Uma análise
cuidadosa das fitas entregues pela JBS traz apenas um indício de crime: as
ligações entre o Procurador Geral da República Rodrigo Janot e o ex-procurador
Marcelo Miller.
Fica nítido,
nas gravações, de que Miller operava antes de pedir demissão, que Janot tinha
ciência desse meio campo com a JBS e que a delação premiada da JBS superou
qualquer concessão feita anteriormente a outros delatores.
Os
movimentos de Janot, na divulgação de fita, levantam suspeitas fundadas:
1.
Tratou de assumir a interpretação do conteúdo das fitas, dar o lide para as
matérias.
2.
Lançou suspeitas graves e infundadas contra o Supremo Tribunal Federal e o
ex-amigo José Eduardo Cardozo, que não se confirmaram na análise das gravações.
É evidente que foi manobra de despiste.
3.
Na sequência, faz um copia e cola para gerar uma denúncia apressada contra Lula
e o PT, tratando de atender à demanda da mídia por ativismo judicial, chamando
o PT de “organização criminosa” e outros recursos de retórica ao agrado dos
jornais.
Não cola.
Tem coisa grave por aí, que precisa ser investigado.
Miller saiu
do MPF e uma semana depois ganhou uma bolada de mais de R$ 1 milhão pelo fato
de ter trazido a JBS para o escritório de advocacia Trench Rossi &
Watanabe.
Um acordo de
leniência com o maior grupo empresarial brasileiro tem um valor incalculável. E
as próprias gravações mostram um Joesley embriagado não dizendo coisa com
coisa, por conta da tensão com o desfecho do caso.
Agora,
surgem essas fitas. Nela fica claro que a JBS estava interferindo diretamente
nas investigações, através do próprio Miller. É caso mais que justificado para
prisão preventiva. No entanto, o máximo que Janot ameaçou foi de uma revisão do
acordo e uma futura punição, uso de tornozeleiras e quetais.
Se nos próximos
dias não for decretada a prisão de Joesley Batista, ficará consolidada a
suspeita de que há mais fatos obscuros nas relações Janot-JBS. E o Ministério
Público Federal estar sendo instrumentalizado para manobras de despiste.
GGN
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