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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

COMO CODORNA MAL CUIDADA, FARSA JATO AGONIZA NO QUE DESCOME, por Armando Coelho Neto


Estou com Lula e não abro. Vou com Lula até que o golpe aniquile por completo sua volta ao Planalto. Quero desmoralizar o processo eleitoral golpista. Quem tomou o país num golpe sujo não devolve no voto. Golpe com supremo e tudo, cá com meus botões, não vou legitimar uma farsa entre dois candidatos da direita suja e entreguista. Lula é meu candidato e sequer sei se esse era o sonho dele, se seu sonho mesmo seria pendurar a chuteira, ver sua obra continuada e ir tomar sua cachacinha no sítio de Atibaia que, por obra divina, deveria ser mesmo dele, até como prêmio.
Volto no tempo. Vejo meu irmão caçula ensaiando uma nanica criação de codornas. De forma pedagógica, começa a me explicar os cuidados que precisava ter, em virtude da forma precária como lidava com a questão. “Tenho que limpar todos os dias o cocô das codornas, devido à concentração de cálcio. Se não faço isso, as fezes se solidificam e prendem as patas das codornas. Presas às fezes, elas não andam, não se alimentam e morrem”. Leia-se, agonizam e morrem presas em suas próprias fezes. Obviamente, hoje, com manuais de tudo na internet, isso não mais acontece.
Algumas codornas de meu irmão morreram atoladas. Assim como elas, a classe média brasileira agoniza em seus próprios valores (fezes) e não necessariamente dela. Presa ao discurso coprológico produzido pela elite do atraso (Jessé de Souza), quer fazer omelete sem quebrar os ovos ou, noutras palavras, quer tudo limpinho e cheiroso, mas vive a síndrome da codorna mal cuidada. Sofre o intocável vício de raiz e não percebe que os males que pensa combater são frutos dos valores que defendem. Por exemplo, que valor tem para o miserável, a vida de um rico ou assemelhado, o qual valor algum atribui à vida dele?
Enquanto servidores públicos, não se enxergam como braço do estado - que deseja mínimo. Enquanto assalariado bem pago, não se enxerga como trabalhador. Enquanto comerciante, reproduz discurso do grande empresário que o engole na primeira curva, e reage como um taxista diante do UBER, enquanto defende a livre iniciativa.
Ignorantes absolutos, não decodificam conceitos sutis, como soberania, cidadania, dignidade humana, constituição, cláusula pétreas. Não enxerga direitos humanos como norma que o defenderá da tirania do Estado. Ao silenciar sobre o golpe, não vê desrespeito sequer ao seu próprio voto, ainda que contra o governo (não valeu o voto em Aécio ou Dilma). Por não alcançar, não apreende o significado soberano da liderança de Lula nas pesquisas. Vale o tapetão do TSE.  Exerce o ódio contra o pobre olhando para Lula, sob impulso da bolsopatia nazista. Não tem alcance mental além de marcas de roupa/tênis e ou do voyeurismo, sonhando com vida de artista. Prega o “sevirol” alheio, mas ela mesma não “se vira”, na melhor versão “aberração cognitiva” (Marilena Chauí).
Falo de classe média alta, média e baixa, que, alienada de tudo, foi pra rua bater panela, tirou uma presidenta honesta e hoje silencia quanto à quadrilha que ajudou a por no poder. Nega a política e vota em político que nega a política. Não distingue um estado com direitos de um estado sem direito algum, no qual, hoje, ela própria agoniza. Declara-se contra o aborto em nome da vida, mas só defende a vida durante nove meses. Depois disso, qualquer defesa da vida é demagógica, qualquer processo de inclusão é compra de voto. Vive engolfada de Globo/Veja/Estadão/Jovem Pan. Ignora que os tais veículos defendem seus próprios interesses e de seus patrocinadores e não os dela. Critica tudo o quanto mais quer: privilégios, status, luxúria, futilidade. Quer brilhar e humilhar o primeiro pobre que encontrar: você sabe com quem está falando?
Sempre que falo em classe média, tenho como grande referência a Polícia Federal onde vivi mais de três décadas. É chocante a alienação e a bolsopatia contaminou significativa parte de seu contingente (“O fascismo é fascinante deixa gente ignorante fascinada”, já o disse o roqueiro). Não à toa o discurso policialesco do bolsopata faz tanto sucesso lá. Parece unanimidade, apesar da suposta legião de delegados frustrados que queriam ser juízes e procuradores (a quem tanto criticam). Apesar do farfalhar dos que desejam ser delegado sem concurso, sob o argumento de que até formado em balé pode ser delegado. Especulação? O fato é que o nível de debate político é baixo, pobre, raivoso e precário. Classe média!
É de gente da PF, que tenho recebido vídeos de apoio ao mais medíocre candidato à presidência da República de nossa história. Lula, tão criticado, habita a sede da PF que inaugurou, para ser odiado mais de perto. Para não ser presidente, condenado numa farsa, Lula está sequestrado da PF. Está lá sob a guarda do inimigo, o homem que lhe deu salários, sedes, viaturas, lanchas, armamento, prerrogativas, instrumental legal. Estão soltos, ricos, premiados, homenageados. Mas, bom mesmo é a bolsopatia, que vai resolver tudo com frase feita. Afinal, atraídos por anúncios de jornais, os africanos se candidataram a escravos no Brasil. Eis o candidato que balança o coração de muitos na PF, da classe média. É a síndrome da codorna atolada.
Fora Dilma e leva o PT junto. Lula preso basta. Fetiche satisfeito (Chico Pinheiro?), as eleições estão próximas. Qual a grande mudança no processo eleitoral? Nenhum. Só mesmo o encurtamento dos prazos pelo Tribunal Eleitoral para tirar Lula da disputa. As campanhas serão financiadas pelo setor privado (capitalismo samaritano?). O caixa dois voltará à cena, as maquiagens nos programas eleitorais serão as mesmas, candidatos se exibirão beijando crianças e vomitarão solilóquios. Tal qual tudo igual, filminhos de maravilhas com fundo musical, mas a classe média é incapaz de perceber o terreno imundo e infectado no qual habita. Não se vê nutrindo o veneno do chão que pisa e sonha como nomes.
A classe média se prepara para uma farsa eleitoral como se eleição fosse, do mesmo modo que engoliu o golpe. Alheios ao terreno infectado pelo ideário que cultiva, aguarda a apresentação do antibiótico de seu candidato. O que pode brotar de uma terra infectada? Mas, mesmo assim aposta em nomes, não em programas. Basta não mexer no terreno. Debate política via memes e PowerPoint, tudo no melhor estilo ópera bufa República de Curitiba, do judiciário sujo homenageado em bordel, que também agoniza na síndrome da codorna mal cuidada.
Armando Rodrigues Coelho Neto - advogado e jornalista, delegado aposentado da Polícia Federal e ex-representante da Interpol em São Paulo.
GGN

