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terça-feira, 2 de outubro de 2018

O SISTEMA SE ENTREGA A BOLSONARO, POR LUIS NASSIF

A lógica de Bolsonaro é ser anti-sistema, o representante do país sombrio, da maioria silenciosa que nunca se viu representada na política. No parlamento, é o baixo clero. Na mídia, é personagem secundário, restrito aos veículos regionais. Ou limitando-se a ver o país através das lentes dos programas policiais e do filtro dos jornais nacionais, sempre na posição passiva.
Os bolsonaristas são cidadãos de um país anacrônico, que acompanhava, passivamente, o cosmopolitismo provinciano do Rio e de São Paulo, mas não se sentia politicamente integrado.
É o valentão da moto, que só consegue se impor fisicamente sobre os nerds, esses moleques exibidos que querem falar chic. São os grupos, as gangs que se formaram em torno de temas não-políticos, colecionadores de motos, de veículos antigos, valentões de bar, grupos religiosos, colegas de bar, irmãos de maçonaria. Ou apenas cidadãos classe-média que escondiam preconceitos e ódios, comuns à pré e a pós-modernidade e que, graças às redes sociais, se descobriram maioria em seus redutos.
Junte-se a esse grupos empresários que aprenderam apenas a ganhar dinheiro, sendo submetidos dia após dia ao liberalismo superficialíssimo do sistema Globo, condenando qualquer forma de regulação e de atuação do Estado.
Quando a Globo decidiu levar o povo para as ruas, para atropelar a Constituição, e o STF (Supremo Tribunal Federal) convalidou o golpe, esse Brasil soturno emergiu com toda força. Pensaram repetir as maiorias silenciosas de 1964 que, depois de usadas, foram deixadas de lado. Não se deram conta do poder de aglutinação das redes sociais. Eles, agora, têm voz própria e se valem da desorganização total no sistema, da quebra de todas as regras e leis, para ocupar espaços, trazendo consigo agentes oportunistas de todas as espécies. -derrotados políticos, economistas, lideranças que foram sucessivamente derrotadas no jogo eleitoral e que, agora, se julgam em condições de cavalgar o leão sem ser devorado.
Tudo isso ocorre no país de Macunaíma. Aproveitam-se do jogo Ministros do Supremo, ministros de tribunais, economistas de mercado, mais abaixo um pouco, promotores liberados para prender, juízes liberados para condenar, fazendo acertos de contas em cada canto do país. Abrem a jaula achando que vão parlamentar com o leão faminto.
E aí acontece o paradoxo.
O Brasil que saiu às ruas no sábado, nas históricas manifestações das mulheres, é o país civilizado, defendendo bandeiras adequadas aos tempos modernos. O Brasil anacrônico dos grandes meios de comunicação, segura a informação. A reação da maioria silenciosa é aumentar a adesão a Bolsonaro – se a pesquisa IBOPE foi efetivamente séria, captando um soluço ou uma tendência.
A cada jogada de cena combinada, nos debates de presidenciáveis, mais se esboroa o Brasil institucional. A cada autodesmoralização do Supremo, mais gás para a besta.
O antipetismo desvairado da mídia, o oportunismo de presidenciáveis, de explorar o fantasma do suposto autoritarismo do PT tem efeito multiplicado nas redes sociais. Revive as maluquices do “comunista-comedor-de-criancinhas” e é tiro nos dois pés. Não demoniza apenas o PT, desmoraliza as instituições, o “sistema” – que Bolsonaro, mais uma vez, anunciou que irá destruir. E até Ciro Gomes, o presidenciável com melhores propostas, embarca nessa aventura que, em vez de levá-lo para o segundo turno, poderá levar Bolsonaro ao poder.
O PT tem defeitos enormes. Mas o oportunismo do país institucional, de atribuir ao partido propósitos ditatoriais, para navegar nas águas fáceis do anticomunismo mais primário, tem um efeito multiplicador terrível na base, nos escaninhos das redes sociais de onde se alimenta o bolsonarismo.
E fica o Brasil institucional aguardando o momento em que FHC descerá do seu ego e engrossará a frente contra o atraso. Sabe o que vai acontecer? Nada. Será anulado com um pum que Bolsonaro reteve no hospital.
GGN

sexta-feira, 13 de julho de 2018

COBRA ENGOLINDO COBRA NA GLOBO NEWS

Uma reunião do tipo “brainstorming” da equipe de jornalismo da GloboNews, ocorrida nesta quarta-feira (11), teve momentos de tensão, críticas pessoais e expressões de frustração. Um dos objetivos da reunião era discutir a formação do novo núcleo (editoria) de economia na emissora noticiosa da Globosat. 
Sem citar nomes, a jornalista veterana Miriam Leitão já começou criticando colegas “economistas” e acadêmicos que, segundo ela, têm ocupado espaço demais na emissora com o que considera pautas banais do tipo “seu bolso”, “seu dinheiro” etc.
Ela deu a entender que sua forma de apresentar e discutir economia é mais didática e superior à de economistas e acadêmicos da casa.
O alvo da Miriam, 65 anos, aparentemente era a equipe do “Conta Corrente”, programa que será extinto, mas cuja equipe se tornou a base do novo “telejornalzão” de três horas que a GloboNews vai estrear no final do mês (leia mais abaixo).
Durante o evento, inclusive, o economista Samy Dana, 39 anos, foi criticado diretamente por ela por dar “ideias demais” na reunião. Nesse momento Miriam chegou a ser interrompida pelo novo diretor do canal, Miguel Athayde: “Não, não é isso, estamos aqui (para ouvir ideias mesmo)”.
Miriam continuou suas críticas com um exemplo. “Se a (produção da) indústria cai 10% e depois sobe 10% voltou a ser o que era. Precisa mostrar o histórico e mostrar que nada mudou”, disse a jornalista.
O que a irritou foi que Samy, que é PhD em economia, posteriormente a corrigiu –indiretamente: Se você perde 20% de R$ 100, você passa a ter R$ 80. Se se depois ganhar 20%, você não terá novamente seus R$ 100, e sim R$ 96. Ou seja, terá 4% a menos. 
Já o quesito frustração foi causado pelo provável adiamento da estreia do novo “telejornalzão”, que será ancorado por José Roberto Burnier e tinha estreia prevista para a próxima segunda-feira.
A equipe já está toda mobilizada e alguns profissionais já vinham entrando de madrugada para a preparação do produto. No entanto, Burnier –que estava na Rússia cobrindo a a Copa– pediu 10 dias de folga antes de sua estreia na GloboNews. Muitas pessoas ficaram ressentidas porque não foram informadas sobre nada e nem sabiam do provável adiamento da estreia.
Blog da Cidadania

