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segunda-feira, 26 de março de 2012

Bento XVI chega à Cuba para segunda visita papal da Ilha de Fidel Castro

O papa Bento XVI chegou nesta segunda-feira a Cuba para realizar uma visita apostólica até a próxima quarta, na segunda e última parte da viagem latino-americana que começou no México.
Papa Bento XVI com Raul Castro em Cuba
O avião do Vaticano, um Boeing 777 da companhia Alitalia, aterrissou por volta das 14h20 locais (16h20 de Brasília) no aeroporto da cidade de Santiago de Cuba, cerca de 950 quilômetros ao leste de Havana.

No aeroporto Bento XVI já era esperado pelo presidente de Cuba, Raúl Castro; o cardeal Jaime Ortega, máxima autoridade católica na ilha, e o presidente da Conferência de Bispos Católicos cubanos, Dionisio García, entre outros.

Cuba recebe assim a segunda visita papal de sua história, após a viagem de João Paulo II em 1998.

Após a recepção, Bento XVI realizará no papamóvel um percurso de 12 quilômetros desde o aeroporto até o Arcebispado de Santiago e posteriormente realizará na Praça Antonio Maceo da cidade sua primeira missa em Cuba.

Durante os três dias que permanecerá na ilha, o papa visitará o Santuário de Nossa Senhora da Caridad del Cobre, próximo a Santiago, para depois voar a Havana onde na quarta-feira 28 rezará outra missa na emblemática Praça da Revolução, entre outros atos.

Este é a segunda viagem de Bento XVI à América Latina, depois da visita que fez ao Brasil em 2007, e a 23ª que realizou pelo mundo em quase sete anos de Pontificado.

Estadão

sábado, 24 de março de 2012

‘Comunismo não funciona em Cuba’, diz papa

A caminho do México, Bento XVI diz que Igreja pode ajudar ilha a adotar novo modelo
No avião que o levou de Roma para a visita de cinco dias ao México e a Cuba, o papa Bento XVI disse que o comunismo já não funciona na ilha e que a Igreja está disposta a ajudar o governo local a encontrar um novo modelo sem “trauma”.

“Hoje, é evidente que a ideologia marxista, na forma em que foi concebida, já não corresponde à realidade”, disse o líder católico, respondendo à pergunta de um jornalista. “Dessa forma, já não podemos construir uma sociedade. Novos modelos devem ser encontrados, com paciência e de forma construtiva.”

O pontífice, que deve chegar à ilha após três dias de visita ao México, fez um apelo pela liberdade de pensamento e de culto em Cuba, sob o regime comunista há mais de 50 anos. Ele também ofereceu ajuda da Igreja para uma transição pacífica. “Queremos contribuir em um diálogo espiritual para evitar traumas e ajudar a avançar até uma sociedade que seja fraternal e justa.”

Seus comentários provocaram uma resposta cautelosa do governo cubano. “Escutaremos com todo o respeito à Sua Santidade”, disse o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, em uma entrevista coletiva em Havana. “Respeitamos todas as opiniões. Consideramos útil o intercâmbio de ideias. O governo cubano se esforça para fazer da visita de Sua Santidade um acontecimento memorável e um êxito pleno.”

Rodríguez também afirmou que o projeto social cubano é “democrático, escolhido genuinamente e se encontra em constante aperfeiçoamento”.

Os comentários de Bento XVI sobre o comunismo foram mais diretos e críticos que os de seu predecessor, João Paulo II, feitos durante sua histórica visita a Cuba, em 1998. Essa viagem acelerou o processo de reconciliação entre a Igreja Católica e os líderes comunistas cubanos. Mas a instituição religiosa e o governo da ilha ainda estão em desacordo sobre temas como o uso dos meios de comunicação e a educação religiosa.

Ao ser questionado se falaria sobre temas de direitos humanos em Cuba, o papa respondeu: “É óbvio que a Igreja sempre está do lado da liberdade”.

Reações. Os cubanos reagiram de forma bem diversa às declarações do papa. Elizardo Sánchez, porta-voz da ilegal, mas tolerada, Comissão Cubana de Direitos Humanos, disse que a declaração do papa confirma sua “boa vontade” a respeito da situação na ilha, mas não tem grandes esperanças com a visita.

“Duvido muito que essa visita tenha algum impacto nos temas de direitos humanos e democracia para os cubanos. O problema em Cuba não é o marxismo. Ao governo falta a vontade de fazer as mudanças políticas modernizadoras de que o país necessita.”

Para Wilfredo Ramos, de 53 anos, empregado de uma cafeteria na Província de Camaguey, a mais de 500 quilômetros de Havana, “é possível que o papa não esteja inteirado de todas as reformas que estão se realizando no país. Aqui, tudo o que se quer vender, pode-se vender. Há liberdade”, afirmou.

Mas o estudante Germaine Cruzada não se diz satisfeito. “É preciso haver mudanças, porque na verdade o comunismo não está funcionando mais.”

Na semana passada, o Vaticano voltou a condenar o embargo comercial dos Estados Unidos contra Cuba, classificando-o como inútil e prejudicial. Também disse que o papa estará “disponível” caso Fidel Castro queira se reunir com ele.   

Fonte: A Folha