A
defesa do ex-presidente Lula da Silva está perplexa diante da aceitação de
denúncia contra ele pela Operação Zelotes. A petição dos seus advogados
questiona quais são as provas do Ministério Público Federal e onde o petista
cometeu como corrupção passiva.
“O
Defendente [Lula] não consegue identificar com clareza de quais fatos teria que
se defender, quais as contraprovas a produzir, em suma, o que esclarecer à
Justiça… Digno de Franz Kafka!”, afirma a defesa.
Na
denúncia acolhida pelo juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de
Brasília, o Ministério Público Federal acusa Lula e o ex-ministro Gilberto
Carvalho de beneficiar montadoras de veículos por meio da edição de medidas provisórias.
De
acordo com a denúncia, as empresas automobilísticas teriam prometido R$ 6
milhões a Lula e Carvalho em troca de benefícios para o setor.
O
MPF se baseia em duas cartas encontradas na casa de um réu e destinadas a Lula
que INSINUAM que ele recebeu propina, mas os advogados apontam que não há
nenhum indício de que elas foram de fato enviadas ou chegaram às mãos do
ex-presidente.
A
aposta principal dos acusadores de Lula, porém, é o rascunho encontrado
na casa de um empresário e apresentado pelo MPF. Nele aparecem escritos “Pres.”
e “Ok”. Para os procuradores, o papel seria prova de que Lula recebeu propina.
Rascunho
apresentado como prova. Reprodução
Esse
processo não estava andando por ser ridiculamente fraco, mas o juiz Vallisney
Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, apavorou-se com reportagem da Folha
de São Paulo publicada em 13 outubro último e que acusa a Justiça do Distrito
Federal de “demorar” para abrir processo contra o ex-presidente.
A
Folha comparou, na matéria, a velocidade com que a 13ª Vara de Curitiba age
contra Lula e a velocidade “mais lenta” da 10ª Vara de Brasília contra o mesmo
alvo.
O
mais engraçado é que, dois meses antes, a mesma Folha de São Paulo publicou
matéria que apontava que o juiz Sergio Moro julga processos contra Lula com
rapidez “recorde”, jamais vista em outros processos no país…
O
que espanta e indigna é uma pessoa ser processada sem que existam os mínimos
elementos para abertura de tal ação judicial. Nesse aspecto, a manifestação da
defesa do ex-presidente exprime toda indignação diante de tal absurdo.
Confira,
abaixo, o comentário em vídeo:
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da Cidadania