segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Américo outro buritiense vencedor foi eleito prefeito em Coelho Neto, confira

Américo de Sousa

Américo de Sousa eleito prefeito de Coelho Neto apoiado pelo governador Flávio Dino. Sousa canditou-se a prefeito de Coelho Neto pelo PT e foi eleito com 35,15%, totalizando 8.815 dos votos validos.

Por outro o candidato apoiado pelo atual prefeito Soliney Silva, Jademil Gedeon ficou em segundo lugar com 32,43% e 8133 votos. Já José Serra do PSDB ficou em terceiro lugar com 32,42% dos votos, somando 8.132. 

Sousa acumula experiência de 25 anos de luta social e um projeto de governo com propostas viáveis que contemplam as principais necessidades da população: Saúde, segurança, agricultura, educação e as políticas sociais.

A disputa foi bastante acirrada, o petista Américo de Sousa foi eleito na raça neste domingo (02), é o novo Prefeito de Coelho Neto. O candidato a prefeito Jademil Gedeon (PMDB), ficou pelo caminho.

Tão logo saiu o resultado, Jademil reconheceu a derrota e desejou boa sorte ao prefeito eleito através das redes sociais. “Obrigado amigos e amigas pelos votos recebidos. Temos que respeitar a maioria. Parabéns ao amigo Américo”, dise ele.

O Prefeito Soliney Silva (PMDB), por meio de áudio nas redes sociais também reconheceu a derrota e desejou boa sorte ao novo prefeito.

Silva: “A democracia venceu. Saúdo o Prefeito eleito Américo de Sousa e comunico que ele terá da minha parte todas as informações necessárias para que ele possa fazer uma boa gestão e peço a Deus que ele possa administrar bem a nossa cidade”.

Mídias diversas

O Buritiense ex-deputado Federal Dutra é eleito prefeito de Paço do Lumiar

Dutra e Dino

Durante muitos anos, Paço foi governada por uma oligarquia, que foi derrubada nas urnas durante estas eleições.

Neste Domingo, dia 2 de Outubro, as urnas confirmaram o que as pesquisas mostraram durante o período de campanha. Domingos Dutra (PCdoB), foi eleito o novo prefeito de Paço do Lumiar com 15.440 votos. Com uma campanha marcada por simplicidade e pela promessa de trabalho conjunto com o governo Flávio Dino, Dutra percorreu vários bairros e comunidades de Paço, ouvindo as propostas dos moradores.

A parceria entre Governo do Estado e Prefeitura de Paço do Lumiar deve trazer como benefícios ao município milhares de recursos em obras, serviços básicos e necessários para a população. O governador já demonstrou compromisso com o município da Grande Ilha ao criar o serviço do Expresso Metropolitano, que atende moradores das cidades da região, em ônibus com ar condicionado. Em setembro, o Governo do Maranhão mostrou mais uma vez a atenção que tem pelos moradores da cidade ao conceder mais de 500 títulos de terra a moradores da cidade.

Dentre as ações propostas pelo novo prefeito, que serão desenvolvidas durante os próximos quatro anos, estão: A criação da Guarda Municipal; a recuperação dos corredores de transporte para melhorar a mobilidade urbana do município, a implantação da primeira maternidade de Paço do Lumiar; a criação da Escola Bilíngue
.
Nascido no Quilombo Saco das Almas, Buriti, filho de uma quebradeira de coco e um lavrador, Domingos Dutra é formado no curso superior de Direito e há 34 anos exerce a função, advogando para os humildes. Eleito deputado estadual por dois mandatos, seu vasto currículo político ainda conta com três mandatos de deputado federal e vice-prefeito de São Luís na gestão de Jackson Lago.

 A cidade de Paço do Lumiar fica localizada na região metropolitana de São Luís. O último senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),realizado este ano, estima que o município tenha 119.915 habitantes. Durante muitos anos, Paço foi governada por uma oligarquia, que foi derrubada nas urnas durante estas eleições.

Com informações da mpidia

domingo, 2 de outubro de 2016

Naldo Batista é o novo prefeito eleito de 2016 em Buriti de Inácia Vaz com 8.370 votos

Naldo Batista

NALDO BATISTA, 45 anos, é o novo prefeito eleito de Buriti, segundo dados oficiais do TSE, com 8.370 votos, contra 6.257 votos do segundo colocado, para administrar a cidade pelos próximos 4 anos. Batista foi apoiado ostensivamente e eleito pelo partido do governador Flávio Dino, numa coligação composta por 9 agremiações.

O prefeito eleito derrotou o grupo do NENÉM MOURÃO, que se mantinha no poder por longos 12 anos consecutivos de má administração. Mourão também chegara ao poder ao vencer JOSÉ VILAR, que vinha outros 12 anos de governo municipal ruim.

