quinta-feira, 16 de abril de 2020

FLÁVIO DINO MONTA OPERAÇÃO DE GUERRA PARA COMPRAR RESPIRADORES DA CHINA NO COMBATE AO COVID-19 NO MA

A logística incluiu alteração da rota convencional, foi planejada para evitar “atravessadores” externos e possibilidade de confisco pelo governo federal.
​Flávio Dino participa do consórcio de governadores do Nordeste, que vem se desvinculando da ausência de ações do governo de Bolsonaro para enfrentar a pandemia da COVID - 19.
O governador do Maranhão Flávio Dino montou o que foi classificado como uma verdadeira “operação de guerra” para conseguir trazer 107 respiradores e 200 mil máscaras da China para seu estado.
Antes disso, em outras três oportunidades, reservas dos equipamentos haviam sido atravessadas pelos Estados Unidos e Alemanha, que pagaram mais aos fornecedores chineses e ficaram com os respiradores, e pelo governo federal, que confiscou os produtos para distribuir conforme suas próprias prioridades.
A saída encontrada pelo governo maranhense para assegurar a chegada dos equipamentos foi alterar a rota de compra, trazendo as mercadorias pela Etiópia. Após o desembarque em São Paulo, a carga seguiu para o Maranhão e somente no estado passou pela inspeção da Receita Federal, evitando uma possível retenção na chegada do exterior.
De acordo com o governo do Maranhão e matéria do jornal Folha de S. Paulo, parte dos equipamentos foram comprados com recursos doados pela iniciativa privada. A Secretaria Estadual de Saúde informou que empresário locais doaram até o momento mais de R$ 10 milhões para auxiliar no combate ao coronavírus.
“Se não fizéssemos dessa forma, demoraríamos três meses para conseguir essa quantidade de respiradores. Assim que os equipamentos chegaram já os conectamos para ampliar a nossa oferta de leitos de UTI”, disse o secretário estadual de Indústria e Comércio Simplício Araújo ao jornal. De acordo com Araújo, 60% dos leitos de UTIs do estado estão ocupados.
A operação teria custado, segundo o jornal, R$ 6 milhões, envolvendo 30 pessoas. Em vídeo, o governo estadual anuncia que mais 80 respiradores chegarão ao Maranhão nos próximos dias.
RBA/D

MANCHETES DOS JORNAIS E MÍDIAS DO MARANHÃO HOJE, 16/04/2020, DO NOVO CORONAVÍRUS À POLÍTICA

Confira as principais notícia veiculadas pela mídia do Estado do Maranhão, hoje, 16 de abril de 2020, como:  G1 - Maranhão, O Imparcial, O Estado do Maranhão, Jornal Pequeno e o Quarto Poder.

https://g1.globo.com/ma/maranhao/






quarta-feira, 15 de abril de 2020

OS CDBS DE DONA MARISA TÊM VALOR MIL VEZES MENOR QUE A MENTIRA (FAKE NEWS) CRIADA PELA FAMÍLIA BOLSONARO

Os advogados do inventário de Dona Marisa Letícia Lula da Silva responderam hoje pedido de esclarecimento sobre o valor de investimentos em CDBs ao juiz da 1º Comarca de Família e Sucessões de São Bernardo do Campo. O juiz havia perguntado, em documento do dia 6 de abril, sobre o valor dos CDBs com uma suposição equivocada, confundindo o valor unitário de cada certificado com o valor unitário de debêntures de outra natureza, gerando um valor estimado muito acima do valor real dos CDBs de Dona Marisa, que correspondem a pouco mais de 26 mil reais.
Os advogados responderam ao juiz que:
“Não existe qualquer tipo de relação entre os documentos constantes às fls. 394/427 e 428/468 (escrituras de emissão de debêntures) com os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) de titularidade da Sra. Marisa Letícia Lula da Silva, tampouco existe relação entre tais CDBs e o valor nominal de R$ 100,00
Em razão da aplicação automática de valores que estavam disponíveis na conta-corrente que pertencia à D. Marisa e que já haviam sido trazidos a estes autos, foi identifica a existência de CDBs em nome da falecida, os quais, segundo extrato atualizado do Banco Bradesco, correspondem à quantia (líquida) de R$ 26.281,74 (vinte e cinco mil, duzentos e oitenta e um reais e setenta e quatro centos).
O valor real é 1000 inferior ao divulgado pelos parlamentares Carlos e Eduardo Bolsonaro e pela secretária de Cultura Regina Duarte, que divulgaram a fake news da estimativa equivocada nas suas redes sociais para caluniar uma pessoa falecida com fins políticos. Confira a petição aqui.
Do DCM

