Não
há nenhuma grande petrolífera estatal à venda no mundo e elas são 13 das 20
maiores empresas globais de petróleo. Especialmente
não há nenhuma estatal petroleira à venda com grandes reservas de petróleo.
É muito menos há estatais à venda com reservas de petróleo no Hemisfério
Ocidental.
Nesse
sentido a PETROBRAS é única.
Não só tem as reservas como tem os meios de extrai-la já prontos,
ganha-se três anos que levaria para explorar um campo virgem. Nesse quadro a PETROBRAS é o objetivo
estratégico numero 1 na área de petróleo, especialmente com a elevação do
nível de conflitos no Oriente Médio. Nada melhor que um governo frágil para
permitir a execução desse projeto de privatização que já começou com a venda de
ativos estratégicos da empresa, como oleodutos e a BR Distribuidora, já se
anuncia a venda de refinarias, uma empresa em liquidação, a venda final será do
pré-sal.
A
assunção do grupo Temer ao poder só foi possível com o aval do “mercado”. O preço foi a entrega da totalidade da área
econômica a delegados do mercado, Meirelles e Goldfajn na linha de frente,
Paulo Pedrosa no Ministério de Minas e Energia, Maria Silvia no BNDES, Wilson
Ferreira na ELETROBRAS.
Mas
a base ideológica do golpe foi o compromisso das privatizações dos dois maiores
ativos do Estado brasileiro, a ELETROBRAS,
prometida à venda por 12 bilhões de Reais para ativos físicos que valem 400
bilhões de Reais e a PETROBRAS , que
vale só pelas suas reservas 350 bilhões de dólares, sem considerar o valor do
mercado brasileiro do qual ela é a única fornecedora (até Parente abrir a
importação para concorrentes), mais as refinarias, oleodutos, navios, enormes
bases de distribuição, tancagem, apesar de boa parte desses bons ativos terem
sido vendidos com sofreguidão pela desastrosa gestão Parente.
Uma
das bases dessa gestão foi a lenda da PETROBRAS
QUEBRADA, que já mostramos aqui em dois artigos, PURA LENDA, a
PETROBRAS lançou seis emissões de bônus no periodo de dois anos antes da gestão
Parente, o mercado internacional fez ofertas para compra de três a cinco vezes
mais que a oferta, houve inclusive uma emissão de CEM ANOS de prazo, também com demanda muito maior que a oferta, o
que jamais ocorreria com uma empresa que mesmo remotamente estivesse com
problemas financeiros. Essas emissões tiveram como líderes mega bancos
internacionais como J.P. MORGAN,
DEUTSCHE BANK e MORGAN STANLEY, que jamais patrocinariam emissão de bônus
em dólar de uma companhia quebrada.
Esses
dois ativos, ELETROBRAS E PETROBRAS
valem dez golpes., especialmente com preços de fim de feira, especialidade de
gestão tipo Pedro Parente.
A PARALISAÇÃO DOS
CAMINHONEIROS
Vejo
nesse movimento uma amplitude muito maior do que o preço do diesel. Atraves da
Historia os grandes movimentos populares tem como gatilho uma questão menor mas
além do fato detonador há um pano de fundo muito maior. Neste caso há de forma
subjacente a neutralização da candidatura Lula, a paralisia da economia para
atender o interesse dos bancos e rentistas, as carências antigas de
moradia, saneamento, educação e saúde que este governo nem sequer tocou porque
seu programa é apenas atender ao mercado que lhe deu respaldo para assumir o
poder e no caminho obter algumas vantagens, o resto não interessa.
Nesse pano de fundo
também está o mau cheiro do projeto de privatização da PETROBRAS.
Muitas
vezes os próprios personagens do movimento não tem consciência de suas
preocupações mais amplas, mas elas existem, caminhoneiros são trabalhadores
precarizados,
sofridos,
arriscam a vida literalmente todos os dias em acidentes e assaltos, depois de
paga a prestação do caminhão resta pouco para levar para casa, é uma classe fundamental
para o funcionamento do Pais, mal reconhecida, sem nenhuma assistência do
Estado e agora desprezada de forma cruel e insensível pela desastrosa
gestão da PETROBRAS.
A demissão de Pedro
Parente seria uma obvia mensagem de paz do Governo aos caminhoneiros, não creio
que o movimento cesse sem esse gesto, Parente tornou-se o símbolo de tudo que
os caminhoneiros consideram como agressão a sua sobrevivência e sua
permanência no cargo, sendo ele o pai da politica de dolarização do preço do
diesel, traz enormes e razoáveis desconfianças aos caminhoneiros.
Parente mostrou-se um executivo ideológico, insensivel, teimoso na sua
ideologia que serve somente e exclusivamente ao mercado, ele não está
interessado na sobrevivência dos caminhoneiros e estes PERCEBEM isso.
Executivos ideológicos
ao fim do dia são pobres intelectualmente, são tipos menores, inadaptáveis às
circunstancias, Parente tem esse e outros vários defeitos de origem, dois dos
mais salientes e ser tucano de carteirinha, foi Chefe da Casa Civil de FHC e
ser do grupo dos “neoliberais cariocas”, um grupo único cujo DNA remoto vem de
Eugenio Gudin, fundador dos cursos de economia no Brasil e Ministro da
Fazenda do desastroso governo Dutra, que achava que o Brasil não deveria ter
indústria, já estava muito bom exportar café e algodão.
