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quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O dia em que o Senado virou Supremo, por Luis Nassif

Foto: Agência Brasil
É um exercício curioso acompanhar as justificativas dos votos dos Senadores que votaram pelo “não” no caso Aécio Neves. Isto é, por não dar autorização para o STF (Supremo Tribunal Federal) investigá-lo.
Alguns foram mais sinceros e alegaram que, se o próprio STF passou a batata quente para o Senado, agora o Senado devolveria a batata quente ao Supremo.
Muito se falou nas prerrogativas do Senado, nas suas atribuições de fazer as leis e, exagerando, de ser o verdadeiro guardião da Constituição, de ser compostos por pessoas eleitas pelo voto popular. Falou-se do risco da ditadura do Judiciário, dos diversos casos em que a Procuradoria Geral da República se precipitou, com as trapalhadas de Rodrigo Janot, e depois o próprio Supremo corrigiu.
Muitos votaram em tese, não pelo Aécio ou contra o Aécio, mas pelas prerrogativas da casa.
Tudo muito bom, tudo muito bem, não fossem dois detalhes: as conversas escrachadas de Aécio com Joesley Batista; e os 500 mil reais que o primo de Aécio levou em uma maleta. Sem contar a conversa de bêbado de Joesley com seu advogado, gravada inadvertidamente, em que diz que Aécio “é muito bandido”.
Não foram episódios soltos, mas indícios em cima de um personagem sobre o qual campeiam suspeitas muito mais graves, desde as caixinhas de Furnas até as estripulias de seu aliado e suplente com o helicoca.
Desde o início da Lava Jato, Aécio Neves, ao lado de José Serra, eram os exemplos máximos da impunidade, a prova de que o Ministério Público Federal (MPF) tinha viés ideológico, assim como o Supremo e o Judiciário em geral. A consagração da Lava Jato viria na punição – ainda que extremamente tardia – deles dois.
Agora se tem um Aécio blindado e um Serra tão à vontade que até pensa em se candidatar ao governo de São Paulo.

 Do GGN

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Executivo da JBS achava que Gilmar estava ajudando alvos da lava jato

Foto: Agência Brasil

O empresário Ricardo Saud, ex-JBS, acreditava que Gilmar Mendes estava enviando um sinal de que iria ajudar os executivos e políticos investigados a reboque da Lava Jato. A opinião de Saud foi emitida ao primo que buscou quatro malas de dinheiro em espécie para Aécio Neves, Frederico Pachedo. Preso, Saud agora diz que as menções ao ministro do Supremo Tribunal Federal não passavam de bravatas.

O diálogo entre Saud e Fred foi parcialmente divulgado pela revista Veja, na tarde desta quinta (5). Ele teria ocorrido no dia 3 de maio, enquanto Saud enchia uma sacola com R$ 500 mil para o primo de Aécio. 

"Boa parte da conversa girou em torno da decisão da 2ª Turma do Supremo, que um dia antes revogou a ordem de prisão do juiz Sérgio Moro e soltou o ex-ministro José Dirceu. Votaram a favor de Dirceu os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandovski. Os ministros Edson Fachin e Celso de Mello votaram contra", diz a revista.

Para Saud, a decisão do Supremo só não iria afetar a delação de Antonio Palocci contra Lula, mas poderia evitar que o ex-ministro dissesse algo sobre o Judiciário. "Em seguida, o executivo da J&F comemora a decisão do Supremo: 'Acho que o Gilmar agora começou a ajudar a gente'”, publicou o portal. 

“Você acha que ele não ia entregar o Judiciário não? Quantos caras daquele que tá ali que o Palocci ajudou? Ele, José Eduardo, acolá? O que eles fizeram? Correram, soltaram o Zé Dirceu… Falou: ‘Fala nada para ninguém não que nós vamos soltar vocês’. Ficou bom, ué. Ficou bom, mas bom mesmo”, disse Saud. "O executivo diz a Fred que, assim que recebeu a notícia da soltura de Dirceu, também conversou com o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo", afirmou Veja.

Ainda na visão do executivo, a decisão do Supremo era "resultado de uma conversa entre o presidente Michel Temer com os ex-presidentes Lula e Fernando Henrique."

GGN 

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Conhecendo por dentro o primo de Aécio Neves

Quem é o primo de Aécio Neves, o que ele fez no governo e como ele pode enterrar de vez a carreira do senador afastado?

Acabar com a “carreira” de Aécio Neves. Literalmente. É este o potencial de uma delação premiada de Frederico Pacheco de Medeiros, primo do senador afastado da presidência do PSDB que está preso em Minas Gerais.

Primeiro, um alerta. Leia tudo o que vem a seguir com uma ponta de sal. É comum que se anunciem “delações premiadas” na mídia apenas para atingir objetivos obscuros. A IstoÉ, por exemplo, já antecipou como seria uma delação de Antonio Palocci. Pode ser mentira, pode ser uma forma de extorsão, pode ser um alerta a aliados, pode ser um pedido de socorro…

O delator Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, primeiro disse que havia doado por fora R$ 1 milhão à campanha Dilma-Temer, em 2014. Depois, quando Dilma demonstrou que o cheque havia sido destinado ao vice-presidente, Otávio mudou sua versão, livrando Temer de qualquer embaraço.

