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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

BOLSONARO É AMEAÇA A DEMOCRACIA E AMÉRICA LATINA, DIZ THE ECONOMIST

"Os brasileiros não devem ser enganados: além de suas visões sociais não liberais, Bolsonaro tem uma admiração preocupante pela ditadura", alerta revista britânica para riscos do candidato da extrema direita.
"Hoje em dia os brasileiros devem se perguntar se, como a divindade no filme, Deus saiu de férias", escreveu a revista britânica "The Economist", no artigo "Jair Bolsonaro, a mais recente ameaça da América Latina", publicado nesta quinta-feira (20). 
A reconhecida revista não só apresentou o candidato da extrema direita como ameaça em editorial, como também estampou na capa da edição desta semana, com uma fotografia do presidenciável nas cores do Brasil, com a manchete: "A última ameaça da América Latina: BOLSONARO PRESIDENTE". 
No texto, a publicação faz menção ao filme "Deus é brasileiro", ao valorizar as riquezas naturais, a música e a beleza do país, que agora tem tudo a perder. "O Sr. Bolsonaro seria uma adição particularmente desagradável ao clube de populistas no mundo. Se ele vencesse, poderia colocar em risco a própria sobrevivência da democracia no maior país da América Latina", pontua. 
A reportagem lembra que os grandes índices de intenções de voto a Bolsonaro se devem às justificativas de uma economia fracassada, com alto nível de desemprego, a corrupção do colarinho branco, o descrédito da classe política deflagrado pela Operação Lava Jato, um Congresso que torna a corrupção de Michel Temer impune, etc. 
"Até então, ele era um congressista de sete mandatos pelo estado do Rio de Janeiro, reconhecido de longa data por ser grosseiramente ofensivo. Bolsonaro disse que não iria estuprar uma congressista porque ela era 'muito feia'; que preferiria um filho morto a um gay; que os quilombolas que vivem em assentamentos são gordos e preguiçosos", enumerou. 
"Mas, de repente, essa disposição de 'quebrar tabus' está sendo interpretada como uma prova de que ele é diferente dos padrões políticos da capital, Brasília", concluiu The Economist: "E, assim, para os brasileiros desesperados por se livrarem de políticos corruptos e traficantes de drogas assassinos, o Sr. Bolsonaro se apresenta como um xerife sensato." 
Sobre o recente ataque a Bolsonaro durante um comício, a revista afirma que "só o tornou mais popular e o protegeu de uma crítica mais minuciosa pela mídia e por seus adversários". 
Mas a edição pede cuidado, ao se lembrar do que diz a própria história da América Latina. "Os brasileiros não devem ser enganados: além de suas visões sociais não liberais, Bolsonaro tem uma admiração preocupante pela ditadura". 
Um dos exemplos citados é o caso da ditadura no Chile de Augusto Pinochet (1973-1990), que misturou políticas autoritárias com a economia liberal do "Chicago Boys". "Eles ajudaram a estabelecer o terreno para a prosperidade relativa de hoje no Chile, mas a um custo humano e social terrível", relembrou. 
Por fim, o editoral sugere que os brasileiros não devam se deixar levar por Bolsonaro, cujo lema poderia chegar a ser "eles torturaram, mas agiram". "A América Latina conhece todos os tipos de homens fortes, a maioria deles terríveis". 
E os riscos são grandes, considerando que "a democracia do Brasil ainda é jovem" e que "até mesmo um flerte com autoritarismo é preocupante". 
"Em vez de cair nas promessas vãs de um político perigoso, na esperança de que ele possa resolver todos os seus problemas, os brasileiros devem perceber que a tarefa de curar sua democracia e reformar sua economia não será fácil, nem rápida. Algum progresso foi feito - como a proibição de doações corporativas a partidos e o congelamento de gastos federais. Muito mais reformas são necessárias. O senhor Bolsonaro não é o homem que o fornece", finaliza.
GGN

quarta-feira, 18 de abril de 2018

EDITORIAL DA GLOBO produz ANÁLISE FALSO sobre CONDENAÇÃO DE AÉCIO, diz Luís Nassif

