Fotos: Roosewelt
Pinheiro/ABr com Agência Câmara
Os advogados do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que as recentes declarações
de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, em seu interrogatório junto à 13ª Vara
Federal Criminal de Curitiba, tinham o objetivo de livrá-lo da prisão, em uma
possível negociata de delação premiada junto aos investigadores da Lava Jato.
Em nota divulgada
nesta quinta-feira (20), o advogado Cristiano Zanin Martins apontou que Léo
"foi claramente incumbido de criar uma narrativa que sustentasse ser Lula
o proprietário do chamado triplex do Guarujá". Por outro lado, segundo a
defesa, a palavra do executivo é apenas uma "contra o depoimento de 73
testemunhas, inclusive funcionários da OAS, negando ser Lula o dono do
imóvel".
O advogado critica
a atuação de Léo Pinheiro, que, segundo ele, inventou um suposto diálogo no
qual Lula teria orientado a destruição de provas ou indícios de contribuições
de campanhas políticas. Zanin descreve o diálogo, não presenciado por nenhuma
testemunha, como "fantasiosa e absurda".
"É uma tese
esdrúxula que já foi veiculada até em um e-mail falso encaminhado ao Instituto
Lula que, a despeito de ter sido apresentada ao Juízo, não mereceu nenhuma
providência", completou a defesa, acrescentando que a tese de que o
triplex do Guarujá é do ex-presidente também é incompatível com documentos da
própria OAS, sendo alguns deles, assinala o advogado, firmados propriamente por
Léo Pinheiro.
"Em 3/11/2009,
houve emissão de debêntures pela OAS, dando em garantia o empreendimento
Solaris, incluindo a fração ideal da unidade 164A. Outras operações financeiras
foram realizadas dando em garantia essa mesma unidade. Em 2013, o próprio Léo
Pinheiro assinou documento para essa finalidade", exemplificou Zanin
Martins.
Por outro lado, o
executivo "negou ter entregue as chaves do apartamento a Lula ou aos seus
familiares" e "também reconheceu que o imóvel jamais foi usado pelo
ex-Presidente" e tampouco "soube responder" sobre a suposta
entrega do apartamento ao ex-presidente.
Do GGN