BONS RESULTADOS, O MARANHÃO NÃO REGISTRA MORTES POR NOVO CORONAVÍRUS HÁ EXATOS 12 DIAS


Confira seis dados bons sobre o combate ao vírus no Maranhão. 76 pessoas já foram curadas e taxa de letalidade caiu.
Em tempos alarmantes e preocupantes de Covid-19 chega até a ser incomum autoridades oferecerem boas notícias no combate à doença. De forma institucional ou por meio de seus perfis pessoais, líderes engajadas no combate ao vírus liberam diariamente informações sobre o avanço da doença e, por vezes, passam despercebidos sobre dados que se revelam alentadores quando se avalia o combate ao coronavírus.
No Maranhão não é diferente. A preocupação com o “fique em casa” impera. E o secretário de saúde Carlos Lula tem demonstrado até certa impaciência com maranhenses, sobretudo da capital, que tem furado o isolamento social. “Infelizmente são 630 casos confirmados no #Maranhão, 533 só em São Luís. Até quando?? Parem! Fiquem em casa”, comentou na noite de terça, via Twitter, ao divulgar o novo boletim epidemiológico do COvid-19 no Maranhão.
Infelizmente são 630 casos confirmados veja no twitter, 533 só em São Luís. Até quando?? Parem! Fiquem em casa! Boletim epidemiológico completo
A preocupação do secretário tem fundamento. Os novos casos no Maranhão saltaram de 478 para 630 de um dia para o outro – 152 novos casos. O dado é preocupante. Porém, esperado, já que os testes para detecção da doença se intensificaram no Maranhão nos últimos dias. E a tendência é avançar mais.
Hoje começam a ser testados os profissionais de saúde da rede estadual e profissionais de segurança. As redes privadas já começam a disponibilizar testes com mais facilidade. O que contribui para o aumento de casos. É o mesmo movimento que se vê em dezenas de cidades pelo Brasil.
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Dados gerais sobre coronavírus no Maranhão: 76 foram recuperados e óbitos deram trégua

ÓBITOS IMPORTAM MAIS
Por isso, na análise sobre o avanço do vírus, especialistas têm orientado para a importância do dado mais relevante: o número de óbitos. E nesse quesito o Maranhão tem o que comemorar. Nos últimos três dias os registros vinham caindo e, pela primeira vez desde o dia 2 de abril, o estado não registrou uma morte de um dia para o outro. Pelo menos até o fim do dia desta quarta, quando sai um novo balanço, os óbitos estão estagnados.
A notícia, porém, não foi celebrada pelo secretário de saúde ao divulgar o boletim epidemiológico da secretaria. A postura é natural. O governo tem adotado um tom mais alarmista na intenção de manter a população atenta às medidas restritivas e de isolamento, visto como alternativa mais eficaz no combate à doença.
OUTROS DADOS BONS DO MARANHÃO
Curados
Desde o dia 20 de março, quando se registrou a primeira contaminação no Maranhão, 76 pessoas já se recuperaram. É como se a cada dia mais de três pacientes se curassem do vírus. E o número tende a aumentar, devido ao tempo de incubação.
Taxa de letalidade
O mesmo boletim traz ainda outras informações que são alentadoras quando se avalia a luta contra o coronavírus no Maranhão. Um deles: taxa de letalidade. Quanto mais testes, mais casos e a taxa de letalidade tende a cair. Do dia 13 para o dia 14 ela caiu de 7,1 para 5,4, abaixo da média brasileira. E ela já vinha reduzindo desde o dia 11 de abril.
Casos de SRAG
A evolução do número de casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) saiu de 62 ocorrências (dia 13) para 16 casos (dia 14) ontem. Ao lado da síndrome gripal, são eles os principais sintomas que definem um caso suspeito de Covid-19.
Leitos
Até hoje, o Maranhão se mostra preparado para o combate ao Covid-19. Isso se reflete na quantidade de leitos disponíveis. Em São Luís, a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para tratar infectados está em 52,5%, índice no limite do aceitável para manter a segurança da rede. Para leitos clínicos exclusivos, o número sobe para 62,5%. No interior do estado, porém, a situação é mais tranquila. Apenas 5,77% dos leitos de UTI estão ocupados e 7,5% dos leitos clínicos.
Taxa de incidência
Quando se mede a taxa de incidência do coronavírus no Maranhão em relação a média brasileira, mais um dado alentador. O Maranhão está bem abaixo da média brasileira, com nove casos para cada 100 mil habitantes.
Do Imparcial