Hoje a cidade de Buriti se encontra abandonada, entregue a própria sorte, a contabilizar altos índices de violência por assaltos à mão armada, em plena luz do dia, o sistema de saúde precarizado de tal forma que as pessoas não têm a quem recorrer.

Com a eleição do novo gestor espera-se que as coisas melhorem em Buriti, já que a nova gestão conta com o apoio incondicional do governo Flávio Dino, muito embora, o mar não esteja para peixes, na esfera estadual, bem como na federal.

Confira também os novos vereadores eleitos, clique para abrir a imagem:

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Mesmo na crise MA tem saldo positivo de empregos pelo terceiro mês seguido


Na contramão da crise econômica, o Maranhão obteve o quarto melhor saldo de empregos da Região Nordeste e o quinto do país em agosto, com abertura de 2,2 mil novas vagas, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged); na última semana, o governador Flávio Dino assinou decretos que instituem os programas ‘Minha Casa, Meu Maranhão’, ‘Mutirão Rua Digna’ e ‘Mais Empregos’; a previsão é que os programas gerem 10 mil novos empregos.

Pelo terceiro mês consecutivo, o Maranhão figura com saldo positivo na geração de empregos. O estado obteve o quarto melhor saldo de empregos da Região Nordeste e o quinto do país em agosto de 2016, com abertura de 2,2 mil novas vagas. Os setores de serviços e indústria da transformação geraram mais vagas formais, com destaque para a capital, São Luís, que gerou mais contratações líquidas entre as capitais do país, com 1.867 novas vagas – com destaque para os subsetores de alojamento, limpeza, e alimentação, que geraram 1.645 novas vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão do Ministério do Trabalho e Emprego (MPE).

No interior do estado, o bom desempenho das atividades econômicas relacionados a produção de etanol segue contribuindo para a geração de emprego, em especial nos municípios Campestre do Maranhão, Coelho Neto e Aldeias Altas. A Indústria de transformação, concentrada principalmente na atividade fabricação de açúcar gerou 706 novas vagas no período.

O governador Flávio Dino agradeceu trabalhadores e empresários pelo bom desempenho do estado e destacou as ações do Governo para gerar mais oportunidade. “Enquanto nós estamos vivendo no Brasil um desemprego em massa, no Maranhão estamos colocando dinheiro público, por intermédio de incentivos fiscais, e mesmo a corte direto de recursos, para conseguir a geração de postos de trabalho para que, com isso, possamos combater os efeitos mais perversos dessa crise”.

Os resultados do Gaged no Maranhão mostram que as ações e programas governamentais que promovem o incentivo à geração de emprego e renda têm gerado resultados positivos. O estado segue na contramão da realidade do país que perdeu 40 mil vagas formais no mesmo período.

O Secretário de Estado da Indústria e Comércio, Simplício Araújo avaliou a importância das ações do Governo do Estado para a geração dos resultados obtidos pelo Maranhão no setor. Para ele, as ações de fomento às cadeias produtivas que a Secretaria de Industria e Comércio (Seinc) está realizando, a exemplo do “Mais Empresas”, “Mais Avicultura” e “ Maranhão Mais Produtivo”, possuem como premissa básica o incentivo à geração de emprego e renda.

“Desde o início da gestão do governador Flavio Dino, temos buscado desenvolver e incentivar as diversas cadeias produtivas e seus elos. Trabalhamos intensamente nos últimos tempos buscando solucionar gargalos existentes que atrapalhavam o desenvolvimento das empresas. Como resultado desses esforços conseguimos garantir o emprego da população, gerando o saldo positivo e consagrando o estado como o quinto do país na geração de empregos”, afirmou Simplício Araújo.

Programa ‘Mais Empregos’ reforçará saldo positivo
Na última semana, o governador Flávio Dino assinou decretos que instituem os programas ‘Minha Casa, Meu Maranhão’, ‘Mutirão Rua Digna’ e ‘Mais Empregos’.

Com os Programas, o Maranhão deverá gerar 10 mil novos empregos, sendo resultado de uma soma a outros esforços do governo, com investimentos de R$ 1 bilhão em obras públicas e parcerias institucionais com governo federal e prefeituras, para fomentar o desenvolvimento econômico por meio da geração de postos de trabalho e melhoria da renda das famílias.

O 'Mais Empregos' regulamenta um benefício de R$ 500 para as empresas por para cada emprego formal gerado. “Nosso objetivo é estimular, sobretudo, o setor de comércio e serviços para geração de empregos nesse momento até o limite de 4 mil empregos. São 4 mil vagas e um investimento de R$ 20 milhões”, realçou o governador, na quinta-feira (22).

O ‘Cheque Minha Casa’ é um crédito de R$ 5 mil que vai ser também disponibilizado para pessoas que tenham três anos de residência, no mínimo, e unidade familiar com pelo menos duas pessoas morando. Com o benefício o cidadão vai poder comprar material de construção e o comerciante usará o crédito para reduzir sua contribuição do ICMS a partir do valor recebido.

