sexta-feira, 17 de março de 2017

O procurador Celso Antônio Três acusa Janot de colaborar para o golpe

"O estopim do impeachment foi a divulgação da conversa de Dilma e Lula. Janot avalizou-a. Temer, antes da Presidência -agora está blindado-, já constava em listas e menções de propina. Janot nunca investigou. Onde há imparcialidade?", critica o procurador da República Celso Antônio Três, 54; responsável pelo processo do Banestado, o procurador mostrou-se ainda bastante crítico quanto a alguma ações do juiz federal Sérgio Moro: "A condução injustificada de Lula, sucedida pela divulgação de interceptação clandestina –sem outorga judicial, estopim do impeachment–, maculou a imparcialidade"; Celso Antônio Três defendeu o sigilo das delações durante as investigações, alegando que a divulgação de informações compromete os resultados.

Responsável pelo processo do Banestado, o procurador da República, Celso Antônio Três criticou vários pontos da Lava Jato e afirmou que Rodrigo Janot teve responsabilidade no golpe.

"O estopim do impeachment foi a divulgação da conversa de Dilma e Lula. Janot avalizou-a. Temer, antes da Presidência -agora está blindado-, já constava em listas e menções de propina. Janot nunca investigou. Onde há imparcialidade?"

Três também foi bastante crítico à atuação de Sérgio Moro: "A condução injustificada de Lula, sucedida pela divulgação de interceptação clandestina –sem outorga judicial, estopim do impeachment–, maculou a imparcialidade."

"Para o procurador Celso Antônio Três, é demagogia invocar o interesse público para divulgar as delações da Lava Jato.

Segundo ele, a divulgação "derrete o mundo político, o Estado, dilapida a economia, os investimentos e os empregos". 'A lei da delação impõe sigilo até a apresentação da denúncia. Preserva a apuração e a honra do delatado até então indefeso', afirma, em entrevista por e-mail.

Três foi filiado ao PT nos anos 80. Ao assumir função pública, afastou-se da sigla, da qual foi alvo de representações por investigações que realizou. É autor de documento, distribuído no Senado, com críticas às "10 Medidas Contra a Corrupção" defendidas por Sergio Moro e pela força-tarefa."

Do 247

quarta-feira, 15 de março de 2017

Trabalhadores vão às ruas protestar contra as reformas

Diversas categorias paralisaram nesta quarta-feira 15, considerado Dia Nacional de Paralisações contra as reformas da Previdência e trabalhista, em quase todas as capitais e muitas cidades do interior; em alguns municípios, o transporte também parou; principais pontos contestados pelos manifestantes estão a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentar, os 49 anos de contribuição para a aposentadoria integral, além de impactos negativos para os trabalhadoras rurais.

Rede Brasil Atual - O Dia Nacional de Paralisações contra as reformas da Previdência e trabalhista começou com travamentos de vias, paralisações dos transportes públicos, fechamento de agências bancárias e greves de diversas categorias profissionais em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. As mobilizações são organizadas pelas centrais sindicais e movimentos sociais integrantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.

Grandes atos públicos serão realizados à tarde. Em São Paulo, manifestação na Avenida Paulista terá a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A capital terá também manifestações públicas de professores das redes municipal e estadual. No Rio, a Candelária será o palco do ato que encerrará o dia de lutas contra a retirada de direitos movida pelo governo de Michel Temer contra os trabalhadores. Florianópolis, Porto Alegre e Vitória também estão nas ruas.

Entre os principais pontos contestados pelos manifestantes estão o estabelecimento de idade mínima de 65 anos para requerer aposentadoria, igual para homens e mulheres, e os 49 anos de contribuição exigidos para acessar a aposentadoria integral, além de impactos negativos que a reforma proposta por Temer causará entre trabalhadores e trabalhadoras rurais. Os movimentos também contestam o déficit alegado pelo governo para tentar impor às mudanças.

Professores param no RJ, MG e Paraná contra a reforma da Previdência.

Professores das redes municipal e estadual do Rio de Janeiro também participam das mobilizações contra a reforma da Previdência. Segundo o Sindicato Estadual de Profissionais da Educação do RJ (Sepe-RJ), a adesão à paralisação é estimada em até 90%.

Professores das redes municipais de São Gonçalo, Valença, e outras do interior também participam. Algumas escolas particulares também aderiram à Greve Nacional da Educação contra a reforma da Previdência.

O projeto do governo Temer acaba com a aposentadoria especial para os professores, que hoje têm o direito de se aposentarem cinco anos antes das demais categorias.

À tarde, às 16h, os professores participam de ato contra a reforma da Previdência, na Candelária, no centro do Rio.

Em Belo Horizonte, professores das redes estadual e municipal também decretaram greve geral. Docentes de grandes escolas da capital mineira também cruzaram os braços.