A MÍDIA TEM QUE FUGIR DA ARMADILHA DA POLARIZAÇÃO CRIADA PELO BOLSONARISMO, POR LUÍS NASSIF

Há que se ter compromisso com a qualidade das informações, mas não o de tomar partido sem analisar todos os argumentos.
Nas grandes discussões públicas, uma das maiores dificuldades é escapar da armadilha da primeira versão, do consenso do grupo. Abandona-se a riqueza do contraditório, da análise e sopesamento das diversas opiniões por uma espécie de MMA intelectual.
Minha caçula, a Dora, descobriu esse viés quando tinha pouco mais de 16 anos. Entrou em um grupo de feministas no Facebook. Quando descobriram sua capacidade de argumentação, passaram a encaminhar para ela textos para serem desconstruídos.
Dora se tornou popular no grupo, recebia likes. Ate que largou tudo, saiu do grupo e fechou seu Face apenas para convidados.
Explicou-me claramente:
– Papai, discussão é para os dois lados aprenderem um com o outro. Aqui, só querem saber de lacrar, lacrar.
Continuou uma ardorosa feminista, mas não mais da turma das “feministas de Facebook”, como se referia ao grupo.
Invisto contra esse efeito manada há muito tempo. Insurgi-me contra a cobertura totalmente enviesada no impeachment de Fernando Collor, apesar de ter sido vítima de suas investidas. Reagi, sozinho em um primeiro momento, contra os massacres na Escola Base e no Bar Bodega. Passei os anos 90 dividido entre a análise econômica e a reação contra as unanimidades da mídia – especialmente nos linchamentos públicos.
Hoje em dia a mídia está disposta a recuperar sua imagem, depois de mais de uma década de discurso de ódio que pavimentou o sucesso do bolsonarismo. Mas continua presa ao mesmo movimento de efeito-manada de outros tempos.
O efeito-manada atual é legitimador. Com respaldo da ciência, enfrenta a besta-fera do bolsonarismo e seus micos amestrados. Mas continua manada. Se a manada caminha para blindar o Ministro da Saúde Luiz Fernando Mandetta, todos blindam. Se o boi condutor muda de direção, todos mudam.
Digo isso a respeito de duas teses centrais: o isolamento social e o uso da cloroquina. Aqui no GGN somos a favor do isolamento, por não enxergar outra alternativa; e – até informar sobre as pesquisas da Prevent Senior – céticos em relação à cloroquina.
Mas como formamos nossa opinião, não sendo especialistas? Lendo os estudos e as declarações dos especialistas e, a partir daí, nos guiando pela lógica dos argumentos e pelo bom senso.
Mas para tanto, tem que se apresentar todos os argumentos consistentes, contra e a favor. Não pode haver uma seleção apriorística da informação, de acordo com os critérios de manada.
Se há argumentos consistentes contra o isolamento, o público tem que ser informado, ao lado dos argumentos a favor do isolamento. Se há pesquisas comprovando a eficácia da cloroquina, não podem ser ignoradas, e têm que ser confrontadas com as pesquisas questionando sua eficácia – desde que ambas estejam respaldadas por estudos sérios.
Se a modelagem estatística do Imperial College estima os mortos na casa dos milhões, em países maiores, há que se abrir espaço para os estudos que questionem a modelagem, para não correr o risco das previsões serem atropeladas pelos fatos desmoralizando a ciência.
Sei que é difícil, ainda mais com a polarização e os fake News do bolsonarismo. Mas se a imprensa endossar o caminho da polarização, não estará cumprindo com sua obrigação de levar todas as informações ao público. Há que se ter compromisso com a qualidade das informações, mas não o de tomar partido sem analisar todos os argumentos.
Se não, corre-se o risco de tornar o bolsonarismo vitorioso, se uma só de suas apostas se revelar correta.
Do GGN