Com informações do 247

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Governador Flávio Dino assina decretos para medidas anticrise no Maranhão


Flávio Dino assina medidas anticrise

Para combater os efeitos da crise econômica nacional, o governador do Maranhão, Flávio Dino assinou decretos que instituem os programas ‘Minha Casa, Meu Maranhão’, ‘Mutirão Rua Digna’ e ‘Mais Empregos’; este último regulamenta um benefício de R$ 500 para as empresas por para cada emprego formal gerado e um crédito de R$ 5 mil que vai ser também disponibilizado para pessoas que tenham três anos de residência, no mínimo, e unidade familiar com pelo menos duas pessoas morando.

Para combater os efeitos da crise econômica nacional e gerar emprego e renda aos maranhenses, o governador do Maranhão, Flávio Dino assinou, nessa quarta-feira (21), no Palácio dos Leões, decretos que instituem os programas estaduais ‘Minha Casa, Meu Maranhão’, ‘Mutirão Rua Digna’ e ‘Mais Empregos’ e concedem tratamento tributário simplificado ao agricultor familiar facilitando os negócios na zona rural.

“Enquanto nós estamos vivendo no Brasil um desemprego em massa, no Maranhão estamos colocando dinheiro público, por intermédio de incentivos fiscais, e mesmo a corte direto de recursos, para conseguir a geração de postos de trabalho para que, com isso, possamos combater os efeitos mais perversos dessa crise”, explicou Flávio Dino.

Segundo o governo, os programas instituídos se somam a outras medidas como o investimento de mais de R$ 1 bilhão em obras públicas, oriundo de verbas do Tesouro Estadual e Federal. “Isso é um enorme esforço nessa dificuldade que nós vivemos para manter as empresas se movimentando e os trabalhadores empregados”, destacou o governador.

Geração de emprego

Entre os decretos está o que cria o ‘Mais Empregos’, programa que trata de incentivos fiscais para a geração de empregos. A medida regulamenta um benefício de R$ 500 para as empresas por para cada emprego formal gerado. “Nosso objetivo é estimular, sobretudo, o setor de comércio e serviços para geração de empregos nesse momento até o limite de 4 mil empregos. São 4 mil vagas e um investimento de R$ 20 milhões”, realçou o governador.

Já o ‘Cheque Minha Casa’ é um crédito de R$ 5 mil que vai ser também disponibilizado para pessoas que tenham três anos de residência, no mínimo, e unidade familiar com pelo menos duas pessoas morando. Com o benefício o cidadão vai poder comprar material de construção e o comerciante usará o crédito para reduzir sua contribuição do ICMS a partir do valor recebido. “Nós vamos atribuir esse cheque exatamente para que haja a dupla geração de emprego. Primeiro, nos comércios de material de construção. Segundo, nessas obras que vão ser feitas nos bairros de cidades do Maranhão”, frisou Flávio Dino.

A presidente da Associação Comercial do Maranhão, Luzia Rezende, sublinhou que essas medidas demonstram que o Governo está contribuindo cada vez mais com o desenvolvimento do estado, “não só através de políticas públicas, mas também beneficiando a classe empresarial de alguma forma, onde tem a questão do ‘Mais Empregos’, que é uma ajuda, contribui para o crescimento da mão de obra, e também na questão do ‘Cheque Minha Casa’, que vai contribuir muito para o comércio nessa área”, afirmou.

Apoio aos agricultores familiares

Outro decreto é a isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ao pequeno agricultor na saída para consumidor final efetuada pelo agricultor familiar ou cooperativa; na aquisição de insumos ou máquinas e implementos agrícolas; nas saídas do agricultor familiar ou cooperativas para programa de compras governamentais do Estado; e para programas públicos de alimentação escolar (municipais, estadual e federal).

O secretário de Estado da Fazenda, Marcellus Ribeiro, explicou que a medida visa estimular e dar sustentabilidade ao setor, promovendo o crescimento da agricultura familiar e o desenvolvimento das comunidades envolvidas. “A redução e simplificação da tributação ajudam o setor a se organizar melhor para colocar seus excedentes com mais eficiência no mercado, aumentando, assim, a renda e a qualidade de vida das famílias”, enfatizou.

A medida foi construída com a participação de representantes de entidades do campo e centrais sindicais. O representante da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Maranhão (Fetaema) Antônio da Conceição, parabenizou o Governo do Estado por mais uma iniciativa de apoio aos pequenos produtores do Maranhão. “Para isso que a gente elege os nossos governantes, para que eles possam fazer mais pelos trabalhadores”, ressaltou.