terça-feira, 13 de março de 2018

CARMEN LÚCIA, a que diz SIM aos GRANDES e NÃO aos mais FRACOS, por Luis Nassif

Foto: Fellipe Sampaio - STF
Ao declarar, de forma altissonante, que não se dobra a pressões, a Ministra Carmen Lúcia encontrou sua melhor tradução. A física diz que a característica de todo corpo não submetido a pressão é a inércia.
A inércia sempre foi a maneira de Carmen Lúcia agir.
Teve em suas mãos a decisão sobre as “pipelines”, a jogada dos laboratórios internacionais de renovar patentes já vencidas. Se aceitasse a tese da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PDFC) e não reconhecesse as patentes, haveria um amplo impacto sobre o custo dos medicamentos para o SUS. Como não se submete a pressões, Carmen Lúcia não disse sim, nem não: engavetou a ação. Engavetando disse SIM aos grandes laboratórios sem precisar dizer NÃO ao SUS.
Como ninguém, Carmen Lúcia representa o estereótipo mais negativo do mineiro, sintetizado no brado de Magalhães Pinto ante o golpe de 64: “Minas está onde sempre esteve e daqui não arredará pé”. Do mineiro não preservou a sagacidade, a compreensão do mundo a partir do seu canto,  a sabedoria das decisões analisadas e a capacidade de dar um boi para não entrar na briga, e uma boiada para não sair.
Carmen Lúcia é do tipo mais comum de pessoa: a que não se dobra às pressões dos mais fracos. Da parte de Lula, a pressão maior é solicitar direitos concedidos a qualquer pessoa. Da parte contrária a Lula, a pressão maior é expor os pontos fracos da Ministra à opinião pública, valendo-se dos expedientes conhecidos de taxar qualquer crítica ao arbítrio como concessão à corrupção. Ou relembrando os macaquinhos guardados no sótão de Carminha.
Assim, a brava Carmen Lúcia se dobra à pressão do mais forte, não se dobrando à pressão do mais fraco. Transfornou o recuo em relação ao mais forte com um grito retumbante de independência em relação ao mais fraco.
É pos-doutorada na técnica da tergiversação.
GGN

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

A Globo perdeu espaço político, social e de mídia com o Golpe que ela engendrou, por Alexandre Tambelli para o Jornal GGN