MANCHETES DOS JORNAIS DO MUNDO EUROPEU

CORONAVIRUS
ECONOMIA DE GUERRA
ECONOMIA
FMI GD ÓTIMO 3% 2020
MERCADOS
POLÍTICA
GEOPOLÍTICA
COMPORTAMENTO
Do GGN

EM PLENA PANDEMIA, CÂMARA APROVA RETIRAR DIREITOS DOS TRABALHADORES COM A CARTEIRA VERDE AMARELA

Para novos contratos, o pagamento mensal deverá seguir o teto de R$ 1.558,50; medida precisa ser aprovada pelo Senado.
Diferentes membros da oposição criticaram a agilidade que Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e os governistas imprimiram à tramitação da matéria.
Após um duro embate entre opositores e aliados do governo Bolsonaro, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, por 313 votos contra 21, na noite desta quarta-feira (15), a Medida Provisória (MP) 905, conhecida como “MP da Carteira Verde e Amarela”. Assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em novembro, a proposta amplia a reforma trabalhista e enfrenta divergências de especialistas do campo jurídico, de centrais sindicais e outras entidades populares.  
“Eu estou há 16 anos na Câmara e não imaginava que um dia fosse participar de uma votação a distância para retirar direitos dos trabalhadores desse jeito”, disse o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS). O líder da bancada do PSDB, Carlos Sampaio (SP), disse que o partido “vê com muito bons olhos a aprovação da MP”.  
A medida cria a chamada Carteira de Trabalho Verde e Amarela (CTVA), uma modalidade de contratação voltada para jovens com idade entre 18 e 29 anos e com redução de direitos trabalhistas em relação às regras atuais aplicadas pelo mercado.
No parecer aprovado pelos deputados, o relator da MP, Christino Aureo (PP-RJ), acrescentou que a medida valerá também para trabalhadores que têm acima de 55 anos, desempregados há pelo menos 12 meses e trabalhadores rurais.
Para os novos contratos, o pagamento mensal deverá seguir o teto de um salário mínimo e meio, o equivalente a R$ 1.558,50. A MP vale até 31 de dezembro de 2022, mas como os contratos devem ser de 24 meses, podem ultrapassar a validade da medida dependendo do momento em que for iniciado.
A proposta implementa ainda uma série de mudanças na relação entre patrão e empregado. Entre elas, está a isenção de contribuição previdenciária e das taxas pagas pelo empregador às entidades do Sistema S (Senai, Sesc, Sesi e Senac). O relator retirou a redução do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que iria para 2% do salário, mas agora permanece em 8%. 
De acordo com texto aprovado, o trabalhador demitido sem justa causa não tem direito à metade do salário correspondente até o fim do contrato, como previsto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
As empresas poderão aplicar esse tipo de contrato a 25% dos trabalhadores. Aos empregadores que possuem até 10 trabalhadores, a restrição diminui para 20%. A MP veta esse modelo de contratação aos trabalhadores que já estão em atuação com outras formas de contrato em até pelo menos 180 dias antes de demissão.
Caso o empregado tenha sido contratado anteriormente como menor aprendiz ou por trabalho intermitente e avulso, no entanto, a contratação por meio da Carteira de Trabalho Verde e Amarela está liberada. O relator manteve o trecho que considera acidente de trabalho, no percurso casa-emprego, somente caso ocorra em veículo do empregador.
Fazendo as contas, ao empresariado haverá uma economia de 70% dos encargos, de 39,5% para 12,1% sobre a folha. “Fica evidente que isso é pra melhorar a situação patronal, enquanto, para o trabalhador, não vai gerar emprego nenhum. O que estamos assistindo, na verdade, é uma precarização”, bradou o deputado Ivan Valente (Psol-SP).