Mutirão Rua Digna

O ‘Mutirão Rua Digna’ também foi instituído nesta quarta-feira (21). O programa objetiva firmar parcerias entre o Governo e instituições de classe com fins a obter mão de obra para realizar melhorias em ruas de bairros periféricos. A iniciativa vai utilizar a potencialidade de produção de 120 mil blocos de concreto oriundos do Sistema Prisional maranhense para pavimentar as vias. “Esses 120 mil blocos fabricados pelos presos estarão à disposição de entidades sociais, cooperativas, associações, sindicatos, inclusive sindicato da construção civil, todas as entidades que apresentarão propostas com dimensão comunitária”, esclareceu Flávio Dino.

O governador explicou, ainda, que o Governo vai remunerar a execução do serviço de acordo com a tabela do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI). “Os blocos serão gratuitos porque já existe a política pública em que o Estado fomenta esse trabalho dos presos”, esclareceu Flávio Dino.

Do Brasil 247

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

A trama traiçoeira como José Genoíno foi envolvido no engodo do mensalão

 Imagem de ilustração

Segundo depoimento recente do procurador Eugênio Aragão, do grupo de procuradores que se aproximou do ex-presidente do PT José Genoíno no início do governo Lula, havia convicção de que ele era inocente. Foi um pesado desabafo contra o que Aragão considerou uma extrema deslealdade para com Genoíno.

O que teria ocorrido, então, para que fosse indiciado, condenado e preso?

Hoje consegui o relato de advogado que acompanhou os principais episódios do relacionamento Genoíno-Ministério Público Federal.

Seu indiciamento ocorreu, primeiro para completar o número de quatro – com José Dirceu, Delúbio Soares e Silvio Pereira (que, depois, colaborou com as investigações), para poder enquadrar o tal núcleo político do PT em organização criminosa.

Depois, para permitir chegar a José Dirceu. Como sustentar a tropicalização da tal “teoria do domínio do fato”, partir de Delúbio e chegar a Dirceu sem passar, antes, pelo presidente do PT?

Havia a necessidade desse elo na corrente. Por aí se entende a razão do indiciamento de Genoíno. Mais do que isso, o episódio é bastante revelador sobre como se dão as disputas de poder em Brasília, os relacionamentos de interesse, as guerras entre corporações, ou intra-corporações, no ambiente de corte que caracteriza as capitais federais.

Genoíno foi indiciado pelo PGR Antônio Fernando de Souza, mas não perdeu o poder de imediato. Permaneceu presidente do PT e deputado influente na Câmara.

No MPF havia dois grupos disputando a atenção de Genoíno. O PGR Antônio Fernando e seu vice Roberto Gurgel; e outro, Rodrigo Janot, dirigindo a Escola Superior do Ministério Público da União, com seu assessor Odim Brandão. Entre eles, a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

Antônio Fernando e Gurgel eram frequentadores assíduos do gabinete de Genoíno, assim como a ANPR.

E Genoíno era convidado frequente para confraternizações na PGR, para seminários promovidos por lá, com a presença constante de Antônio Fernando, Gurgel e Janot. Em todo esse período, foi permanentemente procurado por José Arantes, assessor parlamentar da PGR, para viabilizar pedidos da PGR na Câmara.

Várias vezes Genoíno se mostrou incomodado com as visitas, sabendo que, afinal, tinha sido indiciado. Mas sempre era tranquilizado. O indiciamento tinha sido mera formalidade, algo menor, como se a denúncia fosse um equívoco.

A estratégia de aproximação de Janot com Genoíno foi a constituição de um grupo de conjuntura no âmbito da ESMPU com o propósito de subsidiar o plano estratégico de atuação do MPF. Janot foi pessoalmente ao gabinete de Genoíno, na Câmara, para convidá-lo a atuar como seu consultor informal.

Havia um grupo permanente, composto por Janot, Eugênio Aragão, Antônio Carlos Alpino Bigonha (então presidente da ANPR) e Odim Brandão, atualmente assessor de Janot na PGR. Entre os convidados, havia a presença constante do Almirante Othon Luiz da Silva, Pedro Celestino, Genoíno e Luiz Moreira.

Foi um período de grandes emoções, especialmente no dia em que Odim apresentou Genoíno ao seu filho como um “herói brasileiro”.

No STF, Gurgel partiu com tudo para cima de Genoíno, para compor o quadro probatório. E, indicado PGR, o primeiro ato de Janot foi solicitar a prisão de Genoíno. O jogo já havia virado, com o fim do período de bonança e a entrada de uma presidente sem experiência alguma com os jogos de poder.
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Do GGN

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Autor da teoria do domínio do fato refuta a forma aplicada no Brasil

 Claus Roxin autor da teoria do domínio do fato

O simplismo do diagrama em power-point  foi um dos  aspectos mais criticados da entrevista em que o procurador Deltan Dallagnol acusou Lula de ser o “comandante máximo” do petrolão, com uma estridência verbal sem correspondência com os fatos e provas constantes da denúncia formal (que ficou restrita à suposta ocultação de um apartamento). Mas a imagem, que correu o mundo  através da Internet, teve função importante no espetáculo.   A inconsistência intrínseca da peça não decorre de despreparo técnico do Ministério Público, muito pelo contrário.  Se quisessem, teriam produzido um power point muito mais dinâmico para dar sustentação ao libelo verbal.

