Mais do que o tuíte do Comandante do Exército em si, a
publicidade que a Rede Globo lhe deu no Jornal Nacional é que constitui nova
criminosa tentativa de exercer pressão sobre o STF, para que atenda ao “clamor
da sociedade”, dessa parte envenenada da sociedade que sucumbiu à guerra
psicológica midiática destinada a cultivar entre nós o anti-petismo. O objetivo
é só um: tirar do páreo o candidato a presidente que não agrada à “famiglia”
Marinho, ainda que, segundo todas as pesquisas eleitorais até aqui, seja o com
maior popularidade e com maiores chances de vencer.
Dane-se a sociedade, danem-se os eleitores! O sistema Marinho
está, em verdade, pouco se lixando por que ela pensa ou por quais suas
aspirações. O plano é incutir-lhe por todos os meios, lícitos e ilícitos, sua
visão de perniciosidade do candidato que escolheu ser seu inimigo. E ainda faz
isso com uso de um serviço público concedido, na cara limpa, como se
pertencesse à “famiglia”. Se isso não for corrupção e improbidade, o que será?
O General Villas Boas disse apenas o óbvio, diante do quadro
de criminosos ataques da direita fascista aos direitos constitucionais, à
democracia. Também nós, os democratas, exigimos a responsabilização criminal
daqueles que jogaram o Estado brasileiro na sua mais profunda crise do período
republicano, a começar pelos que, feito Judas, se venderam por dinheiro
para derrubar fraudulentamente uma presidenta honesta, eleita por mais de 54
milhões de brasileiras e brasileiros. Também nós rejeitamos a impunidade daqueles
que covardemente atacaram a caravana pacífica do Presidente Lula. Exigimos
apuração séria da autoria dos tiros deflagrados contra o ônibus da comitiva.
Também nós conclamamos para os valores democráticos e para a
preservação da ordem pública. Por onde a caravana passou, a equipe precursora
dialogou com as autoridades da segurança pública para evitar tumultos. Quando a
multidão que demonstrava pacificamente seu apoio ao Presidente Lula se indignou
com os ataques, a organização dos eventos sempre tratou de acalmá-la e de pedir
que não respondesse às provocações.
Quem tem insistido em colocar em risco a ordem pública são os
que destilam ódio anti-petista, que têm, em redes sociais, instigado à
violência, sugerindo, até, ação letal contra Lula e militantes progressistas.
Espalham o mesmo veneno que levou à morte trágica do Professor Cancellier e ao
brutal assassinato de Marielle Franco. Não têm escrúpulos, porque nada têm a
perder: odeiam a democracia, odeiam o direito à livre manifestação, odeiam as
garantias fundamentais da Constituição e não têm nenhuma lealdade, nenhuma
fidelidade a está. A abolição do Estado democrático de Direito é seu objetivo
maior, de preferência num processo sanguinário que cause muita dor e perda de
vidas humanas. Para eles, quanto pior, melhor é.
Queremos, os democratas, que as Forças Armadas exerçam seu
papel. Nenhum governo na recente história do País mais as prestigiou que os
governos do PT. Aprimorou sua formação, ensinando-lhes profissionalismo e
respeito a padrões humanitários internacionais; deu-lhes visibilidade na
política global, fazendo-as exercer um papel fundamental na pacificação de
regiões conflagradas do planeta; reequipou-as para poderem cumprir com sua
missão de defesa dos interesses nacionais.
O General Villas Boas é um espécime dessa boa cepa das Forças
Armadas, preocupada com o destino do País. E essa preocupação é mais do que
compreensível, principalmente num contexto em que ativos estratégicos do Brasil
estão sendo alienados por uma bagatela por um governo ilegítimo que não tem
compromisso com nosso futuro, mas foi instalado para atender a ganância espúria
de potências estrangeiras. Um grito de alerta todos nós, democratas, esperamos
e saudamos.
O que democratas não podem fazer é atender às provocações com
segundas intenções da “famiglia” Marinho et caterva, que querem indispor as
forças progressistas do País com os militares. É importante lembrar que não há
substancial diferenças entre nossos sonhos, das Forças Armadas e dos
verdadeiros democratas, defensores da Constituição Cidadã, num futuro melhor
para nossos filhos, numa nação independente, altiva e reconhecida pelo mundo
por sua vocação de trabalho e de respeito à alteridade, à diferença e aos
valores da democracia e dos direitos humanos. E juntos vamos derrotar as forças
do ódio, da intolerância e do caos.
GGN