Xeque, uma agência que contextualiza a notícia.
Análise: O editorial de O Globo de 18/04/2018 “Aécio convertido em réu abala teoria persecutória do PT
Conteúdo: o editorial compara a condenação de Aécio Neves com a de Lula como prova da isenção do Ministério Público Federal e da Justiça.
“A aceitação da denúncia contra o senador da oposição, feita ainda pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot e referendada por Raquel Dodge, sua sucessora, ocorre não muito tempo depois da rejeição, pelo STF, de pedido de habeas corpus em favor de Lula, com a consequente prisão do ex-presidente, condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. Assim avança a República”.
Contexto:
Uma análise correta não pode meramente comparar duas condenações, sem especificar as implicações de cada uma no contexto político.
Lula:
É a maior lideranças das esquerdas, candidato favorito às eleições de 2018. Os ataques dos quais foi alvo serviram para derrubar uma presidente da República, mudar as políticas públicas sem consulta às urnas, impor metas de gastos para saúde, educação, políticas sociais. Foi condenado sem que houvesse provas concretas (recibos, notas fiscais, registro de imóveis) de que fosse proprietário do triplex.
Aécio:  
Aparece com menos de 1% nas pesquisas para governador de Minas Gerais. Não tem fôlego político sequer para aspirar o mandato de senador. Não tem mais o comando do PSDB. Foi flagrado em uma conversa com Joesley Baptista, na qual solicita ajuda de R$ 2 milhões. O primo foi filmado saindo da JBS com mala de dinheiro. A aceitação da denúncia pelo STF não tem nenhum efeito adicional sobre o cenário político.
Seria o mesmo que comparar o naufrágio do Titanic com o de um barco a remo.
Intenções
Há duas intenções no editorial do Globo:
Tentar reduzir, especialmente para a opinião pública global, a ideia de que Lula foi vítima de um processo político.
Manter a blindagem que recebe do MPF no caso FIFA.
O MPF é titular de uma ação penal sobre os escândalos do futebol brasileiro, envolvendo diretamente as Organizações Globo. A ação está parada há anos e só foi reativada depois de trabalhos do Ministério Público espanhol, levantando os escândalos brasileiros a partir da prisão do ex-presidente do Barcelona. Não há nenhum sinal de que o inquérito esteja em andamento. O que pode explicar a necessidade da Globo de manter a parceria com o MPF.
Xeque!
GGN

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Estadão em editorial rompe com Sérgio Moro para tentar salvar Temer da derrocada fatal a cadeia


"As delações se tornaram instrumentos eminentemente políticos. Na patética articulação em curso para encontrar um 'substituto' para Temer caso o presidente caia, a primeira qualificação exigida é que o nome do candidato não tenha sido sussurrado por nenhum delator. Só então será considerada sua capacidade de governar o País. Essa é a prova de que a agenda nacional, em meio a uma das mais graves crises da história, foi definitivamente contaminada pelo pressuposto de que o Brasil só será salvo se a classe política for desbaratada, como se fosse uma quadrilha. Isso não costuma dar boa coisa", diz editorial do jornal Estado de S. Paulo desta quinta-feira, que ataca a Lava Jato para tentar salvar Michel Temer.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Cinicamente só agora que o sistema Globo descobre que Michel Temer é corrupto e pede sua renúncia

Peça central do golpe parlamentar de 2016, que derrubou a presidente legítima e honesta Dilma Rousseff, a Globo descobre agora que instalou na presidência da República um dos maiores corruptos da história política do Brasil: ele mesmo, Michel Temer; feito o estrago, a Globo pede a renúncia de Temer em editorial e já trabalha para impedir que o povo brasileiro reencontre a democracia por meio de eleições diretas; leia.

Depois de um editorial em sua edição impressa desta sexta-feira 19, em que afirma haver "incontáveis motivos" para a saída de Michel Temer, o jornal O Globo publica outro texto nesta tarde, sob o título: "A renúncia do presidente".

O texto diz que "a simples decisão" de Temer de receber o empresário Joesley Batista no Palácio do Jaburu "de forma clandestina" "já guardaria boa dose de escândalo. Mas houve mais, muito mais". Leia a íntegra:

Editorial: A renúncia do presidente
Um presidente da República aceita receber a visita de um megaempresário alvo de cinco operações da Policia Federal que apuram o pagamento de milhões em propinas entregues a autoridades públicas, inclusive a aliados do próprio presidente. O encontro não é às claras, no Palácio do Planalto, com agenda pública. Ele se dá quase às onze horas da noite na residência do presidente, de forma clandestina. Ao sair, o empresário combina novos encontros do tipo, e se vangloria do esquema que deu certo: "Fui chegando, eles abriram. Nem perguntaram o meu nome". A simples decisão de recebê-lo já guardaria boa dose de escândalo. Mas houve mais, muito mais.

Em diálogo que revela intimidade entre os dois, o empresário quer saber como anda a relação do presidente com um ex-deputado, ex-aliado do presidente, preso há meses, acusado de se deixar corromper por milhões. Este ex-deputado, em outro inquérito, é acusado inclusive de receber propina do empresário para facilitar a vida de suas empresas no FI-FGTS da Caixa Econômica Federal. O presidente se mostra amuado, e lembra que o ex-deputado tentou fustigá-lo, ao torná-lo testemunha de defesa com perguntas que o próprio juiz vetou por acreditar que elas tinham por objetivo intimidá-lo.

Ao ouvir esse relato do presidente, o empresário procura tranquilizá-lo mostrando os préstimos que fez. Diz, abertamente, que "zerou" as "pendências" com o ex-deputado, que tinha ido "firme" contra ele na cobrança. E que ao zerar as pendências, tirou-o "da frente". Mais tarde um pouco, em outro trecho, diz que conseguiu "ficar de bem" com ele. Como o presidente reage? Com um incentivo: "Tem que manter isso, viu?"