A função do diagrama, com Lula no Centro de uma teia de relações, foi peça inaugural de um discurso que apenas começou a ser feito.  Ele aponta para as próximas etapas de sua proscrição política pela condenação judicial. Disseminada a idéia de que Lula estava acima de todos os sujeitos envolvidos no esquema de corrupção, estará criado o ambiente para a aplicação pacífica da teoria do domínio do fato, também chamada de responsabilidade objetiva.

Formulada pelo jurista alemão Claus Roxin, a teoria aportou no Brasil no julgamento da ação penal 470, a do chamado mensalão (mais informações). O  então procurador-geral da República, Roberto Gurgel,  pediu a condenação de ex-ministro da Casa Civil José Dirceu como comandante do esquema.  Na falta de  evidências, já que a denúncia era amparada essencialmente no cruzamento de depoimentos e não em provas,  Gurgel invocou a teoria, afirmando que, embora operadores do crime organizado moderno deixem poucos rastros, são eles quem têm controle sobre o resultado final da atividade criminosa.  O ex-ministro Joaquim Barbosa acolheu o argumento para condenar Dirceu. Alguns ministros não se sentiram confortáveis .  Parte da comunidade jurídica criticou a inovadora aplicação da teoria naquelas condições.
  
O próprio Claus Roxin, passando pelo Brasil, reclamou da interpretação de que a teoria fora desenvolvida para tornar mais severas as penas das pessoas que comandam as estruturas políticas.  O propósito, disse ele,  foi  punir os responsáveis pelas ordens e pelas pessoas que as executam em uma estrutura hierarquizada que atue fora da lei.

Segundo ele, não se pode transferir a tese para estruturas do poder que atuam dentro da lei. E citou como exemplo a  tentativa de punir um presidente de empresa pelo crime cometido por um funcionário, sob o argumento de que o presidente é responsável por dar o comando. Roxin afirma que o presidente da companhia não está em uma situação de ilicitude. Quando ele passa uma tarefa, não pode ser responsabilizado pela atuação do funcionário, a não ser que ele tenha conhecimento de que a ordem será cumprida de forma ilícita.

Agora é Lula, e não Dirceu, que aparece no papel de quem sabia de tudo e tudo comandava. Para fixar a ideia no imaginário e no entendimento corrente de uma sociedade,  nada  melhor que uma boa imagem. Para isso, lá estava o diagrama de Dallagnol, com o nome de Lula no centro e tantos círculos ao redor, embora dentro deles aparecessem palavras que faziam pouco sentido: “expressividade”. “maior beneficiado”, “governabilidade corrompida”, “proximidade com investigados” e daí para a frente. Um truque para iludir desavisados e manipular consciências. E, principalmente, para abrir caminho à aplicação da teoria do domínio do fato, quando Lula for julgado por Sergio Moro e na segunda instância.

Com a cachoeira verbal sem correspondência nos fatos da denúncia, ilustrada pelo diagrama, muito antes de qualquer julgamento já estará sendo criada a percepção de que Lula, como disse no ano passado o procurador Carlos Fernando sem citar seu nome,  foi responsável pela instituição do esquema, permitiu que ele se desenvolvesse e dele se beneficiou.

Os fundamentos constitucionais, a presunção da inocência, a  necessidade de provas, tudo isso, desde a ação penal 470, vem se tornando secundário, no país em que o mais importante são as convicções. Os alemães, sob o nazismo, também foram convencidos de que os judeus faziam um grande mal a seu país e deviam ser denunciados. Mesmo sabendo que seriam levados para campos de concentração.

Com informações do Brasil 247

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Xadrez da grande noite da humilhação nacional, comentário Luís Nassif


Imagem de ilustração

O desafio é explicar um golpe que tem, na ponta da fiscalização do TCU (Tribunal de Contas da União) personagens como Aroldo Cedraz e Augusto Nardy, na ponta política, Michel Temer, Romero Jucá, Eduardo Cunha, Aécio Neves e José Serra todos envolvidos em inúmeras denúncias de irregularidades e de uso político indevido do cargo. E, na ponta processual o Procurador Geral da República Rodrigo Janot e o Ministério Público Federal, na ponta jurídica Gilmar Mendes e Dias Toffoli falando em nome da moral e dos bons costumes.

Como se explica que a moral e os bons costumes tenham se aliado ao vício para implantar o reino dos negócios escusos?

Hoje em dia, está claro que a disputa não é entre Dilma e Aécio, PT e PSDB, mas por modelos de país e pelo assalto ao orçamento e ao patrimônio público. A aliança Temer-Janot permitirá ao novo grupo de poder destruir políticas sociais, desmontar o modelo de exploração do pré-sal, vender ativos públicos, ampliar os gastos públicos através das emendas parlamentares. É um pacto de negócios.

