Um
dos porta-vozes do movimento neoconservador brasileiro, o jornalista Reinaldo
Azevedo afirma que o juiz Sergio Moro se converteu no principal cabo eleitoral
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao condená-lo sem provas, no
episódio do chamado "triplex do Guarujá".
"Hoje,
um de seus cabos eleitorais involuntários, dadas a sentença e a resposta aos
embargos de declaração, é Moro. Ele empurrou para o TRF-4 uma escolha sem saída
virtuosa: ou confirma uma condenação sem provas e alheia à denúncia, o que
seria um desastre, ou absolve o chefão petista, outro desastre", diz
Reinaldo, que concorda com a defesa de Lula e afirma que a condenação não
guarda relação com a acusação proposta pelo Ministério Público
A
cada dia, fica mais claro que a democracia brasileira foi golpeada em razão do
fator Lula. Depois da quarta vitória sucessiva do PT, em 2014, a direita
nacional não suportou a hipótese da volta de Lula em 2018. Na fase um do golpe,
a presidente legítima Dilma Rousseff foi derrubada com a armação em torno das
chamadas "pedaladas fiscais". A fase dois, que prevê a condenação do
ex-presidente Lula em primeira e segunda instâncias, está em pleno curso.
No
entanto, o tiro pode sair pela culatra. Segundo o colunista Reinaldo Azevedo,
ao condenar Lula sem provas, o juiz Sergio Moro se tornou num de seus
principais cabos eleitorais. "Hoje, um de seus cabos eleitorais
involuntários, dadas a sentença e a resposta aos embargos de declaração, é
Moro. Ele empurrou para o TRF-4 uma escolha sem saída virtuosa: ou confirma uma
condenação sem provas e alheia à denúncia, o que seria um desastre, ou absolve
o chefão petista, outro desastre", diz Reinaldo, em artigo publicado nesta sexta-feira.
O
jornalista que concorda com a defesa de Lula e diz que a condenação não guarda
relação com a acusação proposta pelo Ministério Público. "Indagado, nos
embargos de declaração, a respeito da ausência de nexo, na sentença, entre o
apartamento e os contratos, o juiz respondeu de forma surpreendente e insólita:
'Este juízo jamais afirmou, na sentença ou em lugar algum, que os valores
obtidos pela Construtora OAS nos contratos com a Petrobras foram usados para
pagamento da vantagem indevida para o ex-presidente'. E a acusação feita pelo
MPF? Se um juiz acha que um réu deve ser condenado por algo distinto do que
está na denúncia que ele próprio aceitou, é forçoso que isso seja feito em
outro processo", diz Reinaldo.
"Moro
aceitou, em setembro do ano passado, a denúncia contra Lula por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá. Segundo o
Ministério Público, o imóvel era pagamento de propina decorrente de três
contratos que consórcios integrados pela OAS mantinham com a Petrobras. Assim, restaria
aos procuradores a tarefa de apresentar as provas de que eram os tais contratos
a origem daquele bem. A condenação veio. Mas as coisas se complicaram. Se
o MPF não apresentou as provas de que o imóvel pertence a Lula, e não as
apresentou!, tampouco conseguiu evidenciar a relação entre aquelas obras em
particular e o dito-cujo". diz o jornalista. Segundo ele, "Moro, em
suma, criou a versão dissertativa do PowerPoint de Deltan Dallagnol."
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