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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Corrupção e “reformite”, a arma ancestral dos golpes, por Luis Nassif do GGN

Estou na revisão final da biografia de Walther Moreira Salles – com lançamento previsto para março. Alguns dos capítulos descrevem as crises políticas dos anos 50.
São interessantes os paralelos com o quadro atual, inclusive para identificar os bordões historicamente acionados pelas lideranças de direita.
A lógica é sempre a mesma.
Todo o poder emana do povo. O povo elege o Presidente da República e elege os parlamentares. E há um quarto poder atuante, que é a mídia. A disputa pela Presidência é imprevisível; a do Parlamento, menos, já que girando em torno de lideranças regionais e coronéis políticos.
As eleições podem consagrar um candidato popular, como o segundo governo Vargas, um desenvolvimentista, como JK, um populista de direita, como Jânio. E, depois da redemocratização, perfis tão distintos como Fernando Collor, FHC e Lula. Já o Parlamento é ferreamente amarrado a práticas clientelistas e, em um segundo plano, às pressões da mídia sobre seu eleitorado.
É a velha dicotomia entre federalismo e centralismo que se tornou um dos motores da crise política brasileira.
Historicamente, o modelo de democracia representativa, padrão EUA, foi montado visando permitir o controle das massas por minorias supostamente ilustradas. Todo o modelo funda-se no financiamento privado. E os processos de inclusão são lentos e assimiláveis. Momentos de mudanças radicais – grandes inclusões sociais, urbanização acelerada – geram fricções que são aproveitadas pelos derrotados políticos. E, aí, ao lado do álibi da luta contra a corrupção entre o álibi das reformas.
Antes, quando se perdia o controle político, apelava-se para as intervenções militares.
No pós-redemocratização, a América Latina abrigou dois tipos de golpe. O primeiro, o golpe parlamentar-midiático, que vitimou Carlos Andres Perez, na Venezuela, e Collor, no Brasil. Perdida a maioria parlamentar, a mídia trata de desenvolver uma campanha permanente de denúncias verdadeiras ou factoides, criando a legitimação para o golpe. Nos últimos anos, esse modelo foi substituído pelo golpe jurídico-midiático.
Em todos esses casos, apela-se para o mesmo discurso. A deslegitimação da eleição popular se dá através da “reformite” – como apelidei em 2000 o discurso pelas reformas.
A “reformite” visa atender a duas demandas. A primeira, substituir a incapacidade dos governantes de montar políticas públicas consistentes. A segunda, de empurrar goela abaixo do Legislativo mudanças que não seriam convalidadas por eleições. Não se generalize. Há reformas que precisam ser feitas, para adaptar o país às mudanças sociais e tecnológicas e há momentos em que a inércia política impõe grandes nós que precisam ser desfeitos. Mas, na grande maioria, são bandeiras vazias brandidas por governantes vazios.
Lacerda e a delegação de poderes
Em alguns momentos da história, aqui e lá fora, tentou-se reduzir esses conflitos através de uma figura nova, a “delegação de poderes”, utilizada com sucesso pelo presidente francês Mendès France para fazer a paz com a Indochina.
Por ela, o parlamento concedia um poder especial ao presidente, por prazo determinado e com objetivos definidos.
Getúlio Vargas tentou se valer desse instrumento no seu segundo governo. E foi duramente criticado por Carlos Lacerda. Quando assumiu Café Filho, Lacerda levantou a possibilidade de uma delegação de poderes no artigo “O golpe sem lágrimas”, de 7 de julho de 1955. Aliás, a lógica é extremamente parecida com a maioria parlamentar conquistada pela quadrilha que tomou o poder no Brasil.
Mais tarde, esse artigo serviu de inspiração para a tentativa de golpe destrambelhado de Jânio Quadros, conforme relato em detalhes no livro.
Mas é interessante acompanhar o pensamento de Lacerda sobre a democracia, expresso nesse artigo e com as citações de Mendès France. Aliás, até algum tempo antes, a Tribuna da Imprensa tratava o francês como um esquerdistas irresponsável. Depois, passou a incensa-lo.
Do artigo de Lacerda
“(...) No mundo inteiro a Democracia sofre um processo de renovação. Cada povo, sobretudo os que tem lideres, isto e, elementos capazes de certa previsão, forceja por ultrapassar um liberalismo já morto, que os sufoca, para salvar a verdadeira liberdade, que com ele, frequentemente, se confunde.
No caso da França, vimos ha dias o general De Gaulle — de cujas ideias, em alguns casos discordamos, mas que não pode ser chamado por qualquer Pitombo francos de "traidor”, reclamar a mudança de regime. (...) Vejamos o que propunha ao Parlamento de Franca o sr. Mendes France, ate fevereiro deste ano.
Diz Mendès Francve:
“(...)a causa fundamental dos males que esmagam o pais é a multiplicidade e peso das tarefas que ele procura absorver ao mesmo tempo (...) Governar é escolher, por mais difíceis que sejam as escolhas. .
“(...) é o que sobressai do contraste entre uma extrema miséria e um luxo provocante, contraste que ofende a razão tanto quanto ao coração. Por outro lado, com demasiada frequência a produtividade ou a baixa da produtividade e protegida, e com ela a rotina.
“ (...) Não me escondo, nem vos escondo, as dificuldades de realizar reformas. Não é por acaso que, na história, as reformas foram sempre tão difíceis que alguns julgam necessária uma revolução para atingi-las. (...)  Um pais democrático no qual a maioria tem de ter preponderância, pode realizar pacificamente e dentro da ordem o que esta no Interesse do maior numero, no Interesse da Nação”.
“(...) O Conselho de Estado, no seu parecer de 6 de fevereiro de 1953, considerou que, se a Constituição proíbe a Câmara (Assembleia Nacional) “de abandonar ao Governo o exercício da soberania nacional”, não impede que o Parlamento autorize ou convide • Governo a tomar medidas para modificar ou completar as disposições legislativas em vigor, desde que sejam fixados o campo de aplicação, o objetivo e o quadro dos decretos a baixar”.
“(...) Os decretos (leis) de ante-guerra tendiam a modificar a direção dos negócios públicos sem restrição nem limites. O meu projeto visa a permitir aos poderes públicos suplantar as dificuldades que todos consideram temporárias. A sua finalidade consiste em dar ao Governo os poderes que lhe são atualmente indispensáveis para atingir os objetivos que o Parlamento lhe traça ao endossar um programa de ação que será anexado à lei, constituindo contrato preciso entre o Parlamento e o Governo”.
Aliás, antes da digitalização do jornal no Arquivo Nacional, passei dias na Biblioteca Nacional consultando microfichas, pior do que procurar agulha em palheiro.
Viva a tecnologia!
GGN