A grande questão é como um país, entre as dez maiores democracias do globo, com uma tradição cultural, histórica, permite que se destrua o ponto central da democracia – o voto popular – por uma frente desse nível. Mais do que uma tragédia, é uma humilhação!

Peça 1 - as grandes ondas globais

O primeiro passo é minimizar o papel do caráter humano nas grandes definições políticas. Caráter é matéria rara, pouco disponível, que permite grandes gestos individuais, mas que raramente consegue segurar a onda.
As ondas que se movem no século 21 são conhecidas:

1. A desconfiança em relação à política.

2. A tentativa de substituir o Executivo pelo Banco Central e o voto popular pelas corporações do Estado.

3. Os interesses empresariais na política, através do financiamento de campanha.

5. A xenofobia, como reação às políticas de inclusão e às ondas migratórias.

6. A partir de 2008, todos esses processos agravados pela crise mundial com o fim do sonho neoliberal e pelas tentativas de desmontar Estados de bem-estar social.

É um movimento que ressuscita a ultradireita norte-americana, os partidos de direita radical nos principais países da Europa, açula o terrorismo religioso e o terrorismo de Estado, ameaça as liberdades civis e as próprias conquistas da civilização.

Tanto nos Estados Unidos quanto por aqui, os grupos de mídia não são os agentes deflagradores desse estado de coisas. São apenas grupos oportunistas valendo-se desses movimentos em proveito próprio, comercial ou político, mas amplificando a radicalização.

Para enfrentar o avanço das empresas de telecomunicações e das redes sociais, os grupos de mídia organizaram-se em cartel visando um maior protagonismo político, que lhes dessem condições de administrar sua sobrevivência em tempos bicudos. Historicamente, ondas de intolerância sempre foram a arma principal da mídia, permitindo explorar o fantasma do inimigo externo ou interno, como fator de unificação das ações e dos discursos.

É nesse contexto que se abre espaço para a campanha em torno da AP 470 e, depois, para a campanha do impeachment, que surge alimentado pelo estado de espírito geral revelado pelas manifestações em 2013.

Peça 2 – os personagens e as circunstâncias

Na física e na química, estudam-se os fenômenos de uma perspectiva radical: tem-se uma molécula; basta mudar um átomo de sua composição para se transformar em um novo corpo. As ciências sociais, políticas e econômicas não têm por hábito analisar processos de ruptura. Tratam os fenômenos sociais e políticos – e seus personagens – como processos contínuos e progressivos.

À chegada ao poder muda as pessoas, pelo deslumbramento, pela perda dos referenciais anteriores. Muitos não conseguem aceitar que, antes de chegar ao poder, eram cidadãos comuns, sem nenhum traço nobiliárquico. Para os espíritos mais fracos, ocorre quase uma negação do passado anterior à chegada ao poder.

Vale para políticos, empresários, artistas, Ministros do Supremo e procuradores, vale para o sujeito que ganhou na loto.

Analise-se a trajetória de um Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)/

No momento -1, ele é súplice. Faz romarias aos gabinetes de deputados e senadores, corteja lideranças políticas e jurídicas, busca padrinhos políticos. No momento +1, torna-se senhor absoluto da sua vida, irremovível de seu cargo, blindado contra qualquer força política, mesmo do presidente da República e com poderes inacessíveis a qualquer outro brasileiro, que não seus colegas de Supremo.

O que garante a coerência a esse personagem? O caráter.

Não dividirei as pessoas entre os com e os sem caráter. Para evitar maniqueísmos ou ferir suscetibilidades, melhor dividi-los entre os de caráter inflexível e os de caráter adaptativo.

Por trás de sua educação e lhaneza, Ricardo Lewandowski tem esse caráter Inflexível, assim como Teori Zavaski e sua sisudez, Marco Aurélio de Melo e sua independência e Gilmar Mendes e sua falta de limites. Sim: Gilmar Mendes, absolutamente coerente com seus princípios, atropelando normas de conduta, processos, em nome de suas lealdades e em defesa de sua turma. É o mais deletério personagem jurídico da história recente. Mas tem caráter.

No outro campo, do caráter adaptativo, dos que se transformam com a chegada ao poder, podem ser incluídos tipos folclóricos, como o senador Magno Malta ou Cristovam Buarque, Ministros ou ex-Ministros do STF, como Luiz Fux, Ayres Brito e Carmen Lúcia. Certamente o PGR Rodrigo Janot.

Mencionam-se aqui os destacados, porque a média é adaptativa. E adaptam-se por razões das mais variadas.

Tome-se o ex-Ministro Ayres Brito.

Em tempos não muito distantes, o ex-Ministro Ayres Brito e a atual Ministra Carmen Lúcia eram os prediletos do jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, guru maior das esquerdas jurídicas. Ah, e Michel Temer era e continua sendo seu melhor amigo.

