O
pré-candidato do Psol ao Planalto, Guilherme Boulos, sugeriu a criação de uma
frente democrática para combater o fascismo no Brasil.
Foi
durante o último ato da Caravana de Lula pelo Sul, em Curitiba. Boulos nomeou o
pré-candidato Jair Bolsonaro como um dos articuladores da onda de ódio que
marca a atual conjuntura política.
No
mesmo dia, depois de desembarcar em Curitiba e ser carregado pelos corredores
do aeroporto, Bolsonaro viu seus planos de “encarar Lula” naufragarem: a
concentração convocada para a praça 19 de novembro, perto de onde o
ex-presidente fez seu último ato da caravana, foi cancelada.
Como
mostrou o blogueiro Fernando Brito, no Tijolaço, sobre um carro de som, ainda
no aeroporto, Bolsonaro simulou o fuzilamento de Lula (ver foto abaixo).
Como
escreveu Sergio Lirio na CartaCapital, foi a batalha de Itararé de Bolsonaro:
Bolsonaro
viajou a Curitiba disposto a confrontar Lula em uma espécie de duelo ao
pôr-do-sol, um “mano a mano” típico de faroeste. Com sua agenda beligerante
capturada por Michel Temer desde a intervenção federal no Rio de Janeiro e com
o aumento de competidores na corrida presidencial, o ex-militar procura
desesperadamente uma brecha nos holofotes, antes que a turba encontre ou seja
induzida a seguir outro missionário.
Confira
a íntegra do discurso de Guilherme Boulos:
Nós
viemos aqui, presidente Lula, trazer a nossa mais sincera solidariedade a você,
à militância do PT, à militância que acompanhou essa caravana, contra as
agressões covardes e criminosas que os fascistas fizeram.
Agressões
que levaram a quatro tiros.
Essa
gente já passou de qualquer limite. Fazem apologia à violência e ao ódio.
Essa
gente está plantado as perigosas sementes do fascismo no nosso país.
Vejam,
quem é responsável por isso?
Eles
tem cara e eles tem nome.
Nós
não sabemos qual foi o fulano que apertou o gatilho.Mas nós sabemos quem de
fato apertou esse gatilho. E quem apertou é quem está semeando esse ódio todo
dia.
E
nós temos que responsabilizar o senhor Jair Bolsonaro por isso: bandido,
criminoso, sem vergonha!
Ele
tem que ser responsabilizado por isso, que tem semeado essa onda fascista no
país.
Mas
isso não é um caso isolado: hoje fazem duas semanas do assassinato covarde e
cruel da Marielle Franco no Rio de Janeiro.
Mulher
negra, lutadora e que foi assassinada por um crime político.
Este
mesmo clima de ódio, de fascismo, essa escalada de violência foi a que atirou
em Marielle, foi a que deu os tiros ontem na caravana.
Isso
é muito preocupante, isso deve nos chamar à unidade.
Todos
sabem — a Manuela falou aqui — que na esquerda nós temos diferenças de posição
e de ponto-de-vista.
Importante
que seja assim, porque a nossa tradição não é a da intolerância, a do
pensamento único — isso é do outro lado.
Agora,
essas diferenças não podem e não vão nos impedir de sentar à mesa para defender
a democracia em nosso país, e para enfrentar o fascismo.
Por
isso Lula, Manuela, eu acho que já passou da hora da gente sentar para formar
uma frente democrática para enfrentar o fascismo, esse processo, entre os
partidos de esquerda, entre as candidaturas de esquerda, porque o que está
ocorrendo nesse país é muito grave.
Com
o fascismo não se brinca, com o fascismo não se conversa, fascismo se combate e
nós só vamos conseguir combater com unidade.
Do
Viomundo