Mostrando postagens com marcador Banco Mundial. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Banco Mundial. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 21 de maio de 2020

COMO ORGANIZAR A AJUDA INTERNACIONAL ÀS ECONOMIAS EMERGENTES, POR LUIS NASSIF

Rogoff estima as consequências de um corte de uma taxa negativa de -3%. Se a operação for feita de maneira correta, as taxas negativas teriam o mesmo efeito da política monetária normal, aumentando a demanda agregada e estimulando o emprego.
Queda de demanda global, nos preços das principais commodities, recessão nas principais economias mundiais e perda de dinamismo da China, o grande motor das últimas décadas. E, no rastro, uma situação dramática para os países emergentes, pela queda no comércio internacional e pelas vulnerabilidades  no front externo – devido à queda dos preços das commodities e à fuga de capitais externos.
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, estimou que 170 países terão queda no PIB em 2020, criando dificuldades enormes para o próprio sustento da maioria das famílias.
Recentemente, o FMI e o  e o Banco Mundial anunciaram um alívio do serviço da dívida e desembolso adicional para os mais pobres. Os governos do G20 também congelaram os pagamentos bilaterais e tentam convencer os credores comerciais a aderirem ao acordo, o que poderá resultar em um volume de até US$ 40 bilhões.
Não será suficiente. E começam a pulular sugestões em vários centros acadêmicos e multilaterais.
Uma das sugestões é o perdão da dívida dos emergentes, na linha do que foi feito nos anos 90, uma ação conjunta do FMI, Banco Mundial e Clube de Paris que garantiu US$ 76 bilhões a 36 países englobados no programa Países Pobres Altamente Endividados.
Outra linha anti-crise, defendida por economistas como Kenneth Rogoff, consiste na aplicação de taxas de juros “profundamente negativas” por parte dos países desenvolvidos.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserva, apoiado pelo Tesouro, está a caminho de garantir todos os créditos privados, estaduais e municipais da economia.  É um programa sustentável se o estresse do mercado for breve. Se a economia levar anos para se recuperar, estimar Rofogg, o quadro será complexo. Nesse caso não se saberá quantas empresas se manterão abertas e quantos governos continuarão solventes.

O ponto central é que, globalmente, a riqueza será destruída drasticamente. E muitas vozes, incluindo Rogoff, defendem que os credores compartilhem do prejuízo, através do perdão de parte das dívidas. Outra alternativa seria o FED jogar as taxas de juros abaixo de zero, seguindo a lógica de taxas negativas do Japão e da Europa.
Rogoff estima as consequências de um corte de uma taxa negativa de -3%. Se a operação for feita de maneira correta, as taxas negativas teriam o mesmo efeito da política monetária normal, aumentando a demanda agregada e estimulando o emprego.
Há um conjunto de pré-condições para o programa ser bem-sucedido:
O mais importante é impedir a acumulação em larga escala de dinheiro por empresas financeiras, fundos de pensão e companhias de seguro. Segundo ele, trata-se de movimento jamais tentado por nenhum Banco Central do mundo.
Regulamentação, taxa variável, de acordo com os prazos.
Proteção contra as taxas negativas aos pequenos depositantes.
Para as economias emergentes, seria uma boa saída. Mesmo com taxas negativas, haverá necessidade de perdão para parte das dívidas dos emergentes maiores.
No caso dos emergentes, a maior vulnerabilidade é o crédito privado, que foi altamente expandido em momentos de liquidez abundante, especialmente em empresas exportadoras de commodities. Como as cotações eram fixadas em dólares, havia a sensação de um hedge natural.
Agora, com a queda nas cotações de commodities, há um descasamento entre garantias e passivos.
PROTECIONISMO
Um ponto que vem sendo desmentido pelos fatos é o do fechamento das economias, como resultado da pandemia apontando o fracasso da globalização.  E as vulnerabilidades reveladas pelo Covi-19, que levariam os países a estimular a produção interna, reduzindo a cadeia global de valores.
A reação da China, aumentando em12 vezes a fabricação das máscaras, é apontada como um dos sinais da manutenção da globalização comercial. Outro aspecto é a hiperespecialização da cadeia produtiva. A tecnologia padrão do ventilador, por exemplo, depende de 300 peças diferentes, fabricadas em diversos países. Logo, sua fabricação exige uma coordenação mais intensa dos fornecedores globais. O que torna a coordenação global um papel cada vez mais relevante.
Nessa ótica, haveria vantagem nas cadeias internas de fornecedores apenas em episódios muito raros, que afetem a produção de vários países simultaneamente.
Do GGN

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Quatro brasileiros compõem lista de corrupção do Banco Mundial


Banco de dados reúne casos ligados a lavagem de dinheiro e corrupção.