Um juiz garantista que fez carreira no Piauí, humilde, modesto, chega ao Supremo e, de repente, escancaram-se para ele os holofotes da mídia. Mefistófeles leva Ayres até a montanha e desafia: “Comigo você terá as glórias que nunca teve antes, o reconhecimento de sua reputação de poeta, o aplauso das pessoas na rua. Sem mim, o escândalo do seu genro”.

Ayres nem vacilou. Imediatamente protagonizou o capítulo do STF que liquidou com o direito de resposta, transformou-se no mais intimorato defensor dos grupos de mídia tradicionais e pode saborear a fama. Até hoje o bravo Celso Antônio tenta entender o que aconteceu com seu pupilo.

Para outros Ministros, mais tímidos, sérios (no plano dos negócios públicos) seu preço é o espaço eventual nas manchetes nos momentos de apoteose em que experimentam o supremo gozo de exprimir o que pensa a maioria.

O episódio Rodrigo Janot é mais didático, e vale aqui uma comparação com os ex-Ministro Katia Abreu e Armando Monteiro para deixar mais nítidas as comparações entre o caráter inflexível e o caráter adaptativo.
Até alguns anos atrás, Rodrigo Janot era num bravo esquerdista, que pavimentou a carreira assessorando algumas referências de direitos humanos no MPF, por votação dos seus pares, por suas relações com o petismo, e pela a disposição com que lançava palavras de ordem retóricas contra o avanço da direita, impressionando e entusiasmando os aliados. Estava, sem dúvida, à esquerda de seus gurus: Cláudio Fonteles e Wagner Gonçalves. Cultivou a amizade de José Genoíno, visitou Dirceu no hotel no qual recebia autoridades políticas.

Por seu lado, Kátia Abreu sempre foi uma direitista convicta; Armando Monteiro um industrialista convicto. Ambos, portanto, líderes de setores eminentemente anti-Dilma. Para eles, defender Dilma não apenas não significaria nenhum ganho ou barganha (posto que uma presidente deposta), como os indisporia perante seu meio.

Mesmo assim, na sessão do Senado, ambos – Kátia e Monteiro – tiveram o belo gesto de reconhecer as virtudes do governo Dilma em relação aos seus setores.

Quando a onda virou, Janot autorizou o vazamento de grampos em Lula e vestiu a capa da indignação quando Lula lembrou sua ingratidão. Disse que devia sua carreira a ele próprio (Janot) e ao concurso público. Em nenhum momento teve o belo gesto de reconhecer que devia a Lula e Dilma a absoluta liberdade de atuação do MPF, Polícia Federal e da PGR e sua indicação à PGR. Dia desses fui almoçar em um restaurante na Bela Cintra e lá me apontaram uma mesa: foi ali que Janot almoçou com Lula, para pedir sua benção para a indicação a PGR.

Dá para entender a diferença?

O jogo é mais hipócrita. Há os vendavais que chacoalham os céus e os caráteres adaptativos vão se reorganizando como as nuvens. Venta-se à esquerda, adapta-se ao vento. O vento muda de direção? As nuvens do céu se reorganizam.

Tome-se o caso de Ela Wiecko, uma subprocuradora notável, uma das referências do MPF na área de direitos humanos. Ficou na lista tríplice dos mais votados. Seu trabalho consistia em levar adiante sua missão, plantando sementes de civilização por onde passou. Mas não batia bumbo nem apregoava sua condição de progressista. Não levou. O cargo ficou com Janot
.
Ontem a revista Veja revelou que Ela estava em Portugal em uma manifestação que ocorreu na Universidade contra Temer.

Ela, talvez o mais precioso ativo do MPF, foi tratada como descartável
por Robalinho, presidente da ANPR

Por ser de um caráter inflexível, Ela pediu demissão do cargo de subprocuradora. Por ser de caráter adaptativo, Janot aceitou. E a ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) apoiou a saída em carta ao blog O Antagonista, que é a melhor expressão do que se tornou o MPF.

Suponha-se que os ventos ainda estivessem soprando na direção das políticas sociais, das práticas civilizatórias, da tolerância. Qual teria sido o papel de Janot e da ANPR? Certamente, de hipotecar total solidariedade a Ela, tratando-a como merecia: um ativo valiosíssimo do Ministério Público.

Nem se condene Janot, José Cavalcanti Robalinho (da ANPR) e outros: eles são humanos, demasiadamente humanos, aliás. Não vieram para tentar conduzir as ondas, mas para entender seus movimentos e surfar, se adaptando às marés da política. Eles representam a média. São "malacos" e se orgulham de sua esperteza.
No curto prazo, a sociedade não se rege por belos gestos, pelo poder disseminador do bom exemplo. Se a falta de escrúpulos levar à vitória, aos vitoriosos será assegurada a devida revisão biográfica e os maus gestos condenados ao esquecimento.

A médio prazo, o jogo é outro.

