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segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O ÓDIO NÃO ESPERA, CAPOEIRISTA É MORTO NA BAHIA POR ADEPTO DE BOLSONARO

Como já se advertia, não ia demorar. Transcrito a reportagem do jornal A Tarde, o maior de Salvador, publicada minutos atrás:
O mestre de capoeira e compositor Romualdo Rosário da Costa, de 63 anos, conhecido como Moa do Katendê, foi morto a facadas na madrugada desta segunda-feira, 8, após uma discussão política no Bar do João, na comunidade do Dique Pequeno, no Dique do Tororó, em Salvador. 
Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o autor do crime, que não teve o nome revelado, não concordou com a posição política de Moa, contrária ao candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL), e desferiu 12 facadas na vítima.
O suspeito foi preso e confessou o crime à polícia. Segundo a SSP-BA, ele teria se aproximado do grupo em que Moa estava e afirmado que era eleitor de Bolsonaro. O homem reagiu com violência após o mestre de capoeira afirmar que o grupo votava no PT. 
Não é uma “amostra grátis” porque custou a vida de um ser humano, mas um alerta para a loucura do ódio que se despertou e que até ao próprio Bolsonaro atingiu, em Juiz de Fora.
Oxalá possa servir, ao menos, para salvar a vida de muitos.

Tijolaço

segunda-feira, 17 de abril de 2017

O lado revolucionário de Jesus

(Defensor dos pobres e excluídos, Jesus certamente seria taxado de comunista se resolvesse voltar).

 “Amai ao próximo como a si mesmo”.

Você pode ser ateu, umbandista, agnóstico, católico ou professar qualquer outra religião. Mas se você sonha com um mundo diferente, mais justo, onde todas as pessoas tenham o direito de viver com dignidade, você também é um adepto do grande ensinamento de Jesus.

Afinal, é o amor pelo próximo que nos motiva a lutar contra a tirania, a injustiça e a desigualdade.

Para muitos historiadores, entretanto, o personagem histórico Jesus Cristo não foi somente um cara paz e amor que pregava o oferecimento da outra face como resposta à agressão, mas sim um militante revolucionário.
É o que defende o escritor norte-americano de origem iraniana Reza Aslan. Aslan fez mestrado em teologia na Universidade de Harvard e doutorado em história das religiões na Universidade da Califórnia.

Em seu livro “Zelota: a Vida e a Época de Jesus de Nazaré”, de 2013, o autor defende que o principal objetivo de Jesus era político e revolucionário: libertar a Palestina da dominação de Roma.

Alguns trechos desta entrevista de Aslan:
(Jesus) formou um movimento forte pelos pobres, doentes e marginalizados. Um movimento tão ameaçador aos religiosos e políticos do período que fez com que ele fosse procurado, preso, torturado e executado por crimes de sedição (organização de rebeliões, incitamento das massas), o único crime pelo qual alguém poderia ser crucificado sob a lei romana.
(…)
o fato é que o Jesus da história não era um simples pacifista que pregava a palavra de Deus, mas um líder revolucionário que desafiou o estado, não apenas ‘pregou’ para ele – e é por isso que o estado quis a sua morte.

O próprio Jesus não deixa muita margem para dúvida a respeito do caráter revolucionário de sua pregação, segundo o Evangelho de Mateus: “Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas a espada.”

Nos tempos sombrios em que nos encontramos, de golpes, injustiças, aumento da intolerância e explosão da desigualdade, é importante termos dentro de nós os dois lados, por assim dizer, de Jesus: amar ao próximo como a nós mesmos mas ter a consciência de que o amor não basta: não há libertação possível sem luta.

Do Cafezinho, por  Pedro Breier