Será que deu
a louca no Supremo Tribunal Federal às vésperas do recesso? Além do “sorteio”
dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes para relatores dos processos
de Michel Temer e Aécio Neves, o ministro Marco Aurélio Mello devolveu ao
senador mineiro o mandato do qual estava afastado, e o ministro Edson Fachin
libertou o ex-deputado Rocha Loures, o homem da mala com R$ 500 mil, que estava
preso na carceragem da Policia Federal. Detalhe: os dois ministros revogaram
decisão da própria Corte, o que nos leva a acreditar que os homens de toga
estão meio perdidos na análise dos processos ou, então, algo muito estranho
está acontecendo na mais alta Corte de Justiça do país. Por conta dessas
últimas decisões, rumores que circulam em Brasilia já dão conta de que haveria
um amplo “acordão” para salvar tucanos e peemedebistas, aqui incluído o próprio
presidente ilegítimo Michel Temer e seus ministros. Se isso for verdade e
considerando-se as graves acusações e provas contra sobretudo Temer e Aécio,
não é difícil concluir-se que no Brasil de hoje o crime de colarinho branco
compensa.
No seu
despacho, revogando a decisão do seu colega Edson Fachin quanto ao mandato de
Aécio Neves, o ministro Marco Aurélio Mello pela primeira vez deixa cair sua
capa e expõe, em toda a sua pujança, as suas penas tucanas, que vinha
conseguindo esconder com habilidade ao longo do tempo. Isso ficou muito claro
quando ele diz, no despacho, que Aécio “é brasileiro nato, chefe de família,
com carreira política elogiável – deputado federal por quatro vezes,
ex-presidente da Câmara dos Deputados, governador de Minas Gerais em dois
mandatos consecutivos, o segundo colocado nas eleições à Presidência da
República de 2014 – ditas fraudadas –, com 34.897.211 votos em primeiro turno e
51.041.155 no segundo, e hoje continua sendo, em que pese a liminar
implementada, senador da República, encontrando-se licenciado da Presidência de
um dos maiores partidos, o Partido da Social Democracia Brasileira".
No seu
despacho, revogando a decisão do seu colega Edson Fachin quanto ao mandato de
Aécio Neves, o ministro Marco Aurélio Mello pela primeira vez deixa cair sua
capa e expõe, em toda a sua pujança, as suas penas tucanas, que vinha
conseguindo esconder com habilidade ao longo do tempo. Isso ficou muito claro
quando ele diz, no despacho, que Aécio “é brasileiro nato, chefe de família,
com carreira política elogiável – deputado federal por quatro vezes,
ex-presidente da Câmara dos Deputados, governador de Minas Gerais em dois
mandatos consecutivos, o segundo colocado nas eleições à Presidência da
República de 2014 – ditas fraudadas –, com 34.897.211 votos em primeiro turno e
51.041.155 no segundo, e hoje continua sendo, em que pese a liminar
implementada, senador da República, encontrando-se licenciado da Presidência de
um dos maiores partidos, o Partido da Social Democracia Brasileira".
O magistrado
diz ainda, no seu despacho, como justificativa para devolver o mandato a Aécio,
que ele “é brasileiro nato e chefe de família”. Ora, Delcídio do Amaral também
é, assim como tantos outros presos pela Lava-Jato que não tiveram o mesmo
benefício. João Vaccary também e, no entanto, continua preso mesmo absolvido
pelo TRF-4. E Lula, que vive caçado como um criminoso sem ter cometido nenhum
crime? Ele igualmente é brasileiro nato e chefe de família, tendo perdido a
esposa justamente pelas pressões injustas contra a sua família. Afinal, o que
está acontecendo com o Supremo? Será que é tudo encenação para iludir os que
ainda acreditam em Justiça? A libertação de Rocha Loures, uma decisão estranha
do mesmo ministro que dias antes havia determinado a sua prisão – Edson Fachin
– teria o objetivo de impedir a sua delação, que poderia agravar mais ainda a
situação de Temer? O homem flagrado com uma mala contendo R$ 500 mil,
supostamente endereçada a Temer, provavelmente foi beneficiado também por ser
brasileiro nato e chefe de família, o que, pelo visto, é suficiente para anular
o crime de que é acusado.
Os tucanos,
que representam a elite do país e participaram do golpe que destituiu Dilma
Roussef da Presidência da República, parece que estão imunizados contra
qualquer acusação, inclusive na Lava-Jato, onde não se tem conhecimento de
nenhum deles investigado ou preso, apesar de incluídos em delações. Os
integrantes da força-tarefa, como o procurador Carlos Fernandes Lima, por
exemplo, perderam o pudor e não mais escondem suas simpatias pelos tucanos, que
se esforçam para preservar, ao mesmo tempo em que fazem carga contra os
petistas. O empresário e doleiro Adir Assad, que foi preso pela Operação Dragão
da Policia Federal e está encarcerado em Curitiba, acusado de chefiar um
esquema de empresas de fachada responsáveis pela emissão de notas frias para
lavagem de dinheiro de propinas de empreiteiras, nos governos tucanos de São
Paulo, vem tentando negociar sem sucesso uma “colaboração premiada” em que
promete contar com detalhes, inclusive apresentando provas, o esquema criminoso
na estatal paulista Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), estatal responsável
pelas obras viárias. O esquema rendeu mais de R$ 1 bilhão em contratos
fictícios, segundo Assad, no governo José Serra, mas o Ministério Público
considerou a delação “frágil” e, por isso, não a aceitou.
Conclui-se
que com essa Justiça o Brasil dificilmente retomará os trilhos da democracia e,
consequentemente, do desenvolvimento, porque a escandalosa parcialidade
continuará selecionando os réus. E as injustiças prosseguirão flagrantes.
Portanto, diante disso, pelo visto quem quiser cometer deslizes, impunemente,
com os dinheiros públicos, bastará tucanar ou manifestar seu apoio a Michel Temer.
Estará imunizado contra qualquer tentativa de punição, em qualquer instância do
Judiciário.
Uma
vergonha!
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