“Essa MP segue uma visão escravocrata da elite brasileira, que acha que ter emprego é trabalhar por um prato de comida”, disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Obstrução
O início das discussões oficiais sobre a MP no plenário não se deu sem contestações. Diferentes membros da oposição criticaram a agilidade que Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e os governistas imprimiram à tramitação da matéria.
Um requerimento de retirada de pauta apresentado logo no início da sessão pela bancada do Psol foi rejeitado por 284 votos contra 35. "Esta MP vai piorar a situação do desemprego e criar uma nova modalidade de trabalho, que são os trabalhadores sem direitos”, criticou a líder do partido, Fernanda Melchiona (RS). 
Além do Psol, PT, PSB, PDT, PCdoB e Rede defenderam o adiamento do debate. Do outro lado, as siglas PSL, PL, PP, PSD, MDB, PSDB, DEM, PTB, PV, Pros, Novo, Podemos, Solidariedade e Avante orientaram suas bancadas a votarem contra a retirada da MP da pauta.  
O plenário também rejeitou, por exemplo, um conjunto de requerimentos que propunham o fatiamento da votação para que o texto fosse apreciado ponto a ponto. Os pedidos foram votados em bloco e vencidos por um placar de 262 votos contra 15. Apenas um parlamentar se absteve.
O líder do PSB, Alessandro Molon (RJ), por exemplo, apresentou uma questão de ordem contestando a votação da medida em meio ao contexto de pandemia, em que têm sido votadas propostas que se aproximam mais do consenso. Ele ressaltou que as dissidências em torno do texto assinado por Bolsonaro resultaram em cerca de 2 mil emendas (sugestões de alteração) apresentadas por deputados e senadores à MP.
“A inclusão na ordem do dia da MP 905 não parece adequada ao PSB para o momento em que vivemos por se tratar de matéria extremamente polêmica, portanto, muito distante do consenso necessário e que rendeu, inclusive, acalorados debates no âmbito da comissão mista”, afirmou o pessebista. 
Ele apontou ainda que o processo de articulação política e participação dos deputados nas sessões passou a contar com dificuldades adicionais em meio à pandemia, já que agora o Congresso vota medidas de forma remota. Nas sessões presenciais, os parlamentares conseguem promover uma obstrução mais robusta porque os encontros facilitam a articulação entre eles.
“O sistema de deliberação remota limita muito a atuação porque não permite que todos tenham a mesma oportunidade de discutir e deliberar ou até mesmo de se opor às matérias”, disse.
Já o deputado Gastão Vieira (Pros-MA), por exemplo, disse considerar o novo modelo de votações “muito bom” porque teria ajudado “a unir a bancada”. “E eu não vejo nenhum problema em termos incluído essa matéria de hoje na pauta porque ela já está pronta e o relatório foi bastante melhorado. Por que não votar?”, questionou.
O líder do PT, Ênio Verri (PR), destacou que, caso o Legislativo dê uma chancela final à MP, o país estará caminhando na contramão do que têm feito as nações de referência no mundo, como a Inglaterra e os Estados Unidos, que aprovaram medidas de proteção ao trabalhador.
“Há um equívoco gigantesco no que nós estamos fazendo aqui hoje. Eu não sei de onde saiu a ideia do ministro Paulo Guedes, do Bolsonaro e dos economistas que o assessoram de que diminuir direitos e renda é algo que faz a economia crescer. Se tirar direitos e renda, não tem demanda e, se não tem demanda, a economia não cresce porque a ampla maioria da população vai ficar na miséria. É hora de garantir salários, demanda, justiça social”, contrapôs o petista.
Agora, a MP segue para aprovação no Senado Federal.
Do BdeF