A Sociedade que nasceu do estilo processual Lava-Jato na dobradinha com velha mídia capitaneada pela Rede Globo fez o feitiço virar contra o feiticeiro para os golpistas e sobrou a tentativa Alckmin para a família marinho.
Tentando entender o Brasil em 11 de outubro de 2017, uma visão pessoal. 
Pesquisas levam aos factoides diários contra Lula e Dilma, bem sabemos.
Lula vence todos os candidatos em segundo turno e até Moro pode perder dele. Lava-Jato tem seu menor índice de aprovação neste mês.
72% de nordestinos querem Dilma de volta.
59% dos brasileiros querem Dilma de volta.
Dilma lidera a corrida para o Senado em Minas Gerais. 
O que acontece no mesmo instante destes resultados de pesquisas, que certamente são realizadas para dar um resultado menor que o esperado em favor dos golpeados?
Um factoide, uma condenação, uma acusação nova (requentada) contra Dilma, idêntico como acontece com Lula.
Invadem a casa do filho do Lula a procura de drogas, o factoide de ontem, TCU e Pasadena o de hoje. 
É a tentativa de respiro do Golpe, do paciente em coma e dando seus últimos suspiros.
Vivemos um impasse no Golpe, ele não tem mais condições de realizar uma arbitrariedade maior contra Lula, Dilma e PT por não ter apoio popular para tal intento e nem condições morais desta ação.
É imprevisível o que adviria na sociedade da tentativa de barrar eleições e/ou tirando Lula e Dilma delas. E, ainda, mantendo diversos candidatos ficha suja elegíveis.
Hoje, vivenciamos uma realidade de estagnação das ações com resultados práticos que visem impedir Lula e Dilma de serem candidatos em 2018 e de se adiar a Eleição, senão já teriam parado com os factoides diários disfarçando um pouco a seletividade da Justiça.
Então, utilizam das tentativas de desmoralizar Lula e Dilma para, na ilusão dos golpistas, tirarem votos deles e do PT em  quantidade em 2018, o que parece ser impossível juntado da Reforma Política que quer facilitar a campanha dos candidatos endinheirados ou defensores das elites que patrocinaram o Golpe de 2016.
Uma campanha eleitoral inteligente e a gente retoma o Poder em breve com Lula em 2018. Até podemos ver o retrocesso do Golpe, pode até existir a possibilidade da volta da Presidenta Dilma do jeito que as coisas vão, é pouco provável, mas possível. 
Aconteceu um fenômeno impensado neste período, o Golpe e suas formas de produção e solidificação (modelo Lava-Jato de Justiça em dobradinha com a velha mídia) foram feitos de maneira equivocada, dando espaço para uma extrema-direita se solidificar no país, marcadamente fascista e ligada a um moralismo castiço e um fundamentalismo religioso, misturado com uma linha de atuação anti LGBT, anti programas sociais e pró armamento desenfreado da população. 
Esta linhagem de eleitores fabricada pela velha mídia capitaneada pela Rede Globo juntado de Veja, JP, Estadão, Folha e assemelhadas + Justiça modelo Lava-Jato para o Golpe se solidificar provocou o fenômeno da anti política (com a imagem de que a Política é sinônimo de corrupção) e o fenômeno do ódio ao que não é exatamente igual ao que a pessoa que foi levada a ter um pensamento de extrema-direita acredita e quer para a nossa vida e nosso país. 
O Golpe precisou de extremistas de direita nas ruas para dar um ar de legitimidade, para fazer número, dar tamanho as manifestações pró-impeachment, não nos esqueçamos disto.  
Como foi desmascarada a direita tradicional via corrupção, mentiras + incompetência em governar juntado ao ódio ao PT solidificado em partes do eleitorado, se formatou uma parcela significativa dos que antes acreditaram na Globo e foram tucanas e pró-Golpe, e que hoje enveredam para o radicalismo de Bolsonaro e assemelhados: 
A parcela do eleitorado anti-petista de antes misturada de uma parcela que enxerga os políticos tradicionais do PT (desejado pelo Golpe) do PSDB e do PMDB (indesejados pelo Golpe), os maiores partidos brasileiros, todos, sem exceção, como corruptos. 
E OS GOLPISTAS FICARAM DIMINUÍDOS 
A extrema-direita foi se consolidando e se distanciando dos apoiadores do Golpe e a velha mídia, em especial a Globo, se perdeu no meio de um tiroteio que é favorável ao crescimento do fundamentalismo religioso, que no fundo vai debandar dela público, em boa parte, migrando sua audiência para a TV Record da Igreja neopentecostal Universal. 
Dois jornalistas de esquerda foram desligados da Record News estes dias. Sintomático. Há espaço para se desenhar um conservadorismo de costumes e de Fé na sociedade brasileira, a Record e as TVS de pastores neopentecostais e carismáticas católicas (conservadores) podem assumir este público para si. 
Então, se vê que a Globo foi tentar reparar a situação Bolsonaro abrindo espaço para o Fantástico discutir a questão do Gênero, para o Bem-Estar mostrar e discutir o tema a partir de transexuais, até mostrando com cuidado e respeito um casal formado por um travesti e uma mulher que fez operação para ser homem, pontuando com clareza que homossexualismo não é doença. Imaginemos no auge do Golpe se a Globo arriscaria esta discussão temática.
É a tentativa de freio de arrumação tardio para uma situação que saiu do controle. A Globo ficou sem candidato viável. Dória e o Bolsonaro foram para um caminho que só a Record e emissoras religiosas, talvez, possa abraçar.
Globo e velha mídia que com o Golpe perderam a audiência cega de um eleitorado que não vai mais dar tanta atenção ao que diz a Globo e a velha mídia na hora de votar, porque foram enganados com a mentira de que o Golpe traria um mundo maravilhoso para ele. E já sem todo o eleitorado fiel pró Lula e Dilma perdidos, aos poucos, nos anos anteriores ao Golpe. 
Os golpistas alinhados com a velha mídia perderam espaço para a extrema-direita e para os que ainda estão lúcidos e para os lulistas, dilmistas e esquerdas em geral.
FICARAM NUS 
Alckmin pode ser a candidatura de inflexão do caminho Lava-Jato de sociedade? Parece ser a solução única que sobrou no meio político, entre os que participaram do Golpe, nem Marina caberia por seu silêncio diante do Governo Temer e por ter sido do PT e ter mudado de lado nem Joaquim Barbosa, o imprevisível nem o descontrolado Dória. O problema é. 
Como voltar para a garrafa essa Justiça modelo Lava-Jato para não escancarar mais a seletividade e perseguição da Justiça ao Lula, à Dilma e ao PT no Brasil, onde a maioria do MPF, da PF, dos magistrados viraram anti petistas de carteirinha? Evitando crescer mais e mais a intenção de votos em Lula?
Com o Golpe destruindo toda a economia nacional e sem condições de impedir eleições em 2018 há poucas chances de prosperar a candidatura da velha mídia capitaneada pela Globo.
No fim de tudo nasceu uma nova polaridade: Lula X Bolsonaro. 
A Globo com Bolsonaro para vencer Lula pode dar de bandeja à Record um protagonismo em um Governo de extrema-direita ou no crescimento dela assumindo este público para si. Se der Lula não tem diálogo possível, ele já afirmou que vai propor a Democratização da Mídia. Alckmin foi o que sobrou e seu catolicismo Opus Dei mais civilizado, o bom moço de Pindamonhangaba. 
A Globo perdeu espaço político, social e de mídia com o Golpe.

Do GGN

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Razões para o abandono da Globo a Temer/Aécio

Buscando razões para o desembarque da Globo do Governo Temer/Aécio, Alexandre Tambelli
O Golpe patrocinado pelo Mercado, pelo Imperialismo Norte-Americano, por parte do grande empresariado nacional, ancorados na Globo & velha mídia + a Lava-Jato pretendia ser (era o discurso) a grande retomada no rumo do crescimento da economia, do PIB e do emprego e nada disto aconteceu, certo?

