Temer fica
na presidência da República, decidiu o TSE nesta sexta-feira, 9. Milhões e
milhões lamentam profundamente a decisão. Outros esguicham lágrimas. De
crocodilo.
Há 900 e
poucos dias o PSDB pediu cassação de Dilma e Temer. “Pra encher o saco do PT”,
confessou há meses o autor da ação, Aécio Neves.
Presidente
do TSE, Gilmar Mendes agora também confessa: a ação só andou porque ele quis.
Quis porque à época os alvos eram Dilma e PT.
Hoje, mesmo
diante de uma torrente de provas, o ministro Gilmar não queria mais. Porque se
tornou interlocutor, senão conselheiro, do acusado: Temer.
Esse
julgamento no TSE escancara como, cada vez mais, o Sistema Judiciário faz política. Não a política cotidiana, inerente
às ações humanas.
Faz política
valendo-se do vácuo produzido pela avacalhação e auto-avacalhação de políticos
e partidos.
O
“Impeachment Tabajara”, certeira definição de Joaquim Barbosa, acelerou
drasticamente essa decomposição. E o vale tudo.
O Judiciário
se contaminou ao emprestar ares de legalidade formal ao processo de disputa
política e ideológica. E o vírus se espalhou.
Dallagnol,
um Procurador da República, reproduziu ontem posts no seu Twitter. Com
desabafos contra um ministro do Supremo Tribunal, Gilmar Mendes.
Gilmar
Mendes, nos posts, é acusado de “comportamento ilegal”, “ética negativa” e
“escândalos”.
Gilmar
também desabafa. Disse: “Aparentemente” procuradores combinaram com a JBS a
versão de propina nas delações.
Durante a
sessão final do julgamento, nessa sexta, Gilmar atacou o vice-procurador,
Nicolao Dino, e o Ministério Público:
-As
instituições têm de se conter, não podem usar poderes do estado como se fossem
selvagens…
E bateu
ainda mais:
-Suspeito
que essa mistura de delatores com o Ministério Público esteja contaminando esse
ambiente de maneira negativa, fazendo uma osmose que não condiz com a
realidade.
Também nesse
mesmo Dia do Juízo Final, Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador na Lava
Jato, foi ao Facebook e atacou.
Disse o
procurador que “Cinismo é a cegueira intencional da maioria dos ministros do
TSE em relação à corrupção”.
Carlos
Fernando desabafou: “Cinismo é fingir que tudo está superado apenas porque o PT
saiu do governo…”
Disse ainda:
-A corrupção
é multipartidária e institucionalizada. Ela é a maneira pela qual se faz
política no Brasil desde sempre.
As amigas e
os amigos sabem o que repetimos aqui ao longo de seis anos:
-A corrupção
político-partidária-empresarial é sistêmica. O DNA disso sempre esteve nos
computadores e dados das empreiteiras, que não tratavam apenas do assunto
Petrobras.
A óbvia
escolha, opção de até há pouco, de investigar apenas uma banda do Sistema foi
política e ideológica…
…Com
fartíssimo vazamento cotidiano, por anos, e consequentes espetáculos e
julgamentos via manchetes e Mídias.
Essa
temerária opção, político-ideológica, atiçou profundos estigmas e divisões.
Produziu resultados econômicos e eleitorais, com graves consequências sociais.
Desabafos e
troca de chumbo, agora, são apenas… tardios. E inúteis. Confira também no vídeo:
Tijolaço