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domingo, 16 de setembro de 2018

A FALSA GUERRA DE CIRISTAS E PETISTAS, POR LUIS NASSIF

À medida em que se aproxima o final do 1º turno das eleições, é natural a radicalização entre seguidores dos dois candidatos favoritos ao posto de guerreiro da civilização contra a ameaça Bolsonaro.
Mas seria importante que as cabeças mais esclarecidas, de lado a lado, impeçam a radicalização e a demonização do adversário de agora, que poderá ser o aliado de amanhã.
Haddad e Ciro representam o lado mais racional e criativo das políticas públicas, e estão do mesmo lado. Tem ideias claras sobre os diversos temas. E estilos diferentes de implementação.
Qualquer que seja eleito, se terá a garantia de interrupção do processo de desmonte da economia e das grandes negociatas administradas por Eliseu Padilha, Moreira Franco e Michel Temer.
Ambos buscarão um pacto de governabilidade, mas, aí, com estilos diferentes.
Há um diagnóstico claro sobre os problemas enfrentados pela democracia no país.
O mais grave deles é o fato de as instituições estarem completamente fora de lugar, com procuradores e juízes atuando politicamente, militares dando pitacos em política, o Supremo exposto a Ministros oportunistas, que cavalgam as ondas do caos institucional. E, coroando tudo, uma crise econômica gigantesca.
Seja quem for o eleito, enfrentará o maior desafio político desde a eleição de Tancredo Neves.
Na largada, Ciro Gomes traz a vantagem de não estar estigmatizado pelo antipetismo que, hoje em dia, move os poderes e a mídia. Assumiria o poder com toda a energia, inibindo a atuação dos inimigos da democracia.
No entanto, o jogo é insidioso e não é corrida de cem metros: é maratona que exigirá anos para a consolidação do poder democrático. O pico do poder e da popularidade de um presidente é no primeiro dia de mandato. Depois, há uma corrosão, no caso brasileiro acentuada crise e pelo papel deletério das Organizações Globo – que, definitivamente, entraram em um jogo sem saída.
Aqui, um parêntesis.
Haverá material de sobra para os historiadores do futuro, de como a falta de consciência sobre seu próprio poderio transformou a Globo em uma excrescência: um poder de Estado, sem ser Estado. Nessa escalada suicida, só haverá dois desfechos possíveis para esse jogo. Ou ela se torna poder definitivo, mudando a sede do governo para o Projac, ou será definitivamente enquadrada pelo poder político, assim que houver uma reorganização. Não haverá outra saída possível.
Como não há precedentes da história de um grupo de mídia assumindo o controle de um país, pode-se supor que seus dirigentes foram tomados pelo mais perigoso dos porres:  a miragem da onipotência que, aliás, parece ter atingido todo seu corpo de jornalistas. (clique aqui).
Se Ciro entusiasma na partida, há dúvidas sobre a estratégia de chegada. O enfrentamento, de peito aberto, de uma relação imensa de adversários – do poder político (PMDB/PSDB), partido da Justiça, poder militar e, por tabela, a mídia – lança dúvidas sobre os resultados do jogo no médio prazo. Seja qual for o resultado, se manterá o país conflagrado.
No caso de Haddad, o jogo é outro. Terá dificuldades na partida, devido ao antipetismo radical. Mas toda sua estratégia será em direção a uma grande coalisão que reponha o primado do poder político e permita a reconstrução gradativa das instituições. Para tanto, Haddad terá que contar com a assessoria dos quadros petistas mais experientes, como Jacques Wagner, Sérgio Gabrielle, Ricardo Berzoini, todos orientados por Lula.
Não há condições, a priori, de definir qual estratégia é mais viável. No primeiro dia de governo Haddad, o Partido do Judiciário reabrirá a caçada aos quadros dirigentes petistas. E não há como avaliar, agora, quais as concessões que serão necessárias para a consolidação do poder do Executivo.
Com Ciro, o jogo de desgaste será a médio prazo com a receita de praxe: escandalização de qualquer problema administrativo, superexposição de qualquer deslize verbal. Um de seus trunfos é o discurso anticorrupção. Como será trabalhado pela mídia, quando confrontado com outro discurso seu, o de impor limites aos abusos da Lava Jato e do Judiciário? E quando PSDB, PMDB e centrão se unirem no Congresso contra ele?
De tudo o que foi exposto, só há uma certeza: ambos, Ciro e Haddad, fazem parte do mesmo campo. E não podem deixar que o fragor dos últimos dias de campanha inviabilize uma futura aliança.
GGN