domingo, 19 de novembro de 2017

Brasil “premiado de Janot” o lugar do caos, por Janio de Freitas

A cada ação, várias reações. A cada fato novo, confrontos, confusão, agressões às regras vigentes. E aquele que se importa caminha entre a perplexidade e o desalento, opina Janio de Freitas sobre um país que se perdeu de qualquer rumo. O articulista da Folha vai mais longe. Indaga sobre o que resta quando uma decisão sem firmeza do Supremo dá um novo poder ao Senado. E essa decisão fere de morte um partido e cria a possibilidade de salvamentos semelhantes pelo país, a saber o Rio.
O governo utiliza-se das reformas para amealhar quem tem dinheiro. Um presidente não eleito e com 3% de aprovação fere de morte a legislação do trabalho e vai fazendo dela um Frankenstein aprovado sem um pingo de discussão pelo Congresso. A grita vai ser grande e vai abocanhar os que estão se lixando para o povo.
Por fim, Janio abarca a delação premiada que funciona há mais de três anos sem critérios e sem peias. Coloca os absurdos das imunidades que foram rebatidas pelo ministro Ricardo Lewandowski no caso do marqueteiro do PMDB, visto que a Procuradoria-Geral da República não poderia oferecer o que ofereceu, visto que de competência do juiz. E critica os ministros outros que deram à Lava Jato e sua delação premiada tamanha flexibilidade. Rodrigo Janot veio em defesa de seu histórico criticando Lewandowski, o que coloca mais perguntas a serem respondidas nesse imbróglio.
Leia o artigo a seguir.
da Folha
por Janio de Freitas
A cada fato novo, segue-se uma situação tumultuosa, confrontos, confusão de conceitos, trombadas e agressões às regras vigentes. Quem ainda se importa com esse estado de coisas, transita entre a perplexidade e o desalento, indagando aqui e ali, indagando-se, sempre em vão. Quem nunca se importou, ou cansou de se importar, com a apatia dá a mais eficaz contribuição para a continuidade, senão o aumento, do país desgarrado. E não está menos inquieto do que aqueles outros, porque seus olhos e seus ouvidos não estão imunes ao que se passa, no transtorno inquietante e indiscriminado.
Uma decisão do Supremo desprovida de coragem e de reflexão, por exemplo, dá um novo poder ao Senado, com a preservação imprópria da presença de um senador que, assim rearmado, cria uma crise no seu grande partido, racha-o, e abala a composição do governo. Acaba aí? Não. Nem é certo que venha a ter fim em tempo previsível. A decisão insatisfatória do Supremo permite, ou requer, a extensão judicial do que deu a Aécio Neves: políticos do Rio presos e acusados de corrupção são libertados pela Assembleia fluminense, em imitação ao decidido no Senado. Desponta novo braço da crise, entre Assembleia, Judiciário fluminense, partidos e o Supremo. Um círculo perfeito.
O governo faz das "reformas" um meio de picaretear apoio de "quem tem dinheiro", como diz a crueza do neoliberal Gustavo Franco, para o Michel Temer de 3% de aceitação pública, recordista planetário negativo. A legislação do trabalho, nos seus 77 anos, tem o que ser melhorado, para patrões e empregados. Mas o governo amontoa alterações a granel, com a parcialidade esperável, e manda ao Congresso, que apenas remexe a salada.
Ninguém sabe como aplicar aquilo: a inquietação está nos beneficiados e nos prejudicados. O governo emite medida provisória com as correções mais prementes. Piorou: houve troca de erros por erros. Os assalariados continuam sem saber como e quanto perdem, os empregadores sem saber usar seus novos meios de ganhos. E como a população ativa compõe-se dos dois segmentos, a "reforma" é uma imensa perturbação. A idiotia do governo não relaxa.
Há mais de três anos discute-se a delação premiada. Seu uso descriterioso, em numerosos casos, deu ao pagador da extorsão ou do suborno sentença muito mais pesada que a do recebedor, o qual, ainda por cima, deliberou provocar o desvio de centenas de milhões, ou bilhões mesmo, da Petrobras e de outros cofres da riqueza pública. Os prêmios fixados por procuradores da Lava Jato foram avalizados pelos dois relatores do Supremo, sem dificuldades, até que a imunidade judicial dada aos bilionários Joesley e Wesley Batista causou escândalo. A Procuradoria-Geral da República, ao tempo de Rodrigo Janot, e os ministros Teori Zavascki, Edson Fachin e Cármen Lúcia, pelo Supremo, deram à lei da delação frequente flexibilidade.
O ministro Ricardo Lewandowski negou-a, relatando agora o acordo de delação do marqueteiro Renato Pereira, do grupo de Sérgio Cabral. Devolveu-o à Procuradoria-Geral, por nele encontrar desacordos com a legislação. É o papel que a lei da delação lhe atribui. O acordo, a despeito das trapaças financeiras que o motivam, concede ao "sentenciado" até o direito de viajar quando quiser. A restrição é só dormirem casa durante um ano –se não estiver em viagem.
A devolução do acordo não impede a delação nem prejudica o inquérito, apenas exigindo a correção. Apesar disso, Rodrigo Janot, que encaminhou o acordo, lança suspeita sobre a atitude de Lewandowski: "Será que as investigações foram para rumos indesejáveis?". Maldade por maldade, há outra pergunta possível: será que Rodrigo Janot, com sua generosidade de premiador, queria combater ou mostrar que a corrupção vale a pena? Por hora, com o desastre para o país e os prêmios a quem o prejudicou, a melhor resposta é a pior das duas.
GGN

terça-feira, 11 de julho de 2017

Entre sair ou ficar do governo, Tucanos escolhem o muro

Foto: Agência Brasil

É destaque no Painel da Folha desta terça (11) mais uma informação qu confirma que o tucanato decidiu subir no muro em relação ao governo Michel Temer. Enquanto uma ala ameaça com debandada há semanas e reforça esse discurso nos últimos dias, sinalizando apoio a Rodrigo Maia, Fernando Henrique Cardoso decidiu ligar para Temer e prometer que o PSDB não deixaria a base aliada. Pelo menos por enquanto.

Ontem, os tucanos se reuniram em Brasília, mas não selaram a saída do governo mesmo diante da derrota inicial de Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. "Fernando Henrique Cardoso garantiu a Temer, por telefone, que a reunião do PSDB desta segunda (10) não selaria o desembarque dos tucanos do governo", publicou o Painel.

Prova disso teria sido a mudança feita pelo PSDB na CCJ para garantir que o relatório de Sergio Zveiter orientando voto favorável ao processo de Temer no Supremo Tribunal Federal será rejeitado.