Com Temer & Cia. e o neoliberalismo radical não se chegará jamais a uma retomada dos níveis de crescimento econômico-social e de emprego dos tempos de Lula e primeiro mandato de Dilma, pré-Lava-Jato. Esta afirmação não é controversa, a realidade não mente.

Apesar de ser um desejo do Mercado, a mais usual voz nos microfones da Globo e parceiro de negócios, vamos ser sinceros, segurar a opinião pública com este Governo e as suas reformas neoliberais, Governo que é o mais corrupto da nossa História não dá.

Está se tornando um custo muito alto, financeiro e de imagem, a manutenção desse sistema corrupto e incompetente por parte do Capital apoiador do Golpe.

Para tudo o que vai fazer o Legislativo e o Executivo em prol do Capital apoiador do Golpe, para cada votação das reformas, para cada Projeto de Lei, para cada privatização do patrimônio público e descontinuidade de programas sociais dos governos Lula e Dilma com a terceirização de parte deles precisa, este Capital, ao que tudo indica, oferecer dinheiro para parlamentares aliados e integrantes do Governo, que não têm outra Ideologia, senão a do dinheiro. Tudo é na base do dinheiro.

Sem contar que para se garantir a votação das reformas, Temer, ainda,  dá cargos, tira cargos e realoca pessoas nos cargos de órgãos públicos e estatais em benefício de parlamentares que votem favoráveis às reformas e, imaginemos, que o tempo todo deve estar rolando o quanto você quer para votar favorável às reformas da Previdência, Trabalhista, ao congelamento dos investimentos públicos por 20 anos, etc.

Do lado de Temer vem o quanto você quer, que cargos você quer e do outro lado vem um empresário, um representante do agronegócio e diz: - se você propor votar e aprovar tal reforma, tal medida eu te dou X, para outra medida Y.

Está um esculhambação só!

Por exemplo.

Como foi possível aparecer aquela proposta de reforma trabalhista no campo apresentada por um parlamentar do PSDB, que até o salário do trabalhador pode ser extinto, suas férias permutadas em troca de casa e comida? De um Legislativo capaz de votar e aprovar e de um Executivo capaz de sancionar tal proposta de reforma trabalhista no campo em troca de algo. Numa Legislatura séria não apareceria.

E chegou ao ponto de que não é mais o Governo quem define o que deve ser proposto para o Brasil revigorar a economia e o PIB, para os índices sociais e os níveis de emprego normalizarem, é o dinheiro do Capitalista, tão somente, no comando das ações, sem mais nenhum Norte a ser seguido, sem nenhuma obrigação com a sociedade e com o Brasil.

Parece o Topa Tudo por Dinheiro do Sílvio Santos ou o - Você quer pagar quanto? Das Casas Bahia.

Por outro lado.

A JBS patrocinou o Golpe, certo? E precisa de tantas ajudas às escondidas para ter seus interesses mantidos intactos, imaginemos a loucura disto. Coloco Temer no Poder e ele vai precisar de “ajudinhas” ad eternum?

Chegou um momento em que se percebeu que a conta não fecha. O prejuízo de manter os atos escusos não compensa mais os prejuízos com o fiasco Temer. E a JBS detonou com o Governo Temer.

Vem um Governo nascido do Golpe, que foi patrocinado pelo Grande Capital, tendo a JBS como uma das fiadoras principais, e ele não consegue segurar um Delegado Federal querendo aparecer e que deflagra uma Operação Carne Fraca?

E a Globo, fiadora principal do Golpe, dá cobertura à Operação? (JBS que é um dos maiores patrocinadores da Rede Globo.)

Uma hora ia estourar o Golpe.

JBS e o Grande Capital devem ter dado um ultimato à Globo:

Não atrapalha os nossos negócios, com o Temer não dá mais.

E teve a sombria reunião no STF entre 10 grandes do empresariado nacional com a Ministra Carmen Lúcia e que um interlocutor da Globo esteve presente. Foi antes do escândalo JBS/Temer/Aécio. O que se conversou naquela reunião?

O Temer tem popularidade quase zero, com apoio midiático e tudo.

Tirar o Temer da linha de frente das reformas, para elas vingarem, ao menos é o que tentam os fiadores do Golpe com uma roupagem nova, colocando um Governo comandado por um sujeito "honesto" e um Ministério menos incompetente e menos sem noção.

É para vingar o neoliberalismo radical, mas não é para prejudicar os negócios da JBS, a ponto dela poder se tornar a Odebrecht da vez e nem para ser opção única de voto para os neoliberais, o Bolsonaro. Já chega o Trump nos EUA.

A Globo tende a não corroborar mais com a sanha da Lava-Jato em destruir o setor produtivo brasileiro, são seus patrocinadores, espero que tenha caído a ficha, pode colaborar com a derrocada do PT e das esquerdas, se possível for.

Ser apoiadora de uma Operação, como a Lava-Jato, que visa a destruição do setor produtivo nacional?

Sejamos sinceros.

Foi tão radical a mudança de rumo no País que estar junto de Temer é estar a um passo de cair junto com ele, não só em credibilidade (diante de seus telespectadores), mas, economicamente, ir ao rumo da falência.

A Globo vive na encruzilhada entre o querer e o poder.

Querer as reformas neoliberais pode ser o fim de sua própria existência. O Ibope das reformas é baixo, a Globo não convence muita gente, mesmo tentando ser a porta-voz dessas reformas 24 horas do dia.

Com as reformas sem limites e mediação social a Globo quebra junto, todos quebram.

Um mastodonte como a Globo precisa de uma economia em funcionamento para sobreviver.