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

JAIR BOLSONARO: QUANTO MAIS O CONHECEM, MENOS VOTOS TEM

Duas pesquisas divulgadas esta semana mostram que os caminhos de intenção de votos para Jair Bolsonaro (PSL) são gradualmente pior a medida que o eleitorado passa a conhecer o candidato à disputa presidencial. Foi o que divulgaram os levantamentos do XP/Ipespe, realizado entre os dias 30 de julho e 1º de agosto, e o DataPoder360, entre 25 a 28 de julho. 
A primeira delas foi realizada logo após a entrevista concedida pelo deputado federal ao programa Roda Viva, nesta segunda-feira (30). E mostrou que o candidato teve queda em todos os cenários de primeiro turno e atingiu o maior patamar de rejeição, 57%. 
Quando são apresentados os nomes dos candidatos, sem Lula, Bolsonaro tem 22% no mês de agosto, uma queda de 1 ponto percentual em comparação ao mês passado. O mesmo ocorre quando os candidatos incluem Lula e Fernando Haddad. Já quando o nome do ex-prefeito de São Paulo, Haddad, aparece com a menção de "apoiado por Lula", a queda de Bolsonaro é de dois pontos percentuais, de 22% a 20% das intenções. 
A pesquisa foi feita com mil entrevistados de diversas regiões do país, por meio de questionários feitos por telefone de rede fixa e celular, com 95,45% da taxa de confiança, sendo a margem de erro de 3,2 pontos percentuais para mais e para menos. 
A outra pesquisa, produzida pelo site Poder360, foi feita com 3 mil entrevistados, usando a mesma metodologia de ligações, entre os dias 25 e 28 de julho. O resultado surpreendente do levantamento foi com a pergunta de rejeição entre aqueles eleitores que conhecem o deputado.  
A resposta foi de 76% entre quem conhece Jair Bolsonaro que declaram não votar nele de nenhuma maneira. Em comparação, aqueles que dizem conhecer apenas "de ouvir falar", a rejeição é inferior, 55%. E apenas 33% rejeitam Bolsonaro não o conhecendo.  
Ao mesmo tempo, entre os que dizem conhecer Bolsonaro, apenas 6% votaria com certeza no candidato: 
A pesquisa do Poder360 foi feita em 182 cidades de todas as regiões do país e indica uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais.
Do GGN

sábado, 11 de agosto de 2012

Eleitorado supera população em mais de 300 municípios no Brasil


Oliveira de Fátima (TO) tem duas vezes mais eleitores que moradores.

TSE diz que situação pode ocorrer e não implica fraude necessariamente.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que 305 municípios têm mais eleitores que habitantes, se levada em conta estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) da população residente por município para 2011 – os dados são os mais atualizados do instituto e foram publicados no “Diário Oficial da União”.
O percentual de municípios onde o total de eleitores é mai
or do que a população é de 5,5% dentre 5.564 cidades do país com ambos os números disponíveis – o IBGE possui dados de 5.568 municípios. O Brasil tem uma população estimada de 192.376.496 habitantes para 2011. O TSE contabilizou, em julho deste ano, 140.394.103 eleitores aptos a votar no país e outros 252.343 que votam no exterior – cerca de 70% da população brasileira.

De acordo com o TSE, nem sempre o domicílio eleitoral é o mesmo que o domicílio civil, e alguns municípios desenvolvem características específicas que levam a essa situação, o que, segundo o tribunal, não configura necessariamente fraude (leia mais abaixo a justificativa do TSE).
AS 20 CIDADES COM MAIOR DESPROPORÇÃO ENTRE ELEITORADO E POPULAÇÃO
Município
População
Eleitorado
Relação eleitor/habitante
Oliveira de Fátima (TO)
1.043
1.986
1,90
Passagem (RN)
2.910
4.580
1,57
Águas de São Pedro (SP)
2.770
4.213
1,52
Chapada de Areia (TO)
1.340
2.025
1,51
Parari (PB)
1.242
1.868
1,50
Senador José Bento (MG)
1.829
2.525
1,38
Serra da Saudade (MG)
811
1.107
1,36
Guaramiranga (CE)
4.058
5.412
1,33
Borá (SP)
806
1.071
1,32
Senador Cortes (MG)
1.987
2.625
1,32
Córrego Novo (MG)
3.088
4.058
1,31
União Paulista (SP)
1.618
2.116
1,30
Avelinópolis (GO)
2.446
3.171
1,29
Lagoa de Velhos (RN)
2.669
3.426
1,28
Ermo (SC)
2.049
2.625
1,28
Brejo de Areia (MA)
5.264
6.700
1,27
Catolândia (BA)
2.631
3.337
1,26
Severiano Melo (RN)
5.801
7.347
1,26
Aroeiras do Itaim (PI)
2.441
3.081
1,26
Sem-Peixe (MG)
2.822
3.545
1,25



