As condenações do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto por
Sergio Moro não obedeceram a critérios jurídicos, mas publicitários. Sem acusar
e até prender o ex-tesoureiro petista, não seria possível construir toda a
narrativa do magistrado-promotor-meganha de Curitiba para prender Lula pelo
resto da vida.
Nesse aspecto, chama atenção a SEGUNDA absolvição de
Vaccari pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) de absolver Vaccari
novamente.
Segundo informações da Folha
de SP, o novo julgamento que absolveu o ex-tesoureiro do PT João Vaccari
Neto expôs diferenças de entendimento de magistrados da Lava Jato sobre os
processos que envolvem depoimentos de delatores como principal prova.
Os mesmos três juízes que julgaram Vaccari em junho voltaram
a julgar nesta semana e, assim como na vez anterior, absolveram-no por dois
votos a um.
Mais uma vez, o juiz João Pedro Gebran Neto age como Moro e
dispensa provas para condená-lo, usando como base as meras declarações dos
criminosos que fizeram acordo para acusar quem a Lava Jato quer em troca de
impunidade.
Gebran Neto é manifestamente antipetista e antilulista. Em
seu currículo tem apoio à condução coercitiva ilegal de Lula, o impedimento de
sua posse como ministro de Dilma, a quebra do sigilo telefônico da então
presidente Dilma e decisões de primeira instância de juízes militantes do
antipetismo como aquele que mandou fechar o instituto Lula…
Essa, porém, foi a segunda condenação de Vaccari revertida
pela oitava turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto
Alegre, pelo mesmo motivo: a maioria dos juízes entendeu que as provas são
insuficientes para justificar a condenação do ex-tesoureiro.
Para Moro e Gebran, as provas contra Vaccari eram suficientes
para prendê-lo para sempre. Mas o revisor Leandro Paulsen e o juiz Victor Laus
discordaram. Em seus votos, destrincharam os depoimentos dos delatores para
descartar as falas como passíveis de condenação.
Por exemplo, em relação ao ex-diretor da Petrobras Paulo
Roberto Costa, Paulsen disse: “o depoente afirmou ter visto pessoalmente João
Vaccari em apenas uma oportunidade, em um restaurante, e jamais ter discutido
qualquer assunto envolvendo pagamentos ilícitos com ele. É uma prova fundada,
portanto, em ‘ouvi dizer'”, afirmou o magistrado.
Detalhe: contra Lula há muito menos evidências do que contra
Vaccari pelo simples fato de que o tesoureiro esteve ligado diretamente a
arrecadações de doações eleitorais pelo PT que estão sendo postas em cheque. Os
magistrados Paulsen e Laus teriam que contrariar a si mesmos para condenar
Lula.
Pelo menos em tese, claro.
Do Blog da Cidadania