Defender que a pessoa nunca se aposente é suicídio, não é verdade? Defender uma economia voltada somente para o rentismo? É suicídio puro.

Abandonar Temer sem aviso prévio não foi uma decisão dela, ela foi obrigada por terceiros.

Defendeu Temer até os 48 do segundo tempo e de repente vem um Pênalti e ela foi obrigada a marcar o Gol! Contra tudo o que sempre quis.

A ausência de freios no Jornalismo da Globo, a ausência de regras saudáveis para a interação com a sociedade e do mínimo contraditório foi levando a Globo ao extremismo, idêntico ao que se criou na Sociedade com a figura de Bolsonaro, impulsionada sua existência com a dobradinha mídia oligopólica e Judiciário morista.

Não há mediação nesse Jornalismo que a Globo decidiu praticar desde um pouco depois da vitória de Lula em 2003, só extremo. Então, abandonou Temer sem nenhuma gradação, de imediato, e sem chances de um esclarecimento mais justo ao seu público cativo. Abandonou sem prorrogação.

Seus patrocinadores chegaram para a emissora e disseram: - espera um pouco, patrocinei o Golpe pra derrubar Dilma! Não os meus negócios!

O auto engano de crer que o Mercado pode tudo é o início do fim do Império da Vênus Platinada.

Tudo ficou muito solto com o Temer & Cia com a chave do cofre. A imagem dos patrocinadores visíveis do Golpe desgastada, a imagem de um Governo em ruínas e o empresariado em sinal de alerta, os seus prejuízos não sendo compensados pelo rentismo e nem por uma opinião pública, já avessa aos desejos da Globo e do Mercado, capaz de boicotar marcas anunciantes da emissora e contrária às reformas.

Sem contar o descrédito internacional e a imagem do País lá fora com o Golpe e o Governo do Golpe. O isolamento do País e a truculência do Executivo em posições/críticas de organismos internacionais de peso como a OEA e a ONU e os Direitos Humanos não respeitados pelo Governo Temer. A perseguição da Lava-Jato na base da “convicção” a Lula. E a Globo associada a toda esta patifaria.

E, se me perguntam o motivo de Aécio ser levado junto com Temer pela JBS, PGR, Supremo, Globo, Lava-Jato, ele que foi o mais blindado dos políticos? Respondo assim:

Justamente porque esse Sistema montado do Golpe teve em Aécio um centro irradiador de decisões e, certamente, central de propinas. E, ele estava sem freios, poderia detonar, trazer à tona muitos veios e histórias do Golpe. Atrapalha demais alguém sem limites, querendo o tempo todo levar uma grana aqui outra ali e sem controle das ações, enchendo o saco de deus e o mundo.

Aécio se tornou um estorvo para o Epicentro do Golpe: Mercado, Globo, Império e empresariado top.

Está tudo sem limites no Golpe e no pós-Golpe! Todos exigindo de todos, todos os participantes do Golpe querendo levar vantagens ao mesmo tempo, dentro e fora da Política.

A sobrevivência do Golpe passa por detonar com a parte mais fraca dele, os que não detêm o Capital, apenas se usufruem de gordas mesadas, participando da Política em prol do Capital.

Judiciário e Globo muito manchados com a Imagem da seletividade visível a olhos nus de suas blindagens, decisões judiciais e noticiários precisaram sair do campo de atuação seletivo e atingir alguns aliados de sempre.

Porém, não vai haver um processo de caça às bruxas, acomodação, sim!

O Sistema não viveria sem a certeza da impunidade aos políticos e membros do Judiciário que elege ou recebe/dá apoio.

Daqui a pouco veremos todos, idêntico como acontece na Lava-Jato, usufruindo o que amealharam de dinheiro até aqui e esquecidos do noticiário, porque se um dia ferrarem para valer com um Político ou Magistrado, cooptado para defender o Sistema, não se poderá mais garantir novos adeptos dessa simbiose Grande Capital e Política.

E não nos esqueçamos.

Continua valendo Lava-Jato para Lula, Vaccari e Zé Dirceu diferente de valer Lava-Jato para Cunha, Temer e Aécio.

Do GGN, por Alexandre Tambelli

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Imprensa e lava jato montaram farsa com agendas da Petrobras, contra o ex-presidente Lula

Em dia em que Lava Jato e imprensa dizem que Lula estava em reunião privada com executivos da Petrobras, o então presidente e comitiva eram recebidos em Riad, na Arábia Saudita. 
(Foto: Ricardo Stuckert)


Órgãos de mídia deram destaque sem qualquer checagem a informação falsa da equipe do procurador Deltan Dallagnol sobre reuniões de que participou Lula quando era presidente da República.

Em dia em que Lava Jato e imprensa dizem que Lula estava em reunião privada com executivos da Petrobras, o então presidente e comitiva eram recebidos em Riad, na Arábia Saudita (Foto: Ricardo Stuckert).

Em conluio com procuradores da Lava Jato em Curitiba, a Rede Globo, a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo produziram semana passada mais uma farsa contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Agendas de ex-diretores da Petrobras, anexadas pelos procuradores à ação sobre o tríplex do Guarujá, foram manipuladas pela imprensa de forma a apontar uma falsa contradição no depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro.

A juntada de “documentos” sobre supostas “reuniões” de Lula com a diretoria da Petrobras não foi fruto da descoberta de algum segredo em um trabalho de investigação sério, mas uma tentativa tosca de reescrever a história e criminalizar atos como viagens oficiais ao exterior, reuniões interministeriais e cerimônias da Presidência acompanhadas pela imprensa.