No Paraná, os professores da rede estadual, além de se mobilizar contra a proposta de reforma da Previdência, também pressionam para que o governo Beto Richa volte atrás na decisão de reduzir a hora-atividade (percentual da jornada de trabalho realizada fora de sala de aula) da categoria.

Na rede municipal de Curitiba, a previsão do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) é que a adesão à paralisação chegue até 80%. Os educadores também devem decidir por prosseguir a paralisação por tempo indeterminado, para reivindicar implementação de plano de carreira e melhores condições de trabalho.

Nordeste se mobiliza e vai às ruas contra a reforma da Previdência de Temer.

Por todo o país, trabalhadores de diversas categorias, centrais sindicais e movimentos sociais protestam desde as primeiras horas desta quarta-feira (15) contra o projeto de reforma da Previdência proposto pelo governo Temer, que tramita atualmente no Congresso Nacional.

Na região Nordeste, movimentos sociais e sindical organizam as manifestações nas capitais  – Salvador, Fortaleza, Recife, Maceió, Natal, Aracajú, João Pessoa e São Luiz – e em outras cidades. Diversas categorias profissionais e a população em geral realizam, paralisações, atos e mobilizações em defesa dos direitos conquistados em lutas históricas dos trabalhadores.

Dentre os principais pontos contestados pelos manifestantes estão o estabelecimento de idade mínima de 65 anos para requerer aposentadoria, igual para homens e mulheres, e os 49 anos de contribuição exigidos para acessar a aposentadoria integral, além de impactos negativos que a reforma proposta por Temer causará entre trabalhadores e trabalhadoras rurais. Os movimentos também contestam o déficit alegado pelo governo para tentar impor às mudanças.

Norte e Centro-Oeste vão às ruas contra retrocessos da reforma da Previdência.

Trabalhadores de diversas categorias, centrais sindicais e movimentos sociais das cidades das regiões Norte e Centro-Oeste protestam desde as primeiras horas desta quarta-feira (15), Dia Nacional de Paralisações contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo de Michel Temer.

Belém, Manaus, Rio Branco, Rondônia, Roraima, Macapá, Palmas, Campo Grande, Goiânia e Cuiabá, além de Brasília, organizam paralisações, passeatas e atos públicos em defesa dos direitos conquistados em lutas históricas dos trabalhadores.

Entre os principais pontos contestados pelos manifestantes estão o estabelecimento de idade mínima de 65 anos para requerer aposentadoria, igual para homens e mulheres, e os 49 anos de contribuição exigidos para acessar a aposentadoria integral, além de impactos negativos que a reforma proposta por Temer causará entre trabalhadores e trabalhadoras rurais. Os movimentos também contestam o déficit alegado pelo governo para tentar impor às mudanças.

Do 247

Nassif e o Xadrez da Lista de Janot

Não se iluda com a abrangência da lista de Janot. Espere para analisar melhor o teor das denúncias,para saber se, afinal, o pau que dá em Chico dá também em Chico.

O mais provável é que, como o Ministério Público Federal (MPF) tornou-se irreversivelmente uma corporação política e partidária, provavelmente a inclusão de alguns caciques aliados na lista visa apenas cumprir o formalismo, da mesma maneira que o STF (Supremo Tribunal Federal) quando endossou os procedimentos do impeachment.

Em alguns momentos, há a necessidade de respingos de formalidade para legitimar os esbirros adotados em todo o processo.

Peça 1 – a distinção entre caixa 2 e propina
Hoje já se divulgou que, nas denúncias, o PGR (Procurador Geral da República) Rodrigo Janot distingue o financiamento de campanha, mesmo através do caixa 2,  da propina.

É uma distinção discutível, mas se aceita. O parlamentar apoiado por um financiador privado, mesmo que não entregue nada em contrapartida, sempre verá com bons olhos projetos de interesse do padrinho. Mas esse é um problema do modelo de financiamento privado de campanha, do qual o Ministro Gilmar Mendes se tornou o grande patrocinador.

Mesmo assim, essa distinção dá um enorme poder arbitrário aos procuradores: basta pressionar os delatores a identificar qualquer ação de governo que tenha beneficiado diretamente ou indiretamente o financiador, e estabelecer arbitrariamente uma correlação com a contribuição de campanha. Na outra ponta, dos aliados, cuidar de não estabelecer nenhuma correlação, para que o caso fique na zona cinzenta do caixa 2, sem propina.

Peça 2 – os financiamentos ao PT
É evidente que as empreiteiras foram substancialmente beneficiadas no período Lula-Dilma. Tornaram-se peças chaves em um modelo de desenvolvimento e em uma estratégia diplomática, em um momento em que o país assumiu um protagonismo inédito nas relações internacionais.

