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domingo, 13 de maio de 2018

Autocrítica e valorização dos ACERTOS dos Governos do PT em 2 ANOS DE GOLPE, por Alexandre Tambelli

Autocrítica e valorização dos acertos conjuntamente merecem espaço no debate sobre o Governo dos trabalhadores e o Golpe de Estado e as eleições de outubro, Golpe que completou 2 anos ontem, criam anticorpos futuros, quando da retomada do Poder, para se evitar novas rupturas democráticas e encontrar equilíbrio nas ações governamentais, afinal, tivemos erros, e acertos importantes na Era petista com o Presidente Lula e com a Presidenta Dilma e não se deve crer que tudo precisará ser diferente para se ter um bom/ótimo novo Governo dos trabalhadores.
A autocrítica é um instrumento coletivo, importante no aprimoramento das nossas ações e ela é parceira de qualquer caminhada na busca de minimizar erros futuros em uma retomada do Governo Federal pela esquerda ou pela centro-esquerda, pela classe trabalhadora.
Autocrítica não se confunde com ações oportunistas que querem ocupar o espaço político do PT utilizando da máxima de que o Governo do PT não teve nada de esquerda, que dizem o manjado: - traiu a classe trabalhadora, que só apontam erros nas suas administrações no Governo Federal, que vivem dentro de um moralismo barato da honestidade a toda prova, do entendimento que não se deveria ter feito conciliação com as classes dominantes nem alianças políticas com a direita, ainda, autocrítica não se confunde com a falsa tese que todos os problemas de hoje em relação à Justiça, à sociedade e ao Governo Temer são culpa, herança do PT, pegando o partido para Cristo, e assim por diante.
Porém, autocrítica se confunde com a possibilidade de reflexão de algumas práticas governamentais e partidárias + de militantes da centro-esquerda, Governo da classe trabalhadora que não renderam resultados práticos.
Temos que retomar o Poder no futuro tinindo nas ideias novas e nas ações consequentes com conhecimento do passado próximo, impedindo, assim, novas ações que possam novamente interromper o ordenamento democrático, por motivo de a direita política existente em nosso país não conseguir vencer uma Eleição no voto. 
ERROS E ACERTOS.
1) Erros.
Devemos estudar os erros, sim!
Vejamos os principais a serem observados e minimizados/sanados no futuro:
Observar que fomos um tanto descuidados com as bases sociais periféricas e de pequenas cidades, nosso público eleitor, no que tange a levar a eles Educação Política, informação precisa de seus direitos novos via novos programas sociais e educacionais criados na Era petista, para que eles os usufruíssem na sua totalidade, para que eles os defendessem e tivessem a clareza de que quem os criou foi o Governo dos trabalhadores.
Observar ainda que nos institucionalizamos por demais e acreditamos em um Projeto de Poder que se fechou em demasia na lógica do trabalho prioritário no Executivo e Legislativo e não na junção deste trabalho com o trabalho de formiguinha diário nas periferias e pequenos centros urbanos, junto da classe trabalhadora e dos pobres, para conscientiza-los, uni-los e serem eles forças mais expressivas de transformação social, em manifestações gigantescas, e tornando um crescente o tamanho da sociedade organizada com sindicatos mais fortes, universidades públicas mais próximas da população, com movimentos sociais/identitários interferindo com mais resultados positivos em políticas públicas sociais, nos direitos civis e nos direitos humanos e com partidos políticos de esquerda arraigados em suas bases sociais.
Observar que pouco criamos canais de comunicação direta com a população, talvez, um jornal impresso diário e nacionalizado, uma TV Brasil capaz de produzir uma audiência significativa, o que acarretou uma interferência em demasia negativa da Globo & velha mídia na compreensão efetiva e defesa pelos brasileiros do Governo dos trabalhadores.