"Durante a leitura do parecer de Zveiter, os deputados Baleia Rossi (PMDB-SP), Pauderney Avelino (DEM-AM) e Beto Mansur (PRB-SP) repassavam os votos pró-Temer na CCJ. Contaram 39 a favor do presidente. Optaram por colocar os sete tucanos da comissão como contrários", afirmou o Painel.

O GGN mostrou nesta terça (11) que o PSDB só vai desembarcar de vez do governo quando as reformas impopulares forem aprovadas. Hoje, o Senado deve concluir a votação da trabalhista.

GGN

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Dilma Rousseff tira sarro do golpe de Maia contra Temer

Esta sexta-feira foi um dia de vingança para a presidente legítima Dilma Rousseff, derrubada por um golpe parlamentar liderado por Aécio Neves (PSDB-MG), recordista em inquéritos na Lava Jato, Eduardo Cunha, condenado a 15 anos e quatro meses de prisão, e Michel Temer, o primeiro ocupante da presidência da República denunciado por corrupção.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

O que 40 anos de privatizações, flexibilização do trabalho e terceirizações na Grã-Bretanha podem nos ensinar


foto: bbc
 O que mantém Temer em seu lugar?

Para parafrasear um assessor do Presidente Americano, Clinton: são as reformas, idiota!

O temeroso está fazendo de tudo para aprovar a reforma trabalhista e conseguir pôr em marcha a da previdência.

Seria, portanto, interessante examinar os resultados de reformas similares na Grã-Bretanha, um dos países que primeiro as introduziram a quase 40 anos atrás.

domingo, 18 de junho de 2017

Sebastião Nunes: Um dia na vida conturbada do urubu que tinha o rabo preso

O almoço chegara ao fim. Deliciado, o urubu-rei-do-planalto-central raspava os derradeiros fiapos da carniça que ele e seu bando devoravam. Era uma carniça enorme, fedorenta como ela só. Talvez a carniça da Previdência Social. Quem sabe a carniça da Educação Fundamental. Ou ainda a carniça dos Direitos dos Trabalhadores. Mas que era deliciosa, fosse a carniça que fosse, lá isso era.

Saciado, o urubu-rei-do-planalto-central arrotou. Bocejou. Abriu as longas asas escuras espreguiçando-se com prazer. Apoiou as patas no chão e, bico erguido, lançou-se no espaço azul da manhã que findava.

– Diacho! – resmungou ele, constatando que as asas lhe pesavam que nem chumbo. – Estarei ficando mais velho do que sou? Nunca me pesou tanto o corpo nem jamais tive tanta dificuldade para alçar voo. Alguma coisa está errada.

Virou o bico para trás e viu que, logo ali perto, voava o urubu-secretário-geral-do-planalto-central.

– Tudo bem, meu caro urubu-secretário-geral? Gostou do almoço?

– Adorei – ripostou o urubu-secretário-geral. – O diabo são essas asas pesando que nem chumbo. Tá difícil pra cacete voar assim.

 Olhou o urubu-rei-do-planalto-central para o traseiro do urubu-secretário-geral e viu saindo dali, do emplumadíssimo rabo, inumeráveis outros urubus, enorme montoeira de urubus, presos por correntes de ouro ao rabo do urubu-secretário-geral.

CORRENTES SEM FIM
– Engraçado isso – espantou-se o urubu-rei-do-planalto-central. – Não sabia que o urubu-secretário-geral tinha o rabo preso a tantos outros urubus. Deve ser isso que está tornando tão difícil seu voo. Será que ele não percebe?

– Meu caro urubu-secretário-geral – explicou o urubu-rei-do-planalto-central –, o que deve estar pesando suas asas é essa quantidade enorme de urubus pendurados no seu rabo por correntes de ouro.

– No meu rabo? – Espantou-se por sua vez o urubu-secretário-geral. – Não vejo nada pendurado no meu rabo. No rabo de vossa excelência, sim, vejo centenas ou milhares de urubus, presos por correntes de ouro.

O urubu-rei do-planalto-central posou com dificuldade num galho de eucalipto e se pôs a meditar em voz alta, como se interrogasse o urubu-secretário-geral.

– Será que os urubus pendurados no rabo do urubu-secretário-geral são visíveis pra mim, mas invisíveis pra ele? E será que, ao contrário, os urubus pendurados no meu rabo são visíveis pra ele e invisíveis pra mim?

Disposto a resolver a pendenga e olhando mais longe viu o urubu-chefe-da-casa-civil que voava com tremenda dificuldade.

– Meu caro urubu-chefe-da-casa-civil, tudo bem com você? – perguntou o urubu-rei-do-planalto-central ao urubu-chefe-da-casa-civil.

– Quase tudo – respondeu o urubu-chefe-da-casa-civil. – O diabo é que as asas me pesam como se de chumbo fossem. E não tenho nada me atrapalhando, depois do farto e delicioso almoço de finíssimas carniças, ao contrário do que vejo pendurado no rabo de vossa excelência e no rabo do urubu-secretário-geral.

– E o que vê em nosso rabo? – perguntou curioso o urubu-rei-do-planalto-central ao urubu-chefe-da-casa-civil.

– Vejo uma quantidade incrível de urubus presos com correntes de ouro nos rabos uns dos outros. Correntes de ouro no rabo de vossa excelência e correntes também de ouro no rabo do secretário-geral.

– Mas não vejo nada preso no meu rabo – respondeu o urubu-rei.

– Nem eu – respondeu o urubu-secretário-geral que ouvia atentamente ali perto. – Só vejo montes de urubus presos no rabo do urubu-rei-do-planalto-central e no rabo do urubu-chefe-da-casa-civil. No meu, não vejo nada.

DESVENDANDO O MISTÉRIO
Olhou para bem longe o urubu-rei-do-planalto-central. E viu que todos os urubus de seu séquito, que eram centenas, traziam inumeráveis urubus presos a seus rabos por correntes de ouro, de modo que havia milhares – e bota milhares nisso! – de urubus presos nos rabos uns dos outros. E todos presos por correntes de ouro!! Deviam valer uma fortuna fabulosa aquelas correntes de ouro!!!

Um lavrador, que passava por ali com sua enxada velha no ombro magro, olhou para o céu e estatelou-se admiradíssimo:

– Cruzes. Nunca vi tanto urubu junto!

De boca aberta, olhando para o alto, perguntou ao filho que o acompanhava:

– Olha lá no céu, filhote! Tá vendo aquela urubuzada?

O garoto olhou para cima e abriu a boca, mais espantado que o velho pai:

– Vixi Maria! Nunca vi tanto urubu junto! Só não escureceu porque tem uma montoeira de correntes brilhando quase que nem o sol!

– E ocê tá vendo que todos estão presos por essas correntes brilhantes nos rabos uns dos outros?