Havia toda uma estratégia em torno dessa parceria, comum a qualquer país que começa a se projetar globalmente – como financiamento às exportações, trabalho diplomático.

Todos os partidos do mundo democrático se apoiam em financiadores de campanha que se consideram beneficiados pela linhas política e econômica do partido. É só analisar o papel das empreiteiras americanas no Oriente Médio, ou das petrolíferas na África, ou o imbricamento entre a Boeing e o governo norte-americano, a Dassault e o governo francês, a SAAB e o governo sueco.

Em todos os inquéritos abertos, até agora,, procuradores trataram de pressionar delatores e a torturar os fatos para impor correlações a marteladas, amarrando doações a uma operação específica – de maneira a tentar estabelecer o vínculo da propina.

No caso de Lula, tenta-se amarrar doações ao Instituto Lula com decisões de políticas públicas de muitos anos antes, projetos de lei, financiamentos às exportações e até esse ridículo atroz de supor que, em troca de um patrocínio de R$ 2,5 milhões, Lula teria influenciado uma licitação de R$ 15 bilhões, dos caças da Aeronáutica, em processo que envolveu Ministérios econômicos de Dilma, Forças Armadas e a própria presidente.

O MPF chegou a vazar para a imprensa, em tom de escândalo, e tratando como indício de crime, e-mail da Odebrecht, capturado por órgãos norte-americanos, no qual um executivo pede a Alexandrino que converse com Lula para, no seu encontro com o presidente do México, defendesse teses de interesse da Odebrecht. O único escândalo seria se a Odebrecht fosse estrangeira, como a Total.

Não significa que não houve esbórnia no período. É evidente que o PT se lambuzou, sim. No início do governo Lula, até o episódio Valdomiro Diniz, o próprio Delúbio fazia questão de participar ostensivamente da inaugurações de estaleiros e de frequentar o Palácio com a desfaçatez dos amadores.
Mas, com três anos de Lava Jato, mesmo sem dispor de prerrogativa de foro, não se investigou sequer um operador do PSDB – tesoureiro, marqueteiro, intermediário.

Peça 3 – os financiamentos ao PSDB
Além das operações da Petrobras, os indícios mais fortes de pagamento de propinas – isto é, de um percentual das obras destinada ao governante – ocorreram com os governos José Serra e Geraldo Alckmin em São Paulo, e com Aécio Neves em Minas Gerais.

No caso deles, as poucas informações vazadas até agora mostram que não havia defasagem de tempo nem tentativa de legalizar a propina pelo Caixa 1: era propina na veia. No caso de Alckmin, cobrança de 5% sobre cada obra do estado; com Serra, a mesma coisa, todas intermediadas por Paulo Preto – e, no caso de Serra, o pagamento sendo efetuado na Suíça, nas contas de Ronaldo César Coelho.

No caso de Aécio, a mesma regra valeu na construção da Cidade Administrativa de Minas, com um agravante: informações de que a licitação foi fraudada para beneficiar as empreiteiras vencedoras.

Têm-se, então, dois casos paradoxais.
No caso de Lula e Dilma, a permissividade com os aliados, na qual o proprio PT se lambuzou, em nome do presidencialismo de coalizão, No caso de Aécio, Alckmin e Serra, não: os indícios são de que operaram diretamente, através de um propinoduto manejado pelo governo do Estado.

Mais ainda, não há nenhum indício de que a mesada paga a Aécio por Dimas Toledo, de Furnas, tenha sido para financiamento eleitoral. Qual a prova? Há algum comprovante no PSDB, mesmo em contabilidade paralela? Se não, aumentam assuspeitas de que tenha sido para enriquecimento pessoal. Uma investigação imparcial sobre Serra também comprovará sinais exteriores de riqueza incompatíveis com sua renda de político.

Peça 4 – a estratégia de despiste
Meses atrás, antecipamos o que poderia ser a estratégia de Janot visando poupar seus aliados, cancelou as negociações para a delação do presidente da OAS Léo Pinheiro em cima de uma nítida armação.

A revista Veja publicou uma denúncia xoxa contra Dias Tofolli, atribuiu-a à proposta de delação dePinheiro. Poderia ter partido de qualquer procurador ou delegado. Antes de qualquer investigação, Janot ordenou o cancelamento da delação acatando de pronto a versão de que o vazamento partira de Pinheiros.

Ora, sabia-se que Pinheiros daria todos os elementos para comprovar o pagamento de propinas nas obras de São Paulo, percentuais do governo Alckmin, os primeiros problemas com o governo Serra e a posterior renegociação, tocada por Paulo Preto. Era o ponto fora da curva, no pré-roteiro definido das delações.

