Veja, ainda, o histórico das principais greves gerais que marcaram a história do país, de 1907 até 2017.
Montagem com fotos de Elza Fiúza/Agência Brasil e Thiago Borges/Periferia em Movimento.
Organizações de todos os estados do Brasil, além do Distrito
Federal, anunciaram que vão aderir à greve-geral prevista para esta sexta-feira
(28), proposta pelas centrais sindicais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem
Medo, contra as reformas da Previdência e trabalhista.
Na última
terça-feira (25) os profissionais ligados ao Sindicato Nacional dos Aeroviários
(SNA) decidiram aderir à greve, o que irá afetar quase todos os aeroportos do
Brasil, incluindo o de Guarulhos, o maior aeroporto da América do Sul. Segundo
o presidente da SNA, Luiz Pará, somente essa categoria possui mais de 50 mil
trabalhadores que são responsáveis pelos serviços de contato direito com os
usuários dos aeroportos.
Histórico
A primeira
greve geral da história do Brasil aconteceu no dia 1º de maio de 1907 pela
redução da jornada de trabalho diária para 8 horas. A paralisação se manteve
até meados de junho daquele ano, e os trabalhadores saíram vitoriosos.
O período de
1917 até 1920 marca o auge dos movimentos grevistas no país, liderados por
imigrantes que trazem conhecimento de organização sindical e interesse da
classe trabalhadora. Em 1917, o Estado de São Paulo foi paralisado por uma
greve que começou em julho, na maior tecelagem do país, a Cotonifício Crespi, e
rapidamente se alastrou pelo estado. Um fato que marcou o levante foi a
violência polícial contra a marcha do dia 9 de julho, que resultou na morte por
tiros do sapateiro Antonio Martinez, gerando ainda mais revolta. A adesão
popular, depois do acontecimento, chegou a 50 mil, incluindo servidores
públicos.
Cerca de
dois anos depois, no dia 1º de maio de 1919, trabalhadores do Rio de Janeiro
iniciaram uma manifestação sem precedentes na história da então capital da
República, levando as autoridades a fecharem a Federação Operaria para tentar
conter o levante. Entretanto, o movimento se manteve forte, com a adesão do
Centro Cosmopolita, a União dos Tecelões, a União dos Operários em Construção
Civil, a dos Sapateiros.
Em 1968,
cerca de 25 mil metalúrgicos das cidades industriais de Contagem, na Região
Metropolitana de Belo Horizonte (MG), e Osasco, na Grande São Paulo (SP)
organizaram as primeiras grandes greves de resistência à ditadura militar por
aumento salarial e melhores condições de trabalho. Entre 1964 e 1967 o preço da
cesta básica, por exemplo, havia saltado 250%, enquanto o aumento do salário
mínimo, no mesmo período, foi de apenas 150%.
Em 1978,
aconteceu a paralisação de 2 mil metalúrgicos das fábricas de caminhões da
Saab-Scania, em São Bernardo do Campo, São Paulo, reivindicando 20% do aumento
salarial. O protestou se alastrou para outras empresas do setor como Ford,
Mercedes-Benz e Volkswagen, marcando o nascimento do Novo Sindicalismo no país,
o que ajudou a ruir as bases do governo de exceção. A insatisfação popular
aconteceu porque o país vivia um período de arrocho dos salários e do fim do
crescimento do chamado "Milagre Econômico no Brasil".
No ano
seguinte, em 1979, uma nova onda de greve acontece no país, começando por
metalúrgicos das cidades paulistas de Osasco e Guarulhos, mas dessa vez
contagiando outros profissionais como professores, bancários, funcionários
públicos, jornalistas, operários da construção civil, médicos, lixeiros e
outras categorias.
Em 1980, o
Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo inicia uma nova greve que
dura 41 dias e mobiliza 300 mil metalúrgicos.
Mais
recentemente, em resposta às reformas da Previdência e Trabalhistas do governo
de Michel Temer, centrais sindicais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo
organizaram a primeira greve geral no país no dia 15 de março de 2017,
conseguindo paralisar parcialmente os serviços nas principais capitais do país.
A segunda
greve geral, prevista para esta sexta-feira (28) promete ser ainda mais
impactante, pela quantidade de entidades que já anunciaram a adesão, com
representatividade em todos os estados do país, além do Distrito Federal. Veja
a lista a seguir, com informações do Pragmatismo Político:
ACRE.