– Tô vendo, sim, pai. É uma urubuzada danada. E tudo agarradinho no rabo uns dos outros. Parece coisa do capeta.

– Não sei não, filhote – filosofou o lavrador. – Mas esse bando de urubus acorrentados uns nos rabos dos outros tá me parecendo aquele bando que tomou conta do governo do Brasil.

– Será deveras possível, pai? Urubu pode governar um país?

– No resto do mundo acho que não, filhote, mas aqui é bem possível. Ainda mais se estiverem presos uns nos rabos dos outros por correntes de ouro.

GGN

quarta-feira, 24 de maio de 2017

PCdoB: Temer ordenou repressão em massa

Presente ao 'Ocupa Brasília', na tarde desta quarta-feira, a líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Alice Portugal (foto), criticou a repressão policial contra os mais de 150 mil manifestantes; "Esta foi a manifestação mais importante da história recente do Brasil. Não está apenas a Polícia Militar do DF nas ruas, mas também a Força Nacional e o Exército. A situação está muito grave, muita gente machucada. O senhor Michel Temer se reuniu ontem com o ministro da Defesa para exigir esta repressão em massa", denuncia a deputada baiana.

Presente ao 'Ocupa Brasília', na tarde desta quarta-feira, a líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Alice Portugal, criticou a repressão policial contra os mais de 150 mil manifestantes.

"Esta foi a manifestação mais importante da história recente do Brasil. Não está apenas a Polícia Militar do DF nas ruas, mas também a Força Nacional e o Exército. A situação está muito grave, muita gente machucada. O senhor Michel Temer se reuniu ontem com o ministro da Defesa para exigir esta repressão em massa", denuncia a deputada baiana.

Os trabalhadores saíram em marcha do estádio Mané Garrincha pedindo a saída ou a destituição de Temer, denunciado na delação da JBS como comandante de uma operação para calar o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A PEC das "Diretas Já" foi retirada da pauta de votação desta quarta-feira da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. "Sabemos que a única solução para devolver a legitimidade do poder político no Brasil é a valorização do voto direto. Tentamos hoje colocar a votação desta PEC na CCJ, mas não conseguimos. Esta é a expressão nítida de que este governo ilegítimo não acata a vontade popular", afirmou a líder do PCdoB.

Alice está agora no Plenário protestando contra essa repressão policial e solicitando ao presidente Rodrigo Maia o encerramento imediato da sessão.

247

quinta-feira, 18 de maio de 2017

A unidade da coalizão golpista ruiu não há mais governança

Foto: Beto Barata/PR
​O agravamento da crise mostra que a coalizão golpista se tornou incapaz de sustentar sua própria unidade. A despeito dos muitos interesses em comum, empresários, políticos das diversas facções da direita, procuradores e juízes se engalfinham numa disputa que é sobre os limites da Lava Jato e também pelo exercício do poder.

A esperança de Michel Temer, para continuar na presidência, é que o país volte subitamente aos tempos de José Sarney ou de Fernando Henrique Cardoso - ou que se torne um grande São Paulo dos governos tucanos. Tempos e lugar em que escândalos são enterrados com desprezo absoluto pelo público, graças à cumplicidade ativa da maioria do legislativo e da quase totalidade do judiciário. Mas esse cenário não é fácil de ser produzido. Há um clima de salve-se quem puder na elite política. E Temer se viu subitamente jogado na condição a que reduziu Dilma no segundo mandato: um governo na corda bamba, portanto um governo cujas benesses, desvalorizadas pela incerteza de sua permanência, tornam-se menos capazes de comprar lealdades.

A situação no PSDB é grave. As declarações gravadas de Aécio são as mais chocantes de toda a novela e representam a pá de cal na hipocrisia tucana. Imagino que um oportunista como João Doria terá fortes incentivos para trocar seu discurso de bom moço ("sou um soldado do partido") por um distanciamento maior - afinal, o PSDB é o partido que lançou um criminoso comum à presidência da República em 2014, não será fácil se libertar desse carma. Doria, no entanto, parece ainda verde para esse voo solo. E a natureza e a gravidade da crise, que exigem grande liderança política para superá-la, trabalham contra seu discurso planamente gerencial.

O PT foi atingido lateralmente - mas, uma vez mais, com denúncias sem provas materiais que as sustentem. Não tenho condição de avaliar qual o grau e a natureza do envolvimento do ex-ministro Guido Mantega, mas é muito implausível que, dentre todos os grandes partidos brasileiros, o PT fosse o único que não se nutrisse das verbas carnudas da JBS. Cumpre observar que Lula fica preservado e o sentido geral do depoimento de Joesley Batista reforça o que já se percebia (e que não ajuda para produzir uma condenação em Curitiba): que o ex-presidente sempre foi muito zeloso de não se envolver nos esquemas de corrupção que vicejavam à sua volta. O risco é que Lula se sinta tentado a aceitar o papel de tábua de salvação da elite política sob ameaça.

A bandeira das eleições gerais, que já começa a tomar as ruas, retira das instituições que se acumpliciaram no golpe - Congresso e Supremo - a legitimidade para encaminhar a solução da crise. Tem o mérito de enfatizar que qualquer solução deve passar pelo apoio da maioria. Sintetiza graficamente a exigência de democracia.

Ao mesmo tempo, é necessário não descuidar da luta contra o retrocesso nos direitos. Para os interesses dominantes, o nome do ocupante da presidência é o de menos. A bomba que atingiu o planalto paralisa, ao menos por enquanto, o avanço da reforma da previdência e da reforma trabalhista. Mas elas serão retomadas assim que possível. Por isso a nossa resistência não pode cochilar. A luta por eleições gerais não pode se desgarrar da luta contra o fim da aposentadoria e o fim da CLT.

Por fim, ainda que a bandeira das diretas, com o potencial que tem para angariar apoio popular, permita colocar os donos do poder na defensiva, é bom lembrar que o chamamento às urnas não é solução milagrosa. Numa situação com traços de anomia, que eleições serão essas? Quem controlará o uso do poder econômico? Quem controlará a mídia corporativa? Quem controlará a violência política? Quem controlará um tribunal eleitoral presidido por ninguém menos que Gilmar Mendes? Caso a proposta das diretas ganhe factibilidade, é importante tentar gerar salvaguardas para que elas ocorram com um mínimo de lisura.

Do GGN

quarta-feira, 10 de maio de 2017

‘É parte da estratégia antinacional satanizar lula’, diz Flavio Dino governador do Maranhão

Governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), voltou a criticar as reformas do governo Temer; segundo ele, "a destruição da Nação se revela no crescimento dos ódios, das acusações generalizadas, da indiferença com o sofrimento dos mais pobres"; "Esse 'Cavalo de Tróia' antinacional foi implantado no Brasil para perdermos soberania e direitos. É o que está acontecendo. É parte dessa estratégia antinacional 'satanizar' um líder político (Lula), como já foi feito antes com Vargas, Juscelino e João Goulart", lembrou.