Observar, também, que fomos um tanto republicanos demais nas escolhas dos postos chaves do Judiciário e da PF, em muitos momentos nossos adversários ocuparam cargos de chefia no Judiciário como é o cargo de PGR e de Delegado-Chefe da PF, etc., indivíduos que ajudaram na nossa derrubada, sem contar a dificuldade inicial de compreensão das intenções da Lava-Jato, muito longe de ser uma Operação séria de combate à corrupção e, sim, Operação de entrega do Pré-Sal às grandes petroleiras (as 6 irmãs), de destruição da Engenharia Nacional e parte importante no processo político do Golpe da derrubada de Dilma e que não foram combatidas suas medidas antinacionais, arbitrárias e golpistas a tempo. 
E assim por diante; todos instrumentos seguros para o impedimento de tentativas golpistas, caso a direita política tentasse sair da legalidade democrática do respeito ao voto popular e à Constituição, o que ocorreu em 2016.
Estudar os erros não é autoflagelação nem esquecimento dos inúmeros acertos, é utilizar de um processo dialético, onde ao mesmo tempo em que se faz o balanço dos erros se equilibra a balança com a valorização dos acertos e se aponta as vitórias, que foram muitas e bem mais presentes que os erros nas administrações petistas. E a balança certamente penderá para o lado positivo dos acertos.
Jogar só no lado das maravilhas ou jogar só no lado dos erros é primário e inócuo. 
2) Acertos.
Lembremos, então, dos inúmeros acertos em qualidade e quantidade de beneficiados também.
Quantas políticas públicas na área social, quantos acertos na área econômica, na Geopolítica que praticamos com eficiência, não é verdade? Lembremos de ações governamentais, dos programas criados/ampliados, das leis aprovadas no Congresso, uma parte apenas das ações, programas e leis para ilustrar nossos acertos, com seus números e com resultados práticos significativos, atingindo milhões e milhões de brasileiros:
Tiramos 40 milhões de pessoas da extrema-pobreza em 13 anos de Governo, é uma vitória extraordinária, saímos do Mapa da Fome da ONU, criamos o Bolsa Família que abrangeu com Dilma mais de 14 milhões de famílias beneficiadas. 36 milhões de brasileiros ascenderam até a classe média, diminuímos a taxa de mortalidade infantil pela metade.
Criamos mais de 21 milhões de empregos com carteira assinada e 23 leis novas ligadas a direitos trabalhistas, tivemos medidas efetivas no combate ao trabalho escravo. O salário mínimo em dólares equivaleu a 3 vezes os tempos de FHC. Ao término do Governo Lula em 2010 o número de pessoas com conta bancária chegou aos 115 milhões, diante de 70 milhões em 2002.
Controlamos a inflação por 12 anos seguidos, com inflação anual média de 5,8% até 2014.
Os gastos anuais com Educação quadruplicaram, criamos várias universidades, campus e escolas técnicas e dobramos o número de universitários, PROUNI ofereceu 1,2 milhões de bolsas, o Ciência Sem Fronteiras beneficiou mais de 100 mil estudantes.
Levamos luz (quase 16 milhões de novos beneficiados com o Programa Luz Para Todos) e água para quase todos os rincões do país (mais de 1 milhão de cisternas no Nordeste).
Triplicamos o número de venda de passagens aéreas e mais do que dobramos a fabricação de automóveis.
Fizemos da Política externa brasileira, com o comando de Celso Amorim uma Política externa soberana e respeitada mundialmente.
Triplicamos as exportações.
Levamos o Brasil ao quase quinto lugar nas economias mundiais com o PIB crescendo mais de 4 vezes em 13 anos, depois de FHC nos rebaixar para o décimo quarto lugar.
Tivemos a coragem de se aproximar dos BRICS por uma Nova Ordem Mundial não-unipolar e se aproximar dos países da América latina e da África.
Descobrimos o Pré-Sal, a maior reserva de petróleo descoberta nos últimos 30 anos, e colocamos ele a produzir poucos anos depois e revitalizamos a Indústria Naval., criamos o PAC, que realizou inúmeras obras de complexidade na área de engenharia Brasil afora com investimentos que chegam a quase 2 trilhões de reais.