terça-feira, 14 de abril de 2020

XADREZ DAS PESQUISAS DA PREVENT SOBRE O USO DA CLOROQUINA, POR LUIS NASSIF

Os resultados das pesquisas já foram enviados para academias e publicações científicas e aguardam análise para publicação.
Peça 1 – sobre os testes de consistência das notícias
O GGN foi o primeiro veículo a publicar o áudio em que o dono da Prevent Senior alertava para os efeitos devastadores da Covid-19 sobre seus pacientes, incluindo a própria mãe.
Na época, houve críticas devido ao fato da Internet estar coalhada de fake News. E se fosse apenas mais um fake News? Decidimos dar o áudio fundado nas seguintes evidências:
No áudio, ele se refere ao nome do interlocutor, Alan. A fonte que me repassou o áudio mencionou um conhecido empresário de nome Alan, que faz parte de seu círculo de relações.
O nível de detalhes da gravação exigiria uma sofisticação incomum em praticantes de fake News.
A nota saiu. A reação da Prevent foram algumas explicações titubeantes sobre o fato, mas nenhum desmentido sobre o conteúdo. O áudio serviu para acender a luz vermelha sobre os perigos da coronavirus.
Nos dias seguintes, houve uma enxurrada de ofensivas contra a Prevent, devido ao número de mortes registrados: Prefeitura, Estado e uma insólita declaração do Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, em rede nacional, crucificando a empresa. Todas com ampla cobertura da mídia.
Quando baixou a poeira, tinham-se os seguintes fatos concretos:
Fiscalização da Secretaria da Saúde que confirmou que a empresa seguia rigorosamente os protocolos médicos.
Investigação do Ministério Público Estadual que constatou que a empresa agiu corretamente.
Depoimentos de clientes atestando sua seriedade, inclusive uma pessoa da minha família.
A confirmação da existência da pandemia em São Paulo e o fato de todos os clientes da Prevent serem de grupos de risco – pessoas com mais de 60 anos, alguns com comorbidade.
De qualquer modo, na guerra do dia-a-dia da cobertura, a Prevent ficou de lado. Havia apenas menções vagas de que estaria pesquisando a doença.
Peça 2 – as pesquisas atuais da Prevent Senior
Ontem, procurei a assessoria da empresa para uma entrevista com o presidente Fernando Parrillo sobre o tema do custo dos planos de saúde. Qual seria o modelo de negócios montado por ele para oferecer um produto mais barato aos seus clientes, em um cenário em que as mensalidades para idosos, em outros planos, ascende a cifras exorbitantes?
Na entrevista, para minha surpresa, Parrillo mencionou as pesquisas do grupo com pacientes afetados pelo coronavirus.
Uma delas foi com 360 pacientes com coronavirus – um universo apreciável -, ao contrário do que parecia ser um universo restrito da médica Nise Yamaguchi. Segundo ele, a injeção de cloroquina nos dois primeiros dias reduziu consideravelmente sua exposição à doença, permitindo que, com os demais remédios ministrados, saíssem curados do tratamento.
Uma segunda – cujos resultados estão sendo mantidos em sigilo até sua publicação em revista científica – com mais de mil pacientes que já tomavam cloroquina para outras morbidades.
Os resultados das pesquisas já foram enviados para academias e publicações científicas e aguardam análise para publicação.
Por que o relato deve ser levado a sério?
O grupo tem o histórico de doença de todos os clientes e os dados clínicos de atendimento às vítimas de coronavirus. Aliás, o segredo da redução de custos está no acompanhamento pari-passu de todos os clientes para implementar políticas de prevenção.
Além disso, graças ao fato de sua clientela ser de grupos de risco, teve acesso a um universo de pesquisa que poucas instituições teriam acesso, com todos os dados de saúde e diagnóstico previamente organizados e catalogados.
Finalmente, porque não dá para blefar, já que as informações serão abertas para as instituições científicas analisarem as pesquisas.