José Antonio Sobrinho, da Engevix, disse que havia entregue R$ 1 milhão ao coronel João Baptista Lima Filha, o coronel Lima, amigão de Temer, como forma de agradecimento pela obtenção de com contrato em Angra 3. Depois de sair da cadeia, em Curitiba, Sobrinho afirmou, sem esclarecer os detalhes, que não teria havido interesse das autoridades em sua delação premiada.

Ou seja, o mercado das delações premiadas parece — insistimos, parece — contaminado por interesses políticos. Ou, simplesmente, pela força do dinheiro. O ex-braço direito do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, de nome Marcelo Miller, simplesmente bandeou-se para a advocacia e participou do acordo de delação premiada do dono da JBS, Joesley Batista.

Deveria ser um escândalo alguém atuar nas duas pontas de uma investigação, mas estamos no Brasil…

Frederico Pacheco de Medeiros, o primo de Aécio, é uma pessoa importante.


FREDERICO PACHECO DE MEDEIROS
Pacheco foi preso na quinta-feira (18) em sua casa, no condomínio Morro do Chapéu, em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Em seu currículo, desde 2003, acumula diversas passagens por cargos públicos. Em janeiro de 2003, Fred — como é conhecido — foi nomeado como secretário adjunto do governo mineiro de Aécio Neves.

Permaneceu no cargo até outubro de 2006.

A informação vem da gestão atual do Estado de Minas Gerais.

No período eleitoral de 2006, entre julho e setembro, ele trabalhou na campanha de reeleição de Aécio.

Em seguida, com a vitória do primo, em outubro daquele ano, reassumiu o cargo de secretário adjunto e lá ficou até junho de 2008.

No mês seguinte, virou secretário geral do governo de Minas Gerais e lá permaneceu até março de 2010, quando retornou ao seu cargo antigo, como secretário adjunto do governo mineiro.

Em 2011, quando Antonio Anastasia assumiu o governo com apoio de Aécio Neves, Fred foi nomeado diretor de Gestão Empresarial da Companhia Energética de Minas Gerais S.A. (Cemig).

Em 2014, Fred trabalhou como administrador financeiro da campanha de Aécio Neves à Presidência da República.

Fred deixou a Cemig em 2015.

Fonte graduada do Viomundo em Minas Gerais diz que Frederico foi o articulador da venda de 1/3 das ações da estatal Cemig — a Companhia Energética de Minas Gerais —  à empreiteira Andrade Gutierrez.

Conforme denúncia publicada, aqui, foi um negócio da China para a empreiteira:

Para viabilizar o negócio, a Cemig comprou, em 2009, a participação da Andrade Gutierrez na Light do Rio de Janeiro por R$ 785 milhões, pagos à vista.

A Andrade Gutierrez, por sua vez, deu R$ 500 milhões de entrada na compra de 33% das ações ordinárias da estatal mineira, ficando o restante do valor da compra, no total de R$ 1,6 bilhão, para pagamento em 10 anos com a emissão de debêntures a serem adquiridos pelo BNDES, a juros e taxas facilitadas.

Na prática, a Andrade Gutierrez fez um negócio da China. De 2010 a 2013, recebeu mais de R$ 1,7 bilhão em dividendos da Cemig.

O poder da empreiteira na estatal não se restringe à participação nesse item.

No acordo de acionistas a Andrade Gutierrez garantiu, por meio de artifícios embutidos no documento, o direito de indicar seu representante na Diretoria de Desenvolvimento de Negócios e Controle Empresarial das Controladas e Coligadas, que simplesmente é quem conduz os investimentos da Cemig, em especial as grandes construções.

Trocando em miúdos, a Andrade conduzia os investimentos da Cemig nas construções que ela, Andrade, era capacitada para fazer!

Pelas gravações divulgadas pela Operação Patmos, Frederico Pacheco de Medeiros foi um homem da mala relutante de Aécio Neves. Ele parecia pressentir que daria confusão.

Em conversa com Ricardo Saud, o homem da mala da JBS, Frederico disse:

“Outro dia estava pensando. Acordei à meia noite e meia, o que estou fazendo? O que tenho com isso? Eu não trabalho para o Aécio, eu não sou funcionário público, sou empresário. Trabalho para sobreviver. Eu tenho com o Aécio um compromisso de lealdade que o que precisar eu tenho de fazer. Eu falei, olha onde eu tô me metendo”,

As informações de que ele considera fazer uma delação premiada nos foram dadas por uma fonte de Minas Gerais que diz ter contato com integrantes do Judiciário local.

Esta fonte diz que uma mensagem do pai de Frederico foi divulgada na rede interna dos desembargadores da ativa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

“Meu filho Frederico Pacheco de Medeiros está preso por causa de sua lealdade a você, seu primo. Ele tem um ótimo caráter, ao contrário de você, que acaba de demonstrar , não ter, usando uma expressão de seu avô Tancredo Neves, ‘um mínimo de cerimônia com os escrúpulos’. Vejo agora, Aécio, que você não faz jus à memória de seu saudoso pai, Aécio Cunha. Falta-lhe, Aécio, qualidade moral e intelectual para o exercício que disputou de Presidente da República.

Para o bem do Brasil, sua carreira política está encerrada.  Lauro Pacheco de Medeiros Filho, desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais”.

Segundo nossa fonte, Lauro foi indicado para o TJ por Tancredo Neves. Mas, Frederico não seria exatamente a pessoa idealizada pelo pai: “Cobrava, quando diretor da Cemig, até por audiencias com empresários”.

Do Vi o Mundo