Jornalista
Kennedy Alencar destacou que o governo Michel Temer acertou ao recuar das
regras da aposentadoria rural e impedir que um benefício previdenciário pudesse
ser inferior ao salário mínimo no âmbito da reforma previdenciária; apesar
disso, ele ressalta que "a reforma, como está neste momento, aprovada na
comissão especial da Câmara, deixará a maior parte da conta ser paga pelos
trabalhadores mais pobres e menos escolarizados do regime geral do INSS"
diz;
Para
Kennedy, os trabalhadores mais pobres e com menos escolaridade terão
dificuldades para conseguir se aposentar com 25 anos de contribuição e que
"se isso se confirmar, teremos um país de pobres sem aposentadoria ou com
apenas um salário mínimo aos 68 anos depois de uma vida de sacrifícios. Não
parece justo".
O
jornalista Kennedy Alencar destacou nesta sexta-feira (5) que o governo Michel
Temer acertou ao recuar das regras da aposentadoria rural e impedir que um
benefício previdenciário pudesse ser inferior ao salário mínimo no âmbito da
reforma previdenciária. Apesar disso, ele ressalta que "a reforma, como
está neste momento, aprovada na comissão especial da Câmara, deixará a maior
parte da conta ser paga pelos trabalhadores mais pobres e menos escolarizados
do regime geral do INSS" diz.
"É
fato que os trabalhadores mais escolarizados e mais ricos terão de trabalhar
mais. No entanto, com o endurecimento das regras para aposentadoria, eles
sofrerão prejuízo menor do que as pessoas de escolaridade e renda mais
baixas", observa. "Faz sentido o argumento do governo de que os
trabalhadores mais escolarizados e que ganham mais na iniciativa privada já não
se aposentam por idade atualmente. Ou seja, os mais ricos conseguem contribuir
por 35 anos, no caso dos homens, e por 30 anos, na situação das mulheres, para
pedir aposentadoria sem limite de idade mínima, explica.
O
jornalista, porém, destaca que "os trabalhadores menos escolarizados e
mais pobres têm dificuldade para contribuir pelos 15 anos que são exigidos hoje
para se aposentar por idade. Com 25 anos de contribuição, ficará ainda mais
difícil para essas pessoas obter a aposentadoria". "Ora, essa nova
regra de 25 anos pode desestimular os mais pobres a contribuir para a
Previdência. Pior: poderia deixar fora do sistema muitos trabalhadores da
iniciativa privada que têm dificuldade de contribuir para a Previdência, porque
vivem na informalidade, sem carteira assinada. Isso criaria um regime de
Previdência bom para os funcionários públicos e os trabalhadores mais ricos da
iniciativa privada", afirma.
"Pela
regra que se pretende estabelecer, quem contribuir por 24 anos e 11 meses não
poderá se aposentar. Teria de esperar alcançar 68 anos de idade para pedir um
benefício da Loas, a Lei de Assistência Social, desde que atendido o critério
de renda familiar mensal menor do que um quarto de salário mínimo por pessoa.
Se isso se confirmar, teremos um país de pobres sem aposentadoria ou com apenas
um salário mínimo aos 68 anos depois de uma vida de sacrifícios. Não parece
justo", finaliza.
Confira
o texto na íntegra.
Do
247
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