Uma das principais lideranças em nível nacional contrárias ao golpe contra Dilma Rousseff e à política econômica de Michel Temer, o governador do Maranhão, Flávio Dino, voltou a criticar as reformas do governo peemedebista, que, segundo ele, propõe reformas regressivas que "empurram o País para cada vez mais divisão e polarização. "Perdemos o projeto de Nação", disse Flávio Dino pelo Twitter.

De acordo com o governador pelo PCdoB, "a destruição da Nação se revela no crescimento dos ódios, das acusações generalizadas, da indiferença com o sofrimento dos mais pobres". "Esse 'Cavalo de Tróia' antinacional foi implantado no Brasil para perdermos soberania e direitos. É o que está acontecendo. É parte dessa estratégia antinacional 'satanizar' um líder político (Lula), como já foi feito antes com Vargas, Juscelino e João Goulart", continuou.

Segundo Flávio Dino, enquanto a Justiça persegue o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer coloca em prática reformas regressivas, "milhões de pobres são condenados a perder direitos básicos em um Estado Social consagrado pela Constituição 1988". "É isso que chamo de 'Cavalo de Tróia': as 'distrações' da civilização do espetáculo, enquanto o jogo real se materializa em outro lugar", disse.

Do 247

sábado, 6 de maio de 2017

Estou mais preocupado com a classe trabalhadora do que com o que pode acontecer comigo, diz Lula

Durante discurso no Congresso do PT em São Paulo, ao lado do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, o ex-presidente Lula declarou que tem se preocupado mais com a classe trabalhadora brasileira do que com o que pode acontecer com ele; Lula bateu duro nas reformas do governo Temer: "Eles estão rasgando todas as nossas conquistas desde 1943"; sobre a Lava Jato, disse que os investigadores "já estão com a tese pronta" contra ele.

O ex-presidente Lula afirmou na noite desta sexta-feira 5, em discurso durante a etapa paulista do 6º Congresso do PT, que tem se preocupado mais com a classe trabalhadora brasileira do que com o que pode acontecer com ele próprio.

Lula bateu duro nas reformas trabalhista e da Previdência do governo Temer, e alertou os presentes que a terceirização, ao contrário do prometido pelo governo, não vai criar mais empregos.

Ele criticou ainda a proposta do deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), da bancada ruralista da Câmara, que abre a possibilidade de o trabalhador rural receber alimentação e moradia em vez de salário.

"Se a gente não se rebelar contra isso, quem vai pagar o pato é o pobre trabalhador, que muitas vezes nem sabe o que tá acontecendo". "Eles estão rasgando todas as nossas conquistas desde 1943", completou.

Sobre a Lava Jato, disse que os investigadores já "têm uma tese pronta" contra ele, e que não importa a versão que ele dê para o juiz Sergio Moro, no depoimento que prestará na próxima semana em Curitiba.

"Eles já estão com a tese pronta: o PT é uma organização criminosa, o Lula montou o governo para roubar até quando ele saísse, o Lula era o chefe", disse Lula.

Lula também criticou as prisões preventivas de líderes petistas, como José Dirceu, que foi solto nesta semana, e Antonio Palocci. "Mais grave que a prisão dessas pessoas é a destruição que eles fazem com a opinião pública. Não importa se é verdade, é preciso castigar", afirmou. "Vocês estão tentando destruir a pessoa que mais combateu a corrupção nesse país", acrescentou, em referência a ele mesmo.

O ex-presidente disse que, embora tenha 71 anos, está com energia de 30. "Eles conseguiram aflorar em mim uma coisa que pensei que já tinha passado", afirmou, sobre ser candidato à presidência novamente. "Eu devo isso a vocês", acrescentou. "O Lula, que eles queriam destruir, parece um pé de mandacaru. Não precisa de muita água. Não preciso de muita imprensa", assegurou.

Do 247

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Atores globais se rebelam contra golpe da globo e reformas de temer

Nas redes sociais, os atores Alinne Moraes, Paulo Betti, Tata Werneck, Suzy Rêgo, Herson Capri, entre outros, publicaram fotos com suas carteiras de trabalho e usaram as hasthags #somoscontraareformatrabalhista e #nãodecidampornósporquetemosvoz, em protesto contra as medidas do governo Temer que retiram direitos dos trabalhadores, e que são apoiadas pela própria TV Globo; "O trabalhador merece respeito! Afinal, é ele que faz o país andar!", postou Nathalia Dill; "Sem ouvir todos os lados interessados não geraremos os empregos com a dignidade necessária", lembrou Taís Araújo.

Atores globais se rebelaram contra as reformas trabalhista e da Previdência, propostas pelo governo Temer, que retiram direitos dos trabalhadores e que são apoiadas pela própria TV Globo.

Pelas redes sociais, os atores Alinne Moraes, Paulo Betti, Tata Werneck, Suzy Rêgo, Herson Capri, entre outros, publicaram fotos com suas carteiras de trabalho e usaram as hasthags #somoscontraareformatrabalhista e #nãodecidampornósporquetemosvoz.

"Desde os meus 17 anos, contribuo com a previdência. Pago todos os meus impostos. Me sinto um idiota por não ter nada de volta, porém sou um burguesinho, sempre dopado pela minha condição de ter um salário muito acima da média. Mas não posso omitir, como cidadão, a minha opinião a respeito da Reforma da Previdência", escreveu Lúcio Mauro Filho em sua conta no Instagram.

Taís Araújo lembrou do "aniversário" da CLT, que completou 74 anos, e defendeu o diálogo para promover as mudanças na legislação. "Sabemos da necessidade de aprimorar esse conjunto de leis, mas não podemos esquecer sua principal função: assegurar os nossos direitos, os direitos dos trabalhadores. Sem debate e reflexão não podemos avançar. Sem ouvir todos os lados interessados não geraremos os empregos com a dignidade necessária", disse.

"O trabalhador merece respeito! Afinal, é ele que faz o país andar!", publicou Nathalia Dill. Caio Paduan pediu "absoluta igualdade de oportunidades, condições de trabalho e respeito no mercado para todos os cidadãos brasileiros independente de sua classe social, raça, gênero e orientação sexual".

A reforma trabalhista já foi aprovada na Câmara e tramitará agora em três comissões do Senado Federal, antes de passar pelo plenário da Casa. A reforma da Previdência foi aprovada em comissão especial da Câmara nesta quarta-feira 3 e não tem nada exata para ir a plenário.


