Sugiro
aos internautas estudarem esses documentos com atenção, porque, pelo jeito,
teremos que fazer o trabalho que o Ministério Público, a Polícia Federal e a
Justiça brasileira não fazem. Enquanto esses órgãos torram milhões de reais
prendendo professores e reitores inocentes, ou investigando pedalinhos de
alumínio em sítios, a Globo, empresa mais corrupta do país, tenta atravessar
impune por mais uma processo em que é acusada dos mais variados crimes.
***
A
prova definitiva contra a Globo
Vejam
documentos do Tribunal do Brooklyn no processo do Fifagate
Até
há pouco tempo eu mesmo cheguei a duvidar se conseguiriam pegar Ricardo
Teixeira, Marco Polo Del Nero, Marcelo Campos Pinto e os irmãos Marinho. Mas
com o desespero que tomou conta dos advogados de José Maria Marin, após sua
condenação, não há mais dúvida. Cairão um por um dos dirigentes das
confederações sul-americanas, inclusive alguns ex-presidentes, entre eles o
mais “notável” e esperto, Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, além de
atingir a própria cúpula da FIFA. A investigação chegou na seguinte situação:
Marin
para não pagar a conta sozinho começou a acusar Del Nero, que por sua vez está
entregando Ricardo Teixeira, que por sua vez está entregando seus antigos
companheiros de longa data dos esquemas de propina que envolveram dirigentes de
vários países do mundo.
Agora
com a delação de J. Hawilla e Alejandro Burzaco, mostrando o caminho do
dinheiro até as contas da T&T e de Júlio Grondona, ex-presidente da
Associação de Futebol Argentina, é hora da Globo parar de mentir.
Nas
reportagens que faz sobre o Fifagate, onde só para garantir o direito de
exclusividade na transmissão das copas de 2026 e 2030, mais torneios
sul-americanos, a Globo está pagando propina de R$ 50 milhões, é hora de parar
com o cinismo de dizer que a empresa “não sabia de nada.”
Está
tudo lá bem explicadinho nos documentos do Tribunal do Brooklyn (Nova Iorque):
“Os direitos foram transmitidos à TeleGlobo no Brasil. Para isso a T&T
Netherland recolheria da TeleGlobo e usaria parte dos fundos para pagar
subornos”. Essa é só uma das acusações de Alejandro Burzaco. Ele afirma ainda
que os preços dos direitos de transmissão foram colocados abaixo do valor real
de mercado, para que houvesse espaço para propina. O depoimento dele somado ao
de Marin, junto com os documentos enviados pela Promotoria da Suíça são
arrasadores para a Globo. Está bem detalhado como Ricardo Texeira, José Maria
Marin e Marco Polo Del Nero receberam milhões pela transmissão de jogos da
seleção brasileira, da Copa do Mundo, da Copa América e outros eventos. Só na
Copa América de 2015, Teixeira, Marin e Del Nero receberam R$ 10 milhões.
Se
os investigadores entrarem no trabalho feito pela Promotoria da Suíça vão
chegar em João Havelange, aliás considerado o “pai da propina”. O promotor
suíço que investigou Teixeira e Havelange encontrou as empresas pelas quais os
dois cartolas receberam milhões de dólares ao longo de pelo menos 20 anos. Como
explica bem o promotor suíço, e agora confirmado pelas investigações
americanas, não existe propina recebida sem pagador. Claro que Marcelo Campos
Pinto, ex-diretor de Esporte da Globo, nunca comprou direitos de transmissão
para si nem muito menos usando o próprio dinheiro. A Globo agora está lascada.
O próximo caminho da Justiça dos Estados Unidos é fazer o que a Suíça
infelizmente não fez. Lá a FIFA, sob o comando de Joseph Blatter, escalou um
batalhão de advogados para defender Ricardo Teixeira, e ele deve pagar apenas
uma multa de US$ 2,5 milhões. Já a Justiça americana deve indiciá-lo juntamente
com Marco Polo Del Nero e mais uma gama de dirigentes esportivos. O
indiciamento está muito próximo, e já prevendo que sua pena será longa, já que
diversos delatores estão envolvendo seu nome e de seu ex-sogro João Havelange,
Teixeira sabe que só escapará se fizer o que J. Hawilla fez, delatar e pagar
uma multa bilionária. É bom lembrar que J. Hawilla, o ex-sócio da Globo está
pagando uma multa de R$ 500 milhões para cumprir prisão domiciliar nos Estados
Unidos. Dinheiro nunca foi problema para Ricardo Teixeira. Suas fazendas,
apartamentos em Paris, mansão na Flórida e outros bens garantirão o cumprimento
das obrigações que virão da Justiça americana.
A
delação é que está deixando-o numa encruzilhada. Ele terá que entregar décadas
de negociatas de bastidores com a família Marinho, iniciadas quando a Globo
ganhou de João Havelange os direitos de transmissão da Copa do Mundo da
Argentina de 1978, portanto há 40 anos atrás. Resta saber se a Justiça
brasileira fará alguma coisa, ou ficará assistindo de camarote a Justiça
americana mostrar a vergonha ocorrida durante décadas, que destruiu o futebol
brasileiro. É bom lembrar que a Copa do Mundo foi o escândalo que todos nós
sabemos. Até hoje o Brasil, especialmente o Rio paga a conta da farra que
consumiu bilhões de reais. Como castigo terminou no vexaminoso 7 a 1 da
Alemanha. É importante ressaltar que o julgamento nos Estado Unidos está sendo
conduzido pelos departamentos de Justiça e do Tesouro, por meio do FBI, e
revela crimes de extorsão, organização mafiosa, fraudes financeiras e lavagem
de dinheiro. A juíza do caso, Pamela Schen, não está livrando a cara da Fox
Sports americana, da Televisa mexicana, da MediaPro, da Espanha, por que
livraria a cara da Globo?
Nos
depoimentos as afirmações contra a Globo são contundentes e não há escapatória
para a empresa que só na última Copa do Mundo, enquanto governos estaduais e o
governo federal ficaram mergulhados em dívidas, no caso do Rio sacrificando até
salários de servidores, recebeu mais de R$ 2,853 bilhões em patrocínios, além
de vergonhosos R$ 30 milhões, doados pelo Governo do Rio e Prefeitura do Rio,
leia-se Sérgio Cabral e Eduardo Paes, para transmissão do sorteio dos grupos da
competição, realizado na Marina da Glória. A Globo detém 57% das ações da Geo
Eventos, e a RBS, sua afiliada no sul, outros 35%, ou seja 92% da Geo Eventos,
que ficou com grande parte da grana da Copa também foi parar na mão da Globo.
Não
tem desculpa. Assim como a quadrilha liderada há 40 anos por João Havelange,
que teve como sucessor Ricardo Teixeira, a Globo é propineira, e quem diz isso
não é um juiz de primeira instância, mas investigações independentes feitas
fora do Brasil, porque em terras brasileiras juízes decidem como numa escabrosa
sentença onde o magistrado ao mandar trancar um processo que investiga a CBF
termina com a seguinte pérola: “O que importa é que o futebol é a nossa paixão
e agora somos penta”. Acreditem, mas é verdade, está tudo nos anais da Justiça
do Rio.
Do
Caezinho
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