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sábado, 17 de junho de 2017

Ruas: Atos por eleições diretas mobilizam população na próxima terça-feira


O coordenador da Frente Brasil Popular e CMP (Raimundo Bonfim) afirma que luta contra as reformas trabalhista e da Previdência, ‘fora, Temer’ e Diretas Já são bandeiras da mobilização marcada para a praça da Sé na terça-feira.

As centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizam, na próxima terça-feira (20), um ato na Praça da Sé, em São Paulo, a partir das 16 horas. A manifestação faz parte do Dia Nacional de Mobilização, da agenda dos movimentos sociais e sindical contra as reformas trabalhista e da Previdência, pela saída de Michel Temer da presidência da República e em prol da convocação de eleições diretas.

“O dia 20 é importante como mais um dia de mobilização. Apesar do total desgaste do governo, do envolvimento em corrupção e na iminência do oferecimento da denúncia pela Procuradoria-Geral da República, o governo continua com a pauta das reformas na Câmara e no Senado”, diz Raimundo Bonfim, coordenador da Frente Brasil Popular e Central de Movimentos Populares (CMP). “É importante a população se manter mobilizada. Além da luta contra as reformas, o ‘fora, Temer’ e Diretas Já também são bandeiras da mobilização. Uma coisa está associada à outra: precisa derrubar o Temer para travar as reformas.”

Segundo o dirigente, o ato unificado terá o apoio de militantes em São Paulo e da região metropolitana. Em relação a cidades em um raio de até cerca de 150 km, a proposta é fortalecer a atividade da Sé.  Em municípios mais distantes, também serão realizadas manifestações. Haverá atos em outras capitais do país.

A previsão é de que a reforma trabalhista seja votada na Comissão de Assuntos Sociais do Senado no mesmo dia 20 e, no dia 28, no plenário. As centrais sindicais e os movimentos sociais de Brasília e Goiás têm a tarefa de fazer mobilizações na capital do país, por conta da agenda do Congresso Nacional.

Raimundo Bonfim endossa a avaliação de que a decisão do PSDB de permanecer no governo Temer indica que, para os tucanos, o principal no momento, independentemente inclusive da continuidade ou não de Temer, é a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência. “É a sinalização que eles dão para o mercado. Querem passar confiança, querem dizer ao mercado que são confiáveis”, diz.

Na segunda-feira (12), o PSDB decidiu ficar no governo Temer. Segundo o cientista político da Universidade de Brasília Ricardo Caldas, provisoriamente. “Entendo que o partido vai ficar no governo apenas enquanto estiver sendo votada a reforma trabalhista e, talvez, tente avançar a reforma previdenciária", disse.

FHC
A posição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem sido cada vez mais ambígua. Em nota ao jornal O Globo nesta quinta (15), ele afirmou: “A ordem vigente é legal e constitucional (daí o ter mencionado como ‘golpe’ uma antecipação eleitoral) mas não havendo aceitação generalizada de sua validade, ou há um gesto de grandeza por parte de quem legalmente detém o poder pedindo antecipação de eleições gerais, ou o poder se erode de tal forma que as ruas pedirão a ruptura da regra vigente exigindo antecipação do voto”.

FHC não participou da reunião do partido que definiu a permanência na base do governo Temer.

A manifestação do ex-presidente provocou reações na mídia tradicional. A colunista Cristiana Lôbo, do próprio O Globo, por exemplo, publicou uma nota intitulada “A guinada de FHC” em que diz: “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez uma brusca inflexão ao defender, nesta quinta-feira (15), a realização de eleições diretas por iniciativa do presidente Michel Temer que, na avaliação de FHC, perdeu a legitimidade para continuar no cargo”.

GGN

quinta-feira, 27 de abril de 2017

O desespero da direita indica que greve será plena

Temer anunciou corte de ponto.
Geraldo Alckmin foi à Justiça para impedir que metroviários e ferroviários nem mesmo parcialmente possam paralisar suas atividades – e a Justiça paulista, docemente, produziu uma decisão que abole o direito de greve.

João Dória, o “gestor Angélica” contratou táxis – taxis? eu sou um antiquado, foi Uber! – para levar os funcionários da Prefeitura paulistana ao trabalho.

Claro que tudo é factóide.
Mas é revelador do que se vem dizendo aqui há dias: o movimento grevista tomou corpo e há uma imensa preocupação no casal Temer-PSDB com sua repercussão.

Por mais que desidrate a reforma previdenciária – hoje o Valor diz que a economia de gastos , em 10 anos, caiu 25% ante o originalmente previsto – ela tem, desde o início, o estigma da rapina contra os mais pobres e disso não consegue se livrar.

A greve de amanhã está fadada a ter sucesso político, ainda que não logre paralisar todo o país – e os jornais e a televisão vão tratar com esmero aquilo que não parar.

Vai demonstrar que, apesar deles e contra eles há gente que se importa com a vida real das pessoas, algo que Janio de Freitas descreve, magistralmente, em sua coluna de hoje, na Folha:

As greves e os demais protestos previstos para amanhã, não importa a dimensão alcançada, justificam-se já pelo valor simbólico: há quem se insurja, neste país de castas, contra a espoliação de pequenas e penosas conquistas que fará mais injusta e mais árdua a vida de milhões de famílias, crianças, mulheres, velhos, trabalhadores da pedra, da graxa, da carga, do lixo, do ferro –os que mantêm o Brasil de pé. E, com isso, à revelia, permitem que as Bolsas, a corrupção e outras bandalheiras vicejem.

No meio do mar de propaganda idiotizante em que nos mergulham, onde o sucesso é apenas mérito pessoal – conquistado a que preço! – sobrevive a sabedoria atávica do povo, sua busca pela dignidade, sua compreensão de que somos uma coletividade solidária ou não somos ou seremos uma nação.

Porque, embora o maestro Tom Jobim tenha tido a genialidade de traduzi-lo em verso, cada um de nós, na nossa simplicidade, sabe que é impossível ser feliz sozinho.

Tijolaço