Uma irresponsabilidade que atenta contra o papel institucional do Ministério Público em uma democracia. Parece que para a equipe de Deltan Dallagnol, o crime de Lula foi ter sido presidente da República. E a mesma imprensa que acompanhou e divulgou essas agendas durante os dois mandatos de Lula, agora dá manchetes sem checar nem mesmo seus próprios arquivos.

A fraude começou a ser montada em 15 de maio, cinco dias depois do depoimento de Lula. Naquela data, os procuradores anexaram 78 documentos aos autos, sem explicitar o propósito. Destes, 27 são cópias de agendas de ex-diretores, registrando “reuniões”, “almoços” e “jantares” com Lula. As cópias das agendas foram entregues pela Petrobrás aos acusadores de Lula, mas não à sua defesa.

Na manchete de 17 de maio, a Folha afirmou: “Lava Jato contraria com documentos fala de Lula a Moro”. Segundo o jornal, as agendas mostrariam que Lula não teve apenas duas reuniões com a diretoria da Petrobrás em seu governo, como ele havia declarado a Moro, mas, pelo menos, 23. O Estadão destacou “reuniões de Lula” com três ex-diretores condenados na Lava Jato. O Jornal Nacional juntou as duas coisas, elevou para 28 as supostas “reuniões” e citou o Ministério Público como fonte de suas ilações, numa reportagem de três minutos.

A farsa desmorona quando se compara o que está escrito nas agendas da Petrobras e o que Lula realmente fez nas datas indicadas. Por exemplo: das 27 agendas, três se referem a recepções oferecidas por chefes de Estado a Lula e sua comitiva, em viagens internacionais: uma pelo presidente da China Hu Jintao, outra pelo rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, e outra pela presidenta do Chile, Michelle Bachelet.

Pelo menos 14 agendas referem-se à participação de ex-diretores em cerimônias públicas nas quais Lula estava presente, em inaugurações, visitas a instalações da Petrobras ou em reuniões interministeriais, como as do Conselho Nacional de Política Energética. Não se tratam, portanto, de reuniões com a diretoria da Petrobras, muito menos de agendas com diretores específicos. E tudo realizado com cobertura da mídia.

Para verificar a veracidade das agendas (o que no jornalismo se chama checagem), basta conferir as datas mencionadas com a agenda de viagens nacionais e internacionais do ex-presidente Lula, que está disponível no site da Presidência da República. 

As agendas da Petrobras mencionam duas supostas reuniões do delator Paulo Roberto Costa em Brasília, que não podem ser confirmadas porque o atual governo retirou do site da Presidência as agendas diárias de Lula. Mas o próprio delator afirmou, em dois depoimentos ao juiz Sergio Moro, um deles feito ontem (24), que nunca teve reuniões individuais com o ex-presidente Lula. Confira:
  
Paulo Roberto da Costa fez essa declaração como testemunha, ou seja, com a obrigação de falar a verdade. Ele já havia dito o mesmo em depoimento anterior, mas a imprensa ignorou este fato para sustentar a farsa das agendas.

Não há dúvida de que as agendas foram plantadas no processo para desqualificar o depoimento de Lula em 10 de maio, o que nem mesmo seus maiores adversários conseguiram fazer. Uma imprensa imparcial ao menos teria checado os fatos antes de publicá-los sob o viés dos detratores de Lula. E não precisaria se esforçar tanto, pois muitos desses eventos foram noticiados pelos próprios jornais, como está registrado neste documento.

Lula foi o presidente brasileiro que mais visitou as diversas instalações da Petrobras em todo o País, em eventos públicos relacionados à empresa, que viveu forte valorização durante o seu mandato. Mais de 60 dessas visitas foram registradas pela imprensa. Quanto às reuniões com a diretoria, conforme declarou no depoimento, foram mesmo raríssimas. E Lula citou duas: uma para discutir o plano estratégico da empresa e outra para decidir o cancelamento de leilões para exploração de petróleo em áreas do pré-sal, quando ele foi descoberto, em 2008.


Os dados no link abaixo mostram a verdade sobre as agendas da Petrobras, revelam o golpe baixo dos procuradores de Curitiba e denunciam a indigência e parcialidade de um jornalismo que se comporta como papagaio da Lava Jato para difamar Lula.

GGN

quinta-feira, 18 de maio de 2017

A mídia é uma das principais culpadas pelo Temergate

Foto: Estadão
Quem acompanha a política brasileira nos últimos anos, certamente não ficou surpreso com os fatos revelados sobre o Governo Temer – quem não sabia do esquema do Aécio? – mas se surpreendeu com o fato da mídia os ter divulgado.
  
Afinal, não é difícil imaginar que o presidente do PSDB e o ex-presidente do PMDB fossem capazes de fazer o que e aparentemente fizeram, por diversos fatores:

1) Temer é Cunha e Cunha é Temer, e o ex-presidente da câmara agiu como um verdadeiro mafioso em seu processo de cassação (Fausto Pinato que o diga); 2) Eduardo chantegeou abertamente Michel em perguntas que Sérgio Moro barrou (só chatagea nesse nível quem tem algum trunfo); 3) Aécio tinha relações altamente duvidosas com sua primo “tesoureiro” (como bem recordou Brito mais cedo); 4) Neves foi capaz, não só de perseguir jornalistas mineiros para se blindar, mas também perseguir e torturar Marcos Carone para não atrapalhar suas pretenções eleitorais. Por fim, claro, ambos encabeçaram um Golpe cujo objetivo era “estancar sangria” da Lava-Jato e inventar pedaladas para tomar o poder de uma presidenta democraticamente eleita.

É de se estranhar, portanto, que mesmo com tanta evidência indireta Michel e Aécio detinham tanto poder (a ponto de comandar reformas estruturais mesmo com baixa popularidade), e precisou de provas tão objetivas para escancarar o que já era facilmente abstraído.