Do 247/Portal Vermelho

Para 73% dos brasileiros Temer é corrupto, Datafolha

Para a maioria dos brasileiros (73%), Michel Temer participou dos vultuosos esquemas de corrupção de que é acusado na Lava Jato; a percepção supera o patamar dos 60% entre homens e mulheres, em todas as faixas etárias, nas cinco regiões do país e em todos os grupos de renda e de escolaridade.

Temer foi delatado por dois executivos da Odebrecht, que afirmaram que ele comandou uma reunião em que foram negociados US$ 40 milhões em propinas para o PMDB em 2014; de acordo com a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta, 82% dos brasileiros querem que o peemedebista que demita seus ministros investigados, como Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral); no fim de semana, um outro levantamento do instituto já mostrava a insatisfação do brasileiro com Michel Temer: 85% dos brasileiros o querem longe do Planalto, com a realização de diretas-já

Na opinião de 73% dos brasileiros, Michel Temer é corrupto, revela uma nova pesquisa do Datafolha, divulgada nesta quinta. 
A percepção supera o patamar dos 60% entre homens e mulheres, em todas as faixas etárias, nas cinco regiões do país e em todos os grupos de renda e de escolaridade.

"A Procuradoria-Geral da República pediu investigação sobre uma reunião da qual Temer participou, em 2010, em que delatores dizem ter tratado de propina para o PMDB, mas pediu que ele fosse poupado do inquérito por entender que o presidente não pode ser investigado na vigência do mandato por atos estranhos às suas funções.

A pesquisa mostra ainda que o eleitorado não respalda a decisão de Temer de blindar o governo da pressão popular mantendo na Esplanada ministros investigados.

Ele anunciou o critério de só afastar assessores que forem denunciados –etapa posterior à investigação– e de só demitir auxiliares se o STF torná-los réus.

De acordo com o levantamento, 82% da população defende a demissão dos ministros investigados. Só 13% concordam com a decisão de mantê-los no cargo.

Há sentimento semelhante do eleitorado em relação a outros políticos mencionados na lista. Para 77% dos eleitores, os governadores, prefeitos e parlamentares investigados deveriam pedir licença de seus mandatos."

No fim de semana, um outro levantamento do instituto já mostrava a insatisfação do brasileiro com Michel Temer: 85% dos brasileiros o querem longe do Planalto, com a realização de diretas-já.
Matéria completa aqui

Do 247

segunda-feira, 1 de maio de 2017

71% dos brasileiros rejeitam reformas de Temer, Datafolha

A pesquisa Datafolha que apontou a disparada do ex-presidente Lula e também um consenso nacional por diretas-já revelou que sete em cada dez brasileiros são contra a reforma da Previdência proposta por Michel Temer; o levantamento, portanto, revela a encalacrada em que o Brasil se meteu com o golpe de 2016.

Concretamente, o Brasil tem hoje um governo ilegítimo que faz o oposto do que deseja a população; somada à greve geral, que paralisou o País na última sexta-feira, o Datafolha praticamente sepulta as reformas, pois mesmo que Temer esteja comprando parlamentares com cargos na máquina pública, deputados e senadores terão que pedir votos em 2018 para se reeleger.

Sete em cada dez brasileiros se dizem contrários à reforma da Previdência, segundo aponta o Datafolha, na mesma pesquisa que apontou a disparada do ex-presidente Lula (leia aqui) e também um consenso nacional por diretas-já (leiaaqui).

"Há maioria antirreforma entre todos os grupos sociodemográficos, e a taxa cresce entre mulheres (73%), brasileiros que ganham entre 2 e 5 salários mínimos (74%), jovens de 25 a 34 anos (76%) e os com ensino superior (76%)", revela a Folha.

O levantamento, portanto, revela a encalacrada em que o Brasil se meteu com o golpe de 2016: o Brasil tem hoje um governo ilegítimo que faz o oposto do que deseja a população.

Somada à greve geral, que paralisou o País na última sexta-feira, o Datafolha praticamente sepulta as reformas, pois mesmo que Temer esteja comprando parlamentares com cargos na máquina pública, deputados e senadores terão que pedir votos em 2018 para se reeleger.


A pesquisa comprova que a mensagem mais importante da chamada "voz das ruas" é a que aparece na imagem acima: Temer sai, aposentadoria fica.

Do 247

sexta-feira, 28 de abril de 2017

“A greve Geral é um sucesso total”, comemora Lula

Ex-presidente Lula afirmou que a greve geral desta sexta-feira (28) contra as reformas do governo Temer é um "sucesso total"; "As pessoas resolveram paralisar em protesto contra a retirada de direitos, contra a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, desemprego e redução salarial", disse; em entrevista à Rádio Brasil Atual, Lula disse não ver outra saída para a crise atual a não ser a mobilização popular; "Lamento profundamente, mas não tem outro jeito senão continuar lutando para recuperar e melhorar direitos e a qualidade de vida do povo brasileiro", destacou; "Se quiserem resolver o problema da Previdência, é preciso que a economia volte a crescer. É simples. Mas esse governo só sabe cortar".

Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a greve geral desta sexta-feira (28) contra as reformas pretendidas pelo governo Temer é um "sucesso total". Ele ressaltou que as ruas de São Paulo e de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde reside, estão vazias, um sinal de que "as pessoas resolveram paralisar em protesto contra a retirada de direitos, contra a reforma trabalhista, a reforma da Previdência, desemprego e redução salarial."

Em entrevista à Rádio Brasil Atual nesta manhã, Lula afirmou que o sucesso da greve também significa que está sendo ampliada a conscientização do povo brasileiro em relação aos impactos das reformas pretendidas. Lula afirmou que a paralisação é uma demonstração de força do movimento sindical, em especial da CUT. "O movimento sindical e o povo brasileiro estão fazendo história", ressaltou.

Lula destacou que é notória nas ruas a adesão da população, pelo vazio no trânsito. "Nem de domingo as cidades têm trânsito tão leve quanto eu vi hoje. O povo ficou em casa. As pessoas não precisam ir pra rua em dia de greve. Isso é uma clara demonstração que as pessoas resolveram paralisar em protesto contra a retirada de direitos que o governo vem fazendo. É uma satisfação saber que o povo brasileiro está tomando consciência", afirmou.

O ex-presidente destacou ainda as promessas de que a situação econômica do país melhoraria após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, e rebateu. "Que vai melhorar é uma mentira. Destruir com direitos não melhora a vida de ninguém."

Lula lembrou que, entre o período de 2004 a 2014, com crescimento do emprego, as contas da Previdência estavam no azul, negando portanto o déficit estrutural apontado pelo atual governo, e sugeriu a saída: "Se quiserem resolver o problema da Previdência, é preciso que a economia volte a crescer. É simples. Mas esse governo só sabe cortar", provocou.