Antes disso, o MPF já havia demonstrado total parcialidade no caso Alstom. Investimentos de bilhões, feitos em São Paulo, no qual, segundo a versão do MPF e do Ministério Público Estadual,  todas as operações foram conduzidas por técnicos do segundo e terceiro escalão, sem nenhum conhecimento ou  interferência do governador ou de prepostos dele. Logo o MPF, que defende as 10 Medidas sob o argumento de que os chefes sempre saem ilesos devidos a manobras jurídicas. O mesmo MPF que endossou a versão brasileira da “teoria do domínio do fato” para apanhar líderes petistas.

Basta seguir esse roteiro nos inquéritos. Aos inimigos, todas as correlações reais ou imaginárias; aos aliados, a presunção das doações fruto de convicções políticas dos doadores.

A consolidação dessa estratégia é relativamente simples. Basta colocar em inquéritos chaves procuradores da estrita confiança de Janot que não temam incorre em ridículo tipo envolver o rei da Suécia nas supostas propinas da Licitação FX. Não haverá a necessidade de muito esforço porque, majoritariamente, a corporação assimilou seu papel partidário e de execução do direito penal do inimigo.

Peça 5 – de onde nada se espera
Diz o ditado que, de onde nada se espera, nada vem efetivamente?

Se o PGR Janot, em algum momento desse jogo, der a menor prova de grandeza, terei o imenso prazer de admitir que estava errado em minhas avaliações.

Do GGN, Luis Nassif

A cereja do bolo de Janot é o PSDB

Que Lula, Dilma e outros petistas estejam na segunda lista de Janot não é ser surpresa para ninguém. Enquanto a Lava Jato esteve circunscrita à República de Curitiba, os petistas foram seus fregueses preferenciais. E os tucanos, os intocáveis. A presença de peemedebistas graúdos também é muito óbvia, seja por terem sido sócios do PT no governo até optarem pela derrubada de Dilma, seja pelas conhecidas práticas do partido que, sem ganhar eleições, nunca saiu do poder federal.  

A cereja do bolo que o procurador-geral Rodrigo Janot está servindo ao Brasil é  representada pelos grão-tucanos nela incluídos -  Aécio Neves, José Serra e Aloysio Nunes -  e outros menos cotados que ainda vão aparecer. Janot, como Sérgio Moro, já foi benevolente com os tucanos mas agora, além de cuidar da biografia, não havia como fugir da revelação da Odebrecht:  na política do Brasil, desde sempre,  todos são iguais perante o caixa dois e a corrupção.

Uma das muitas serventias da lista de Janot é a de confirmar o que disse o PT quando foi posto no pelourinho com a descoberta de seus esquemas “não contabilizados”.  “Fizemos o que todos sempre fizeram, diziam os petistas”.   Fizeram o que nunca deviam ter feito, entrar no jogo que prometeram combater, mas está claro  que em nada inovaram. Não inventaram a pólvora nem o caixa dois, nem foram os primeiros a vincular o caixa dois aos contratos das grandes empresas no setor público.

Mas vale lembrar que, neste tempo todo, desde 2005, os petistas apanharam sozinhos, tendo no máximo a companhia de peemedebistas mais exagerados.  O PSDB ficava lá, posando de vestal, apontando o dedo e desancando os petistas, imerso num forte sentimento de intocabilidade.  Agora que a blindagem ruiu, o jeito foi ingressar no esforço em curso para igualar o passado de todos, anistiando o caixa dois como biombo de outras coisas mais graves.

Nestes quase três anos de Lava Jato, muitas foram a blindagens proporcionadas por Moro, Ministério Público e pelo próprio Janot aos tucanos.  Janot poupou o senador mineiro algumas vezes, especialmente ao ignorar sua citação na delação de Alberto Yousseff como beneficiário do esquema Furnas.  Moro jamais levou adiante as citações a tucanos, com foro especial ou não. A construtora Camargo Correia terá que refazer sua delação premiada porque, cotejada com a da Odebrecht, viu-se que omitiu informações preciosas sobre superfaturamento e pagamento de propina em obras dos governos tucanos no estado de São Paulo.

Em verdade, portanto, devemos aos 77 delatores da Odebrecht, e não exatamente a Janot, este grande passo para a mudança nos costume políticos, confirmando o que todos sempre soubemos: no governo, todas as obras são previamente acertadas, todos os fornecedores superfaturam, todos os partidos e políticos fazem caixa.  Inclusives os outrora impolutos tucanos.  Disso, sempre souberam todos que convivem no meio político. Mas era de ouvir falar, não de ler confissões como as da Odebrecht. Se tudo isso servirá para mudar a cultura política, veremos. Para tanto, teremos primeiramente que reinventar o sistema político-eleitoral.

