sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Zanin Martins advogado de Lula rebate tentativa do MPF de ouvir depoimento de Costamarques antes de perícia

A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba quer ouvir novamente o engenheiro Glaucos da Costamarques e o contador João Muniz Leite sobre os recibos entregues pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do pagamento de aluguel do apartamento vizinho ao de Lula em São Bernardo do Campo, São Paulo. 
O Ministério Público Federal do Paraná quer ir a fundo para verificar se os comprovantes de pagamentos apresentados pela defesa de Lula aos autos do processo são verdadeiros. Ainda, os investigadores comandarão uma perícia nos recibos, a pedido dos procuradores, feito nesta quinta-feira (09) ao juiz Sérgio Moro. 
                   Foto: Reprodução de recibo entregue pela defesa de Lula, comprovando aluguel
O imóvel vizinho ao de Lula em São Bernardo é de propriedade de Costamarques. O MPF acusa, ainda sem provas, que o apartamento seria parte de uma propina paga pela Odebrecht ao ex-presidente e que o engenheiro proprietário seria uma espécie de laranja na transação.  
Em resposta, a defesa de Lula afirmou que protocolou uma nova manifestação nos autos do processo, rebatendo a suspeita do Ministério Público de que se trata de falsidade documental. Para os advogados do ex-presidente, os investigadores podem e devem fazer a perícia, entretanto, a realização de depoimentos é desnecessária. 
"Embora a determinação judicial fosse para o MPF especificar a perícia que pretendia realizar na via originais dos recibos e a apresentação de quesitos, a manifestação dos procuradores foi em sentido diverso. Pediram a realização de depoimentos", informou a defesa, em nota. 
Ainda, a medida de solicitar depoimentos não está prevista na legislação que trata de investigações por falsidade documental: "A defesa demonstrou hoje que a pretensão do MPF contraria o rito legal do incidente de falsidade (CPP, art. 145)". 
Por último, os advogados informaram que a nova manifestação do Ministério Público, de ouvir Costamarques e o contador João Muniz Leite "colide com a prova documental anexada ao processo, especialmente a movimentação financeira do proprietário do imóvel, que é plenamente compatível com o recebimento dos aluguéis e com os recibos por ele emitidos em favor de D. Marisa, inquilina do apartamento". 
"Ao final da manifestação foi requerido que o juiz encerre o incidente de falsidade e declare a sua improcedência", informou, ainda, a defesa de Lula.
GGN

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