Oliveira de Fátima, no Tocantins, é a cidade com maior disparidade entre população e eleitorado. O município tem 1.986 eleitores contra 1.043 habitantes, quase o dobro do total de moradores.
O TRE de Tocantins diz que não é comum situação como a de Oliveira de Fátima, “mas que, devido ao conceito de domicílio eleitoral ser muito extenso, abarcando vínculos familiares, patrimonial, afetivo dentre outros, podem acontecer casos semelhantes”.

Em segundo lugar, está Passagem, no Rio Grande do Norte, com um total de 4.580 eleitores cadastrados junto à Justiça Eleitoral e uma população de 2.910 pessoas, segundo o IBGE.

A coordenação de Logística de Eleições do TRE do Rio Grande do Norte afirma que a situação da cidade de Passagem é normal, “pois, de acordo com a legislação, o domícilio eleitoral é permitido para quem tanto reside no município como também para quem tem vínculos trabalhistas, familiares, afetivos etc.”. “A pessoa pode transferir seu título se comprovar vínculos fortes com o município para o qual quer estabelecer como local de votação. Isso não configura fraude”, informou o tribunal.

São Paulo, maior cidade do país, conta com uma população estimada para 2011 de 11.316.149 de habitantes e 8.619.170 eleitores.

De acordo com os dados do IBGE e da Justiça Eleitoral, somente duas cidades têm o mesmo número de habitantes e de eleitores. Ambas ficam no Rio Grande do Sul – Nova Boa Vista, com 1.940 habitantes e eleitores, e São José do Inhacorá, com 2.184.

Nos estados
Por estado, Minas Gerais possui 74 cidades com mais eleitores do que habitantes, seguido de Goiás (43), Rio Grande do Sul (34), Rio Grande do Norte (31), Piauí (28), São Paulo (27), Santa Catarina (18) e Paraíba (15). Rio de Janeiro, Sergipe, Rondônia, Mato Grosso e Espírito Santo têm uma cidade cada nessa situação.

TSE justifica
Em nota, o TSE afirma que para votar em determinados municípios, vínculos como os profissionais são aceitos. “O cidadão não precisa ter residência no município onde pretenda fixar-se como eleitor, para isso bastando que comprove vínculos que abonem esse requisito (patrimonial, profissional, comunitário, entre outros).”

“Daí decorre que, em alguns casos, notadamente em municípios que apresentem características especiais geográficas, de desenvolvimento de atividade econômica ou produtiva, ou de atrativos de outra natureza, haja incremento no quantitativo de eleitores, superando a própria população residente”, informou o tribunal. “Não há proporção ideal ou legalmente definida."

Ainda conforme o TSE, em razão disso, “a relação entre eleitorado e população não conduz, por si só, a indicativo de fraude no alistamento eleitorado” e a realização de revisão de eleitorado é de competência dos tribunais regionais eleitorais quando se tratar de suspeita de fraude.

Já as revisões que levam em conta os requisitos estatísticos, o TSE afirma que vem regulamentando essas revisões desde a implantação do Programa de Identificação Biométrica do Eleitorado. Diz ainda a nota que, salvo em situações excepcionais autorizadas pela Corte, estão vedadas revisões de eleitorado em anos eleitorais.

“Desde 2009, o tribunal vem admitindo tão somente a realização das revisões de eleitorado com identificação biométrica até o primeiro trimestre do ano eleitoral, de forma a assegurar a regularização de situação dos eleitores eventualmente cancelados nos procedimentos revisionais até o fechamento do cadastro imposto pelo art. 91 da Lei nº 9.504/97.”

Investigação de suposta fraude
No Rio Grande do Sul, 15 municípios com mais eleitores que habitantes são investigados pelo Ministério Público Estadual e pela Polícia Federal.

Em julho, o Gabinete de Assessoramento Eleitoral do MP recebeu da PF indícios de distorção nos números. Os dados foram repassados aos promotores dos municípios, que poderiam pedir ou não que a Polícia Federal a apurasse o caso.

Fonte: G1