O ex-presidente reafirmou, ainda, que as tentativas de desmonte do sistema de Seguridade Social – por causa da reforma da Previdência –, e da Justiça do Trabalho – por conta da reforma trabalhista – são um desastre para o país. "Lamento profundamente, mas não tem outro jeito senão continuar lutando para recuperar e melhorar direitos e a qualidade de vida do povo brasileiro", disse Lula.

Do 247

Manifestantes bloqueiam vários pontos de São Luís-MA

A população de São Luís ficou sem ônibus por causa dos protestos contra as reformas trabalhista e da previdência, apesar de a Justiça ter determinado que 60% da frota circulasse normalmente; manifestantes fecharam vários pontos da capital; na Barragem do Bacanga, na Avenida dos Portugueses, as duas pistas foram bloqueadas; eles atearam fogo em pneus e pedaços de paus, para impedir o tráfego de veículos na região.

A população de São Luís ficou sem ônibus na manhã desta sexta-feira (28) por causa dos protestos contra as reformas trabalhista e da previdência, apesar de a Justiça ter determinado que 60% da frota circulasse normalmente.

Por volta das quatro da manhã, manifestantes fecharam vários pontos da capital. No Km 2 da BR-135, os dois sentidos da rodovia estão completamente bloqueados. Esta parte dá acesso à entrada e saída de São Luís.

Na Barragem do Bacanga, na Avenida dos Portugueses, as duas pistas foram bloqueadas. Eles atearam fogo em pneus e pedaços de paus, para impedir o tráfego de veículos na região.

No Maranhão, servidores públicos, bancários, motoristas de ônibus e professores estão entre as categorias que aderiram à paralisação.

Reforma Trabalhista
Entre as mudanças aprovadas na Câmara em relação à reforma trabalhista está a prevalência do negociado sobre o legislado, para que os acordos coletivos tenham mais valor do que o previsto na legislação. O texto também prevê divisão das férias em até três períodos - um dos períodos não pode ser inferior a 14 dias corridos e os períodos restantes não podem ser inferiores a cinco dias corridos cada um. A contribuição sindical obrigatória ficou extinta.

Está prevista no projeto a jornada intermitente de trabalho, ou seja, a prestação de serviços de forma descontínua, podendo alternar períodos em dia e hora - neste caso, o emprego não tem horário fixo de trabalho.

A proposta impede que o empregado, após de assinar a rescisão contratual, questione posteriormente na Justiça trabalhista, e limita o prazo para o andamento das ações.

Sobre o trabalho temporário, o tempo máximo de contratação sai de três meses para 180 dias, consecutivos ou não, podendo haver uma prorrogação por mais 90 dias, consecutivos ou não, quando permanecerem as mesmas condições.

A medida prevê um tempo de 18 meses entre a demissão de um trabalhador e sua recontratação, pela mesma empresa, como terceirizado.

Previdência
A proposta de reforma da Previdência aumenta a idade mínima da aposentadoria de 53 para 65 anos, tanto para homens como para mulheres, e o tempo mínimo de contribuição aumenta de 15 para 25 anos. Depois o governo recuou, e passou a propor a idade mínima de 62 anos para mulheres.

Segundo o governo, o trabalhador terá de contribuir durante 40 anos para ter acesso à aposentadoria integral, e não mais 49, como estava previsto inicialmente.

Do 247 MA

Greve Geral em imagens pelo Piauí

Concentração no centro da cidade de Teresina-PI

Teresina, jovens protestando contra as reformas

Caminhada pela parte central da capital Teresina

Professores, servidores e estudantes bloquearam a entrada da UFPI

Manifestantes caminham pela Rua Rui Barbosa - Teresina 

Manifestantes caminham pelas ruas do centro de Picos-PI

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Quase 100 bispos católicos já declararam apoio à greve geral

Greve geral desta sexta-feira, 28, que deve paralisar o País contra as reformas trabalhista e da Previdência de Michel Temer está tendo apoio maciço de religiosos, especialmente da Igreja Católica; até o momento, 89 bispos católicos já declararam apoio à paralisação e estão convocando os fieis a fazerem o mesmo; adesão semelhante da Igreja só aconteceu na Ditadura Militar; os líderes católicos que apoiam a greve geral estão em todas as regiões do País; confira lista dos religiosos que estão empenhados na luta contra a destruição dos diretos dos trabalhadores proposta por um presidente apoiado por apenas 4% da população.

A greve geral desta sexta-feira, 28, que deve paralisar o País contra as reformas trabalhista e da Previdência de Michel Temer está tendo apoio maciço de religiosos, especialmente da Igreja Católica. 

Até o momento, 89 bispos católicos já declararam apoio à paralisação e estão convocando os fieis a fazerem o mesmo. Adesão semelhante da Igreja só aconteceu na Ditadura Militar. 

Uma publicação do Comitê das Igrejas de Belo Horizonte convoca a população para a paralisação. "A Igreja se posiciona firme e profeticamente contra as reformas que vão contra o nosso povo", diz o título da mensagem (leia mais).

Na Paraíba, o arcebispo Dom MAnoel Delson Pedreira da Cruz pede para o povo participar das manifestações. "Convocamos todos os trabalhadores a participarem desta grande manifestação, dizendo a palavra que o povo não aceita a reforma da Previdência nos termos que estão anunciando", afirmou o arcebispo (leia aqui).

O mesmo acontece em Porto Alegre, onde o arcebispo Dom Jaime Spengler apoia as paralisações da greve geral na próxima sexta.“Diante das propostas que estão sendo apresentadas pelo governo federal, é fundamental que se ouça a população em suas manifestações. O povo tem o direito de ser ouvido. Reformas que incidem mais diretamente sobre a vida da maioria do povo precisam ser levadas adiante com muito discernimento. Importante que as reformas tenham sempre em consideração a inclusão social”, afirmou (leia mais).