Rodoviários
paralisam em 5 cidades, inclusive na capital, Rio Branco
ALAGOAS.
Professores
da educação pública e particular
Bancários
Funcionalismo
público federal
Trabalhadores
de empresas de transporte público de Maceió
AMAZONAS.
Professores
universitários
Petroleiros
Rodoviários
Bancários
(bancos públicos)
Vigilantes
Polícia
Civil
Construção
civil
AMAPÁ.
Urbanitários
Bancários
Educação
Rodoviários
Técnicos da
Universidade, Servidores Federais
Professores
da Universidade
Servidores
da Justiça
Polícia
Civil
Servidores
do MP
Servidores
do Grupo Administrativo
BAHIA.
Petroleiros
Policiais
civis
Professores
da rede pública de ensino
Trabalhadores
em saúde da rede pública
Rodoviários
de Salvador e Região Metropolitana
Comerciários
de Salvador, Irecê, Itabuna e Ilhéus
Bancários de
todas as bases sindicais da Bahia
Metalúrgicos
Servidores
do Judiciário estadual e federal
Trabalhadores
da construção civil
Técnicos
administrativos das universidades federais
Servidores
públicos municipais de Itabuna
Servidores
públicos estaduais
CEARÁ.
Transportes
param em 20 cidades, incluindo Fortaleza
Petroleiros
Educação
Metalúrgicos
Comércio
Construção
Civil
Serviço
Público
Saúde
DISTRITO
FEDERAL.
Rodoviários
Bancários
Limpeza
Urbana
Jornalistas
Sindicato
dos Odontologistas
Professores
da rede pública
Professores
e técnicos da Universidade de Brasília,
Limpeza
urbana
Correios
Telecomunicações
Departamento de Trânsito
Servidores
municipais de várias cidades do entorno
Trabalhadores
do Ramo Financeiro
ESPÍRITO
SANTO.
Petroleiros
Saúde
Comercio
Professores
Portuários
Comerciários
Bancários
Metalúrgicos
Servidores
públicos
Construção
civil
Rodoviários
Enfermeiros(as)
e Psicólogos(as)
GOIÁS.
Professores
municipais de Anápolis
Trabalhadores
em Empresas de crematório e
Cemitérios
SINEF
Limpeza
Urbana Stilurbs
Servidores
Públicos
Técnicos e
trabalhadores nas Universidades e Institutos Federais
MARANHÃO.
Rurais
Municipais
Servidores
Público Feral
Urbanitários
Comerciários
Previdenciários
Bancários
Metalúrgicos
Professores
Correios
Rodoviários
Saúde
Professores
Universitários,
Técnicos da Universidade
MATO GROSSO.
Servidores
públicos estaduais
Servidores
da Educação Pública
Bancários
Trabalhadores
dos transportes públicos
Servidores
de diferentes esferas do Judiciário
MATO GROSSO
DO SUL.
Educação
Construção
civil
Transporte
coletivo
Servidores
públicos
Transporte
de cargas
Bancários
MINAS
GERAIS.
Correios
Petroleiros
Metroviários
Rodoviários
Professores
(Privados)
Bancários
Construção
Civil
Municipais
(BH)
Vestuários
Rurais
Metalúrgicos
PARÁ.
Portuários
Bancários
Construção Civil
Comércio
Servidores
Educação
Urbanitários
PARAÍBA.
Bancários
Professores
Limpeza
urbana
Transporte
PARANÁ.
Educação
Rodoviários
Petroleiros
Construção
Civil
Bancários
Vigilantes
PERNAMBUCO.
Aeroportuários
Aeronautas
Rodoviários
Petroleiros
Judiciário
Metalúrgicos
Professores
da Federal
Bancários
Metroviários
Policiais
civis
Servidores
da Assembleia Legislativa de Pernambuco
Guardas
municipais
Professores
do setor público
Professores
da rede privada
Enfermeiros
Técnicos de
enfermagem
Agentes comunitários
de saúde
Odontólogos
Fisioterapeutas
Trabalhadores
em saúde bucal
Farmacêuticos
Psicólogos
Vigilância
sanitária
PIAUÍ.
Professores
do setor público
Professores
do setor privado
Petroleiros
Servidores
da saúde pública
Correios
Rodoviários
Metroviários
Comerciários
Servidores
públicos municipais
Servidores
judiciários federais
RIO DE
JANEIRO.