Tal fenômeno só teve respaldo por um ponto: a mídia sempre esteve ao lado do governo Temer. Assim, considerá-la como cúmplice das ações ilícitas do alto escalão da base aliada não é nada mais do que justo.

Imaginem só um político que construiu um aeroporto de uso particular, com dinheiro público, na fazenda da família e cuja chave fica em posse de um tio. Pensem, agora, num helicóptero em nome de outro político pego com meia tonelada de pasta base de cocaína. Considerem, também, um presidnete que conduz um achaque a luz do dia para aprovar reformas altamente impopulares, com perdões de dívidas e consessões totalmente fora da realidade fiscal do país.

Sabemos bem que todos esses fatos, gravíssimos, não foram sequer investigados, quiçá esmiuçados, como pedalinhos, um sítio ralé e um triplex. E nessas horas, onde atitudes controversas tiveram total liberdade para acontecer sem as devidas explicações, não há outro sentimento a não ser a dúvida sobre o papel da mídia tradicional em todo essa sujeira que, agora, objetivamente foi colocada as claras.


Talvez a risada de Catanhêde com Temer, ilustrada acima, ajude a resolver esse questionamento: algo do tipo “Tamo junto, presidente!”.

Do Cafezinho

sábado, 13 de maio de 2017

O Jornalismo de ódio produzido no Brasil

A simples sabujice de acreditar na tese de Lula culpar Dona Marisa já seria uma prova incontestável de falta de caráter e desapreço pela verdade factual e histórica por parte de qualquer jornalista ou ser humano.

Mas elevar o gesto de barbárie ao cúmulo de tornar Lula responsável pela "segunda" morte da mulher é de uma canalhice só possível nesse país de cretinos completamente indiferentes a sinais de humanidade.

É transpor todo limite do tolerável e do absurdo na tarefa diuturna de tentar destruir, a qualquer preço, a biografia de um migrante nordestino pobre alçado aos braços da história como o presidente mais importante e popular do Brasil.

Uma investida nefasta de compensar no campo da intimidade familiar - como tem sido feito desde a sordidez da campanha de 1989 - o fracasso retumbante de um processo judicial só válido nas manchetes, na atuação ignóbil do judiciário e no fígado da elite verde-amarela.

Durante a perseguição midiático-jurídica contra o ex-presidente e a família, os cães amestrados aplaudiram e divulgaram conversas privadas da família do petista sem qualquer conexão com a investigação judicial, nunca recriminaram a invasão domiciliar e o sequestro dele pela Polícia Federal.

Ampliaram, assim, a sanha contra o petista e a família a ponto de levar a óbito Dona Marisa, mulher com vastos serviços prestados à sociedade brasileira. Duvidou-se da morte e até se criticou o ex-presidente por, à beira do caixão, chorar a dor da esposa falecida.

A morte sequer arrefeceu o desejo de macular a imagem dela: o juiz encarregado do processo se recusa a declará-la inocente, como manda a lei, amparado em uma turba de torquemadas da imprensa cuja única missão é criminalizar tudo ligado a Lula. Após o depoimento do petista a Moro, a "criminosa" Marisa é transformada em vítima, sob o súbito surto de preocupação midiática, somente para corroer a imagem do marido.

Que jornalismo é esse capaz de nutrir e sorver um ódio desmedido contra uma figura pública cuja trajetória registra a retirada de milhões da pobreza, o aumento do emprego e a melhoria geral do padrão de vida do país?

Que jornalismo é esse capaz de fingir preocupação social enquanto estimula com sadismo e mentiras a atual destruição diária de direitos básicos no trabalho, na previdência, na educação, no campo, nas terras indígenas?

Como dorme esse jornalismo depois de maquiar a piora econômica com mensagens otimistas de uma situação só interessante ao capital especulativo e aos barões de sempre dessa elite burra e mesquinha?

Como pode esse jornalismo praticar essas desumanidades sem perceber o impacto delas na vida da pessoa simples, do desfavorecido, da vítima do arbítrio policial, jurídico, dos menos abastados?

Como esse jornalismo pode cobrar o direito à vida com plena dignidade - missão básica da profissão - se estimula a destruição contínua de reputações, alimenta o ódio, adula o poder, rasga leis, reproduz inverdades, persegue inimigos e se esforça em criar uma narrativa sustentável para os mais ricos esfolarem os mais pobres e manter, assim, a desigualdade secular brasileira?

A caçada desenfreada a Lula apenas evidencia o exercício de um trabalho cuja rotina em nada lembra jornalismo.

E cujos profissionais em nada lembram seres humanos.

Do GGN, por Tiago Barbosa

terça-feira, 9 de maio de 2017

Presos da lava jato são reféns em tortura midiática, Gilmar

Lava Jato quer apoio da opinião pública mantendo presos como “reféns”, diz Gilmar

Na mira da cúpula da Lava Jato por ter votado contrariamente à manutenção das alongadas prisões preventivas que se tornaram corriqueiras na operação, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes ressaltou a importância da força-tarefa, mas não poupou críticas ao que considera arbitrariedades.

Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, Gilmar afirmou que, para ter apoio da opinião pública, a Lava Jato faz de seus presos “reféns”.

“Como tem sido divulgado [por integrantes da Lava Jato], o sucesso da operação dependeria de um grande apoio da opinião pública. Tanto é assim que a toda hora seus agentes estão na mídia, especialmente nas redes sociais, pedindo apoio ao povo e coisas do tipo.

É uma tentativa de manter um apoio permanente [à Lava Jato]. E isso obviamente é reforçado com a existência, vamos chamar assim, entre aspas, de reféns.

