sexta-feira, 7 de julho de 2017

Dilma Rousseff tira sarro do golpe de Maia contra Temer

Esta sexta-feira foi um dia de vingança para a presidente legítima Dilma Rousseff, derrubada por um golpe parlamentar liderado por Aécio Neves (PSDB-MG), recordista em inquéritos na Lava Jato, Eduardo Cunha, condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, e Michel Temer, o primeiro ocupante da presidência da República denunciado por corrupção.

"Desde [Karl] Marx sabemos: a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Golpe 2016: tragédia. 2017: farsa das elites", escreveu Dilma, em alusão à conhecida construção do filósofo alemão Karl Marx no livro 18 Brumário de Luís Bonaparte.

Na sequência, Dilma lembrou a carta de Temer na qual reclamava do desprestígio que dizia sofrer. Na abertura da carta, Temer citou o provérbio em latim verba volant scripta manent, que quer dizer "as palavras voam, os escritos ficam". "Em vez de carta, Twitter; verba volant scripta manent!", postou Dilma, em referência aos movimentos de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que foi ao Twitter prometer ao mercado as reformas que Temer não consegue mais entregar.

Abaixo, reportagem da Reuters sobre a traição de Maia:

Sucessor imediato ao comando do país em caso de afastamento do presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta sexta-feira em mensagens no Twitter que é preciso ter "muita tranquilidade e prudência" no momento, e defendeu que se deve avançar na agenda de reformas no país.

"Precisamos ter muita tranquilidade e prudência neste momento. Em vez de potencializar, precisamos ajudar o Brasil a sair da crise", disse o deputado na rede social.

Maia acrescentou que tem de ser estabelecida "o mais rápido possível" a agenda da Câmara. "Não podemos estar satisfeitos apenas com a reforma trabalhista. Temos Previdência, Tributária e mudanças na legislação de segurança pública", afirmou.

Embora venha evitando falar publicamente da denúncia que tramita na Câmara contra Temer, o presidente da Casa tem se movimentado sutilmente nos bastidores como fiador da agenda reformista.

Temer será afastado do cargo se a Câmara autorizar que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a acusação criminal contra ele pelo crime de corrupção passiva e a maioria dos ministros da Corte aceitar a denúncia.

Maia, que cumpre agenda oficial na Argentina desde quinta até sábado, recebeu esta semana um importante apoio público. O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o deputado tem todas as condições para levar o país a uma mínima estabilidade até 2018 e afirmou --sem citar o governo Temer-- que o Brasil está chegando a uma ingovernabilidade.

No caso de afastamento de Temer, o presidente da Câmara assumiria o comando do país por até 180 dias, prazo para o Supremo julgar o peemedebista. Temer retornaria ao comando do país se o STF não o concluísse o julgamento até lá.

Se Temer for condenado e afastado em definitivo, Maia teria 30 dias para conduzir o processo de uma eleição indireta -- na qual ele próprio poderia ser candidato para o mandato-tampão até o final de 2018. 

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