A Sociedade que nasceu do estilo processual Lava-Jato na
dobradinha com velha mídia capitaneada pela Rede Globo fez o feitiço virar
contra o feiticeiro para os golpistas e sobrou a tentativa Alckmin para a
família marinho.
Tentando entender o Brasil em 11 de outubro de 2017, uma
visão pessoal.
Pesquisas levam aos factoides diários contra Lula e Dilma,
bem sabemos.
Lula vence todos os candidatos em segundo turno e até Moro
pode perder dele. Lava-Jato tem seu menor índice de aprovação neste mês.
72% de nordestinos querem Dilma de volta.
59% dos brasileiros querem Dilma de volta.
Dilma lidera a corrida para o Senado em Minas Gerais.
O que acontece no mesmo instante destes resultados de
pesquisas, que certamente são realizadas para dar um resultado menor que o
esperado em favor dos golpeados?
Um factoide, uma condenação, uma acusação nova (requentada)
contra Dilma, idêntico como acontece com Lula.
Invadem a casa do filho do Lula a procura de drogas, o
factoide de ontem, TCU e Pasadena o de hoje.
É a tentativa de respiro do Golpe, do paciente em coma e
dando seus últimos suspiros.
Vivemos um impasse no Golpe, ele não tem mais condições de
realizar uma arbitrariedade maior contra Lula, Dilma e PT por não ter apoio
popular para tal intento e nem condições morais desta ação.
É imprevisível o que adviria na sociedade da tentativa de
barrar eleições e/ou tirando Lula e Dilma delas. E, ainda, mantendo diversos
candidatos ficha suja elegíveis.
Hoje, vivenciamos uma realidade de estagnação das ações com
resultados práticos que visem impedir Lula e Dilma de serem candidatos em 2018
e de se adiar a Eleição, senão já teriam parado com os factoides diários
disfarçando um pouco a seletividade da Justiça.
Então, utilizam das tentativas de desmoralizar Lula e Dilma
para, na ilusão dos golpistas, tirarem votos deles e do PT em quantidade
em 2018, o que parece ser impossível juntado da Reforma Política que quer
facilitar a campanha dos candidatos endinheirados ou defensores das elites que
patrocinaram o Golpe de 2016.
Uma campanha eleitoral inteligente e a gente retoma o Poder
em breve com Lula em 2018. Até podemos ver o retrocesso do Golpe, pode até
existir a possibilidade da volta da Presidenta Dilma do jeito que as coisas
vão, é pouco provável, mas possível.
Aconteceu um fenômeno impensado neste período, o Golpe e suas
formas de produção e solidificação (modelo Lava-Jato de Justiça em dobradinha
com a velha mídia) foram feitos de maneira equivocada, dando espaço para uma
extrema-direita se solidificar no país, marcadamente fascista e ligada a um
moralismo castiço e um fundamentalismo religioso, misturado com uma linha de
atuação anti LGBT, anti programas sociais e pró armamento desenfreado da
população.
Esta linhagem de eleitores fabricada pela velha mídia
capitaneada pela Rede Globo juntado de Veja, JP, Estadão, Folha e assemelhadas
+ Justiça modelo Lava-Jato para o Golpe se solidificar provocou o fenômeno da
anti política (com a imagem de que a Política é sinônimo de corrupção) e o
fenômeno do ódio ao que não é exatamente igual ao que a pessoa que foi levada a
ter um pensamento de extrema-direita acredita e quer para a nossa vida e nosso
país.
O Golpe precisou de extremistas de direita nas ruas para dar
um ar de legitimidade, para fazer número, dar tamanho as manifestações
pró-impeachment, não nos esqueçamos disto.