Confira a lista dos bispos que já declararam apoio e estão convocando fieis a apoiarem a greve geral: 
1. Dom Reginaldo Andrietta – Bispo de Jales-SP
2. Dom Odelir José Magri – Bispo de Chapecó-SC
3. Dom Antônio Carlos – Bispo de Caicó-RN
4. Dom Frei Rubival – Bispo de Grajaú-MA
5. Dom Fernando – Arcebispo de Olinda/Recife-PE
6. Dom Manoel João Francisco – Bispo de Cornélio Procópio e Administrador Apostólico da Arquidiocese de Londrina-PR
7. Dom Gilberto Pastana – Bispo de Crato-CE
8. Dom Anuar Battisti – Arcebispo de Maringá-PR
9. Dom Manoel Delson – Arcebispo da Paraíba-PB
10. Dom Francisco Biasin – Bispo de Barra do Piraí/Volta Redonda-RJ
11. Dom Paulo Mendes Peixoto – Arcebispo de Uberaba-MG
12. Dom Adriano Ciocca Vasino – Bispo de São Félix do Araguaia-MT
13. Dom José Eudes Campos do Nascimento - Bispo de Leopoldina-MG
14. Dom José Maria - Bispo da Diocese de Abaetetuba-PA
15. Dom Vital Corbellini - Bispo de Marabá-PA
16. Dom Carlos Alberto – Bispo de Juazeiro-BA                    
17. Dom Flávio Giovenali – Bispo de Santarém-PA
18. Dom Celso Antônio – Bispo de Apucarana-PR
19. Dom Aloísio Jorge Pena Vitral - Bispo de Teófilo Otoni-MG
20. Dom Walmor Oliveira de Azevedo - Arcebispo de Belo Horizonte - MG
21. Dom João Justino de Medeiros Silva - Arcebispo Coadjutor eleito de Montes Claros, transferido de Bispo Auxiliar de Belo Horizonte - MG
22. Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães-Bispo Auxiliar de B H - MG
23. Dom Edson José Oriolo dos Santos- Bispo Auxiliar de Belo Horizonte - MG
24. Dom Otacílio Ferreira de Lacerda- Bispo Auxiliar de Belo Horizonte - MG
25. Mons. Geovane Luís da Silva- Bispo Auxiliar eleito de Belo Horizonte - MG
26. Mons. Vicente de Paula Ferreira-Bispo Auxiliar eleito de B H - MG
27. Dom Guilherme Porto - Bispo de Sete Lagoas -MG
28. Dom José Aristeu Vieira - Bispo de Luz - MG
29. Dom José Carlos de Souza Campos - Bispo de Divinópolis - MG
30. Dom Miguel Ângelo Freitas Ribeiro - Bispo de Oliveira - MG
31. Dom Mario Antonio da Silva, Bispo de Roraima - RR              
32. Dom Sergio Castriani - Arcebispo de Manaus - AM
33. Dom Jaime Vieira Rocha - Arcebispo de Natal - RN
34. Dom Zanoni Demettino Castro - Arcebispo de Feira de Santana - BA
35. Dom Jacinto Brito - Arquidiocese de Teresina – PI
36. Dom Roque Paloschi - Arcebispo de Porto Velho – RO
37. Dom Philip Dickmans – Bispo de Miracema – TO
38. Dom Egídio Bisol – Bispo de Afogados da Ingazeira – PE
39. Dom Paulo Francisco Machado – Bispo de Uberlândia – MG
40. Dom Guilherme Werlang – Bispo de Ipameri – GO
41. Dom Cláudio Sturm – Bispo de Patos de Minas – MG 
42. Dom Luiz Flávio Cappio – Bispo de Barra – BA 
43. Dom Dirceu Vegini – Bispo de Foz do Iguaçu – PR
44. Mons. Ionilton Lisboa – Bispo eleito da Prelazia de Itacoatiara – AM
45. Dom Francisco de Assis da Silva, Bispo da Igreja Anglicana do Brasil - Santa Maria-RS
46. Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena, Bispo de Nazaré – PE
47. Dom Geremias Steinmetz – Bispo de Paranavaí – PR
48. Dom Genival Saraiva Franca – Adm. Apostólico da Paraíba – PB
49. Dom Leonardo Steiner, Secretário Geral da CNBB e Aux. De Brasília – DF
50. Dom Roberto Francisco Ferreíra Paz–Bispo de Campos dos Goytacazes–RJ
51. Dom José Belisário da Silva – Arcebispo de São Luis – MA
52. Dom Jaime Spengler – Arcebispo de Porto Alegre – RS
53. Dom Pedro Casaldáliga – Bispo Emérito de São Félix do Araguaia – MT 
54. Dom Evaristo Spengler – Bispo do Marajó – PA 
55. Dom Sebastião Lima Duarte – Bispo de Viana – MA 
56. Dom Jaime Pedro Kohl – Bispo de Osório – RS 
57. Dom José Alberto Moura – Arcebispo de Montes Claros – MG 
58. Dom Antônio Muniz - Arcebispo de Maceió – AL 
59. Dom Severino Clasen – Bispo de Caçador – SC
60. Dom Jesus María Cizaurre Berdonces – Bispo de Bragança – PA 
61. Dom Vilsom Basso – Bispo de Caxias, nomeado para Imperatriz – MA
62. Dom Adelar Baruffi – Bispo de Cruz Alta – RS
63. Dom Eugênio Rixen - Bispo de Goiás – GO
64. Dom Irineu Andreassa - Bispo de Ituiutaba – MG 
65. Dom André de Witte – Bispo de Ruy Barbosa – BA
66. Dom Júlio Endi Akamine – Arcebispo de Sorocaba – SP
67. Dom Moacyr Grechi – Arcebispo Emérito de Porto Velho – RO 
68. Dom João Francisco Salm–Bispo de Tubarão, Presidente da CNBB Sul 4-SC 
69. Dom José Luiz Magella Delgado– Arcebispo de Pouso Alegre – MG
70. Dom Antônio Emídio Vilar - Bispo de São João da Boa Vista – SP
71. Dom Pedro José Conti – Bispo de Macapá – AP 
72. Dom Nerí José Tondello – Bispo de Juína – MT 
73. Dom José Valdeci Santos Mendes – Bispo de Brejo – MA 
74. Dom Sebastião Bandeira – Bispo de Coroatá – MA
75. Dom Luiz Carlos Eccel - Bispo Emérito de Caçador – SC 
76. Dom Pedro Carlos Cipollini - Bispo de Santo André – SP 
77. Dom Giovane de Melo – Bispo de Tocantinópolis – TO 
78. Dom Antônio Roberto Cavuto – Bispo de Itapipoca – CE 
79. Dom Angélico Sândalo Bernardino – Bispo Emérito de Blumenau – SC 
80. Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva – Bispo Coadjutor de Borba – AM 
81. Dom Élio Rama - Bispo de Pinheiro – MA 
82. Dom Marco Aurélio Gubiotti – Bispo de Itabira-Coronel Fabriciano – MG 
83. Dom Enemésio Angelo Lazzaris – Presidente Nacional da CTP e Bispo de Balsas – MA 
84. Dom José Vasconcelos – Bispo de Sobral – CE 
85. Dom João da Costa – Arcebispo de Aracaju – SE
86. Dom Juventino Kestering - Bispo de Rondonópolis/Guiratinga (MT)
87. Dom Armando Martín Gutiérrez - Bispo de Bacabal – MA
88. Dom Pedro Luiz Stringhini – Bispo de Mogi das Cruzes – SP
89. Dom Luiz Gonzaga, Bispo de Amparo – SP 

 Do 247