Variante está presente
em apenas 10% dos asiáticos e é incomum em europeus e africanos.
LONDRES - Cientistas
dos Estados Unidos descobriram uma variante genética comum entre mexicanos e
outros latino-americanos que parece aumentar o risco de ter diabetes de tipo 2,
informou nesta quarta-feira a revista Nature.
A equipe liderada por
David Altshuler, do Broad Institute, filiado às universidades de Harvard e
Massachusetts Institute of Technology, se centrou pela primeira vez em estudar
este grupo da população, depois que estudos comparativos anteriores de maior
extensão geográfica não tivessem resultados claros.
Ao examinar unicamente
latino-americanos, os pesquisadores observaram que metade deles apresenta uma
variação genética associada ao maior risco de contrair diabetes tipo 2,
enquanto esta variante só está presente em 10% dos asiáticos orientais e é
incomum em europeus e africanos.
Acredita-se que esta
mutação causa uma alteração no metabolismo dos lipídios e explicaria pelo menos
um quarto das disparidades no risco de adquirir diabetes 2 entre essa
população.
Além disso, explicaram
à Nature, a variante coincide com uma sequência genética achada no genoma de um
neandertal, o que sugere que foi transferida dos antigos humanos aos modernos.
De acordo com a revista britânica, a descoberta "reforça nossa compreensão
desta doença tão comum e sugere que os genomas neandertais podem ser a raiz
deste legado genético".
O diabetes tipo 2, mais
comum que a do tipo 1, é uma doença crônica que costuma surgir na idade adulta.
A doença se caracteriza por uma resistência à insulina, responsável por quebrar
as moléculas de glicose, o que provoca um excesso de açúcar não metabolizado no
organismo. Em geral a doença se desenvolve lentamente e a maioria das pessoas
que têm a doença diagnosticada tem também sobrepeso, pois o aumento do gordura
dificulta ainda mais a produção de energia pela quebra da insulina.
Estadão
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