Criamos o Mais Médicos que atende mais de 60 milhões brasileiros carentes de saúde básica.
Criamos o Brasil Sorridente, o maior programa de saúde bucal do mundo.
Criamos o maior programa habitacional de nossa história, o Minha Casa, Minha Vida, que atingiu mais de 4 milhões de casas contratadas/construídas em 7 anos (de 2009 até 2016) beneficiando mais de 10 milhões de brasileiros.
Valorizamos sobremaneira a Agricultura Familiar via Pronaf que cresceu em investimentos nos governos petistas 400% em relação ao Governo FHC, dobramos a safra agrícola.
Fizemos mais de 70 conferências nacionais no Governo Lula, nas áreas de Saúde, Educação, Comunicação, etc.
Aprovamos a Lei Maria da Penha.
Aparelhamos as Forças Armadas e revitalizamos a Indústria da Defesa.
Aprovamos diferentes leis de combate à corrupção, fortalecemos o Judiciário criando centenas de varas da Justiça Federal, criamos um Portal de Transparência do Governo elogiado internacionalmente, investigamos a fundo o funcionalismo público, exonerando, geralmente por atos de corrupção 4.481 pessoas entre 2003 e 2013.
Tornamos a PF funcional e com equipamentos e quadros e capaz de realizar inúmeras operações.
Acumulamos reservas internacionais na casa dos 380 bilhões de dólares, diante de FHC que nos deixou reservas de 37 bilhões de dólares.
E assim por diante.
O que precisamos é deste equilíbrio de análise, a que esconde erros é primária, como, igualmente é, a que só aponta erros, esta, em muitos casos, rancorosa e personalista.
Temos 2 anos de Golpe e uma Eleição em outubro que precisamos garantir a vitória nas ruas e na batalha por #LulaLivre e #LulaCandidato, certo? Faltam 5 meses.
Devemos aprender com nossas imperfeições e erros, construir caminhos para acertos cada vez maiores das esquerdas, hoje, representada com maior força pelo PT. Não se está, numa autocrítica equilibrada culpando o PT, rebaixando o partido nem sendo aproveitador, querendo ocupar um tal “espólio” do golpeado, porque este é muito forte e competente e sabe superar as adversidades com seus mais de 20% de brasileiros que se consideram petistas e com seus 50% de apoio, ao menos, nos votos válidos em pesquisas à nova candidatura de seu líder máximo: Lula.
O PT foi golpeado do Poder, bem sabemos, porém, não quer dizer que não tenha cometido alguns erros para que o Golpe fosse efetivado.
Se sairmos da estrada da mão-única, onde se trafega somente pela crítica a quem deu o Golpe, e com uma reflexão cuidadosa dos nossos caminhos percorridos, caminhos que não impediram dos golpistas roubarem o Poder, quando retomarmos, espero que em janeiro de 2019, estaremos mais fortes e conscientes das ações práticas a serem implementadas e abertos aos desvios necessários, se alguma de nossas premissas e ações não estiverem dando o resultado prático, tanto no crescimento socioeconômico como no impedimento de novas ações jurídico-legislativas visando golpear nossa vitória no voto.
Penso ser saudável toda autocrítica, sem medo, quando honesta e voltada para a construção segura da realidade prática de transformação social com Justiça Social e desenvolvimento soberano do Brasil; é valiosa ferramenta para minimizar os erros e amplificar os acertos, precisaremos dela se a vitória vier em outubro para assumir calejados em 1 de janeiro de 2019. É ação paralela à campanha e balizadora até das propostas a serem apresentadas no programa de Governo do PT e de outras candidaturas de esquerda. 
Certamente, não é a autocrítica tola a que merecerá valor, a que não observa a realidade para produzi-la e que acredita que não há dificuldades enormes para as esquerdas no mundo atual da concentração radical do Capital, do ultra neoliberalismo mundializado, da presença mídias oligopólicas e a serviço do 1%, se tanto, do topo da pirâmide social e da política   imperialista de recolonização da América Latina, mas, também, não é mais a falta de autocrítica uma ação saudável, hoje,  já passados 2 anos do Golpe. 
