Foto: Folhapress
A revista Época publicou uma entrevista nesta quarta (24) que
revela que a família Bolsonaro criou artificialmente inúmeros grupos no
WhatsApp, há mais de 2 anos, para disparar em massa mensagens
"politicamente incorretas", trabalhar o repúdio da população à
corrupção e aos projetos do PT, e influenciar o eleitorado a compactuar com as ideias
de Jair Bolsonaro.
A reportagem conversou com um funcionário da agência que
começou produzindo imagens para serem utilizadas na redes sociais. Depois,
passou a receber pedidos para criar, dividir em nichos e administrar grupos de
WhatsApp.
Quando a célula, com mais de 100 pessoas, estava consolidada,
a administração era transferida para algum voluntário pró-bolsonaro mais ativo.
Ou seja: a estrutura montada profissionalmente era fundida com a militância
orgânica, graças aos novos apoiadores de Bolsonaro, caracterizando o que
especialistas têm chamado de guerra híbrida.
O caráter da estrutura de comunicação montada por Bolsonaro
no WhatsApp está sendo estudado por pesquisadores da Universidade Federal
Fluminense, que acrescentaram ainda que os membros mais ativos dessas células
têm números internacionais. A fonte anônima da agência revelou que recebia
chips da Argentina, Portugal e outros países para fazer suas operações. Esses
chips eram fornecidos em reuniões fechadas. O mesmo ocorreu com a entrega das
listas de contatos do deputado.
O então funcionário, que pediu para não ter seu nome e nem o
da agência revelados, relatou que o serviço foi rompido somente no início deste
ano, quando a empresa percebeu que Bolsonaro teria chances de disputar e ganhar
a eleição presidencial. Ele acrescentou ainda que a agência estava incomodada
com a distribuição de muitas fake news.
Na semana passada, a Folha de S. Paulo revelou que empresas
anti-PT estão comprando pacotes de disparos em massa no WhatsApp às véspera do
segundo turno. Bolsonaro afirmou que não controla seus "apoiadores
voluntários."
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GGN