O
ex-ministro Palocci está no desespero. Não é para menos. Há mais de ano
trancafiado à disposição do juiz Sérgio Moro e assistindo companheiros do
cárcere serem liberados após abrirem a boca, não aguenta mais. Enquanto o
ex-ministro José Dirceu, com sua força de vontade e retidão de caráter, lhe
fazia companhia sem ceder ao canto dos torturadores, Palocci se mantinha firme.
Mas,
depois que passou a ficar só, desmoronou e exibiu toda sua personalidade fraca:
fala qualquer coisa que lhe pedem, implorando para aceitarem sua colaboração.
Pouco lhe importa, a esta altura, se destrói, com mentiras, reputações e o
projeto de país que o PT simboliza, o projeto de que fez parte.
A
mais nova estória da carochinha é a relação em Lula, o PT e o regime de Kadafi.
A Veja – o esgoto jornalístico de sempre – traz, na capa, a suposta informação
que viria do alquebrado Palocci: Kadafi teria doado, por debaixo dos panos, um
milhão de dólares para a eleição de Lula em 2002.
Chega
a ser risível. Em 2002, Lula e o PT estavam longe de ter a projeção
internacional que lograram em 13 anos de governo. E, para atribuir um mínimo de
plausibilidade à notícia sem pé nem cabeça, retratam Lula em troca de risos e
abraços com Kadafi em evento oficial, na Venezuela.
Ora,
quem conhece Lula sabe bem que risos e abraços são sua performance permanente
com Chefes de Estado estrangeiros. É só ir ao Google e buscar imagens de Lula
com Schröder, com Tony Blair, com Obama, com Putin, com George Bush Jr. ou com
Mandela: lá está ele sempre aos risos e com toques pessoais. É seu jeito de
homem simples e afável.
Será
que todos esses personagens deram um milhão de dólares para Lula e o PT? Só
gargalhando.
O
pior nisso tudo é que, mesmo cientes todos nós, do estrago que a campanha de
ódio doentio dessa revista e de suas gêmeas da editora Três, do grupo Globo e
de publicações criminosas do gênero fizeram à política brasileira, permite-se
que continue nesse seu esforço de impedir, com seu jogo sujo, que quem não faça
parte do clube do andar de cima volte a governar o País.
Para
a imprensa canalha todos os métodos são lícitos: a mentira, a calúnia, o
vazamento de segredo de justiça, a difamação com caricaturas raivosas, enfim,
tudo que sirva para destruir uma imagem que, apesar de toda a sórdida campanha,
tem se mantido incólume na consciência de dezenas de milhões de brasileiras e
brasileiros.
Deve
ser desesperador mesmo. Tanto esforço de manuseio dessa energia negativa para
nada. E tudo volta para os que a desprenderam. É só ver a situação de Aécio,
Geddel, Eduardo Cunha… só falta o grupinho Pim-Pam-Pum: Temer, Moreira e
Padilha, todos com a batata quente na mão, dormindo com a preocupação de
perderem o foro privilegiado!
Nesse
surto de mau caratismo, as estorinhas inventadas devem se tornar cada vez mais
repugnantes, na mesma proporção do crescimento do apoio a Lula no eleitorado. À
falta de candidatura que consiga lhe dar a testa, vão baixar cada vez mais o
nível, sem se importarem com as consequências para o ambiente político, para a
democracia, para a paz social e, até, para a ordem pública. Tudo isso, para
eles, cede diante de seus mesquinhos projetos de poder que visam apenas à
locupletação pessoal.
Mas
vão aprender por bem ou por mal: a história continua e avança na luta de
classe. Não é um golpe porco que a faz parar. E quem mexe com excrementos
inexoravelmente suja as mãos. O esgoto que a Veja irradia é o esgoto que a
história lhe reserva.
DCM