Peça 3 – os próximos passos

Com Dilma cassada, haverá uma nova rodada do chamado porre dos vencedores.

O jogo da Lava Jato será contido por duas ações paralelas:

STF – Os processos da Lava Jato estão sendo julgados pela 2a Turma, que estava desfalcada porque já haviam passado sete meses da aposentadoria de Joaquim Barbosa e Dilma ainda não tinha indicado o substituto. Para preencher a turma, Dias Toffoli se ofereceu para sair da 1a para a 2a Turma. Como nenhum outro Ministro se ofereceu, transferiu-se e assumiu a presidência.  Quem planejou toda a operação? Gilmar, claro (https://is.gd/DDliEo).

No dia 31 de maio passado terminou o mandato de Toffoli e Gilmar assumiu a presidência da 2a Turma. Atualmente, compõem a 2a Turma Gilmar, Toffoli, Carmen Lúcia, Celso de Mello e Teori Zavascki. Ontem, Gilmar Mendes defendeu que caberá ao STF balizar as delações. É questão de tempo para tirar do MPF o poder de que dispõe hoje em dia.

O último lance se dará nos próximos dias. Antes do fim da gestão Ricardo Lewandowski, a próxima presidente Carmen Lúcia trocará de turma com Luiz Fux, que passará a compor a maioria com Gilmar e Toffoli.

Aí se entenderá melhor o significado da expressão “matar no peito”.

MPF – o jogo de cena em torno da capa de Veja com o factoide sobre Dias Toffoli permitiu ao PGR realinhar a tropa. Na segunda-feira todos os membros da força-tarefa assinaram um comunicado endossando a atitude de Janot de suspender a delação de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. No material divulgado na última edição de Veja, havia um pré-acordo de delação pelo qual Pinheiro se comprometia a revelar os esquemas de pagamentos (em dinheiro vivo ou em contas no exterior) de Aécio Neves e José Serra. Provavelmente os inquéritos andarão em marcha lenta. Mais à frente, com os poderes devidamente podados pela ofensiva Temer-Gilmar, os bravos procuradores terão bastante tempo para analisar a aventura imprudente em que meteram o MPF.

Peça 4 – os desdobramentos no médio prazo

Nos próximos meses, no plano jurídico-policial se terá a ampliação da ofensiva contra os críticos do novo regime – ofensiva que já está a pleno vapor. O governo Temer está se valendo de todas as armas que dispõe, como utilizar a Anatel para inviabilizar emissoras alternativas e a Secom para comprar o apoio dos grupos de mídia. Na Lava Jato, nas conversas prévias com os delatores, não gravadas, alguns deles são instados a incluir nomes de advogados, jornalistas e críticos em geral da operação.


Não se tenha ilusões sobre a escalada fascista.

Ao mesmo tempo, a cabeça fervilhante de Gilmar Mendes certamente já está a mil por hora definindo estratégias para o governo Temer aproveitar o lapso democrático e enquadrar definitivamente o MPF, os tribunais superiores e o Supremo, planejando as próximas nomeações.

Durante algum tempo será possível impor uma narrativa salvacionista para o golpe, ainda mais contando com a aliança fechada com a Globo.

Em que pese a predominância do oportunismo no curto prazo, a moral ainda é o grande fator unificador das sociedades civilizadas. Não é possível conviver eternamente com a mentira, a hipocrisia.

A não ser que se desacredite totalmente do Brasil, como nação civilizada, que se ignore o que foi plantado nesses séculos, Machado de Assis, Villa-Lobos, Sérgio Buarque, Gilberto Freyre, Antônio Cândido, que se ignore os compositores populares, os homens que cantaram a alma do país, Ary, Tom, Cartola, Chico, Caetano, Paulinho, a não ser que se esqueça Campos e Furtado, Merchior e Wanderley, os homens que à esquerda e à direita ajudaram na construção da Nação, será impossível acreditar na perenização desse golpe.

Um país que deu Paulo Brossard não pode terminar em Magno Malta, que deu João Mangabeira não pode resultar em Janaina Paschoal, que deu Miguel Reali, pai, não pode se contentar com Reali filho, que deu Faoro, Pertence, Fonteles, não pode incensar Janot, que deu Juscelino, não pode aceitar Temer.

A cada dia que se afastar a imagem do inimigo externo, as tolices sobre chavismo e outras bobagens se diluirão e cairão da face da nação como as maquiagens dos palhaços após a função. No início, timidamente, depois mais fortemente a consciência cívica começará a despertar novamente e a se manifestar. Até a velha mídia, nos seus estertores, se dará conta de que não há difusor de notícia que resista à falsificação, à mentira. E aí se começará a reconstrução democrática, as reações contra o arbítrio, a montagem de um novo modelo sem os vícios do presidencialismo de coalizão, sem os financiamentos de campanha, sem a hipocrisia do jogo político convencional.

O grande desafio será a resistência ao arbítrio até que essa noite turbulenta passe.

Do GGN