Como diz o ditado: nem tanto ao céu nem tanto ao mar!
União das esquerdas em tempos de caos e adversidades é necessário e urgente, porém, não se pode crer que união seja silêncio, seja abandono de diferenças, de autocrítica, de reflexões aprofundadas dos governos petistas com a responsabilidade de saber quem é o verdadeiro adversário político, econômico e social, que claramente não é o PT.
Apontemos para o futuro sabedor do passado. Tenhamos um memorial/glossário de informações sobre como os golpistas e os Golpes sobrevivem e agem, para consultas, reavivamento instantâneo na memória e barramento no seu início de uma outra tentativa de Golpe num Futuro, pós-retomada da Democracia e do Poder por uma esquerda ou centro-esquerda e/ou defensores dos interesses nacionais e políticos e administradores não colonizados.  
E tenhamos a compreensão de que a governabilidade segura se dá no casamento das ações Institucionais no Executivo e Legislativo com a busca de levar a informação das ações governamentais à população com eficácia e junto da informação mobilizar e valorizar a militância na formação socioeducacional continuada e diária da população trabalhadora e dos pobres nos bairros onde eles residem, preferencialmente.
A população precisa se tornar uma base social popular e trabalhadora de apoio, base social de pressão parlamentar ao conservadorismo possível e voz ativa nos rumos do Governo de esquerda/centro-esquerda, base social capaz de mobilização para defende-lo nas ruas***, em caso de tentarem novos retrocessos sociais, econômicos, dos direitos humanos e civis, das causas identitárias, retrocessos no nosso desenvolvimento e na nossa garantia de Soberania no concerto das nações, etc., em suma, se tentarem um novo Golpe; pontuando que precisaremos de um tempo significativo de administração de esquerda ou centro-esquerda e progressista + defensora dos interesses nacionais para arrumar a casa, quase destruída pelas mãos de Temer, Meirelles, Moreira Franco, Moro e a Lava-Jato, STF, Pedro Parente, tucanos, etc. em 2 anos de Golpe e este tempo necessário precisa ser compreendido pelo eleitorado e compartilhada as medidas adotadas via comunicação eficaz com a população. 
*** Base social que vai além da nossa militância clássica pré e pós-impeachment: acadêmicos/intelectuais, estudantes universitários, movimentos sociais, sindicalistas, artistas e militantes e simpatizantes da esquerda partidária. É o povo trabalhador não-organizado, o povo pobre que precisamos colocar, junto da gente, nas ruas.  
Do GGN

sábado, 20 de janeiro de 2018

As inconsistências do processo do pretor de Curitiba contra Lula, por José Gilbert Arruda Martins*

A menos de uma semana para o julgamento do maior e mais importante líder popular do planeta na atualidade, Luís Inácio Lula da Silva, no TRF4 de Porto Alegre, algumas perguntas pairam no ar: A quem interessa esse processo de perseguição que vem se arrastando há anos? Precisamos dar nomes aos bois. Tentar nomear para que cada brasileiro e brasileira entenda que esta luta não é, definitivamente, uma luta contra a corrupção, mas uma luta de classes, uma tentativa desesperada que as elites encontraram de retirar da vida pública o único cara que realmente fez pelo povo nos últimos anos.
Bernie Sanders, senador nos EUA pelo Estado de Vermont. Filiado ao Partido Democrata desde 2015, foi o político independente com mais tempo de mandato na história do Congresso dos Estados Unidos. Escreveu recentemente:
"Difícil de compreender, o fato é que as seis pessoas mais ricas da Terra agora possuem mais riqueza do que a metade mais empobrecida da população mundial — 3,7 bilhões de pessoas. Além disso, o top 1% tem agora mais dinheiro do que os 99% de baixo. Enquanto os bilionários exibem sua opulência, quase uma em cada sete pessoas luta para sobreviver com menos de US$ 1,25 [algo como R$ 4] por dia e – horrivelmente – cerca de 29 mil crianças morrem diariamente de causas totalmente evitáveis, como diarreia, malária e pneumonia."