Professores
do Município do Rio de Janeiro e Região (SinproRio)
Radialistas
Trabalhadores
nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sinergia)
Bancários
Rio
Teresópolis,
Baixada, Campos
Petroleiros
Norte Fluminense (Sindipetro-NF)
Educadores
Municipais
Educadores
Estaduais (Sepe-RJ)
Professores,
técnicos e funcionários da UFRRJ (Adur-RJ)
Trabalhadores
em Educação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Docentes do
Cefet (Adcefet-RJ)
Servidores
da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc SN)
Trabalhadores
da Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro
Correios
(Sintect-RJ)
Servidores
Técnico-Administrativos CEFET-RJ (Sintecefetrj)
Docentes e
servidores da UFF
Docentes da
UERJ (Asduerj)
Petroleiros
Rio de Janeiro, Volta Redonda, Duque de Caxias
RIO GRANDE
DO NORTE.
Têxteis
Bancários
Vigilantes
Professores
Construção
Civil
Rodoviários
Ferroviários
RIO GRANDE
DO SUL.
Bancários
Municipais
Empregados
em empresas de Assessoramento
Fundações
Estaduais
Metroviários
Professores
RONDÔNIA.
Servidores
da educação pública do estado
Servidores
públicos federais
Bancários
RORAIMA.
Saúde
Enfermeiros
Correios
Urbanitários
Bancários
Servidores
do Estado
SANTA
CATARINA.
Professores
Estaduais
Bancários
Central
Única dos Trabalhadores (CUT) do estado
Central
Sindical e Popular (CSP)
Sindicato
das Empresas de Transporte de Passageiros (Setpesc)
Força
Sindical
Intersindical,
Nova Central
Sindical de Trabalhadores
União Geral
dos Trabalhadores (UGT)
SÃO PAULO.
Metroviários
de São Paulo
Rodoviários
de São Paulo, Guarulhos (paralisação de 24 horas com contingente de 30% das
frotas), Santos, Campinas, Sorocaba e região)
Ferroviários
linhas 11 e 12 da CPTM – Assembleia hoje, mas há indicativo de paralisação
Portuários
de Santos
Professores
da Apeoesp (rede Estadual)
Professores
do Sinpeem (rede municipal) – Assembleia em frente à Prefeitura, às 15h
Professores
da rede particular (Sinpros)
Professores
Poá
Professores
Francisco Morato
Professores
Jundiaí
Professores
estaduais, municipais e universitários de Sorocaba
Sintusp –
trabalhadores da USP
Químicos da
Zona sul da capital, Cotia, Barueri, Osasco, São Bernardo do Campo
Metalúrgicos
do ABC, Jundiaí, Sorocaba, São Carlos e Vale do Paraíba
Bancários de
São Paulo, Osasco e região; Mogi das Cruzes; Campinas; Sorocaba
Petroleiros
das Refinarias de Paulínia (Replan), Capuava (Recap) de São José dos Campos e
Cubatão; e terminais de Guarulhos, Guararema, Barueri , São Caetano, Ribeirão
Preto, São Sebastião e Caraguatatuba
Comerciários
de Osasco e Sorocaba
Municipais
de São Paulo
Guarda Civil
e UBS’s de Jundiaí
Empresa
Brasil de Comunicação (EBC) – aprovaram estado de greve com indicativo de
paralisação no próximo 28 de abril
Construção
Civil de Bauru e Botucatu
Eletricitários
de Campinas
Correios de
São Paulo
Trabalhadores
da Saúde e Previdência do Estado de São Paulo
Trabalhadores
de Asseio em Conservação e Limpeza Urbana da Baixada Santista
Trabalhadores
em entidades de assistência à criança e ao adolescente
SERGIPE.
Professores
Assistentes
Sociais
Psicólogos
Nutricionistas
Bancários
Construção
civil
Servidores
do INSS, do Min. Público, do TJSE, Frei Paulo, Divina Pastora, Estância, Monte
Alegre, Glória e Poço Verde
TOCANTINS.
Educação
Comerciários
Rurais
Araguaiana
Vigilantes
Telecomunicação
Eletricitários
Farmacêuticos
Trabalhadores
de Bares, Restaurantes e Hoteis
Técnicos e
Auxiliares de Enfermagem
Saúde
Construção
Civil
Correios
Bancários
Servidores
do MP Estadual
Servidores
Estaduais
Servidores
Municipais
Do GGN