A pesquisa da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), que pela primeira vez traçou o perfil das
vítimas de trabalho escravo no Brasil, mostra que Maranhão, Paraíba e Piauí são
exportadores desse tipo de mão-de-obra. Segundo o levantamento, realizado a
partir de depoimentos de 121 pessoas libertadas pela fiscalização do governo
entre 2006 e 2007, esses três estados foram as principais origens dos
trabalhadores resgatados em Goiás (88%) e Pará (47%). No Mato Grosso e na
Bahia, 95% deles eram procedentes da região.
Segundo a OIT, a agropecuária
continua sendo o setor de maior concentração de trabalho escravo, sobretudo nas
fazendas de cana-de-açúcar e produção de álcool, como é o caso do Pará;
plantações de arroz (Mato Grosso); culturas de café, algodão e soja (Bahia);
lavoura de tomate e cana (Tocantins e no Maranhão).
O coordenador do projeto de
combate ao trabalho escravo da OIT no Brasil, Luiz Antonio Machado, disse que a
pesquisa mostrou que a dinâmica do trabalho escravo no país tem se mantido,
tanto nos estados com maior ocorrência, quanto nas atividades econômicas. Ele
destacou, porém, que o governo aumentou também a fiscalização nas regiões Sul e
Sudeste.
O levantamento também mostrou que
as desigualdades de renda e raça se reproduzem entre as vítimas do trabalho
escravo: 81% são negros, oriundos das regiões Norte e Nordeste, com renda média
de 1,3 salário mínimo. Do universo entrevistado, 18,3% são analfabetos e 45%
têm menos de cinco anos de estudo, sendo considerados analfabetos funcionais.
Com informações do Diário de
Pernambuco
0 comments:
Postar um comentário