Sanders cutuca a ferida que ontem, de outra forma, os professores Marcelo Neves, Eugênio Aragão e a professora Beatriz Vargas da UnB também fizeram quando falaram sobre o processo político que as elites e seus lacaios da justiça brasileira movem contra o ex-presidente Lula.
Entender um pouco como funciona isso é fundamental para cada um de nós. Sei que o dia a dia, muitas vezes impede, ou dificulta a reflexão política por parte dos trabalhadores e trabalhadoras. Mas, mesmo assim, precisamos pensar. Eles estão pensando. Eles estão agindo. E, pode ter certeza, a ação desses canalhas é para ferrar com você.
Por isso companheiro e companheira, as perguntas e reflexões precisam de um lugar e tempo na cabeça e na vida de cada um e cada uma. Não pensar é deixar que eles, a elite, pensem por você.
A quem interessa essa caça a um dos mais influentes políticos do mundo contemporâneo? Quem ganha com a retirada da cena política nacional e mundial do ex-torneiro mecânico que ascendeu ao poder no Brasil e chamou a atenção do planeta para suas políticas de inclusão do pobre no orçamento?
Analise, pense, reflita. A maioria das ações políticas e de mídia (diga-se rede Globo etc.), dos últimos anos, tem um grande objetivo: retirar você, pobre, trabalhador e trabalhadora, do orçamento, da vida digna. Retirar você dos caminhos que levam à construção da plena cidadania.
Com toda certeza essa violência jurídica, essa violência política não interessa aos "subcidadãos" subclasse social criada a partir de um pensamento cruel e elitista e, que foi destacado pelo professor Marcelo Neves no encontro de ontem (18/01) no teatro Dulcina. Os milhões de subcidadãos ("os desprezíveis"), como completou o professor, não ganham nada com essa perseguição. Mas, afinal, quem ganha?
Transformar o Lula em "Homo Sacer", "o homem excluído de toda a vida em sociedade", na explicação do professor Marcelo Neves, é o grande e mais urgente objetivo das elites brasileiras neste momento. Tirar da cena pública, de uma forma radical, todo o legado, todo o simbolismo que representa Lula para o povo brasileiro.
Para tentarmos entender quem ganha, precisamos antes dizer quem trabalha nos bastidores e na cena jurídica, política e midiática. Entender quem são os partidos políticos conservadores, os parlamentares, as organizações anti-povo, como o MBL, os policiais federais e delegados golpistas, os juízes e procuradores que apenas se beneficiam do Estado é tarefa de casa e do trabalho, urgente.
Esses grupos, organizações e pessoas são o que chamamos de "capitães-do-mato", aqueles que fazem o trabalho sujo. São aqueles que aparecem na mídia com discursos moralistas para te ferrar. São os lacaios do grande capital, da "Casa-Grande". São os representantes dos 1%.
Os trabalhadores e trabalhadoras e a sociedade em geral precisam se esforçar para entender que um magistrado, um juiz, um desembargador, um promotor, um apresentador de TV, um parlamentar e até um presidente tipo o que o país tem hoje, não são exatamente parte da elite que controla o poder econômico e compra a seu bel-prazer o poder político.
Esses atores citados são os capitães do mato apenas. Eles são o pau-mandado das verdadeiras elites. São os escudos da “gulodice da minoria insaciável”, como afirmou certa vez o saudoso educador popular Paulo Freire.
Os 1% que controlam a riqueza e a produção da riqueza no Brasil estão fisicamente distantes do parlamento e até da mídia. Esse tipo não aparece com frequência, estão quase sempre escondidos em seus próprios interesses.
