O senador afastado Aécio Neves (PSDB) não
assaltou apenas o governo federal, ao levar adiante o golpe parlamentar de
2016; ele também passou a mandar na Vale, que, embora seja uma empresa privada,
sofre forte influência do governo; prova disso é o fato de sua irmã, Andrea,
que está presa em Belo Horizonte a mando do ministro Edson Fachin, ter pedido
R$ 40 milhões ao empresário Joesley Batista, em troca de uma nomeação na Vale;
Joesley quis emplacar no cargo Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do
Brasil, mas Aécio já estava comprometido com outro nome e ofereceu diretorias.
Em depoimento de delação premiada à
Procuradoria-Geral da República, o empresário Joesley Batista, dono da JBS,
relatou que a empresária Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves e que está
presa em Belo Horizonte, pediu R$ 40 milhões em propina.
Conforme um dos depoimentos do delator,
Andrea cobrou os R$ 40 milhões para a compra de um apartamento da mãe. Nesse
contexto, ele explicou que pediu a Aécio a nomeação de Aldemir Bendine,
ex-presidente da Petrobras, para presidir a Vale.
O dono da JBS explicou que, com a nomeação
de Bendine, resolveria o problema dos R$ 40 milhões pedidos por Andrea. Mas
Aécio, segundo ele, disse que já havia indicado outra pessoa para a vaga, dando
a ele a oportunidade de escolher qualquer uma das outras diretorias da mineradora.
O tucano teria dito para o delator esquecer o pedido milionário da irmã, pois
todos os contatos seriam feitos com ele próprio.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava
Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), entendeu ser "imprescindível"
a decretação da prisão de Aécio, mas não o fez, justificando que a Constituição
não autoriza encarcerar integrantes do Congresso, salvo "em flagrante de
crime inafiançável".
Do 247