A cidade de
Fronteiras, no Piauí, junto à divisa com Ceará e Pernambuco, era naquele pobre
estado nordestino, o segundo maior PIB per capita.
A riqueza da
cidade, se fosse dividida pelos seus pouco mais de 11 mil habitantes, daria, em
2014, segundo o IBGE era de perto de R$ 20 mil reais.
Os empregos
na cidade eram, naquele ano, 1.365, pagando, em média 2,4 salários
mínimos.
Eram, bem
entendido.
Porque hoje,
480 das pessoas empregadas em Fronteiras, já não estão mais.
A Fábrica de
Cimento Itapissuma, do Grupo Nassau, fechou as portas e mandou todos os seus trabalhadores
para o olho da rua.
Todos, de
uma só vez.
Nada menos
que 35% de todos os trabalhadores do municípios que, somados aos 200 que já
havia demitidos há 15 dias.
O que faz,
em 15 dias, que a taxa de desemprego de Fronteiras, o desemprego – se ninguém
mais tiver sendo demitido, o que é impossível diante da dependência de uma
pequena cidade diante de uma grande empresa – tenha atingido a inacreditável
taxa de 50%.
O resto não
está desempregado porque segue no eito, brigando contra a seca.
Mas nas
vendas da cidade não vai haver mais quem compre o feijão que sai dos roçados.
No
comunicado em que a empresa os atira na rua, fala-se em queda de 80% nas vendas
de cimento.
O cimento,
por suas características de logística é consumido na região Nordeste e não é
preciso muito para imaginar o que acontece por lá na construção civil, que
multiplica aos milhares do 480 sem-futuro de Fronteiras.
São, como
diz o ministro Henrique Meirelles, os “sinais inequívocos da retomada
econômica”.
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