Do 247

terça-feira, 14 de março de 2017

Governo golpista está todo na lista de Janot

Pedidos de inquérito feitos pelo procurador-geral Rodrigo Janot confirmam: o golpe de 2016 foi uma conspiração de políticos corruptos contra uma presidente honesta, Dilma Rousseff, com a finalidade de estancar a sangria da Lava Jato; além de Eliseu Padilha, estão na lista o atual chanceler Aloysio Nunes, o ex José Serra, os ministros Moreira Franco, Bruno Araújo e Gilberto Kassab; também há pedidos de investigação contra senadores como Romero Jucá, Eunício Oliveira, presidente do Senado, e Edison Lobão, todos do PMDB, assim como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e o líder maior do golpe, senador Aécio Neves, presidente do PSDB; conspiração golpista já destruiu a economia brasileira, mas a classe política ainda fará de tudo para se salvar.

Os principais articuladores que derrubaram a presidente Dilma Rousseff e tomaram a Presidência por meio de um golpe parlamentar estão na nova edição da Lista de Janot.

Entre os 83 pedidos de investigação que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, protocolou nesta terça-feira, 14, estão pelo menos cinco ministros do governo de Michel Temer: Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Bruno Araújo (Cidades), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia e Comunicações) e Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores).

O articulador do golpe, o senador Aécio Neves (PSDB), também está na lista com pedido de investigação. Além de Aécio, o PGR pediu abertura de inquéritos contra os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), além dos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Edison Lobão (PMDB-MA) e José Serra (PSDB-SP).

Os pedidos são relacionados às delações premiadas de 77 delatores ligados à Odebrecht, segundo a PGR. Há, no entanto, mais um delator da Odebrecht, cujo acordo foi homologado pelo tribunal.

do 247.

segunda-feira, 13 de março de 2017

Serão 50 mil em Curitiba para defender Lula

Os movimentos de esquerda ligados à Frente Brasil Popular (FBP) querem reunir milhares de pessoas no dia 3 de maio, em Curitiba, onde o ex-presidente Lula vai depor ao juiz Sergio Moro como réu na Operação Lava Jato; segundo a presidente da CUT-PR, Regina Cruz, o ato está sendo organizado por uma frente integrada por mais de 70 entidades de todo o País; no próximo dia 20, uma reunião nacional da FBP vai deliberar sobre o movimento; nas redes sociais, o movimento começa a ganhar corpo com as palavras de ordem “Ocupa Curitiba”, “Lula vale a luta” e “Eu vou depor com Lula”.

Os movimentos de esquerda ligados à Frente Brasil Popular (FBP) querem reunir milhares de pessoas no dia 3 de maio, em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai depor ao juiz Sergio Moro como réu na Operação Lava Jato. No próximo dia 20, uma reunião nacional da FBP vai deliberar sobre o movimento.

Ainda é preciso acertar alguns detalhes, como, por exemplo, se o protesto vai durar apenas um dia e se os manifestantes pretendem acampar em algum lugar.

De acordo com a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Paraná, Regina Cruz, o ato está sendo organizado por uma frente integrada por mais de 70 entidades de todo o País. A sindicalista afirmou que até em Fortaleza (CE) estão sendo organizadas para irem a Curitiba prestar solidariedade a Lula. O relato foi publicado na Gazeta do Povo.

Nas redes sociais, o movimento começa a ganhar corpo com as palavras de ordem “Ocupa Curitiba”, “Lula vale a luta” e “Eu vou depor com Lula”.
Denúncia 'sem prova cabal'
O Ministério Público Federal denunciou Lula, em setembro do ano passado, alegando que o ex-presidente recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012, através de um triplex no Guarujá (SP).

Um dos procuradores, Henrique Pozzobon admitiu não existir "prova cabal" de que o petista é "proprietário no papel" do tripléx.

"Precisamos dizer desde já que, em se tratando da lavagem de dinheiro, ou seja, em se tratando de uma tentativa de manter as aparências de licitude, não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário no papel do apartamento, pois justamente o fato de ele não figurar como proprietário do tríplex, da cobertura em Guarujá é uma forma de ocultação, dissimulação da verdadeira propriedade", disse o procurador.

Nove meses antes, em janeiro, o ex-presidente publicou no site do Instituto Lula um dossiê completo em que disponibiliza todos os documentos referentes ao apartamento. Foram publicados seus contratos com a Bancoop, sua declaração de Imposto de Renda, a declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral e os contratos que compravam a desistência da ex-primeira-dama Marisa Letícia em continuar com o imóvel.

"A mesquinhez dessa 'denúncia', que restará sepultada nos autos e perante a História, é o final inglório da maior campanha de perseguição que já se fez a um líder político neste País", diz o texto (leia mais aqui, inclusive, os documentos).