Não é fácil chamá-los nominalmente um a um. Por exemplo, a família Marinho, controladora da maior rede de comunicação do país que envolve TV aberta, jornal, TV Fechada, revistas, canais na internet, rádio de grande alcance... Seriam sim parte desse seleto grupo de controladores do poder econômico e que estão por trás de todas as mudanças ruins que acontecem hoje no país e que afetam diretamente os trabalhadores e trabalhadoras.
A revista Exame (revista controlada por eles) em sua edição de 13 de setembro de 2016, trouxe alguns nomes de pessoas que fazem parte dessa elite, desse 1% que controla a produção e a riqueza brasileira. Alguns nomes: Jorge Paulo Lemann, segundo a revista ele, além de mais rico do Brasil é também o 19o. homem mais rico em todo o mundo. Joseph Safra é outro que se destaca na reportagem como o bilionário com uma fortuna de 17,2 bilhões de dólares.
É essa gente que ganha com a destruição de Lula. É esse grupo seleto de super-ricos que controla não apenas a riqueza, mas explora brutalmente a força de trabalho no Brasil é que ganha com esse viciadíssimo processo judicial que será julgado em 2a.instância dia 24 de janeiro em Porto Alegre.
Essa é a cara da elite brasileira. Os 1% que não possuem nenhum tipo de interesse na vida do povo e da nação brasileira, a não ser explorar.
São esses os verdadeiros donos do poder. Os caras que estão usando jovens do MBL, parte da classe média idiotizada, o judiciário e o parlamento comocapitães do mato.
É dessa gente que Bernie Sanders falou, é desse grupo que os professores Marcelo Neves, Beatriz Vargas e Eugênio Aragão se referiam no dia de ontem no teatro Dulcina quando esclareciam de forma brilhante os vícios do processo contra Lula da Silva.
Os professores em suas falas afirmaram "tribunais e juízes acima das leis" agem como querem colocando em risco a democracia e o Estado de Direito no país. A insegurança jurídica é enorme.
A reação do povo tem que ser agora.
Quem se interessa pelo país e seu povo, reagirá agora!
Para concluir vou usar uma parte da matéria veiculada no jornal do PCO - Partido da Causa Operária que foi distribuído ontem durante o evento: "É preciso mobilizar a militância de todo o país para impedir a prisão de Lula e derrotar a direita e os golpistas, na lei ou na marra". 
*Mestre em Ciência Política, professor formado em História pela Universidade Estadual do Ceará em 1988.
 Do GGN

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Um desembargador sério não chancelaria sentença tão fraca, diz Rogério Dultra

Doutor em Ciência Política e professor de Direito da Universidade Federal Fluminense, Rogério Dultra disse em entrevista ao GGN, na tarde desta quarta (17), que "qualquer pessoa com bom senso olha a sentença [do caso triplex] e não acredita que algum desembargador sério, correto, vá chancelar uma condenação tão fraca, mal feita e desprovida de qualidade jurídica." 
"Alguém sério aprovar um negócio desse, aliás, é a prova de que não é sério", disparou. 
Apesar de ter tido acesso à íntegra da sentença e analisar que o correto seria o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) anular a condenação imposta a Lula por Sergio Moro, Dultra avaliou que "o mais provável é que a decisão seja chancelada porque a Justiça, neste caso, está funcionando de maneira política." 
"Não tenho dúvidas de que é um processo político, eivado de ilegalidades e deve ser anulado. Mas acho que isso não vai ocorrer, porque essa faixa do Judiciário não está operando sobre critérios jurídicos, mas políticos." 
O GGN publicou hoje uma reportagem resumindo em 4 tópicos os principais problemas na sentença de Sergio Moro que deveriam ser enfrentados pelo TRF-4, no próximo dia 24, e que vão além da discussão sobre Lula não ser, no papel, o proprietário do triplex. 
Dultra opinou que o primeiro dos tópicos abordados - o fato de que Lula foi denunciado por um suposto crime A, narrado pelo Ministério Público, e acabou condenado por um suposto crime B, definido por Moro - é uma afronta ao Código de Processo Penal. 
