“Eu não vou renunciar. Se quiserem, me
derrubem”, disse Temer em um de seus patéticos pronunciamentos depois da
gravação com Joesley.
Foi feita sua
vontade — e ele reagiu como o covarde que é.
Temer admitiu na
quarta que foi ele, e não o presidente da Câmara Rodrigo Maia, quem convocou as
Forças Armadas para a “garantia da lei e da ordem” em Brasília até o próximo
dia 31.
No final da
quarta, Maia, visivelmente agastado com o patrão, dando sinais do rompimento
que virá, cobrou do governo que “repusesse a verdade”, já que ele estava sendo
responsabilizado pela sandice.
A decisão pegou
de surpresa o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, que reclamou por não
ter sido consultado e reprovou a adoção da “medida extrema”.
Essa é a
primeira vez em que esse recurso é utilizado para barrar atos de
“vandalismo”, segundo o Ministério da Defesa informou à Exame.
É também a
primeira vez que a medida é instaurada sem a petição de um governo estadual.
Juristas sérios consideram inconstitucional o ato.
Segundo a
Polícia Militar, 49 pessoas receberam atendimento médico após os protestos.
Sete foram presas.
Temer é um
governante corrupto, impopular, acuado — e, por isso, perigoso.
Perigoso para os
brasileiros, pelo que já demonstrou em sua imensa falta de escrúpulos.
Perigoso também
para si mesmo e sua família.
Um gesto como a
renúncia, que poderia poupar o país da convulsão, demanda uma coragem e uma
dignidade que ele nunca teve e nunca terá.
O suicídio não
lhe passa pela cabeça.
A história é
repleta de líderes fracos que, antes de cair em desgraça, devastam seu país.
Temer tem
vocação para Nero. Incendiou uma nação e agora assiste o fogo queimar as
instituições. Vê sua própria derrocada, refém de sua iniquidade, e vai até as
últimas consequências.
Suetônio conta
que o imperador romano foi declarado, quando perdeu seu reinado de terror,
inimigo público.
Passou a ser
perseguido pela famigerada guarda pretoriana, que ele teve a seu lado até ser
traído.
Fugiu de Roma
pela Via Salária com seu secretário Epafrodito. Ao ver um soldado romano se
aproximando, Epafrodito não titubeou e apunhalou o chefe.
Suas últimas
palavras são famosas: “Que artista morre comigo”.
Quem não tem
Epafrodito caça com Maia.
Vi o Mundo
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