Depois
de ter sua verba de publicidade federal aumentada em 1.384% desde que Michel
Temer assumiu a Presidência, como O Cafezinho já revelou, a revista Istoé voltou a cometer das suas para ajudar
seu político investigado favorito.
Para
atingir o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a revista estampa em
sua capa o título “bombástico”: “As pressões indevidas de um procurador
chamado Janot”. A reportagem é toda ela baseada na gravação de uma conversa
entre o procurador Ângelo Goulart e a procuradora potiguar Caroline
Maciel, diretora da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
Ângelo
Goulart foi preso, a pedido de Janot, por receber dinheiro da JBS para vazar
informações. Na conversa, ele é avisado que Janot estaria perseguindo todos que
apoiassem a candidatura de Raquel Dodge à sucessão dele. Raquel seria a
preferida de Temer. O senador José Agripino Maia, por exemplo, teria sido
denunciado pelo procurador-geral da República apenas por ter manifestado apoio
a Dodge.
Ao
comentar a reportagem no texto “A
bala de festim da Istoé contra Janot”, Luis Nassif afirma que a relevância
do texto está em “demonstrar didaticamente a deformação jornalística do
princípio de Arquimedes: dê-me uma notícia e um ponto de apoio na mídia que eu
reconstruirei a história”.
“Como
todo sub-produto jornalístico, juntam-se alguns pontos verdadeiros – trechos do
diálogo –e embrulham-se nas interpretações que são do interesse da repórter e
da publicação”, continua Nassif.
Segundo
o jornalista, “Se isso é tudo o que Michel Temer e Aécio Neves tem contra
Janot, ele passa incólume”. Prejudicada fica “a candidatura da respeitada
Raquel Dodge”. Ao ser identificada como candidata de Temer, para Nassif, “tudo
indica que Raquel foi o alvo dessa armação”.
E
se a credibilidade da Istoé em relação a Temer já está abaixo de zero, como
mostra a Revista
Fórum, ao lembrar da última entrevista do presidente na revista, Fernando
Brito, no Tijolaço,
encontra outra relevância para o texto que Nassif recomenda ignorar.
“É
terrível ver a instituição que deveria fiscalizar a lei e proteger os cidadãos
transformada num valhacouto de politiqueiros, arapongas, embriagados pelo poder
absoluto que passaram a ter sobre todos, inclusive sobre seus parceiros de
Olimpo, lugar dos deuses que julgam ser”.
Do Cafezinho