Rodrigo Janot
Marcelo
Miller era um dos integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato e
considerado um dos principais braços-diretos do procurador-Geral da República,
Rodrigo Janot. Deixou o grupo e, pouco tempo depois, o ex-procurador foi para a
área privada. Mas não qualquer uma: começou a trabalhar no escritório de
advocacia da JBS, empresa que trouxe as recentes bombas contra Michel Temer e o
senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Miller
deixou o Ministério Público Federal (MPF) ainda em março, pouco antes da
conversa entre o empresário dono do grupo, Joesley Batista, e o presidente da
República. Segundo informações de Vera Magalhães, no Estadão, a decisão
"pegou a todos no MPF de surpresa".
O
ex-procurador da República passou, então, a atuar no escritório Trench, Rossi
& Watanabe Advogados, do Rio de Janeiro. Justamente o escritório que foi
contratado pela JBS para negociar o acordo de leniência junto ao MPF, na área
cível. A leniência é um complemento à delação dos executivos da empresa, que já
foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em
resposta, a Procuradoria afirmou que Miller não participou da negociação da
delação e que ele não poderá atuar nos acordos fechados com o MPF. O acordo de
leniência ainda está sendo negociado pela JBS, tanto no Brasil, quanto no
exterior.
O
então procurador havia sido convocado por Rodrigo Janot em 2013, para integrar
o núcleo duro do GT da Lava Jato, no âmbito do Supremo. Especialista em direito
penal e internacional, Marcelo Miller também é ex-diplomata do Itamaraty.
Se,
desta vez, a PGR considera que não há conflitos, por outro lado, o procurador
atuou diretamente em casos de acordos de colaboração de peso anteriormente. Ele
esteve à frente, por exemplo, das delações de Delcídio do Amaral, ex-senador, e
do ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado. Em ambos casos, a metodologia de
coleta de provas foi similar: a gravação de áudios sem o conhecimento do
investigado.
Do GGN
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