Octavio Frias Filho e a presidente Dilma Rousseff
Conforme o jornal de Otavio Frias, manifestações do
16 de agosto não parecem destinadas a provocar mudanças no atual ritmo da crise
política: “Se mantêm Dilma nas cordas, não a nocauteiam – pelo menos não por
enquanto”; publicação destaca a importância da política fiscal de Joaquim Levy
e o reforço da base de Dilma; “As solicitações de apoio e o novo fôlego que o
PMDB parece disposto a oferecer devem ter como contraparte um plano de
reformas.”
Diz a ‘Folha de S. Paulo’, que as manifestações do 16
de agosto não parecem destinadas a provocar mudanças no atual ritmo da crise
política: “Se mantêm Dilma nas cordas, não a nocauteiam –pelo menos não por
enquanto”.
O jornal destaca a importância da política fiscal de Joaquim Levy e o reforço da base de Dilma, para o governo reagir.
Apesar de mudanças recentes no comportamento de
políticos e empresários, Dilma continua pressionada pelos protestos nas ruas.
Centenas de milhares de pessoas voltaram às ruas
neste domingo (16) para protestar contra o governo Dilma Rousseff (PT).
Criticando a administração federal, condenando a
corrupção, execrando Lula e o PT ou pedindo o afastamento da presidente, os
manifestantes se reuniram em pelo menos 120 cidades.
Não eram tantos quanto no dia 15 de março, quando o
maior ato, na avenida Paulista (São Paulo), atraiu 210 mil pessoas, de acordo
com medição do Datafolha.
Mas os 135 mil que, segundo o instituto, se
aglomeraram desta vez no mesmo local constituem, ainda assim, multidão bastante
expressiva sob qualquer perspectiva –basta lembrar, por exemplo, que no dia 12
de abril se contaram 100 mil manifestantes.
Sem que tenham sido os maiores, mas sem que tenham
perdido força, os protestos deste 16 de agosto não parecem destinados a
provocar mudanças no atual ritmo da crise política. Se mantêm Dilma nas cordas,
não a nocauteiam –pelo menos não por enquanto.
Ainda muito pressionada e tendo três anos e três
meses de governo adiante, a presidente mais impopular da nossa história começou
nos últimos dias um atabalhoado diálogo com variados setores da sociedade.
Ao país não interessa que essas conversas resultem
em conchavos ou acordões por baixo dos panos –e a cobrança das ruas sem dúvida
inibirá movimentações nessa vergonhosa direção.
Interessa, contudo, que se apresentem soluções para
a crise brasileira, que não se resume a uma recessão na economia e a um
desarranjo na coalizão parlamentar.
O que há de relevante no governo Dilma são as
providências econômicas propostas, negociadas e implementadas parcialmente pelo
ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Trabalhos, porém, que também se limitam à
administração de emergência dos imensos problemas gestados de 2011 a 2014.
As solicitações de apoio e o novo fôlego que o PMDB
parece disposto a oferecer devem ter como contraparte um plano de reformas.
Trata-se de um novo pacto, um reconhecimento de que
é preciso reorganizar o governo em outros termos, pois as ações do primeiro
mandato de Dilma, seu programa eleitoral e a base política que mal e mal o
sustentavam se esfarelaram.
Não se trata de dizer apenas que a presidente
precisa reconhecer seus erros ou fazer um "mea culpa" público –isso
não basta.
Dilma Rousseff precisa governar com a nova coalizão
que procura formar e em resposta a uma realidade econômica dramática. Suas
palavras não podem ser oportunistas ou vazias.
Do Brasil 347.
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