Jânio de Freitas publicou artigo na Folha deste domingo (22)
avaliando que, "na Justiça de países vistos como civilizados, a lentidão
do processo e julgamento de [Eduardo] Azeredo [no chamado Mensalão tucano]
seria impossível. E o processo e o julgamento do mensalão do PT seriam
reabertos, para definição das responsabilidades verdadeiros e consequências
justas."
No artigo, o jornalista relembre o processo do Mensalão que
levou Dirceu à prisão graças à "deformação" das acusações pelo
Ministério Público Federal, que teria deixado de apurar o caso corretamente e
acabou descontando isso nas imputações feitas ao ex-ministro.
A sentença de Dirceu por comandar uma quadrilha teria sido
"(...) o resultado da falta ou da precária realização de investigações, o
que parece ser comum e satisfatório na Procuradoria-Geral da República. José
Dirceu e José Genoino se ocupavam da área política, dos acordos de apoio à
campanha. Não de assuntos financeiros, como qualquer investigação constataria.
As articulações com Valério, para os empréstimos ao PT, e as contratações
publicitárias de estatais, eixos do esquema financiador, estavam em outra área.
Tanto na campanha como, depois, no governo", escreveu.
"O julgamento deformou-se. Mas não por erro do Supremo,
no entanto. O erro veio da Procuradoria. Os procuradores-gerais Antonio
Fernando de Souza e, depois, Roberto Gurgel induziram a deformação, com suas
denúncias muito mais exaltadas do que informadas, à falta de
investigação."
Já "o processo de Azeredo comprova que a morosidade está
nos intervalos do Judiciário e do Ministério Público. E prova outras coisas, se
lembrado que em apenas 19 meses Lula foi levado da denúncia à prisão."
Jânio ainda frisou que embora o Supremo Tribunal Federal
tenha aprovado por 6 a 5 que réus podem cumprir pena antes do trânsito em
julgado, com a desculpa de que há muitos recursos até um processo ser
encerrado, o fato é que o caso Azeredo mostra que a lentidão, muitas vezes, é
culpa do Ministério Público e do próprio Judiciário, não de qualquer medida
protelatória das defesas.
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Do GGN