Chega a ser irônico o ataque a Lula que a
ex-candidata a presidente pelo PSOL Luciana Genro fez recentemente, à luz dos ataques que
os psolistas de São Paulo vêm sofrendo da extrema-direita enquanto são apoiados
justamente pelo PT.
Luciana escreveu em seu site:
“(…) A burocracia
corrupta que aceitou ser agente dos interesses burgueses também é inimiga das
necessidades do povo. A liderança de Lula não representa a esquerda – e isso
deve ser dito em alto e bom som (…)”
Enquanto Genro brinca de antipetismo, seu
partido, em São Paulo, sofre ataques sistemáticos do MBL, braço “armado” da
extrema-direita bolsonariana e defensora de “intervenção militar”, entre outras
loucuras.
As vereadoras Sâmia Bomfim e Isa Penna,
ambas do PSOL paulistano, tiveram seus números de celulares expostos em redes
sociais e grupos de WhatsApp para serem “convencidas” do projeto de lei “Escola
Sem Partido”.
Com a sigla do Movimento Brasil Livre
(MBL), que é coordenado pelo vereador Fernando Holiday (DEM), a imagem da
vereadora Sâmia Bomfim e seu respectivo contato telefônico foram divulgados
acompanhados dos dizeres “Escola Sem Partido. Sâmia Bomfim é a favor da
doutrinação nas escolas, ajude-nos a convencê-la do contrário”.
O PSOL de São Paulo avisa que vai pedir a
cassação de Holiday
Só quem parece não estar preocupado é o
setor do PSOL que Luciana Genro integra e que ela diz ser “majoritário” no
partido.
Em sua escalada fascista, porém, o MBL não
parou por aí.
Na semana passada, o secretário de
Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, postou no Facebook crítica à ação
do vereador Fernando Holiday (DEM), um dos líderes do MBL que havia visitado
uma escola para denunciar o que chama de “doutrinação ideológica” à esquerda
feita pelos professores.
O sindicato da categoria atacou Holiday, e
o secretário endossou a crítica, afirmando que não era correto “intimidar
professores”. O MBL retrucou, Schneider pediu demissão, mas o prefeito João
Doria, por ora, conseguiu demovê-lo de sair.
Eis que o MBL, agora, volta suas baterias
contra o governo Doria… Ou melhor, contra o secretário Schneider, acusando-o de
ser “psolista”.
Ao MBL, soma-se a ofensiva da
extrema-direita no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, onde a grande aposta desse
movimento extremista para as eleições de 2014, Jair Bolsonaro (PSC-RJ), deu um
show preocupante, difundindo racismo, defendendo armar a população e sugerindo
até ataques violentos a quem não comungue com suas ideias.
Para terminar de compor esse quadro, quero
dar meu depoimento sobre fatos que revelam que a centro-direita já começa a se
preocupar com a ofensiva da extrema-direita.
Nas últimas semanas, após os abusos de que
fui alvo por parte da operação Lava Jato, recebi solidariedade e espaço de
órgãos de imprensa insuspeitos de simpática com “comunistas”, tais como a Globo
e o Grupo Folha de São Paulo, que me deram espaço em matérias corretas ou até
para que eu me manifestasse contra esses abusos.
Além disso, nomes como Reinaldo Azevedo ou
Ricardo Noblat protestaram contra os abusos de que fui vítima.
No caso de Reinaldo, ele vem travando uma
guerra particular contra o que, eufemisticamente, chama de “direita xucra”, ou
seja, contra Bolsonaro e seu MBL, pois, além de ver no deputado pelo PSC
fluminense um risco eleitoral para a centro-direita, que integra, parece
enxergar aonde pode dar uma aventura como essa.
Os métodos da extrema-direita, ao fim e ao
cabo, encontram-se com os da extrema-esquerda e seus protestos regados a
quebra-quebra e cerceamento da liberdade de expressão alheia.
Nesse aspecto, a Operação Lava Jato, em
sua escalada de abusos contra qualquer divergência, já começa a preocupar os
moderados de esquerda, de direita e os de centro, enquanto que encanta os
extremistas dos dois lados do espectro político.
De volta a Luciana Genro. Em seu artigo
supracitado, ela dispara:
“(…) Sempre defendi que a Lava Jato
estava cumprindo um papel positivo ao enfraquecer um sistema político corrupto
e burguês (…)”.
Em 26 de março, o MBL fez uma manifestação
da qual Luciana poderia ter participado, em apoio à Lava Jato.
O PSOL tem muita gente boa. As jovens
vereadoras paulistanas, Luiza Erundina, Marcelo Freixo, Jean Wyllys, mas há
correntes no partido que preocupam por parecerem não enxergar o avanço da
extrema-direita no país.
Por conta disso, centro-esquerda e
centro-direita precisam estabelecer o diálogo. Antes que seja tarde. É óbvio
que não há condição de comunhão sobre políticas públicas, etc. Todavia, deve
ser levado a cabo um diálogo em defesa da democracia.
Do Blog da Cidadania, Eduardo Guimarães
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segunda-feira, 10 de abril de 2017
Extrema-direita descontrolada já preocupa até centro-direita
quarta-feira, 8 de março de 2017
Aécio e o monstro que ele pariu e o devorou
A
Folha publica, agora de manhã, um interessante relato do
convescote de ontem no aniversário de Ricardo Noblat, no restaurante Piantella
em Brasília, com direito a visita do seu “bonito” Michel Temer.
Altas
horas, Aécio Neves toma a palavra:
Já
se passava da meia-noite desta quarta-feira (8) quando o presidente do PSDB,
senador Aécio Neves (MG), definiu o pensamento de grande parte da classe
política do país diante da Operação Lava Jato: “Todo mundo vai ficar no mesmo
bolo e abriremos espaço para um salvador da pátria? Não, é preciso salvar a
política”, afirmou o tucano…
Mas
“seu” Aécio, dois reparos lhe faço.
O
primeiro é que o tempo do verbo: o espaço já está aberto e o “salvador” já o
deixou pra trás nas pesquisas eleitorais, enfunado pelos ventos do “mito”
selvagem.
O
segundo é que ninguém mais que o senhor é o autor desta proeza, quando não
aceitou a derrota eleitoral e partir mal fechadas as urnas, para a derrubada do
governo.
Aliás,
de braços dadíssimos a Eduardo Cunha, Jucá, e ao próprio “salvador da
Pátria” que agora o devora.
“Vamos
nos autoexterminar?”, pergunta Aécio.
De
novo, tempo errado do verbo. Não vê que já se exterminou?
Do
Tijolaço