Com informações do 247

Bolsonaro já não esconde o seu fascismo

Jair Bolsonaro é um bronco, claro. Mas sabe muito bem o que está falando. A entrevista dele hoje na Folha é chocante - pelos absurdos que ele diz e, mais ainda, por sabermos que esse é o discurso que atrai sua legião de seguidores. Bolsonaro não esconde quem é (exceto, é claro, quando diz que nunca foi citado em escândalos de corrupção): ele expõe seu fascismo sem máscara.

Se seus seguidores fossem só os brutalizados pelas condições de vida, sem acesso à informação e às ferramentas cognitivas para processá-la criticamente, já seria assustador. Mas os melhores índices do deputado marginal estão entre os mais escolarizados. Seu discurso, por mais primário que seja, consegue capitalizar os receios difusos que os desafios às hierarquias geram naqueles que realmente são ou pelo menos se julgam privilegiados.

O que ele diz é risível, mas Bolsonaro não tem graça nenhuma. Bolsonaro é a extrema-direita soturna, truculenta, torturadora. Quando a gente ri dos absurdos que diz a direita hidrófoba, tem um momento em que o riso engasga. Bolsonaro é esse momento. É quando a gente lembra que aquilo que eles dizem, eles já puseram em prática.

Do 247

‘Sempre existiu caixa 2. Desde a época do meu pai’, diz Emilio Odebrecht

No depoimento que prestou ao juiz Sergio Moro nesta segunda-feira 13, e que está sob sigilo por determinação do magistrado, mas cujo conteúdo foi vazado, o executivo Emílio Odebrecht, presidente do Conselho de Administração da empreiteira, relatou que “sempre existiu” caixa 2 na construtora para doações de campanhas não eleitorais; “Sempre existiu. Desde a minha época, da época do meu pai e também de Marcelo [Odebrecht]”, disse o patriarca; ele falou como testemunha de defesa de seu filho, Marcelo, que está preso no âmbito da Lava Jato

No mesmo dia em que Moro determinou que o depoimento de Emilio Odebrecht, patriarca da maior empreiteira do Brasil, ficasse sob sigilo, os vídeos vazaram por um erro na Justiça Federal do Paraná. Trecho de seu relato ao magistrado, feito nesta segunda-feira 13, aponta que "sempre existiu" caixa 2 na empresa.

"Sempre existiu. Desde a minha época, da época do meu pai e também de Marcelo [Odebrecht]", depôs o executivo, presidente do Conselho de Administração da empreiteira, ao falar sobre esquema de doações de campanhas não eleitorais por parte da construtora. Ele falou como testemunha de defesa de seu filho, Marcelo, que está preso no âmbito da Lava Jato.

"Na minha época, as coisas eram muito mais simples. Não tinha a complexidade que a organização passou a ter, trabalhando em mais de 20 países e lidando com 'n' negócios", afirmou ainda Emílio Odebrecht, lembrando que o esquema do caixa 2 era "um modelo reinante" no País. Segundo ele, a empresa doava para todos os partidos, por dentro e fora, e inclusiva fazendo "uma mescla" de recursos oficiais e não oficiais.

"Sim, sabia que existiu o uso de recursos não contabilizados. Sempre foi modelo reinante no país e que veio até recentemente. O que houve impedimento a partir de 2014. Até então, sempre existiu. Desde minha época, da época do meu pai e também de Marcelo, sem dúvida nenhuma", afirmou.
 Do 247