Deputado Paulo Maluf e banqueiro Daniel Dantas estão entre os citados.

Quatro brasileiros estão em um banco de dados do Banco Mundial que lista 150 casos internacionais de corrupção. Entre eles, o deputado e ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf e os banqueiros Daniel Dantas e Edemar Cid Ferreira.

Batizado de "The Grand Corruption Cases Database Project", o projeto reúne informações de cerca de 150 casos em que foram comprovadas movimentações bancárias de pelo menos US$ 1 milhão (R$ 2 milhões) relacionados à corrupção e lavagem de dinheiro.

A ideia teve origem em um relatório publicado pelo Banco Mundial no fim do ano passado. Segundo o estudo, a corrupção movimenta cerca de US$ 40 bilhões (R$ 80 bilhões) por ano no mundo.

O banco de dados coloca à disposição documentos e informações dos processos de cada caso, mas não há um ranking dos mais corruptos ou de qual país concentra casos mais graves e onerosos aos cofres públicos.

De acordo com a descrição no site, o projeto reúne casos de corrupção em grande escala entre 1980 e 2011 "envolvendo o mau uso de pelo menos uma entidade legal ou instrumento jurídico legal para ocultar o beneficiário e dissimular a orgiem ou destinação dos ativos roubados." O montate envolvido em cada caso, segundo o Banco Mundial, é de pelo menos US$ 1 milhão.

Dupla aparição
Entre os brasileiros presentes no levantamento, chama a atenção a dupla aparição do ex-prefeito da capital paulista e deputado federal, Paulo Maluf. Na primeira vez em que aparece no sistema, ele é acusado pelo procurador-geral de Nova York de movimentar US$ 140 milhões no Banco Safra, entre 1993 e 1996.

Em outro processo, é acusado de desviar dinheiro de pagamentos fraudulentos para contas em bancos em Nova York e na Ilha de Jersey, no Reino Unido. O assessor de imprensa de Maluf, Adilson Laranjeira, disse na quinta que "Paulo Maluf não tem nem nunca teve conta no exterior".

O banqueiro Daniel Dantas também é citado no banco de dados criado pelo Banco Mundial pelo caso do Grupo Opportunity, em 2008, quando teve US$ 46 milhões bloqueados em contas do Reino Unido.

Em nota, o Opportunity afirma que esse relatório é datado de 2008 e está desatualizado. Leia a íntegra:
"O Banco Mundial está sendo notificado pelo Opportunity.

Esse relatório é datado de 2008 e está desatualizado. Afora isso, em 2008, a farsa da Satiagraha ainda não havia sido desmascarada em toda a sua extensão.

Por conta de possíveis erros como esse, o Banco Mundial expressamente não garante a veracidade das informações.

A Satigraha foi uma operação encomendada ancorada em provas forjadas e crimes financeiros inexistentes.
Em 9 de novembro de 2010, Protógenes Queiroz, à época delegado e comandante da operação, foi condenado por fraude processual e violação de sigilo funcional pela 7ª Vara Criminal de São Paulo. O Ministério Público entendeu também que ele deve responder pelos crimes de prevaricação e corrupção passiva.

Em junho de 2011, o Superior Tribunal de Justiça decidiu pela nulidade da Satiagraha."

O fundador e ex-presidente do Banco Santos, Edemar Cid, Ferreira também aparece na relação. Edemar rechaçou a publicação, alertando sobre a existência de um disclamer - segundo ele, um aviso da própria instituição de que "as constatações, interpretações e conclusões expressas no banco de dados não refletem necessariamente a opinião dos diretores executivos do Banco Mundial ou dos governos que eles representam".

O caso do propinoduto, que envolveu o ex-subsecretário de Administração Tributária do Rio Rodrigo Silveirinha Correa e outros três fiscais e quatro auditores da Receita Federal, também é citado. "Meu cliente é acusado de corrupção passiva, mas até hoje não foi identificado nenhum corruptor", afirmou o advogado de Silveirinha, Fernando Fragoso. Segundo ele, o fiscal não tomou conhecimento da citação do seu caso na lista.

Fonte: G1