Os
caminhoneiros estão desmontando o grande alvo do “projeto PETROBRAS”, que era a
privatização para o qual Pedro Parente está preparando o terreno, dolarizando
os preços dos combustíveis, uma insanidade porque o Brasil produz 2,3 milhões
de barris/dia para um consumo de 2,6 milhões de barris dia, então o Brasil é
auto-sufiente em matéria prima petróleo para 88,5% do consumo, só precisa
importar 11,5%, do ponto de vista comercial não há nenhuma logica em
dolarizar os preços e referencia-los no mercado spot de Rotterdam ma a
dolarização tem toda logica se for para atender aos acionistas americanos da
PETROBRAS, a dolarização dos preços é uma LOGICA PARA OS ACIONISTAS
ESTRANGEIROS, a quem Pedro Parente serve com exclusividade e entusiasmo, ele
está no cargo para isso.
O PAPEL DE PEDRO
PARENTE
Esse
executivo de almanaque, que anda com crachá até para ir ao banheiro, tem cara,
perfil e histórico de “organization man”, aquele tipo de executivo que subiu na
vida seguindo as regras fanaticamente. Não espere desses tipos nenhuma
criatividade, capacidade de enxergar longe, visão eclética, sensibilidade das
circunstancias. É o tipo do executivo que não serve para a PETROBRAS se a ideia
for de uma companhia estratégica para o Brasil e seu povo.
Mas
Parente não está no cargo para servir ao Pais, sua missão é atender ao
“mercado”, ai representado pelos acionistas estrangeiros da PETROBRAS, é a
estes que Parente atende.
Para que a companhia
possa dar o melhor tratamento a esses acionistas especialmente os fundos
americanos tipo Black Rock, hoje os maiores acionistas da PETROBRAS depois da
União, Parente DOLARIZOU a Petrobras, porisso o preço do diesel é referenciado
pelo dólar, é para atender os fundos americanos acionistas, não é para
agradar caminhoneiro.
O GOVERNO TEMER
A
delegação de plenos poderes a Pedro Parente tem como substrato ser ele o DELEGADO DO MERCADO FINANCEIRO na
Petrobras, ele não trabalha para o Estado brasileiro, que ele odeia, ele
trabalha para o mercado financeiro americano de onde ele veio e para onde
ele provavelmente vai voltar. O conglomerado BUNGE para o qual ele trabalhava antes de ir para a Petrobras tem
sede em White Plains, New Jersey, perto de Nova York. O sinistro grupo BUNGE
esteve por trás do golpe de 1976 que implantou o governo militar em Buenos
Aires, levando ao sequestro dos irmãos Jorge e Juan Born pelos Montoneros.
O grupo BUNGE,
cuja base era a Argentina mas com raízes no Seculo XIX em Antuérpia na Belgica,
então conhecido como grupo Bunge & Born, por causa de sua péssima imagem
que restou na Argentina mudou sua sede primeiro para São Paulo nos anos 80
(onde construiu o Centro Empresarial na Marginal Pinheiros, um imenso conjunto
de edifícios). Bunge & Born, uma das quatro irmãs do trigo, um grupo
tenebroso há mais de 100 anos, é a alma mater atual de Pedro
Parente.
A submissão do Governo
Temer a Pedro Parente na Petrobras não tem nada de pessoal, é fruto de um
grande acordo que avalizou a derrubada do Governo Dilma, porisso Parente parece
firme na PETROBRAS (até quando ?), sustentado pelo Grupo GLOBO, as globetes a
frente, Miriam Leitão é hoje a Leoa de Chácara de Parente e até a então
elogiada Natuza Nery pulou para esse lado do muro, defendendo a PETROBRAx
NEW YORK, inimiga da PETROLEO BRASILEIRO S.A. criada por Getulio para dar
independência de petróleo ao Brasil.
È bom não esquecer o
laço que liga Pedro Parente ao Governo FHC, o mesmo governo que colocou a
frente da PETROBRAS tipos vindos do mercado financeiro como Francisco Gros, do
MORGAN STANLEY, que não tinha nada a ver com petróleo
mas tudo a ver com a Bolsa de Nova York, um estrangeiro nato que falava
português com sotaque, o francês Henri Phelippe Reichstul e para fechar a
caravana o publicitário Alexandre Machado que criou o nome PETROBRAX como
preparação para a privatização, desde sempre o projeto neoliberal carioca para
a PETROBRAS, era o sonho do “Grupo do Real”, Arida, Bacha, Franco, sempre
quiseram vender a PETROBRAS, ELETROBRAS, BANCO DO BRASIL, até hoje dão
entrevistas para isso.
Não
houve condições políticas e tempo para o grupo tucano carioca vender o controle
da PETROBRAS mas eles prepararam o terreno, abrindo o capital para estrangeiros
e listando a companhia na Bolsa de Nova York, era um importante etapa para em
seguida vender o controle porque já haveria uma referencia de preço dada pela
cotação na Bolsa de Nova York, a PETROBRAS não ganhou nada com essa listagem,
só teve prejuízos.
Com
a queda do Governo Dilma o “mercado”,
via neoliberais cariocas que como abelhas infestam o governo Temer, viu uma
oportunidade única para privatizar a ELETROBRAS e a PETROBRAS, não contavam
com acidentes de percurso que podem acontecer.
O
grande suporte do “projeto PETROBRAS”, como em todos os projetos
anti-brasileiros é o Grupo GLOBO, que desesperadamente tenta segurar Pedro
Parente exibindo-o como o melhor executivo do planeta, um medíocre que não teve
a sensibilidade de PERCEBER E ANTECIPAR esse movimento dos caminhoneiros QUE É
DE SUA LAVRA.
Do
GGN