domingo, 12 de março de 2017

O fosso abissal, milenar entre Lula e Temer

Entre Lula e Temer há um abismo de 25 séculos. Michel Temer e Lula são homens muito diferentes, analisa *Fábio de Oliveira Ribeiro. As diferenças entre eles ficam ainda mais claras quando examinamos as ações de ambos diante da Justiça.
Antevendo que poderia ser devorado pela Lava Jato, Michel Temer se aproximou da Embaixada dos EUA, se apropriou do programa de governo de Aécio Neves apoiado pela imprensa e ajudou Eduardo Cunha a se tornar presidente da Câmara dos Deputados. Quando se sentiu seguro e percebeu a fragilidade de Dilma Rousseff ele colou o golpe na rua subscrevendo e vazando a cartinha lamuriosa em que se dizia alijado do poder.
Desde que chegou a presidência, Michel Temer tem se esforçado bastante para ficar impune. Quando não está distribuindo dinheiro para imprensa ou nomeando alguém para evitar uma delação indesejada, o usurpador costura nos bastidores a aprovação da Lei de Anistia aos crimes que cometeu. 
Temer não é apenas um criminoso. Se fosse, ele aceitaria as consequencias de seus atos. Pois no fundo, todo criminoso quer ser pego (como demonstrou com brilhantismo Fiódor Dostoiévski em seu romance Crime e Castigo). O usurpador age como se fosse um psicopata frio e calculista que acredita ser uma fonte privilegiada de legalidade. Vem daí sua rejeição absoluta à qualquer punição aos atos criminosos que praticou.
Ao escolher o novo Ministro do STF, Michel Temer não pensou nas necessidades do Brasil. Ele pensou apenas no seu próprio desejo de ficar impune. Isto explica porque o usurpador nomeou um advogado ligado à tudo que há de pior na política brasileira.
A única vez em que Michel Temer vacilou (em decorrência do que poderíamos chamar vagamente de consciência atormentada pela culpa) foi quando ele retornou ao Palácio do Jaburu. Como Raskólnikov, o usurpador também voltou ao lugar onde executou seu maior crime (o golpe de estado que garantiria sua impunidade). Michel Temer se afastou do Palácio do Planalto, como se não quisesse estar ligado à sede da presidência, cargo que ele obteve de maneira criminosa. O personagem de Crime e Castigo escondeu os objetos de valor que roubou para não fornecer prova da autoria do crime à polícia.
No outro extremo do espectro político, vemos Lula confrontando a Justiça não com artimanhas e sim mediante a invocação da Lei que os juízes já demonstraram que não irão aplicar no caso dele. Por decisão judicial, Lula foi impedido de ser Ministro de Dilma Rousseff. Em situação muito pior, Moreira Franco foi autorizado a ser Ministro de Temer pelo mesmo Tribunal.
Lula tem um patrimônio modesto e, apesar das evidencias, continua sendo ferozmente perseguido por causa das convicções de Dellagnol e Moro. A prova documental contra Michel Temer (o cheque nominal de um milhão de reais que ele recebeu de propina) sequer resultou em processo criminal. Perseguido pela Justiça, Lula recorreu ao Tribunal de Direitos Humanos da ONU, provocando intensa animosidade da imprensa e dos juízes brasileiros. Inocentado pelos seus “amigos” no MPF e no Judiciário (Gilmar Mendes entre os tais), Michel Temer segue em frente impondo reformas criminosas para prejudicar os eleitores que rejeitaram o programa de governo que ele coloca em prática para beneficiar os banqueiros.
O ex-presidente petista já se apresentou como candidato em 2018. Antes das eleições ele será condenado e preso. Foi isto que antecipou a esposa de Sérgio Moro à imprensa. O ilegal pré-julgamento de Lula é um fato jornalístico consumado, mas não produzirá o efeito jurídico necessário. O juiz Sérgio Moro não será afastado do caso. A nulidade que ele cometer não será judicialmente reconhecida. O próprio TRT-4 já disse em duas oportunidades que a Lava Jato é um processo excepcional não sujeito à aplicação da Lei.
Raskólnikov se vangloria de ser capaz de cometer um crime perfeito sem deixar vestígios, mas acaba sendo derrotado pela consciência da culpa. “Xenofonte afirma que Sócrates queria ser condenado, e fez o que pode no sentido de hostilizar o júri.” (O julgamento de Sócrates, I.F. Stone, Companhia de Bolso, São Paulo, 2005,  p.  217).
Michel Temer é um criminoso que conseguiu domesticar a Justiça ao dar aos juízes o que eles queriam (o aumento salarial vetado por Dilma Rousseff), mas não suportou ficar na posse do Palácio que roubou da presidenta eleita pelos brasileiros. Sempre que vem a público, Lula usa a Lei para chicotear seus inimigos de toga. Nos últimos meses o líder petista tem agido como se quisesse ser condenado. Temer é raskólnikoviano, Lula é socrático.
Quando condenou Sócrates, a democracia ateniense conseguiu apenas condenar a si mesma. No Brasil, a Justiça se rebaixou à vil condição de coiteira de Michel Temer instrumentalizando o golpe de estado liderado por um criminoso que age como se fosse um psicopata. Ao condenar Lula para impedi-lo de disputar as eleições de 2018, a Justiça brasileira fornecerá uma prova contra o Brasil no Tribunal de Direitos Humanos da ONU. A democracia ateniense não sobreviveu por muito tempo. A república brasileira será condenada e inevitavelmente destruída.
Do GGN, *Fábio de Oliveira Ribeiro

A crise política brasileira tendo como ingrediente a CIA

O papel da inteligência americana e da mídia brasileira no desmonte de um projeto de nação no Brasil. 

Como foi possível, em tão pouco tempo, o Brasil passar de o país do futuro, aclamado em todas as análises internacionais, para se tornar mais um país sem relevância? O jornalista Janio de Freitas junta as pontas para responder essa questão em um artigo, mais uma vez, magistral, começando pelo papel da CIA na invasão de dados, não só de governos, como também de qualquer pessoa, a partir dos novos aparelhos domésticos de TV, que hoje captam conversas no ambiente domiciliar.