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

SÍNDROME VISUAL PELO USO DE COMPUTADORES É RECORRENTE

Os computadores têm se tornado quase indispensáveis para a maioria das funções cotidianas. A popularidade do computador, incrementado com facilidades de acesso à internet, tem conquistado uma enorme quantidade de profissionais, que o utilizam como ferramenta indispensável para o exercício de suas funções. Com isso, cada vez mais pessoas têm experimentado sintomas visuais associados ao uso excessivo de computadores.

A Síndrome Visual Relacionada a Computadores (SVRC) se refere a um grupo de sinais e sintomas diversos e variados, que podem ser atribuídos ao uso do computador. Os sintomas visuais são as principais queixas e motivos de consulta médica, dentre os problemas de saúde ocupacional nos usuários de computadores.

Os sintomas oculares mais frequentes da SVRC são cansaço, sensação de corpo estranho, ardência, dor, irritação, vermelhidão, ressecamento e turvação visual.

Estima-se que até 90% dos usuários de computador por mais de três horas diárias apresentem algum tipo de sintoma relacionado à SVRC. As principias causas estão relacionadas a mecanismos da superfície ocular, acomodativos e extraoculares.

Existem várias evidências que o uso de monitores causa astenopia. A condição do paciente pode contribuir para a sintomatologia e a análise individualizada do paciente quanto à refração, binocularidade e acomodação devem ser considerados. Evidências clínicas têm mostrado que o uso prolongado de monitores provoca diminuição no poder de acomodação e na capacidade de convergência, assim como leve indução de miopia transitória pelo esforço acomodativo.

