Rogério
Correia, que há 13 anos investiga: Como funcionava e quem blindava a turma de
Aécio; sob a Lei Kandir, Minas perdeu R$ 135 bi em arrecadação
Rogério
Correia (à esquerda): “Todos sabiam das denúncias contra o Aécio, só que
preferiram ignorá-las solenemente e blindar o senador de forma absurda”. No
topo, da esquerda para a direita: ministro Gilmar Mendes, juiz Sérgio Moro, PGR
Rodrigo Janot. Na coluna à direita, de cima para baixo: ex-PGR Roberto Gurgel,
ex-procurador de MG Alceu José Torres
Marques, Danilo de Castro. No pé, Oswaldo Borges da Costa, Oswaldinho, e Danilo
de Castro com Antonio Anastasia.
Ao disputar
a presidência da República, em 2014, Aécio Neves, queridinho da Globo, Veja,
Isto É, Época, Estadão, Folha, recebeu apoio maciço da grande mídia, que
prontamente incorporou o slogan dos marqueteiros dele — “o homem preparado para
governar o Brasil”.
Neto do
doutor Tancredo, bonitão, tucano.
Um perfeito
menino do Rio, com “brasão” tatuado no braço.
Um príncipe.
No início da
noite de 17 de maio, assim que caiu na rede a reportagem de O Globo, revelando
grampos-bomba, ele começou a se transformar:
* Joesley
Batista, dono da JBS, havia gravado uma conversa de 30 minutos com o senador e
presidente nacional do PSDB, pedindo-lhe R$ 2 milhões.
*O dinheiro
vivo, entregue a um primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, foi
depositado na conta de empresa do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).
Na manhã do
dia seguinte, 18 de maio, ao olhar-se no espelho, ele viu um sapo.
O primo Fred
e a irmã, Andrea Neves, tinham sido presos em suas casas, na Grande Belo
Horizonte.
Andrea é
considerada operadora do irmão nas irregularidades investigadas pela Lava Jato.
Fred foi o administrador financeiro da campanha de Aécio à presidência.
O seu
gabinete no Senado, a casa em Brasília, o apartamento no Rio de Janeiro e o em
Belo Horizonte foram alvo de busca apreensão pela Polícia Federal (PF).
O ministro
Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF),
determinou o afastamento imediato de atividades parlamentares, mandou apreender
o passaporte e o proibiu de ter contato com outros investigados.
No final da
tarde, menos de 24 horas após a denúncia vir a público, Aécio pediu o
afastamento da presidência do PSDB. Em comunicado oficial, disse:
“Me
dedicarei diuturnamente a provar a minha inocência e de meus familiares para
resgatar a honra e a dignidade que construí ao longo de meus mais de 30 anos de
vida dedicada à política e aos mineiros, em especial”.
A cada dia,
novas denúncias são divulgadas. Aguarda-se para breve a delação de Oswaldo
Borges da Costa, o Oswaldinho, principal operador de Aécio, inclusive na
Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).
O príncipe
virou irremediavelmente cururu. Aquele que, quando morre, nem formiga come.
Pesquisa da
CUT/Vox Populi divulgada na segunda-feira passada (06/06) sobre intenção de
voto para presidência da República em 2018 aponta nessa direção. Aparece com
zero por cento de intenção de voto.
“Aécio ludibriou
os brasileiros”, disse há alguns dias o procurador-geral da República, Rodrigo
Janot.
“Judiciário,
Ministério Público, imprensa e mesmo boa parte dos eleitores tinham
conhecimento das denúncias envolvendo o senador Aécio”, rebate o deputado
estadual Rogério Correia (PT-MG), em entrevista exclusiva ao Viomundo.
“Eu mesmo
entreguei a essas instituições — em alguns casos várias vezes — documentos
demonstrando improbidade administrativa, corrupção, truculência contra os que
dele discordavam, entre outros crimes do senador Aécio”, atenta Rogério.
“Assim como
eu sempre passei amplamente à grande imprensa essas denúncias”, frisa.
“Só que
todos preferiram ignorá-las solenemente e blindar Aécio de forma absurda”, põe
o dedo na ferida.
Continue lendo, segue a
íntegra da entrevista, AQUI.
Vi o Mundo