JUIZ ACUSADOR 
"Não cabe ao juiz iniciar um processo de ofício e ele também não pode inventar o crime ou ser o sujeito ativo a determinar a acusação, porque o nosso processo penal separa a figura do juiz e do acusador. Quando ele [Moro] amplia o escopo da denúncia do Ministério Público para falar dos R$ 16 milhões, ele deixa de atuar como um juiz e passa a atuar como um acusador." 
Os procuradores da Lava Jato denunciaram Lula por ter recebido vantagem indevida a partir de 3 contratos entra a OAS e a Petrobras, que teriam gerado R$ 87 milhões me propina. Parte dos recursos teriam bancado o armazenamento do acervo presidencial do petista e a reforma no apartamento que a empreiteira construiu no Guajurá. 
Porém, na sentença, Moro alterou a denúncia e condenou Lula com base em uma delação premiada de um executivo da OAS que afirmou que a empresa tinha um "caixa virtual" com o PT, com R$ 16 milhões. Segundo a tese do juiz, a OAS custeou a reforma para Lula e abateu a despesa desse suposto fundo para o PT. O resto do dinheiro, disse Moro, a Lava Jato não achou porque possivelmente abasteceu campanhas do partido. 
"Isso [de dizer que a falta de prova é a prova do crime] não existe. Ele tem que provar que há culpa. Isto foi feito ao arrepio do Código Penal", disse Dultra, para quem o papel do Ministério Público era justamente o de encontrar alguma evidência, qualquer rastro de que esse caixa existiu e financiou o PT e Lula.  
POSSE
Quanto ao fato de que o triplex está em nome da OAS e, inclusive, foi penhorado para pagar dívida da empreiteira junto a fornecedores, Dultra afirmou que "o direito civil brasileiro é muito tradicional, não tem nenhuma inovação. Para que um imóvel seja dado como propriedade de um sujeito, ele tem que ter o documento em seu nome, registrado em cartório, e provar uso, dormir lá. Não foi o caso." 
"Há a evidente incapacidade técnica do Ministério Público e do Juízo em produzir provas consistentes." 
Dultra ainda apontou que a força-tarefa não fez uma investigação correta e ainda pecou pelo uso exclusivo de delações problemáticas, feitas por réus e outros investigadores que estavam submetidos ao controle do Ministério Público. 
Caso de Léo Pinheiro (que estava desesperado por um acordo de delação), Delcidio do Amaral (que não entregou provas de nada do que disso, segundo o próprio Ministério Público Federal, em Brasília) e Pedro Corrêa (que, àquela altura, não teve o acordo homologado pela Justiça). 
A JUSTIÇA POLÍTICA 
Para Dultra, a Lava Jato não é nenhum "ponto fora da curva" quando o assunto é produto de um Judiciário politizado. Ele apontou que, no Brasil, a tradição é o Ministério Público levar à cadeia, sem provas, os réus sem condições de pagar uma boa defesa. É daí que nasce o problema nacional de superlotação em presídios. 
Quanto à turma de Curitiba, especificamente, ele lembrou que na trajetória acadêmica do Sergio Moro fica claro que ele tem uma interpretação muito subjetiva do que é Justiça. "(...) 
ele sempre afirmou que a interpretação do juiz prevalece sobre o que está escrito nas leis." 
"A concepção dele de democracia também é complicada. Democracia para ele não é todo poder de decisão ao povo, é o que a opinião pública, expressa nos meios de massa, que são manipuladores, determina." 
A faceta política do próprio TRF-4 também é motivo de lamentação, disse. 
Para o professor, a nota em que o TRF-4 antecipa que Lula, se condenado, não será preso imediatamente, e a declaração do presidente Thompson Flores que acabou acelerando o processo, são pequenos "avisos" aos demais tribunais sobre a preocupação com o calendário eleitoral. 
"É triste um juiz [Thompson Flores] que não cumpre o princípio básico da magistratura, que é falar exclusivamente nos autos. É lamentável de assistir." 
GGN