A resolução da tela (medida em pontos por polegada), o contraste, assim como a iluminação ambiente podem ser fatores importantes no conforto visual e na melhora da SVRC. As telas de cristal líquido (LCD) geralmente apresentam melhor resolução e iluminação, assim como refletem menos a luz do ambiente.

A iluminação excessiva da sala, bem como luzes que incidem e refletem na tela do computador, geram imagens confusas e dificultam a focalização nela. Os filtros protetores, que são colocados na frente do monitor, podem contribuir diminuindo a reflexão de luzes que incidem na tela, já que as fontes de energia luminosa externas passam duas vezes pelo filtro enquanto as emitidas pelo monitor passam uma vez, aumentando o contraste entre as imagens. Outro papel destes filtros seria quanto à redução de energia eletromagnética e outras radiações emitidas pelo monitor.

A taxa de renovação (refresh rate) da tela se refere ao intervalo em minutos que a tela é preenchida para produzir uma imagem. Taxas muito baixas (8 a 14 Hz) podem contribuir para crises convulsivas. Taxas maiores (80 a 120 Hz) podem melhorar a sintomatologia ocular e o conforto do usuário e podem ser ajustadas nas configurações avançadas do vídeo no computador.

A posição do monitor também é importante quanto à ergonomia e conforto da musculatura cervical. Em geral, a tela deve estar entre 70 a 100 cm do usuário, num nível 10 a 20 graus abaixo dos olhos, proporcionando maior conforto e menor estresse postural.

Uma das principais causas do cansaço visual é o ressecamento ocular. A diminuição do piscar associada a outras condições ambientais, oculares e sistêmicas, como ar condicionado, ventiladores, disfunção meibomiana, pouca ingestão de líquidos, uso de medicamentos (diuréticos, betabloquea¬dores), fumo, podem contribuir para piorar esta sintomatologia na SVRC.

A maioria dos indivíduos pisca 10 a 15 vezes por minuto. Estudos mostram que esta taxa pode ser reduzida em até 60%, resultando em sintomas de olho seco. O uso frequente de lubrificantes oculares pode melhorar esta condição de forma significativa.

O tempo de uso do computador e o desgaste físico e visual estão diretamente relacionados. Sugere-se que pequenas pausas, de 5 a 10 minutos por hora, de preferência fixando a distância e sem olhar para o monitor, possam causar menor desgaste visual, com melhora do desempenho no trabalho. Além disso, os turnos de 4 horas no computador devem ser interrompidos por pausas maiores para evitar maior desconforto visual.

A correção visual adequada para o computador deve ser avaliada individualmente. Em geral, as opções de lentes que privilegiam a zona intermediária e de perto, com corredores mais amplos tendem a ser melhor aceitas do que as lentes multifocais tradicionais. Alguns usuários podem ter desconforto com a procura do foco, oscilando entre o monitor, texto de leitura e teclado, nas zonas de progressão da lente multifocal. As correções monofocais tendem a dificultar a obtenção de um foco ideal para as diferentes distâncias na mesa do computador e ambiente de trabalho. As lentes multifocais para adaptação em armações pequenas podem também comprometer a zona de visão intermediária e não serem a melhor escolha para este uso. De qualquer forma, médico e paciente devem discutir as opções disponíveis no mercado, visando atender as expectativas, que devem ser apresentadas durante a consulta.

Ainda não sabemos os efeitos deletérios que possam decorrer da exposição frequente aos diversos tipos de radiações, eletromagnéticas, de radiofrequência, dentre outras, dos computadores, celulares, fornos de micro-ondas e utensílios da vida moderna. Somente o tempo poderá mostrar o que alguns estudos tentam comprovar com evidências ainda pouco conclusivas a este respeito.

Como o uso destas poderosas máquinas faz-se imprescindível e em muito contribui para o desenvolvimento da medicina, o convívio harmonioso entre homens e máquinas deve ser regido pelo bom senso, em que os computadores nos sirvam, permitindo mais tempo livre para outras atividades de lazer e convívio humanos, fundamentais para a saúde e bem estar.

Palavras chave (keywords) para pesquisa no PubMed e Google: computer vision syndrome, computers and eye strain, computers and asthenopia, computers and ergonomics, computers and dry eye, video display terminals e liquid crystal display.

FONTE: SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA