A 1ª Turma
do Supremo Tribunal Federal decidiu neta terça-feira, 13, a prisão da
jornalista Andrea Neves, irmã do senador afastado Aécio Neves (MG).
O relator da
matéria, ministro Marco Aurélio Mello, votou pela libertação de Andrea. Ele
disse que prisão preventiva só deve ser aplicada quando outras medidas
cautelares não possam ser determinadas. Seu voto foi acompanhado pelo ministro
Alexandre de Moraes. Ele argumentou que a Procuradoria-Geral da República (PGR)
não imputou a Andrea questão de obstrução de Justiça e ainda de participação em
organização criminosa.
A
divergência foi aberta pelo ministro Luis Roberto Barroso. O magistrado afirmou
que o quadro não mudou desde o pedido da prisão preventiva de Andrea Neves.
Barroso diz que áudios mostram a habitualidade que Andrea Neves operava.
"Em plena Lava Jato o modus operandi continuava como se não tivessem o
risco de serem alcançados pela Justiça", disse o magistrado, ao votar pela
permanência de Andrea Neves na prisão. A ministra Rosa Weber acompanhou a
divergência, votando pela manutenção da prisão.
No voto de
desempate, o ministro Luiz Fux destacou que o caso provocou perplexidade.
Andrea foi
presa na Operação Patmos, da Polícia Federal, acusada de pedir R$ 2 milhões em
propinas à JBS. Em troca, ela favoreceria interesses do grupo de Joesley
Batista na Vale, mineradora que é privada, mas sofre forte influência do
governo federal.
Um primo de
Aécio, Frederico, também foi preso e filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil
em propinas, que foram entregues a empresas do senador Zezé Perrella (SD-MG),
para suposta lavagem de dinheiro.
247