Foto: THE NEW YORK PUBLIC
Em 13 de maio de 1888, há 130 anos, o Senado do Império do
Brasil aprovava uma das leis mais importantes da história brasileira, a Lei
Áurea, que extinguiu a escravidão. Não era apenas a liberdade que estava em
jogo, diz o historiador Luiz Felipe de Alencastro, um dos maiores pesquisadores
da escravidão no Brasil. Outro tema na mesa era a reforma agrária.
O debate sobre a repartição das terras nacionais havia sido
proposto pelo abolicionista André Rebouças, engenheiro negro de grande
prestígio. Sua ideia era criar um imposto sobre fazendas improdutivas e
distribuir as terras para ex-escravos. O político Joaquim Nabuco, também
abolicionista, apoiou a ideia. Já fazendeiros, republicanos e mesmo
abolicionistas mais moderados ficaram em polvorosa.
“A maior parte do movimento republicano fechou com os
latifundiários para não mexer na propriedade rural”, diz Alencastro. Foi aí que
veio a aprovação da Lei Áurea, sem nenhuma compensação ou alternativa para os
libertos se inserirem no novo Brasil livre. “No final, a ideia de reforma
agrária capotou”.
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Alencastro é hoje professor da Fundação Getúlio Vargas, em
São Paulo. É também professor emérito da universidade de Paris Sorbonne, onde
lecionou por 14 anos, e autor do livro “O trato dos viventes: formação do
Brasil no Atlântico Sul”.
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Do GGN