terça-feira, 11 de julho de 2017

Procurador tenta, mas não consegue impedir Lula de criticar a lava jato


Foto: Reprodução
O ex-presidente Lula foi convocado para depôr em Brasília como testemunha de defesa de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento, que são acusados de corrupção pela Lava Jato. O vídeo da audiência, realizada na segunda (10), mostra um procurador da República tentando, sem sucesso, impedir que Lula apontasse os erros e abusos do Ministério Público Federal na operação.
Ao responder aos advogados de defesa, Lula apontou que nem Gleisi, nem Paulo Bernardo tinham poder ou influência para interferir nas nomeações da Petrobras. Um dos defensores perguntou ao ex-presidente se ele concordava, portanto, com as denúncias feitas pelos procuradores. Lula disparou: "Eu não concordo com as acusações que são feitas. Elas são feitas baseadas em delações que não merecem nenhuma credibilidade."
Nesse momento, um membro do MP interrompeu e pediu que Lula não fosse autorizado a fazer "juízo de valor" emitindo opinião sobre os atos dos procuradores.

Na sequência, ao responder questionamentos do Ministério Público, Lula tentou explicar como funcionou a distribuição dos cargos na Petrobras entre os partidos aliados, e aproveitou para dar uma alfinetada na Lava Jato.

"Vou tentar explicitar como é feito isso porque o Ministério Público, em todas as acusações, acha que é criminoso os partidos indicarem pessoas."
Contrariando, um assistente de acusação entrou numa dividida com Lula: "Eu discordo."

O petista, em tom sereno, rebateu: "Numa outra encarnação a gente vai indicar só gente do Ministério Público."

Exaltado, o procurador saiu em defesa da Lava Jato. "Não, não, a gente não quer isso." E, mais uma vez, tentou interromper a resposta de Lula. "Eu peço que o senhor não faça juízo de valor."

GGN

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