Foto: Agência Brasil
O empresário Ricardo Saud, ex-JBS,
acreditava que Gilmar Mendes estava enviando um sinal de que iria ajudar os
executivos e políticos investigados a reboque da Lava Jato. A opinião de Saud
foi emitida ao primo que buscou quatro malas de dinheiro em espécie para Aécio
Neves, Frederico Pachedo. Preso, Saud agora diz que as menções ao ministro do
Supremo Tribunal Federal não passavam de bravatas.
O diálogo entre Saud e Fred foi
parcialmente divulgado pela revista Veja, na tarde desta quinta (5). Ele teria
ocorrido no dia 3 de maio, enquanto Saud enchia uma sacola com R$ 500 mil para
o primo de Aécio.
"Boa parte da conversa girou em
torno da decisão da 2ª Turma do Supremo, que um dia antes revogou a ordem de
prisão do juiz Sérgio Moro e soltou o ex-ministro José Dirceu. Votaram a favor
de Dirceu os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandovski. Os
ministros Edson Fachin e Celso de Mello votaram contra", diz a revista.
Para Saud, a decisão do Supremo só não
iria afetar a delação de Antonio Palocci contra Lula, mas poderia evitar que o
ex-ministro dissesse algo sobre o Judiciário. "Em seguida, o executivo da
J&F comemora a decisão do Supremo: 'Acho que o Gilmar agora começou a
ajudar a gente'”, publicou o portal.
“Você acha que ele não ia entregar o
Judiciário não? Quantos caras daquele que tá ali que o Palocci ajudou? Ele,
José Eduardo, acolá? O que eles fizeram? Correram, soltaram o Zé Dirceu… Falou:
‘Fala nada para ninguém não que nós vamos soltar vocês’. Ficou bom, ué. Ficou
bom, mas bom mesmo”, disse Saud. "O executivo diz a Fred que, assim que
recebeu a notícia da soltura de Dirceu, também conversou com o ex-ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo", afirmou Veja.
Ainda na visão do executivo, a decisão
do Supremo era "resultado de uma conversa entre o presidente Michel Temer
com os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique."
GGN
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