Em seguida, Janio avalia o papel da mídia brasileira em reproduzir as notícias de interesse internacional, deixando de lado sua responsabilidade em investigar fatos verdadeiramente relevantes para o desenvolvimento independente do país. O jornalista resgata, ainda, a discussão sobre o interesse crescente dos Estados Unidos sobre os países africanos do Atlântico Sul, justamente entre as nações que o Brasil dos governos Lula se aproximou para trocar tecnologia, possivelmente pelas reservas de petróleo naquela região de geologia semelhante ao pré-sal brasileiro. 

A última novidade americana de que temos notícia já não é uma Casa Branca manicomial, mas não foge à linhagem das contribuições psicopáticas à cada dia mais desatinada "civilização ocidental". Além de penetrar à vontade nas comunicações telefônicas mundo afora, como aconteceu a conversas de Angela Merkel, Dilma Rousseff e outros governantes, e de entrar nos computadores alheios, o serviço de espionagem e sabotagem dos EUA – CIA – pode valer-se dos aparelhos domésticos de TV para captar e transmitir-lhe as conversas no respectivo ambiente. Sem palavras rastejantes, a CIA é uma Gestapo gigantesca, planetária, levada às últimas possibilidades de invasão das mentes e da vida humana.

Diante desse poder cibernético, o que pode o mundo, sua vítima, é repetir a divisão motivada pelo poder nuclear. De uma parte, os países que desviaram imensas fortunas para entrar no círculo atômico; de outra, os que se sujeitam à subalternidade ou preservam uma posição digna no mundo por meio de uma posição independente e estrategicamente habilidosa.

Michel Temer falou há pouco da importância reconhecida ao Brasil. Apenas três dias antes, o correspondente Henrique Gomes Batista transmitira as palavras do brasilianista Peter Hakim, presidente do Inter-American Dialogue: "Antes, toda vez que eu voltava do Brasil, as pessoas queriam saber o que o país estava fazendo, se havia novidades. Hoje o país perdeu a relevância". A palavra "hoje" define o que era o "antes".

No "antes", talvez referente sobretudo ao plano interno, a estratégia e a política internacionais do Brasil foram fundamentais para as "novidades". Mas foi também nele que isso começou a esvaziar-se, pelo plano secundário em que foi deixado por Dilma Rousseff. Sem reclamações internas. Primeiro, porque a imprensa/TV no Brasil faz jornalismo tipicamente periférico, repetidor de uns poucos (hoje em dia, pouquíssimos) temas do jornalismo internacional dos centros mundiais de decisão.

Além disso, porque interessar-se pela virada que a "política exterior ativa e altiva" introduziu, em seguida a um período caudatário dos ditames americanos até na política econômica, fortaleceria um governo e várias políticas indesejados pelo poder econômico. Por mais que estivesse beneficiado pela ação comercial incluída na nova política externa.

A África representou muito nessa política. Os Estados Unidos têm grande interesse na face africana voltada para o Atlântico Sul: ali está o petróleo alternativo para previsíveis problemas com sua fonte petrolífera na Arábia. Os americanos veem a África Ocidental como uma espécie de reserva sua não declarada. Mas a costa atlântica da África está voltada também para o Brasil. E em frente às jazidas e poços brasileiros, inclusive do pré-sal. A busca de relações profundas com essa África, importantes até para a soberania brasileira, levou a iniciativas que a Lava Jato entende como picaretagem. Na cooperação militar, a Marinha brasileira tem até presença expressiva na Namíbia.

Nessa política, as multinacionais brasileiras tinham um papel e uma fonte de ganho, com igual relevância. Sua atividade em quatro dos países africanos e em um sul-americano compõem os capítulos de um livro que, afinal e quase inexplicavelmente, moveu o jornalismo brasileiro para parte das iniciativas africanas do Brasil. É uma reportagem, rara no tema e ótima na realização, que proporciona também uma visão social e política, como um fundo que dá ao livro dimensão bem maior do que o indicado no título, "Euforia e Fracasso do Brasil Grande". Jornalista de primeiro time, Fábio Zanini deu uma leitura agradável e informativa a um tema desprezado que vale a pena conhecer.

E quem quiser saber o que é diplomacia, e o que nela foi a ação que por certo tempo incluiu o Brasil nas decisões mundiais, as respostas estão dadas pelo ex-ministro Celso Amorim, em "Teerã, Ramalá e Doha — memórias da política externa ativa e altiva". Livro ótimo, para hoje e para o futuro. Mas que dá certa nostalgia, no Brasil que "perdeu a relevância". 

Do GGN, por Janio de Freitas