Não é preciso grande esforço para entender o significado dessa sequência de diálogos. Afinal, que pendências, senão o pagamento de propinas ainda não pagas, pode ter o empresário com um ex-deputado preso por corrupção? Que objetivo terá tido o empresário quando afirmou que, zerando as pendências, conseguiu ficar de bem com ele, senão tranquilizar o presidente quanto ao fato de que, com aquelas providências, conseguiu mantê-lo quieto? E, por fim, que significado pode ter o incentivo do presidente ("tem que manter isso, viu"), senão uma advertência para que o empresário continue com as pendências zeradas, tirando o ex-deputado da frente e se mantendo bem com ele?

Esses diálogos falam por si e bastariam para fazer ruir a imagem de integridade moral que o presidente tem orgulho de cultivar. Mas houve mais. O empresário relata as suas agruras com a Justiça, e, abertamente, narra ao presidente alguns êxitos que suas práticas de corrupção lhe permitiram ter. Conta que tem em mãos dois juízes, que lhe facilitam a vida, e um procurador, que lhe repassa informações. Um escândalo. O que faz o presidente? Expulsa o empresário de sua casa e o denuncia as autoridades? Não. Exclama, satisfeito: "Ótimo, ótimo".
Não é tudo, porém. Em menos de 40 minutos de conversa, o empresário ainda encontra tempo para se queixar de um ex-funcionário seu, atual ministro da Fazenda. Diz, com desfaçatez, que tem enfrentado resistência no ministro da Fazenda para conseguir a troca dos mais altos funcionários do governo na área econômica: o secretário da Receita Federal, a presidente do BNDES, o presidente do Cade e o presidente da CVM. Pede, então, que seja autorizado a usar o nome do presidente quando for novamente ao ministro da Fazenda com tais pleitos. O que faz o presidente? Manda-o embora, indignado? Não, de forma alguma. O presidente autoriza: "Pode fazer".

Este jornal apoiou desde o primeiro instante o projeto reformista do presidente Michel Temer. Acreditou e acredita que, mais do que dele, o projeto é dos brasileiros, porque somente ele fará o Brasil encontrar o caminho do crescimento, fundamental para o bem estar de todos os brasileiros. As reformas são essenciais para conduzir o país para a estabilidade política, para a paz social e para o normal funcionamento de nossas instituições. Tal projeto fará o país chegar a 2018 maduro para fazer a escolha do futuro presidente do país num ambiente de normalidade política e econômica.

Mas a crença nesse projeto não pode levar ao autoengano, à cegueira, a virar as costas para a verdade. Não pode levar ao desrespeito a princípios morais e éticos. Esses diálogos expõem, com clareza cristalina, o significado do encontro clandestino do presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista. Ao abrir as portas de sua casa ao empresário, o presidente abriu também as portas para a sua derrocada. E tornou verossímeis as delações da Odebrecht, divulgadas recentemente, e as de Joesley, que vieram agora a público.

Nenhum cidadão, cônscio das obrigações da cidadania, pode deixar de reconhecer que o presidente perdeu as condições morais, éticas, políticas e administrativas para continuar governando o Brasil. Há os que pensam que o fim desse governo provocará, mais uma vez, o atraso da tão esperada estabilidade, do tão almejado crescimento econômico, da tão sonhada paz social. Mas é justamente o contrário. A realidade não é aquilo que sonhamos, mas aquilo que vivemos. Fingir que o escândalo não passa de uma inocente conversa entre amigos, iludir-se achando que é melhor tapar o nariz e ver as reformas logo aprovadas, tomar o caminho hipócrita de que nada tão fora da rotina aconteceu não é uma opção. Fazer isso, além de contribuir para a perpetuação de práticas que têm sido a desgraça do nosso país, não apressará o projeto de reformas de que o Brasil necessita desesperadamente. Será, isso sim, a razão para que ele seja mais uma vez postergado. Só um governo com condições morais e éticas pode levá-lo adiante. Quanto mais rapidamente esse novo governo estiver instalado, de acordo com o que determina a Constituição, tanto melhor.


A renúncia é uma decisão unilateral do presidente. Se desejar, não o que é melhor para si, mas para o país, esta acabará sendo a decisão que Michel Temer tomará. É o que os cidadãos de bem esperam dele. Se não o fizer, arrastará o Brasil a uma crise política ainda mais profunda que, ninguém se engane, chegará, contudo, ao mesmo resultado, seja pelo impeachment, seja por denúncia acolhida pelo Supremo Tribunal Federal. O caminho pela frente não será fácil. Mas, se há um consolo, é que a Constituição cidadã de 1988 tem o roteiro para percorrê-lo. O Brasil deve se manter integralmente fiel a ela, sem inovações ou atalhos, e enfrentar a realidade sem ilusões vãs. E, passo a passo, chegar ao futuro de bem estar que toda a nação deseja.

Com informações do 247