Finalmente, tem explicações convincentes para o fato de outras pesquisas terem mostrado riscos para os pacientes – como a de Manaus (que divulgamos ontem), com 11 pacientes, suspensa após um deles ter falecido por problemas cardíacos.
Devido ao caráter experimental do tratamento, Ministério da Saúde e órgãos de medicina recomendam utiliza-lo apenas em pacientes já intubados, em estado grave – e, portanto, com os pulmões já afetados e com alta probabilidade de morbidade. E há também a dosagem ministrada, que não pode ser exagerada.
Já os procedimentos da Prevent Senior foram com pacientes até o segundo dia de manifestação da doença. Segundo Parrillo, este é o momento adequado porque, depois dos pulmões tomados pela doença, não haveria mais como a cloroquina reverter o quadro.
Quando chega no hospital para se tratar, informou Parrillo, os pacientes já estão no quinto ou sexto dia do aparecimento dos sintomas. Para aplicar o remédio até o segundo dia, foi montado um serviço de tele atendimento para identificar os sintomas e ministrar a droga antes mesmo que o paciente chegue no hospital.
De qualquer modo, há que se aguardar o veredito das instituições centíficas para quem as pesquisas foram submetidas.
Peça 3 – as consequências
Se confirmadas, as pesquisas trarão consequências políticas, científicas e médicas relevantes.
Do lado político, o inconsequente Jair Bolsonaro tem se valido da retórica da cloroquina para combater o isolamento social. Sem isolamento social, haverá um desastre, com ou sem cloroquina.
A politização imposta ao tema – por ele e por seu guru Donald Trump – fará com que a vitória da cloroquina seja considerada vitória da anticiência sobre o pensamento científico. Haverá uma exploração política intensa, com Bolsonaro tentando ocultar sua ciclópica incompetência na aposta no medicamento. Esse é o dilema maior: sendo boa para os pacientes, a mística da cloroquina será um horror para a política.
E, se as pesquisas forem confirmadas, a cloroquina apenas melhorará as condições iniciais dos pacientes, sem prescindir da retaguarda de leitos médicos e de UTI.
O estardalhaço que se seguirá provocará uma nova corrida do público às farmácias, mesmo daquelas pessoas sem sintomas de coronavirus. Será mais um efeito negativo da politização imposta por Bolsonaro.
Do lado científico, haverá a necessidade de se acelerar as análises das pesquisas e grandeza para despolitizar o tema, sabendo que poderá significar o fortalecimento dos dois governantes mais irresponsáveis e inconsequentes da história de seus respectivos países.
Do lado médico, se confirmados os efeitos positivos da cloroquina, haverá riscos no uso excessivo da dosagem ministrada. Daí o fato de não prescindir de acompanhamento médico.
Peça 4 – as políticas a serem aplicadas
Se confirmadas as pesquisas, não será tarefa fácil administrar a cloroquina.
O primeiro passo será a montagem de sistemas de identificação em massa dos sintomas do coronavirus na população. Haverá a necessidade de se utilizar recursos de tele atendimento.
Depois, a centralização do medicamento nas mãos do SUS, impedindo movimentos especulativos e privilégios para os detentores de renda.
Haverá a necessidade de um sistema tão amplo quanto o da vacinação. E um enorme esforço geral para impedir que a adesão à cloroquina seja confundida com o fim do isolamento social.
Além disso, a cloroquina é apenas a fase inicial do tratamento, que não prescindirá de estrutura hospitalar. Sorte do país é que a implementação ficará a cargo do SUS, e não do Paulo Guedes.
Peça 5 – não se briga com os fatos
Todos esses pontos foram pesados no GGN, antes da publicação da entrevista de Fernando Parrillo. Mas não cabe aos jornalismo brigar com os fatos. Mas será importante que todos os agentes envolvidos – políticos, médicos e científicos – se preparem para mudanças na discussão pública do tema, caso as pesquisas sejam confirmadas.
Mesmo assim, manteremos o “se confirmados” até a confirmação final pela ciência.
Do GGN