[Os reféns seriam] os presos. Para que [os agentes] possam dizer: ‘Olha, as medidas que tomamos estão sendo efetivas’. Não teria charme nenhum, nesse contexto, esperar pela condenação em segundo grau para o sujeito cumprir a pena.

Tudo isso faz parte também de um jogo retórico midiático”, afirmou. Fachin.

Na entrevista, Gilmar criticou ainda o relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, que, diante das sucessivas derrotas na 2ª Turma, encaminhou o julgamento do pedido de habeas corpus de Antonio Palocci para o plenário da casa.

“Se eu fosse fazer um reparo, é de forma: a questão teria que ser conversada na turma. E evidentemente isso não pode virar uma prática, de toda vez que [um ministro] entender que possa ficar em desvantagem na turma, leve o tema ao plenário.

Se esse debate continuar, daqui a pouco vai ter gente dizendo em que turma quer ser julgado. Assim como se diz ‘ah, a 2ª Turma é liberal’, alguém poderá dizer ‘a 1ª Turma é uma câmara de gás’, disse.

Gilmar Mendes disse que entende as polêmicas em que está envolvido e que não se abala por elas.

“A tentativa de jogar a opinião pública contra juízes parece legítima no jogo democrático. Mas ela não é legítima quando é feita por agentes públicos. O que se quer no final? Cometer toda a sorte de abusos e não sofrer reparos.

Há uma frase de Rui Barbosa que ilustra tudo isso: o bom ladrão salvou-se mas não há salvação para o juiz covarde”, completou.

De outros Sites

domingo, 7 de maio de 2017

Motivos para não acreditar na Velha Grande Mídia, Florestan

Florestan Fernandes explica por que você deve duvidar da mídia

O jornalista Florestan Fernandes Júnior lembra que, quando a economia ia bem, colunistas da mídia familiar diziam o contrário: apostavam no apagão, na inflação e no desemprego; hoje, quando tudo vai mal, tentam encontrar razões para dizer o contrário; confira sua análise.

As voltas que a mídia dá
Por Florestan Fernandes Júnior, em Facebbook, veja  aqui.
Revendo minhas postagens de 2013 aqui no facebook, topo com uma que é esclarecedora sobre a manipulação da notícia. Na época, o desejo dos donos dos meios de comunicação era explicitado pelos âncoras das emissoras de rádio e televisão nas críticas a nossa economia.

Vejam só, no início daquele ano, as manchetes das escaladas dos telejornais (Band, TV Globo, SBT, Record e outros) diziam que o país estava à beira de um apagão elétrico. O tempo passou, e nada!
Na sequência apostaram todas as fichas no aumento do desemprego, e a taxa fechou o primeiro trimestre do mesmo ano em 5,7%, o menor nível histórico para março, segundo o IBGE. Partiram então para a queda na produção automobilística.

No mês seguinte a produção de automóveis bateu novo recorde histórico. Logo em seguida, por conta da quebra da safra de tomate, batata, cebola e outros legumes, a bola da vez era a inflação que iria voltar. Como o esperado a produção se normalizou e os preços dos legumes caíram.

No Brasil do governo Temer, sem praticamente nada de bom para mostrar, o jornal Valor Econômico deu na última quinta-feira, em sua primeira página, que a Bolsa de Valores iria subir por conta da retomada empresarial. No mesmo dia a Bolsa de São Paulo caiu 2 pontos e o dólar subiu.

No início do ano as reportagens previam um aquecimento nas vendas por conta da liberação das contas inativas do FGTS. Bola fora, só em abril a produção de automóveis teve uma queda de 18,8% e a de material de construção uma retração de 5%. O setor industrial, de maneira geral, despencou 6,7% no primeiro trimestre de 2017.

E, para o desespero do trabalhador, o desemprego atinge hoje 14 milhões de brasileiros. Os únicos que se deram bem foram os bancos. O lucro do Itaú, por exemplo, cresceu 20% no primeiro trimestre, chegando à soma de 6,1 bilhões de reais. Agora, parte da nossa mídia garante que com as reformas trabalhista e previdenciária tudo irá melhorar. Você acredita?


Com informações do 247

Delações atingindo o PSBB a Grande Mídia quer anulá-las

Contradições podem anular delações da Odebrecht

Em sua edição deste domingo, a Folha de S. Paulo destaca, em reportagem de capa, que as delações da Odebrecht têm erros e contradições. Segundo o texto, as peças que foram acolhidas pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, apresentam guerras de versões e o caso mais flagrante é o que atinge o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB.

Em sua edição deste domingo, a Folha de S. Paulo destaca, em reportagem de capa, que as delações da Odebrecht têm erros e contradições.

Conforme o texto, as peças que foram acolhidas pelo ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF, apresentam guerras de versões. E o caso mais flagrante é o que atinge o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB.

"A petição contra o goiano é embasada em quatro delatores que apresentaram três versões distintas. Um deles falou em caixa dois sem apresentar documento para corroborar a acusação", diz a reportagem.

A Folha apresenta ainda um quadro com as três versões de delatores. Na primeira, de Fernando Ayres e Alexandre Barradas, o governador teria recebido, em 2010, R$ 2 milhões em caixa dois com o codinome Calado e, em 2014, R$ 8 milhões com o codinome Master.

Na segunda, de João Pacífico, Marconi teria recebido, em 2010, R$ 200 mil em caixa dois e, em 2014, R$ 2,55 milhões. Já na terceira, de Ricardo Ferraz, teria recebido, sob os codinomes Patati e Padeiro, R$ 500 mil em caixa dois em 2010 e R$ 2,75 milhões em 2014.

Os delatores, no entanto, não apresentaram provas do que disseram.

Do 247