho.

A Micromax também fabrica smartphones com uma plataforma própria, que pode chegar em breve ao Brasil. Para os usuários desses aparelhos, a empresa mantém uma loja de aplicativos própria, chamada M! App Store. De modo similar à App Store e ao Android Market, usuários podem baixar aplicativos pagos e gratuitos para o aparelho por meio da internet.

Claudia Tozetto, iG São Paulo 

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

SEGUNDO TEMPO DE CAXIAS PAGA SALÁRIO DE R$ 2.400

A Prefeitura de Caxias realizará processo seletivo do Programa Segundo Tempo, do Ministério dos Esportes. Está sendo oferecida uma vaga para a função de Coordenador Geral Pedagógico.

As inscrições podem ser feitas até esta terça-feira (9), na própria Secretaria Municipal de Educação, das 8h às 12h. Os currículos dos interessados serão analisados na quarta-feira (10) e o resultado final será conhecido na quinta-feira (11).

Para concorrer à vaga de Coordenador Geral Pedagógico do Programa Segundo Tempo, o candidato deverá apresentar os seguintes requisitos: Ser Profissional de Nível Superior, Bacharel em Esporte e em Educação Física com experiência comprovada em Gestão e Administração de Projetos Esportivo-Educacional.

O candidato selecionado será contratado pelo Município através de Contratação Temporária para exercer uma carga horária de 40 horas/aulas semanais, com remuneração de R$ 2.400.

A ficha de inscrição bem como o edital do Seletivo pode ser adquirida na Secretaria Municipal de Educação, no Centro de Cultura, em Caxias.

O Imparcial

domingo, 7 de agosto de 2011

MUNDO SENSORIAL DOS BICHOS MORCEGOS AINDA SURPREENDE

Além do sonar, que permite 'ver com os ouvidos', hematófagos também 'enxergam' o calor do sangue

Em 1794, o padre italiano Lazzaro Spallanzani sugeriu que morcegos poderiam "ver com os ouvidos". A hipótese, acolhida com ceticismo pela academia, só foi comprovada em 1944 pelo americano Donald Griffin. Pesquisas publicadas nas últimas semanas comprovam que, dois séculos depois, o universo sensorial dos mamíferos alados ainda surpreende.

Os morcegos-vampiros, por exemplo, são capazes de "ver o calor" que emana de vasos sanguíneos. Um estudo publicado na última edição da revista Nature explica em detalhe o refinado mecanismo sensorial que identifica o melhor lugar onde perfurar a pele de eventuais presas (mais informações nesta página).

Todos os mamíferos são dotados de um sistema que detecta níveis perigosos de calor. A proteína TRPV1 está no centro deste termômetro biológico: ela é ativada quando a temperatura ultrapassa 43°C, causando sensação de desconforto.

Mutações fizeram com que a temperatura de ativação da TRPV1 nos morcegos-vampiros caísse para 30°C. As células nervosas do focinho do animal, onde a proteína está presente, formaram um novo órgão do sentido: um sensor infravermelho que revela calor e fluxo de sangue sob a pele. Entre os vertebrados, só algumas serpentes - como jararacas e cascavéis - possuem estruturas semelhantes.

Há quinze dias, a Science dedicou outros dois artigos aos morcegos. Em um deles, descrevia a curiosa relação entre o morcego-beija-flor e uma espécie de trepadeira cubana. A planta tropical adaptou-se ao morcego, principal responsável por sua polinização: folhas sobre os cachos de flores adquiriram a forma de uma pequena concha acústica que guia o sonar dos morcegos até o cobiçado néctar das flores.

Outro trabalho mostrou como morcegos manipulam com maestria a frequência, a intensidade e os harmônicos dos sons que emitem para obter percepções precisas do ambiente ao redor. Tanta sofisticação faz com que não confundam o eco das asas de uma mariposa com o ruído das folhas agitadas pela brisa.

As publicações chegam em um momento oportuno: o Ano Internacional do Morcego, iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Pragmatismo. "A nova pesquisa é ótima, mas quero saber como usar os resultados", afirma Wilson Uieda, pesquisador da Unesp, em Botucatu. Ele é um dos maiores especialistas no Desmodus rotundus, principal espécie de morcego hematófago.

A taxa de natalidade do Desmodus é relativamente baixa. Cada fêmea dá à luz a apenas um filhote depois de sete meses de gestação. Mesmo assim, tornou-se um animal comum. Em um forno de carvão abandonado em Atibaia, a 70 quilômetros de São Paulo, Uieda encontrou uma colônia com cem indivíduos.

A vida do Desmodus ficou mais fácil com a chegada dos europeus ao Brasil. Ele conseguiu abrigo - edificações desabitadas - e alimento abundante - rebanhos. É possível encontrá-lo em lugares tão distintos quanto habitações ribeirinhas da Amazônia, o forro de uma igreja barroca do Pelourinho ou o Parque do Carmo, zona leste de São Paulo.

Em 2010, foram diagnosticados 1.374 casos de raiva em bois e porcos, transmitidos por morcegos-vampiros. O último surto de raiva humana transmitido pelo Desmodus ocorreu em 2005, na fronteira do Pará com o Maranhão, com um saldo de 61 mortes. No ano passado, houve um caso fatal no Rio Grande do Norte. As mortes poderiam ser evitadas com a melhora das condições de vida da população. "Casas de alvenaria, com luz elétrica, portas e janelas impedem os ataques do Desmodus", argumenta Uieda.

Ele também defende a demolição de edificações sem uso que servem de refúgio ao morcego e, em alguns casos, o uso de pasta vampiricida, um produto usado para controlar as colônias. "Mas a pasta deve ser usada nos locais de alimentação do Desmodus. Não nos seus abrigos naturais", ressalva Uieda. "Você pode prejudicar outras espécies."

Alexandre Gonçalves - O Estado de S.Paulo