Como foi desmascarada a direita tradicional via corrupção,
mentiras + incompetência em governar juntado ao ódio ao PT solidificado em
partes do eleitorado, se formatou uma parcela significativa dos que antes
acreditaram na Globo e foram tucanas e pró-Golpe, e que hoje enveredam para o
radicalismo de Bolsonaro e assemelhados:
A parcela do eleitorado anti-petista de antes misturada de
uma parcela que enxerga os políticos tradicionais do PT (desejado pelo Golpe)
do PSDB e do PMDB (indesejados pelo Golpe), os maiores partidos brasileiros,
todos, sem exceção, como corruptos.
E OS GOLPISTAS FICARAM
DIMINUÍDOS
A extrema-direita foi se consolidando e se distanciando dos
apoiadores do Golpe e a velha mídia, em especial a Globo, se perdeu no meio de
um tiroteio que é favorável ao crescimento do fundamentalismo religioso, que no
fundo vai debandar dela público, em boa parte, migrando sua audiência para a TV
Record da Igreja neopentecostal Universal.
Dois jornalistas de esquerda foram desligados da Record News
estes dias. Sintomático. Há espaço para se desenhar um conservadorismo de
costumes e de Fé na sociedade brasileira, a Record e as TVS de pastores neopentecostais
e carismáticas católicas (conservadores) podem assumir este público para
si.
Então, se vê que a Globo foi tentar reparar a situação
Bolsonaro abrindo espaço para o Fantástico discutir a questão do Gênero, para o
Bem-Estar mostrar e discutir o tema a partir de transexuais, até mostrando com
cuidado e respeito um casal formado por um travesti e uma mulher que fez
operação para ser homem, pontuando com clareza que homossexualismo não é
doença. Imaginemos no auge do Golpe se a Globo arriscaria esta discussão
temática.
É a tentativa de freio de arrumação tardio para uma situação
que saiu do controle. A Globo ficou sem candidato viável. Dória e o Bolsonaro foram para um caminho que só a Record e emissoras religiosas, talvez,
possa abraçar.
Globo e velha mídia que com o Golpe perderam a audiência cega
de um eleitorado que não vai mais dar tanta atenção ao que diz a Globo e a
velha mídia na hora de votar, porque foram enganados com a mentira de que o
Golpe traria um mundo maravilhoso para ele. E já sem todo o eleitorado fiel pró
Lula e Dilma perdidos, aos poucos, nos anos anteriores ao Golpe.
Os golpistas alinhados com a velha mídia perderam espaço para
a extrema-direita e para os que ainda estão lúcidos e para os lulistas,
dilmistas e esquerdas em geral.
FICARAM NUS
Alckmin pode ser a candidatura de inflexão do caminho
Lava-Jato de sociedade? Parece ser a solução única que sobrou no meio político,
entre os que participaram do Golpe, nem Marina caberia por seu silêncio diante
do Governo Temer e por ter sido do PT e ter mudado de lado nem Joaquim Barbosa,
o imprevisível nem o descontrolado Dória. O problema é.
Como voltar para a garrafa essa Justiça modelo Lava-Jato para
não escancarar mais a seletividade e perseguição da Justiça ao Lula, à Dilma e
ao PT no Brasil, onde a maioria do MPF, da PF, dos magistrados viraram anti
petistas de carteirinha? Evitando crescer mais e mais a intenção de votos em
Lula?
Com o Golpe destruindo toda a economia nacional e sem
condições de impedir eleições em 2018 há poucas chances de prosperar a
candidatura da velha mídia capitaneada pela Globo.
No fim de tudo nasceu uma nova polaridade: Lula X
Bolsonaro.
A Globo com Bolsonaro para vencer Lula pode dar de bandeja à
Record um protagonismo em um Governo de extrema-direita ou no crescimento dela
assumindo este público para si. Se der Lula não tem diálogo possível, ele já
afirmou que vai propor a Democratização da Mídia. Alckmin foi o que sobrou e
seu catolicismo Opus Dei mais civilizado, o bom moço de Pindamonhangaba.
A Globo perdeu espaço político, social e de mídia com o
Golpe.
Do GGN