BRASIL BATE RECORDE COM 204 MORTES EM 24 HORAS, JÁ SÃO 1.532 ÓBITOS NO TOTAL

Foram 1.832 novos casos registrados em 24 horas, um aumento de 8% em relação ao dia anterior. No caso de mortes, o aumento de 204 mortes significou um aumento de 15%.
O total de mortes por coronavírus Covid-19 chegou a 1.532. No tocante a pessoas diagnosticadas, o número subiu para 25.262. Estes são os últimos dados fornecidos pelo Ministério da Saúde na tarde desta terça, 14. Na segunda, 13, o número de infectados estava em 23.423 e o número de mortes, 1.328.
São Paulo continua como o estado mais afetado, com 9.371 caos e 695 óbitos, e depois o Rio de Janeiro, com 3.410 pessoas confirmadas com o vírus e 224 mortes.
Roraima entrou para o grupo de estados considerados em situação de emergência, com 179 casos a cada um milhão de habitantes.
Os demais estados estão fora do grupo de emergência, quando são 119 casos por um milhão de habitantes. Os que estão no risco são Amapá (356 por mihão de habitantes), Amazonas (353), Ceará (218), Distrito Federal (213), São Paulo (202), Rio de Janeiro (196).
Do GGN

segunda-feira, 13 de abril de 2020

ESTUDO AFIRMA QUE CASOS REAIS DO COVID-19 SÃO 9 VEZES ACIMA DO ‘OFICIAL’

O Globo publica hoje, com base num estudo de um grupo de pesquisadores da PUC-Rio, Fiocruz, USP e outras instituições, a estimativa de que os casos reais de infecção por coronavírus no Brasil devem ser hoje perto de 250 mil, em lugar dos 23.430 confirmados pelo Ministério da Saúde, pelo fato que 225 mil não foram notificados ou classificados.
A razão é a falta quase absoluta de testes laboratoriais, critério adotado pelas autoridades para informas à população o quanto a doença já se alastrou pelo país.
Aqui, você pode ver o mapa preparado pelo jornal, com os dados de subnotificação estimados estado por estado e, destaque-se, as baixíssimas percentagens de casos registrados em São Paulo (só 6,5%) e no Rio (7,2%), os dois principais polos de implantação da epidemia. Outra preocupação, o Amazonas, tem apenas 6,1% de taxa de notificação.
Há dias, tem-se criticado aqui o método adotado de só contabilizar casos testados positivos em laboratório, tanto pelo fato de não termos testes para ninguém, a não ser mortos e pacientes graves, na maioria, quanto pela incapacidade de processar grande parte dos testes realizados.
O resultado é não apenas a subnotificação monstruosa, mas também a baixa da guarda nas medidas de isolamento social, sobretudo sabendo que há um bando de energúmenos dizendo que “está passando” a ameaça viral e, com isso, pressionam a que as pessoas voltem às ruas e espalhem a contaminação.
O número encontrado pelos pesquisadores já nos coloca no nível do primeiro grupo em quantidades de infectados, embora não seja possível estabelecer uma correlação mecânica com eles porque, por lá, também a subestimação – em grau bem menor, claro – dos casos existentes.
O número de mortes é, igualmente, irreal, mas em escala menor – não nas 9 vezes a mais das contaminações. É seguro dizer que é três ou quatro vezes, como já se demonstrou aqui ao exibir-se a imensa quantidade de casos de internação que ficam numa classificação de “outros” nos dados oficiais, quando, sabe-se, são de casos de Covid-19.
Some-se a isso a chegada tardia da epidemia aqui, fazendo com que os casos, mesmo severos, sejam “novos” e que só agora comecem a evoluir para a condição de grave , daí, para mortes. E, como não há testes, as mortes “não crescem” apenas porque eles não existem.
Para resumir a questão: está sendo contada uma mentira ao povo brasileiro.
A qual, amanhã, vai se evidenciar em comboios fúnebres e em um escândalo mundial.
Do Tijolaço