segunda-feira, 13 de março de 2017

‘Sempre existiu caixa 2. Desde a época do meu pai’, diz Emilio Odebrecht

No depoimento que prestou ao juiz Sergio Moro nesta segunda-feira 13, e que está sob sigilo por determinação do magistrado, mas cujo conteúdo foi vazado, o executivo Emílio Odebrecht, presidente do Conselho de Administração da empreiteira, relatou que “sempre existiu” caixa 2 na construtora para doações de campanhas não eleitorais; “Sempre existiu. Desde a minha época, da época do meu pai e também de Marcelo [Odebrecht]”, disse o patriarca; ele falou como testemunha de defesa de seu filho, Marcelo, que está preso no âmbito da Lava Jato

No mesmo dia em que Moro determinou que o depoimento de Emilio Odebrecht, patriarca da maior empreiteira do Brasil, ficasse sob sigilo, os vídeos vazaram por um erro na Justiça Federal do Paraná. Trecho de seu relato ao magistrado, feito nesta segunda-feira 13, aponta que "sempre existiu" caixa 2 na empresa.

"Sempre existiu. Desde a minha época, da época do meu pai e também de Marcelo [Odebrecht]", depôs o executivo, presidente do Conselho de Administração da empreiteira, ao falar sobre esquema de doações de campanhas não eleitorais por parte da construtora. Ele falou como testemunha de defesa de seu filho, Marcelo, que está preso no âmbito da Lava Jato.

"Na minha época, as coisas eram muito mais simples. Não tinha a complexidade que a organização passou a ter, trabalhando em mais de 20 países e lidando com 'n' negócios", afirmou ainda Emílio Odebrecht, lembrando que o esquema do caixa 2 era "um modelo reinante" no País. Segundo ele, a empresa doava para todos os partidos, por dentro e fora, e inclusiva fazendo "uma mescla" de recursos oficiais e não oficiais.

"Sim, sabia que existiu o uso de recursos não contabilizados. Sempre foi modelo reinante no país e que veio até recentemente. O que houve impedimento a partir de 2014. Até então, sempre existiu. Desde minha época, da época do meu pai e também de Marcelo, sem dúvida nenhuma", afirmou.
 Do 247

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